Arquivo Malacubaca | Noviça e o ET de Varginha (1996)
BOLETIM EXTRAORDINÁRIO | ROUBO AO MUSEU DO LOUVRE
Nas Lentes da Malacubaca (edição extraordinária) | Revolução Francesa e o preço da ruptura
Em busca destas e outras respostas, a equipe do OCDM preparou uma edição extraordinária para compreendermos mais profundamente as circunstâncias de um evento que marcou o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea.
Nas Lentes da Malacubaca | Dia Mundial do Rock: da rebeldia ao ringtone de operadora
Quando o grito virou trilha de comercial — e ainda assim, resistiu.
“13 de julho é Dia Mundial do Rock. Mas o que é o rock — e o que ele se tornou?”
“Entre guitarras distorcidas, censura, rebeldia de palco e figurinha em álbum teen, o rock foi da revolução à indústria.”
📺 Introdução
“Quem transformou o barulho em símbolo?”
“Como um gênero nascido na fúria virou trilha de propaganda de carro?”
No dia 13 de julho de 1985, o mundo assistia a um dos maiores festivais da história: Live Aid, evento simultâneo em Londres e na Filadélfia com lendas como Queen, U2, Led Zeppelin, David Bowie e The Who, transmitido para mais de 1 bilhão de pessoas.
A data ficou conhecida, com o tempo, como Dia Mundial do Rock — embora essa celebração só tenha pegado mesmo no Brasil.
E é aqui que a história fica mais interessante.
🗿 Origens e contracultura: quando o rock era revolução
Nascido da mistura entre blues, gospel e música negra nos Estados Unidos dos anos 1950, o rock foi, desde o início, um grito incômodo. Não era sobre técnica. Era sobre atitude.
Nos anos 60 e 70, o rock foi:
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Motor do movimento hippie;
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Trilha sonora contra a Guerra do Vietnã;
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Expulsão do “bom gosto” da elite;
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Sinônimo de juventude barulhenta, suada e pensante.
De Jimi Hendrix queimando guitarras a Raul Seixas pregando sociedade alternativa, o rock ainda não cabia em comerciais — mas cabia em corações indignados.
🇧🇷 O Brasil descobre o rock — e o censura
No Brasil, o rock chegou com Tim Maia, Roberto Carlos (sim!), Mutantes e Raul. Mas logo foi vigiado, censurado, perseguido. As bandas que sobreviveram nos anos 70 e 80 o fizeram com resistência criativa.
Com o fim da ditadura, o rock BR explodiu nos anos 80: Legião, Titãs, Barão, Plebe, Ultraje, Paralamas — todos colocando o dedo nas feridas abertas do país.
📻 O rock em 2001
No ano da novela Os Desencontros do Cupido, o rock já vivia um novo ciclo:
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A explosão de bandas como Linkin Park, Evanescence, Nickelback, The Strokes;
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O boom do emo/screamo alternativo no underground;
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No Brasil, CPM 22, Detonautas, Pitty e Charlie Brown Jr. ganhavam força;
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O rock voltava a ser “coisa de jovem” — mas agora disputando espaço com o pop pasteurizado.
Muitos diziam: “o rock morreu.”
Mas, na verdade, ele só havia mudado de roupa — e de gravadora.
🎧 Reflexão final
O rock não acabou. Ele só não está mais nas paradas — está nos porões, nos fanzines, nas playlists caseiras e nos gritos abafados.
“Enquanto houver injustiça, haverá alguém escrevendo uma música de três acordes para enfrentá-la.”
O rock pode não salvar o mundo. Mas sempre terá um microfone ligado para quem quer gritar.
📚 Referências (ABNT)
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NAPOLITANO, Marcos. Seguindo a canção: engajamento político e indústria cultural na MPB (1959-1969). São Paulo: Annablume, 2001.
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TRINDADE, Fábio. A história do rock brasileiro. São Paulo: Panda Books, 2007.
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WIKIPÉDIA. Dia Mundial do Rock. Wikipédia: a enciclopédia livre, 2024. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Mundial_do_Rock. Acesso em: 15 jun. 2025.
Nas Lentes da Malacubaca Especial | Missão Mengão – Perdido em Orlando
Nas Lentes da Malacubaca | Criminalidade, medo e o boom dos carros blindados no Brasil
2001: Quando o medo virou mercado — e o Brasil se blindou
Especial 2001 – Os Desencontros do Cupido
“No Brasil de 2001, blindar um carro não era mais questão de luxo. Era escudo. Era sobrevivência.”
🔐 Introdução
“O que acontece quando a violência ultrapassa os muros da casa?”
“E quando andar pela rua exige planejamento, rota, horário e fé?”
Em 2001, o Brasil não enfrentava uma guerra declarada. Mas a sensação de insegurança era coletiva, cotidiana, cravada no imaginário urbano. Nas grandes cidades, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, o medo da violência transformou não só comportamentos, mas também mercados inteiros.
Foi o ano em que o setor de blindagem automotiva bateu recordes. Em paralelo, o país acumulava mais de 50 mil homicídios por ano. A mídia explorava o terror, os políticos prometeram segurança, e a população — quem podia — blindava o carro para não precisar blindar o próprio coração.
🔫 O Brasil às avessas: segurança como produto de luxo
A virada do século marcou a consolidação da blindagem automotiva como símbolo de status e de autoproteção. Entre 1996 e 2001, a demanda por carros blindados cresceu mais de 700%. Só naquele ano, mais de 3 mil carros foram blindados em São Paulo.
A blindagem virou fetiche. Havia fila de espera em oficinas especializadas. Empresários, artistas, políticos — e até celebridades emergentes da televisão.
“Era como andar com um cofre sobre rodas”, disse um cliente anônimo da zona sul.
📉 Uma estatística que gritava
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Homicídios em 2001: mais de 52 mil, segundo o IBGE;
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São Paulo e Rio lideravam o ranking de crimes violentos;
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O medo gerou um aumento da vigilância privada, alarmes, porteiros armados, cercas elétricas e câmeras analógicas com imagem granulada.
Mas o problema não era só a criminalidade em si. Era a sensação de impunidade, desigualdade, abandono do Estado. Quem podia se proteger, pagava. Quem não podia… era deixado no escuro.
🎙️ Nas Lentes da Malacubaca
Em abril de 2001, Carmen Angélica Esteves foi enviada a São Paulo para cobrir a “nova moda da blindagem”, com sua conhecida ironia ácida:
“Há uma nova tendência nas ruas da elite paulistana: não fazer contato visual e ignorar o mundo por trás do vidro à prova de balas.”
Na matéria, Carmen entrevista:
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Um empresário que blindou dois carros por medo dos semáforos;
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Um motoboy que sofreu tentativa de assalto cinco vezes — e disse que “não é o vidro que salva, é Deus”;
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E um sociólogo que definiu bem: “Blindagem é o modo mais caro de fugir da realidade.”
flexão final
O Brasil de 2001 se blindava de tudo: da dor, da violência, da pobreza que crescia ao redor.
Mas nenhuma blindagem era capaz de conter a rachadura invisível da confiança coletiva.
“Quando o medo vira mercado, a liberdade deixa de ser um direito — e passa a ser uma aposta cara.”
📚 Referências (ABNT)
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CALDEIRA, Teresa P. R. do R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Edusp, 2000.
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WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2002: os jovens do Brasil. Brasília: UNESCO/INEP, 2002.
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FOLHA DE S.PAULO. “Blindagem vira febre em SP”. Folha Online, São Paulo, 28 jul. 2001. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 15 jun. 2025.
Nas Lentes da Malacubaca | 11 de setembro
Em 11 de setembro de 2001, quatro aviões comerciais foram sequestrados nos Estados Unidos e usados como armas de ataque suicida contra alvos civis e militares. Dois deles atingiram as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Um colidiu com o Pentágono, e o último caiu em um campo na Pensilvânia.
Mais de 2.900 pessoas morreram, e o planeta inteiro entrou em estado de choque. Foi o maior atentado terrorista da história moderna — e mudou o mundo de maneira irreversível.
🌍 Um mundo (ainda) pré-internet
Em 2001, a maior parte das pessoas não tinha celular com internet, muito menos redes sociais. As notícias chegavam pela TV, pelo rádio e pelos jornais. Quando as imagens começaram a circular, muitos acharam que se tratava de um filme.
🕰️ Linha do tempo dos atentados
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8h46 (hora local): Voo 11 da American Airlines atinge a torre norte do WTC.
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9h03: Voo 175 da United Airlines atinge a torre sul — ao vivo.
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9h37: Voo 77 colide com o Pentágono.
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9h59: Torre sul desaba.
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10h03: Voo 93 cai na Pensilvânia, após passageiros tentarem retomar o controle.
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10h28: Torre norte desaba.
Em menos de duas horas, os EUA e o mundo estavam em pânico. O espaço aéreo americano foi completamente fechado. Todos os voos cancelados. Escolas evacuadas. O planeta inteiro em estado de alerta.
🧨 O que causou os ataques?
O grupo terrorista Al-Qaeda, liderado por Osama bin Laden, assumiu a autoria. Segundo os próprios comunicados, os atentados foram uma retaliação à presença militar dos EUA no Oriente Médio, especialmente na Arábia Saudita, e ao apoio aos governos de Israel.
As investigações confirmaram:
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19 sequestradores coordenados;
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Treinamento feito no exterior e em escolas de aviação nos EUA;
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Falhas internas de segurança e inteligência.
🔁 As consequências imediatas
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Guerra ao terror: Os EUA invadem o Afeganistão em outubro de 2001, iniciando a caçada a Bin Laden e ao Talibã.
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Leis antiterroristas: Como o Patriot Act, que aumentou o poder de vigilância do governo sobre cidadãos e estrangeiros.
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Medo generalizado: Islâmicos e árabes passaram a ser alvos de preconceito e xenofobia em todo o mundo.
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Mudança nos aeroportos: Revistas mais rigorosas, retirada de sapatos, proibição de líquidos — tudo nasceu ali.
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Impacto cultural: Músicas, filmes e séries foram modificadas ou suspensas. O humor ficou mais contido. A confiança no futuro, também.
📚 Referências (ABNT)
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COUTINHO, Carlos Eduardo. Os impactos do 11 de setembro na política internacional. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 44, n. 2, 2001.
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BBC NEWS BRASIL. 11 de setembro: o que foi, por que aconteceu e quais as consequências. BBC, 11 set. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-58481649. Acesso em: 15 maio 2025.
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WIKIPÉDIA. Atentados de 11 de setembro de 2001. Wikipédia: a enciclopédia livre, 2023. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atentados_de_11_de_setembro_de_2001. Acesso em: 15 maio 2025.
Nas Lentes da Malacubaca | Apagão 2001: o Brasil às escuras
Apagão 2001: o Brasil às escuras
Com Carmen Angélica Esteves, correspondente especial da Malacubaca
“O que acontece quando falta luz em um país que já anda no escuro há muito tempo?”
“Como o Brasil, a maior potência elétrica da América do Sul, precisou racionar energia em pleno século XXI?”
Nesta edição de Nas Lentes da Malacubaca, voltamos ao ano de 2001 para entender como o Brasil mergulhou em um apagão histórico — e como milhões de brasileiros adaptaram suas rotinas para viver com o mínimo.
Dos chuveiros desligados às velas na sala de estar, foi um tempo de economia forçada, mas também de engenhosidade popular.
Uma crise que revelou não só a fragilidade do sistema energético, mas também a força — e a paciência — de um povo inteiro.
Nas Lentes da Malacubaca 🎥 | Crise econômica de 2001
Argentina 2001: o ano em que o povo disse basta
Por Mary Luz
“O que faz um povo bater panelas até derrubar um presidente?”“Como uma economia que prometia estabilidade virou sinônimo de desespero?”Nesta edição, Nas Lentes da Malacubaca mergulha em um dos episódios mais marcantes da história recente da América do Sul: a crise argentina de 2001.
Imagens de saques, protestos e cacerolazos tomaram conta do mundo. Mas o que levou um país inteiro ao colapso?
Nas Lentes da Malacubaca | Batalha do Tuiuti: a maior carnificina da América do Sul
O que aconteceu em 24 de maio de 1866 — e por que essa data virou nome de rua (mas nunca de luto nacional)
Por Mary Luz
Em muitas cidades brasileiras, inclusive Curitiba, existe uma Rua 24 de Maio. Muita gente passa por ela todos os dias sem saber que carrega o nome de uma das batalhas mais sangrentas da história da América Latina: a Batalha do Tuiuti, travada durante a Guerra do Paraguai.
Neste post, vamos entender o que foi essa batalha, por que ela marcou a guerra, e como o Brasil entrou num conflito que quase destruiu um país vizinho — mesmo já devendo até os fundilhos das ceroulas para a Inglaterra.
Malacubaca | Noviça se pronuncia sobre sua fama de pé-frio na copa
Por Noviça (A Inteligência Artificial precisará comer muito feijão com arroz para alcançar o mindinho do meu lindo pé direito. Aí, sim, a ...
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Os ventos que atuam no Brasil variam conforme a região, a estação do ano e a circulação geral da atmosfera. Alguns são constantes, outros ...
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O Hospital Erasto Gaertner, referência no tratamento oncológico no Paraná, está com os estoques de sangue O- e A- em níveis crít...


