📚 Os Cadernos de Marisol
🌳 Toda árvore começa pequena. Algumas crescem sozinhas, outras em meio a roçados, quintais, calçadas rachadas ou matas esquecidas. Todas carregam história. A nossa também.
O Dia da Árvore é celebrado no Brasil desde os anos 1970, mas ganhou mais atenção com a expansão da educação ambiental na década de 1990. A escolha do 21 de setembro, próxima ao início da primavera no hemisfério sul, tem valor simbólico: é o tempo do florescer, do renascer, do verde que insiste mesmo depois do cinza.
-
Escutam segredos.
-
Guardam risos de infância.
-
Amparam balanços de pneu, festinhas de aniversário, tardes de tédio.
-
E são as primeiras a sentir quando a rua muda, quando a cidade se apressa, quando a vida corre demais.
🌿 Toda árvore é também um diário que não responde, mas sempre está ali.
-
Ipê-amarelo, símbolo nacional da resistência
-
Pau-brasil, cuja exploração marcou nossa história
-
Castanheira, que guarda sementes imensas e histórias maiores ainda
-
Jacarandá, cedro, peroba, seringueira, aroeira, jequitibá
✎ Memórias que florescem: Zezé e Rubem Alves entre as árvores
📖 “O meu pé de laranja-lima era o meu segredo. A única criatura do mundo que sabia que eu estava triste.”
Zezé encontrou numa árvore o que faltava nos braços da própria casa.
Em Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcelos plantou uma amizade que chorava, sonhava e partia — como tantas infâncias marcadas pela dureza do mundo. E talvez por isso esse livro tenha marcado tanta gente: porque lembrar de uma árvore é também lembrar de como a gente sobreviveu.
🌼 Já Rubem Alves via nos ipês-amarelos uma forma de resistência da beleza.
Amava observar quando floresciam em setembro, mesmo depois do frio, mesmo com a cidade indiferente.
Dizia que os ipês ensinavam o valor da surpresa, da gratuidade, do encanto que não serve para nada — e por isso mesmo é essencial.
“As flores dos ipês são inúteis. E talvez por isso mesmo sejam tão importantes.”
🌳 Zezé se despediu da sua árvore com lágrimas.
Rubem abraçava as suas com palavras.
E nós seguimos — lembrando, plantando, florindo… à nossa maneira.