Mostrando postagens com marcador livro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador livro. Mostrar todas as postagens

Mary Recomenda | A Pindonga Azarada

Quem gosta de festa junina tem grandes chances de amar a edição extraordinária do Mary Recomenda, em clima de São João. Não vou pular a fogueira, mas proponho um brinde com quentão e um punhado de paçocas.

Era para ela ser a personificação do capiroto com passos de dragão preguiçoso, honrando a piadinha “quando morrer, essa aí vai precisar de dois caixões: um para o corpo e outro só para a língua”. Se os olhos não veem, o copo na parede conta, sabe até do que nem aconteceu; aumenta, inventa e cria versões alternativas.

No entanto, meses depois, ao ganhar vida no The Sims (salvando quem os escreve), está célebre figura roubou literalmente a cena e não só entrou no coração dos leitores como ganhou a própria história.

Com vocês, Graça Cavicholo.

Mary Recomenda | Para viver um grande amor - Vinícius de Moraes

 Para entrar no clima do Dia dos Namorados, a recomendação não poderia mais especial. ♥♥♥



Para viver um grande amor, de Vinícius de Moraes, é uma verdadeira viagem no tempo, uma imersão em uma era cheia de romantismo, sentimentos profundos e reflexões poéticas. Este livro, uma mescla de prosa e poesia, nos transporta para os pensamentos e vivências do grande poeta, situando-nos confortavelmente em seu vagão literário. A leitura pode ter levado mais dias do que o habitual, mas valeu cada instante. A narrativa de Vinícius é acolhedora e envolvente, permitindo-nos vivenciar um tempo que não vivemos, mas sentimos com intensidade.

Vinícius de Moraes nos brinda com sua sensibilidade e profundidade, refletindo sobre o amor, a vida e os desafios de sua época. Em cada página, podemos imaginar como seria o processo criativo dos grandes autores daquela época, como enxergavam o novo, onde buscavam inspiração e recarregavam as energias.

A chegada dos anos de maturidade e as novas tecnologias, como a televisão (uma grande novidade na época), são contempladas de maneira sutil e poética. O poeta nos faz refletir sobre a passagem do tempo e as mudanças que ele traz, tanto no âmbito pessoal quanto no coletivo.

Para viver um grande amor é uma obra que resgata a essência do amor romântico, aquele vivido de maneira intensa e profunda. A prosa de Vinícius, intercalada com suas poesias, nos faz perceber que o amor é um sentimento atemporal, capaz de transcender gerações e continuar a nos inspirar.

Neste Dia dos Namorados, mergulhar nas páginas deste livro é uma forma de celebrar o amor em todas as suas formas e nuances. Vinícius de Moraes, com sua maestria literária, nos lembra que o amor é um sentimento sublime, que merece ser vivido e celebrado com toda a intensidade.


Mary Recomenda | Rede Manchete: aconteceu, virou história - Elmo Francfort 📺



Se você nasceu na década de 1980 e foi criança nos anos 1990, assim como eu, deve lembrar-se da extinta Rede Manchete, que até hoje ocupa um espacinho no coração de muitos admiradores e fãs. Mesmo quem nasceu após o fechamento da emissora se rende pelo encanto, mostrando o impacto que a Manchete deixou na história da televisão brasileira.

Mary Recomenda | Eu, inútil - Cibele Laurentino

Sexta-feira é dia de Mary Recomenda. Mesmo que o OCDM não seja um blog literário — e nem tenha essa pretensão — trago aqui livros que merecem destaque. Espero que gostem da indicação de hoje.

Mary Recomenda | Eva dos Gramados - Karina Dias ⚽💄

 

⚽ Mary Recomenda: Eva dos Gramados, uma história apaixonante entre o esporte e o coração 🩷

Se você gosta de histórias que misturam paixão pelo esporte com jornadas emocionais e reflexões sobre a vida, Eva dos Gramados é um livro que merece sua atenção. Escrito por Karina Dias, a obra nos convida a explorar as escolhas, os sonhos e os desafios da protagonista que vive intensamente dentro e fora do campo de futebol.

Por que você deve ler?

  • Representatividade e Emoção: A história de Eva aborda temas que vão além do futebol, trazendo conflitos pessoais e valores universais sobre amor, determinação e aceitação.

  • Um Cenário Vibrante: O futebol é mais do que um pano de fundo; ele se torna parte essencial da narrativa, refletindo os altos e baixos da vida.

  • Personagens Inspiradoras: Eva é uma protagonista complexa e cativante, ideal para quem busca histórias com mulheres fortes e inspiradoras.

Frase de Impacto:

"Entre jogadas, sonhos e desafios, Eva descobre que a maior vitória não está nos gramados, mas dentro do próprio coração."

⚽ Mary Recomenda: Eva dos Gramados – Uma jornada além dos campos e das expectativas 🩷

Se você está buscando uma leitura fora do lugar-comum e cheia de emoção, Eva dos Gramados, de Karina Dias, é uma escolha que vai te surpreender. Este livro é mais do que um romance – é uma história sobre força, desafios e paixão pelo futebol. 💄

Por que essa leitura merece sua atenção?

  • Mais que um romance: Diferente dos clichês encontrados em muitos romances, a narrativa de Eva dos Gramados explora profundamente os conflitos pessoais da protagonista e como o futebol molda sua jornada.

  • Temas universais: Determinação, superação e identidade são alguns dos valores que permeiam a história.

  • Um cenário brasileiro e vibrante: O livro traz a paixão do Brasil pelo futebol como um pano de fundo rico e cheio de autenticidade.

A Importância de Diversificar Suas Leituras

Mesmo que você não seja fã de esportes, essa é uma oportunidade para sair da zona de conforto e explorar um gênero diferente. Histórias como Eva dos Gramados provam que o mundo literário é amplo e fascinante, repleto de possibilidades para tocar o coração e estimular a mente.

Tudo começou numa noite de outono 🥮

Há algo mágico em como os livros nascem. E, no meu caso, A Filha do Meio surgiu em um momento de total incerteza e dor. No silêncio de uma noite fria de outono, onde o vento parecia trazer consigo mais perguntas do que respostas, eu comecei a escrever, sem saber que aquelas páginas seriam o meu refúgio.

O outono se tornava mais frio, mas havia sempre um cobertor nas costas, um caderno no colo e uma caneta que parecia entender minha alma melhor do que eu mesma.

Foi assim que A Filha do Meio começou. Sem grandes pretensões. Apenas páginas inquietas, rabiscadas à luz das noites silenciosas. Era meu refúgio contra o caos interno, e cada folha preenchida carregava um pedaço de mim, lágrimas incluídas.

A história original seria bem mais densa e dramática, pois eu sonhava em escrever um romance rebuscado que pudesse conquistar alguma editora: intrigas, finais previsíveis e muito chororô comercial. Durante meses preparei o #TitaDay com todo carinho, divulguei cada capítulo com a empolgação de quem descobria um sonho — e, mesmo assim, as mesmas leitoras que pediam romance a plenos pulmões me abandonaram quando descobriram que Simplesmente Tita não girava só em torno de amores adolescentes. Primeiro, pressionaram por mais drama; depois acusaram meu enredo de ter perdido a graça quando o romance não era o centro de tudo; e, por fim, trocaram-me pelas autoras burguesas do Wattpad e pelo “feminismo” de Twitter, com suas sick lit, ficção aborrescente e comédias românticas cheias de clichês manjados — justamente o que o mercado exige. É curioso que quem me cobrava pautas identitárias nunca exigisse o mesmo engajamento social das patricinhas que celebravam seus best-sellers formatados. A culpa não era da Tita, mas minha: por tentar agradar a um tribunal que vendia meu espaço à primeira novidade e por me prender ao que esperavam de mim, esqueci do que eu realmente queria contar.

Foi a Jana quem me salvou. Ao segurar minha mão, ela mostrou que esses dramas forçados não eram a nossa vibe. Ela trouxe para a história — e para a minha vida — personagens de verdade, gente como a gente, que me deram apoio quando eu mais precisei. Enquanto tentava agradar um tribunal virtual, ela me ensinou a escrever sobre aquilo que pulsa no peito de cada um de nós: famílias simples, lutas diárias, sem salvar o mundo por amor de um homem.

Hoje, a Jana é aquela protagonista impossível de não amar: não vive de frases de efeito nem de finais “felizes para sempre”, mas de coragem para florescer em terreno árido. Ela me mostrou que vale muito mais criar histórias atemporais e honestas do que encaixar-me em qualquer molde comercial.

28 de abril de 2015 não foi apenas uma data; foi o início de algo que se tornaria a minha salvação. Enquanto a vida desmoronava ao meu redor, eu me agarrei àquelas palavras, àquela caneta e ao caderno, como quem encontra um farol em meio à tempestade. O que parecia ser apenas um desabafo vazio se transformou no meu porto-seguro, meu alicerce em um dos momentos mais difíceis da minha vida.

25 de Abril | Dia Internacional de Conscientização sobre Alienação Parental 🧠💔

 


Existem datas que não pedem celebração, mas sim reflexão. O Dia Internacional de Conscientização sobre Alienação Parental, lembrado em 25 de abril, é uma dessas ocasiões. Um lembrete doloroso, porém necessário, de que o amor entre pais e filhos não deveria ser vítima de disputas emocionais, jurídicas ou vaidades. Em tempos de discursos inflamados, é preciso escutar o silêncio das crianças que têm seus laços afetivos cortados — não pela vida, mas por decisões adultas.


O que é a Alienação Parental?

Alienação parental é um termo utilizado para descrever a manipulação psicológica feita por um dos responsáveis (ou ambos, em alguns casos), visando afastar a criança do outro genitor. Isso pode ocorrer por meio de falas, atitudes, mentiras ou omissões que distorcem a imagem de um dos pais, avós ou qualquer figura de afeto.

🧷 Exemplos comuns incluem:

  • Impedir ou dificultar visitas;

  • Desvalorizar ou ridicularizar o outro genitor na frente da criança;

  • Criar falsas memórias ou histórias negativas;

  • Manipular sentimentos com chantagens emocionais.

O impacto disso na saúde mental da criança pode ser devastador: insegurança, ansiedade, baixa autoestima, dificuldade de estabelecer vínculos duradouros e até depressão.


O Caso da Meire em Simplesmente Tita

Pode parecer só ficção, mas a história de Simplesmente Tita é, infelizmente, o retrato de muitas famílias. Meire, a mãe de Tita, impede o pai, Félix, de manter qualquer contato com a filha, mesmo quando a menina deseja vê-lo. Ao longo da história, a criança cresce envolta em meias-verdades, ressentimentos e dúvidas sobre o próprio valor — como se o amor tivesse sido cancelado por decreto.

A série propõe uma reflexão não somente sobre o sofrimento dos pais alienados, mas sobre o impacto disso nas crianças, que crescem com buracos na alma que nem sempre o tempo cura.


Curiosidades e informações importantes

📜 No Brasil, a alienação parental é crime. A Lei 12.318/2010 prevê punições para quem comete esse tipo de conduta.

🧠 A psicologia infantil reconhece a alienação parental como uma forma de abuso emocional. Especialistas alertam para os danos psicológicos a longo prazo.

📈 Cresce o número de processos relacionados ao tema. Muitos casos são judicializados, o que torna ainda mais difícil a solução amigável.

💬 Frases comuns da alienação parental disfarçam abuso:

  • “Seu pai te abandonou!”

  • “Sua mãe não quis saber de você.”

  • “Se você gostar do seu pai, vai me magoar.”


Como ajudar ou agir em casos de alienação parental?

🔍 Informe-se: conhecimento é a melhor forma de prevenção.
👂 Escute: Crianças não têm culpa nem devem ser escudos emocionais.
📣 Denuncie: Se você conhece um caso, acione o Conselho Tutelar ou o Ministério Público.
💜 Apoie projetos que incentivem a guarda compartilhada com respeito e diálogo.
📝 Incentive narrativas como a de Tita, que trazem esse debate de forma sensível e realista.


Conclusão

No dia 25 de abril, não se trata somente de lembrar a existência de um problema, mas de olhar para as consequências que ele deixa nas almas pequenas. A alienação parental é uma ferida invisível, mas com efeitos profundos. Que este dia nos inspire a sermos adultos melhores, mais conscientes e menos egoístas — para nenhuma criança crescer acreditando que o amor pode ser sequestrado.


Referências (ABNT)

BRASIL. Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 ago. 2010.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Alienação Parental: Uma Visão Psicológica. Brasília, 2016. Disponível em: https://site.cfp.org.br/publicacao/alienacao-parental-uma-visao-psicologica/. Acesso em: 23 abr. 2025.

23 de abril | Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais


O Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, celebrado em 23 de abril, é muito mais do que uma data no calendário: é uma homenagem à força da palavra escrita, à criatividade humana e ao direito de cada autor de ver sua obra respeitada. É um convite a refletirmos sobre o poder que os livros têm de educar, emocionar, questionar, libertar.

Instituída pela UNESCO em 1995, a data marca simbolicamente o falecimento de três gigantes da literatura: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega, todos no dia 23 de abril de 1616 (segundo diferentes calendários).

Por que celebrar os livros?


Os livros são mais do que páginas impressas. São portas para outros mundos, janelas para novas ideias, companheiros silenciosos em tardes solitárias ou motores de grandes transformações sociais. Por meio deles, aprendemos a linguagem, conhecemos culturas, resgatamos memórias, projetamos o futuro.

  • Sejam físicos ou digitais, livros:
  • Despertam o pensamento crítico;
  • Fortalecem a educação e a democracia;
  • Preservam a história e a diversidade cultural;
  • Inspiram gerações.

Proteger quem cria é respeitar a cultura

O mesmo dia também é dedicado à valorização dos direitos autorais, um aspecto fundamental da produção literária e artística. Esses direitos garantem que os autores sejam reconhecidos e remunerados pelo seu trabalho, protegendo suas obras contra cópias ou usos indevidos.
  • A defesa dos direitos autorais:
  • Incentiva a criação artística e intelectual;
  • Valoriza o trabalho criativo;
  • Promove o acesso responsável à cultura.
Consumir livros de forma legal, respeitando os direitos de quem escreveu, é uma forma de apoiar a arte e manter a cultura viva.

Democratizar a leitura é preciso


Apesar de sermos um país de grandes escritores, o Brasil ainda enfrenta desafios quando o assunto é leitura. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2020), 44% da população brasileira não é considerada leitora. Isso se deve a diversos fatores: falta de acesso a livros, incentivo limitado nas escolas, e até questões socioeconômicas.

Iniciativas como bibliotecas públicas, clubes de leitura, feiras literárias e projetos comunitários são fundamentais para democratizar o acesso ao livro e formar leitores.

Como celebrar o Dia Mundial do Livro?


  • Leia (ou releia) um livro que te marcou;
  • Compartilhe uma recomendação com alguém;
  • Apoie autores independentes e editoras locais;
  • Visite uma livraria, biblioteca ou se envolva em projetos de incentivo à leitura;
  • Divulgue nas redes sociais o quanto a leitura transforma.

Neste 23 de abril, celebre os livros como instrumentos de liberdade. E lembre-se: ler é um direito, escrever é um dom, publicar é um ato de coragem. Respeitar tudo isso é valorizar o que temos de mais humano: a palavra.

Terças com Tita | Tita e a Páscoa de 1998: Titanic, sonhos e expectativas perdidas

 


A Páscoa de 1998 foi marcada por sonhos, nostalgia e grandes expectativas. Para Tita, de Simplesmente Tita, aquela época parecia carregada de promessas. A maior delas? Finalmente assistir ao filme Titanic, que não só era o maior sucesso nos cinemas, mas também fazia parte das conversas, das emoções e dos suspiros de toda uma geração.

Mary Recomenda | A Garota do Mar - Molly Knox Ostertag 🌊



Hoje é sexta-feira e tem edição especial do Mary Recomenda. Se você está em busca de uma leitura que combina romance, fantasia e uma jornada de autodescoberta, A Garota do Mar é a escolha perfeita! Escrito por Molly Knox Ostertag, autora da trilogia Menino Bruxa, este livro é uma graphic novel que encanta pela sua narrativa envolvente e ilustrações deslumbrantes.

9 de abril | Dia da Biblioteca | Tita e o mundo dos livros 📚


Desde pequena, Tita sonhava com bibliotecas que fossem como mundos mágicos, repletos de aventuras e descobertas. Enquanto enfrentava os desafios da infância, os livros sempre foram um refúgio, permitindo que ela imaginasse novos horizontes e descobrisse a força dentro de si.

Mary Recomenda | Livros para celebrar a diversidade assexual 📚 🖤💜

A assexualidade é uma orientação sexual muitas vezes invisibilizada e estigmatizada, mas cuja representatividade tem dado passos significativos no universo literário. Nesta edição extraordinária do Mary Recomenda, selecionei alguns livros incríveis que trazem personagens assexuais, explorando suas vivências e enriquecendo a literatura com a diversidade que tanto amamos. Vamos mergulhar nesse universo? 🖤💜

Mary Recomenda | Um ratinho chamado Miika - Matt Haig 🐭 📘

 

Às vezes, é preciso um pequeno rato para nos ensinar as maiores lições da vida.

O Mary Recomenda de hoje está no clima do Dia Mundial do Rato, tanto que foi difícil escolher qual seria a indicação desta semana. Entretanto, esta obra do também autor do best-seller A Biblioteca da Meia-Noite, Matt Haig, foi a selecionada porque, além de ter um simpático rato no papel principal, também apresenta uma história leve, que mescla fantasia e a busca por pertencimento.

Mary Recomenda | A Pátria de chuteiras - Nelson Rodrigues 🏟️⚽


Se você, assim como eu, ama futebol, reserve um lugar para a resenha porque o Mary Recomenda de hoje está imperdível. Hoje é dia de mergulhar na alma desse esporte tão brasileiro, na companhia de um clássico que fala muito mais do que partidas e times, explora as emoções, os dramas humanos e os valores que fazem do futebol mais do que um esporte ou uma paixão, uma filosofia de vida. Com vocês, A Pátria de Chuteiras, de Nelson Rodrigues💛

Mary Recomenda | As boas mulheres da China - Xinran



Hoje tem edição especial do Mary Recomenda e com um livro que há muito tempo eu queria trazer para vocês, uma obra densa, profundamente realista, necessária e dolorosa. Aqui não queremos trazer romances de banca e seus clichês ridículos, queremos questionar, nos transformar e conhecer mais do mundo do que apenas a superfície, por isso, se você prefere se iludir com capas de caras sem camisa e enredos previsíveis, o OCDM não é para você.

Por que escolhi esse livro?

Sempre tive curiosidade de entender como vivem as mulheres chinesas. Queria ir além dos estereótipos, mergulhar no cotidiano de quem sobreviveu às repressões políticas, familiares e sociais de um país que mudou radicalmente em poucas décadas. As Boas Mulheres da China, de Xinran, me ofereceu muito mais que isso. Foi uma leitura que me marcou para sempre — e me acompanhou em um momento pessoal difícil, quando eu mesma enfrentava perdas e dores.


Quem é Xinran?

Xinran nasceu na China em 1958 e cresceu durante a Revolução Cultural. Foi uma das primeiras mulheres a conseguir espaço no rádio nacional com um programa noturno chamado “Palavras na Brisa Noturna”, em que ouvia relatos de mulheres comuns — donas de casa, camponesas, intelectuais, operárias. A cada ligação, desabava um universo de sofrimento, resiliência e silêncio.

Após imigrar para o Reino Unido nos anos 1990, Xinran começou a escrever sobre essas histórias. As Boas Mulheres da China foi seu primeiro livro e se tornou um marco na literatura de denúncia social e de gênero.


📻 O poder do rádio como espaço de escuta

Na China dos anos 1980 e 1990, dominada por censura e silêncio, o rádio era um dos únicos canais onde as pessoas se sentiam seguras para contar suas histórias. Xinran, com sua escuta acolhedora e cuidadosa, transformou as ondas sonoras em um abrigo para a dor — especialmente das mulheres, que muitas vezes nunca haviam tido permissão para falar.


🌧️ Histórias que marcaram a leitura

Uma das mais impactantes é a da menina e da mosca — dolorosa, simbólica e quase insuportável. Há também o relato de uma mulher que acreditava que o silêncio e a obediência seriam recompensados, mas descobriu que a dor podia ser eterna.

"Minhas esperanças foram completamente destruídas. Minha própria mãe me dizia que tolerasse os abusos de meu pai. Onde estava a justiça disso?"

Essas vozes atravessam as páginas como gritos abafados que, enfim, ganham eco.


🏯 Contexto histórico: antes, durante e depois da Revolução Cultural

A leitura ganha ainda mais força quando compreendemos o que se passava na China:

  • Antes de 1966: o fracasso do Grande Salto Adiante deixou milhões mortos por fome.

  • Durante a Revolução Cultural (1966–1976): perseguições, prisões, humilhações públicas e campos de “reeducação”.

  • Após 1976: com a morte de Mao Tsé-Tung, inicia-se um processo lento de reconstrução social, econômica e institucional.

As mulheres foram as mais afetadas: perderam direitos, carreiras, filhos, identidade.


🇨🇳 E a China atual?

Desde as reformas de Deng Xiaoping, a China passou por uma explosão econômica. Mas questões de gênero continuam marcadas por:

  • Controle estatal sobre corpos (como a política do filho único até 2015)

  • Patriarcalismo profundo, mesmo com leis de igualdade

  • Pressão estética, econômica e familiar sobre as mulheres

Mesmo hoje, feministas são perseguidas, e a liberdade de expressão ainda é limitada. Xinran nos ajuda a perceber que a luta continua, sob outras formas.


💔 A leitura e meu momento pessoal

Quando li esse livro, eu enfrentava desafios no trabalho e havia perdido meus hamsters — criaturas pequenas que faziam parte do meu cotidiano e do meu afeto. As histórias de Xinran, paradoxalmente, me acolheram. Me fizeram entender que há dores universais e que ouvir o outro também pode ser uma forma de sobreviver.

"Eu costumava sonhar que encontraria um jeito de lavar a minha dor, mas será que posso lavar a minha vida?"


🌿 Conclusão: uma leitura que transforma

As Boas Mulheres da China não é só um livro de histórias. É um arquivo de memórias que quase foram apagadas. Um grito por justiça, por empatia, por memória.

"Quando alguém mergulha nas próprias recordações, abre uma porta para o passado; a estrada lá dentro tem muitas ramificações, e a cada vez o trajeto é diferente."

✊ Reflita comigo:

Quais vozes estão sendo silenciadas hoje, aqui, ao nosso redor? Afinal de contas, tanto aqui quanto na China, ainda estamos muito distantes de um mundo seguro para nós, mulheres.

Em clima de reflexão, o Mary Recomenda de hoje chega ao fim, mas você pode acompanhar nossas análises anteriores, caso queira. Obrigada por chegar até aqui, um forte abraço e até sempre!

Mary Recomenda | Amêndoas - Won-pyung Sohn

Para a alegria de vocês, o Mary Recomenda desta semana já está no ar e a indicação, inclusive, pode ser uma boa pedida para o feriadão. Naturalmente, não é um livro indicado para todos os públicos porque não se trata de uma leitura tão simples e fácil, porém, se você é aquela pessoa que topa qualquer desafio, te convido a conhecer Amêndoas, da escritora sul-coreana Won-pyung Sohn.

Mary Recomenda | Beleza Perdida - Amy Harmon

 Em celebração ao Valentine's Day, lembrei-me de um livro lido em 2021, que me marcou muito a ponto de eu escrever meus sentimentos a respeito da leitura. Com vocês, Beleza Perdida, de Amy Harmon, publicado originalmente em 2015. O título já é bastante chamativo, a capa também sugere ao leitor uma primeira impressão importante. Iniciei pensando ser um suspense, mas fui arrebatada por uma história de amor, logo eu, que detesto romances. Se toda regra tem sua exceção, eis o caso.

Mary Recomenda | A Cachorra — Pilar Quintana

A temporada de 2025 está no ar.

Estamos de volta, caros amigos do OCDM. A temporada 2025 de Mary Recomenda começou em altíssimo nível, com Contos do Esconderijo, para não nos esquecermos jamais das consequências do ódio e do extremismo. A Cachorra, da escritora colombiana Pilar Quintana, divide opiniões, mas cumpre com muito brilhantismo o objetivo de envolver os leitores.

Mary Recomenda | Contos do Esconderijo - Anne Frank


Estavam com saudades das minhas recomendações?

Se sim, tenho uma excelente notícia: a temporada 2025 já começou.
Hoje é dia de Mary Recomenda e também de lembrar do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, comemorado no mundo todo em 27 de janeiro. A data também nos recorda do décimo-segundo aniversário daquela tragédia sem precedentes em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que comoveu o nosso país, no entanto, tenho textos no arquivo do OCDM/WNBM, que vocês podem conferir.
A indicação de hoje é de um livro escrito por uma vítima do Holocausto que sofreu na pele os terrores de um campo de concentração. Embora ela não tenha sobrevivido para respirar os ares de liberdade e presentear o mundo com mais histórias, seu legado nos inspira até hoje.
Mesmo tendo sua voz duramente silenciada em agosto de 1944, Anne Frank nos deixou um diário que serve de exemplo em vários sentidos e nos mostra que a esperança de dias melhores resiste até nos momentos mais sombrios.

Mary Recomenda | A Pindonga Azarada

Quem gosta de festa junina tem grandes chances de amar a edição extraordinária do Mary Recomenda , em clima de São João. Não vou...