Crônicas Desbocadas

 

É aquele lugar entre oainda estou tentando e o não aguento mais”.
Entre o sou grata pelo poucoe o isso aqui tá me matando”.
Entre ofaço o que dáe o eu queria era gritar”.

É ali que Nina vive.

Presa no meio de um mundo que diz “seja resiliente”, mas tapa os ouvidos toda vez que ela fala de dor.
Dizem que ela devia sorrir mais, aceitar o que tem, agradecer pelo “mínimo”.
Mas o mínimo não paga a faculdade.
Não resolve o cartão de crédito.
Não compra ração para os pets.
Não apaga o sentimento de ser inútil num lugar que só valoriza gente com cara de comercial de margarina.

E aí ela engole.
Engole seco.
Engole raiva, engole humilhação, engole a vontade de sumir.

Mas hoje não.
Hoje, ela resolve escrever.
Porque é o que ainda não tiraram dela.
A palavra.

Aqui, Nina escreve porque escrever ainda não foi arrancado dela.
Ela não é influencer, nem herdeira, não tem rosto de publi, nem idade de trainee, nem um véio da lancha.
Ela vive no meio do aperto, da ansiedade, da conta que não fecha e da vontade de sumir.
Mas enquanto existir uma palavra, existe uma brecha.
E ela vai usá-la para falar do que ninguém quer ouvir:
das portas que se fecham, do etarismo disfarçado, da romantização da miséria, da hipocrisia dos que pregam e exploram.

Nina não vai aceitar calada.
Este espaço é o grito dela.
Da gata-borralheira underground.

Toda quinta-feira, sempre às 18h, só aqui no OCDM.

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