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Simplesmente Tita: os 500 anos que ela não conseguiu comemorar

Para Tita, os 500 anos do Brasil não eram um motivo de celebração, mas uma oportunidade de reflexão.

Parece que foi ontem, mas há exatos 25 anos, o Brasil se preparava para as comemorações dos 500 anos de seu descobrimento. Para quem nasceu depois disso, a terceira temporada de Simplesmente Tita traz uma reflexão profunda sobre a data, onde a personagem central se vê diante de um dilema ao questionar aspectos importantes sobre os registros históricos e os absurdos praticados pela diretora da escola, Norma, em prol do “Grande Dia”. Aos 12 anos, Tita já percebia as contradições e as marcas deixadas pela colonização, refletindo sobre o real impacto desse aniversário para o país.

O Dilema de Tita: Comemorar ou Questionar?

Tita, com seu olhar crítico, observava a diretora Norma transformando o evento em um espetáculo. A coleta de dinheiro dos alunos e as arrecadações de chocolates e doces, que muitas vezes eram desviados para a família da diretora, aumentavam o desconforto da menina. “Como comemorar algo que começou com a destruição das culturas dos povos originários?”, essa era a pergunta que ecoava em sua mente.

Antes da chegada dos colonizadores, os povos tradicionais da região já possuíam suas próprias culturas, costumes e tradições. Tita não entendia como o Brasil poderia celebrar os impactos da colonização enquanto ainda carregava tantas cicatrizes históricas. Esse conflito entre o entusiasmo da escola e sua percepção crítica dificultava sua participação na festa com qualquer tipo de alegria.

O Concurso de Beleza: Reflexão sobre Representatividade

Durante os preparativos para as comemorações, a diretora Norma anunciou com entusiasmo a realização de um concurso de beleza entre as alunas, para “valorizar a cultura brasileira e a beleza da juventude”. Para Tita, a proposta soava completamente fora de lugar.

“O que isso tem a ver com educação?”, ela se perguntava. “E como podemos falar de representatividade se todas as meninas que ganham esses concursos seguem um padrão que nem parece com a maioria de nós?”

Tita observava as candidatas e percebia que os elogios da escola recaíam sempre sobre meninas de olhos claros, cabelos lisos e traços eurocêntricos — um reflexo direto do apagamento de tantas outras belezas brasileiras. O concurso, assim como a festa dos 500 anos, parecia mais uma encenação do que uma verdadeira homenagem à diversidade do Brasil.

Celebrar o quê?

Para Tita, os 500 anos do Brasil não eram um motivo de celebração, mas uma oportunidade de reflexão. Ela expressava suas ideias de maneira criativa e sempre buscava formas de dar voz aos que, como os povos originários, muitas vezes ficavam à margem das celebrações.

Apesar de sua revolta silenciosa, Tita nunca perdeu a capacidade de pensar além do que estava sendo mostrado. Para ela, a festa parecia ignorar uma parte essencial da história, deixando de lado a resistência e as lutas dos povos tradicionais que já habitavam o território brasileiro. Mesmo tão jovem, sua mente estava dividida entre a inocência da infância e o despertar de um pensamento crítico.

Indagação e inquietação

Norma, a diretora da escola, estava determinada a tornar a celebração dos 500 anos grandiosa. Isso significava pedir contribuições financeiras para bancar a festa e até arrecadar chocolates e doces, que misteriosamente nunca chegavam à festa, mas sim à casa da própria diretora.

Tita observava tudo com desconfiança. Aos 12 anos, ela ainda não sabia exatamente como expressar sua indignação, mas algo estava claramente errado. Como alguém podia celebrar uma história marcada pela exploração e, ao mesmo tempo, reproduzir gestos tão questionáveis?

“Por que estamos comemorando, se ainda carregamos as marcas dessa colonização?”

Enquanto todos ao seu redor estavam envolvidos na euforia da celebração, Tita se via cada vez mais distante. As bandeirinhas e os sorrisos ensaiados pareciam ocultar as feridas abertas pela história. “Como podemos comemorar algo que começou com a chegada dos colonizadores, que arrancaram terras e sonhos dos povos que já viviam aqui?” ela pensava, sem encontrar respostas satisfatórias.

O olhar crítico de Tita: uma oportunidade de reflexão

Tita tentou participar da festa, mas seu coração estava em outro lugar. Ela não conseguia se enganar com o que via. A comemoração parecia mais sobre os interesses pessoais da diretora do que uma verdadeira reflexão sobre o país. A pergunta “Por que estamos comemorando?” ecoava em sua mente, e ela sabia que algo estava muito errado.

Em meio ao caos, Tita encontrou formas de expressar sua revolta e sua visão crítica. Ela buscava maneiras de valorizar as vozes que ficaram à margem e de lembrar que o Brasil era muito mais do que o que estava sendo comemorado naquela festa escolar. E assim, ela continuava a refletir sobre o passado, o presente e o futuro do Brasil, questionando e desafiando as verdades que muitos estavam dispostos a aceitar sem questionar.



Crônicas Desbocadas | A escolhida e a esquecida

 Crônicas de uma atendente cansada de ouvir que a vida é justa para quem “merece”.


Tem gente que nasceu com o cabelo certo, a pele lisa, o nome que soa bem até quando o vento sopra. Gente que tem um sorriso no canto da boca, mas um mundo inteiro dobrado aos seus pés. Gente como ela. 

A influencer que minha mãe segue com devoção quase religiosa, a quem chamarei aqui de “a Escolhida”, porque é assim que ela parece se sentir: escolhida por Deus, pelo algoritmo e pelo marido — um sujeito manso, prestativo, que vive se dobrando para atender aos caprichos dela.

A Escolhida é branca, magra, de cabelo escorrido como comercial de xampu. Mora no interior de São Paulo, numa casa que mais parece cenário de novela da Globo, e começa os vlogs dizendo: “Ai, gente, desculpa estar meia desgrenhada hoje” — mesmo com filtro, maquiagem impecável e short de alfaiataria. Diz ser simples, mas não sabe o preço do arroz. Vai ao mercado comprar “besteirinhas” e volta com três tipos de taça, oito coberturas para sorvete e tudo mais que tiver direito.

Ela não lê livros. Não cursou faculdade. Nunca pegou fila no SUS. Nunca apertou o botão errado da catraca do transporte público porque não sabia se a tarifa tinha mudado. Entretanto, é “abençoada” por não se humilhar por uma miséria na escala 6x1, porque tudo que recebe — e que posta — é “Deus honrando” sua fidelidade. Até o fogão novo (porque enjoou da cor do antigo), segundo ela, foi “presente do céu”. Mal sabe a sebosa que seu céu tem o nome do marido e CPF dele na nota fiscal parcelada.

Ela aparece lavando louça, só para fazer charme e se dizer "gente como a gente", e o marido vem por trás, tenta abraçá-la. Ela ri, diz “Ai, sai daqui, seu gordo!” com aquela risadinha sem graça, deixando o coitado constrangido em rede nacional. Ainda assim, ele continua apaixonado. Monta móveis, edita vídeos, embala surpresas de Páscoa e grava com o maior sorriso do mundo quando ela o manda calar a boca. Amor assim só se vê em filmes... de terror psicológico.

Tem dias em que ela chora durante o devocional — não por arrependimento, mas porque ainda não conseguiu a publi de alguma marca renomada. Diz sofrer porque não tinha sequer um frasco de perfume antes do marido. O sofrimento dela é não ser a Virgínia. 

Ela diz que doa amor, mas não doa móveis. Tudo é vendido — até o berço do filho que já não usa. Porque crente que se preza, segundo ela, não se apega. Só fatura.

Enquanto isso, do outro lado da tela, estou eu.  Fardada de colete feio que gonga a aparência, com os pés latejando, a lombar estourada, tentando disfarçar o cansaço, sorrindo para madame véia mal-humorada que desconta em mim se o time perde ou empata, como se fosse culpa minha que o preço dos comes e bebes sofreu reajuste. Na Páscoa, os colaboradores não ganham nem um simples bombom com frase de almanaque. 

A vida, para algumas, é chocolate importado. Para outras, é o amargo da comparação.

Tem gente que sofre e doa o que pode. Que se contenta em ver o outro feliz com o mínimo. E tem quem ostente até a tristeza, ensaiando lágrimas diante da câmera porque não virou capa da VOGUE Evangélica.

E então, como se o altar do consumo precisasse de mais uma oferenda, ela anunciou — com o mesmo tom doce de quem conta uma revelação celestial — que trocou a cama de casal. Não porque quebrou, não porque precisava, mas porque “tava enjoada, gente”. E o maridinho, claro, correu para comprar a mais cara da loja, como um cordeiro devoto a um altar que nem sequer sabe se é amado de volta.

O curioso — ou revoltante, mesmo — é que ela não doa nada. Nada. Tem mães de verdade, com muito menos, que separam os brinquedos das crianças, as roupas que não servem mais, e dão com alegria, com gratidão, com fé em algo maior que o próprio umbigo. 

E o devocional? Continua. Falar o nome de Deus em vão está em alta, dá engajamento. O cabelo, claro, segue escorrido. Porque frizz é pecado. E quem tem não tem cabelo esticado, quem sua, quem engorda, quem tem olheira, quem sofre calada, não tem uma aliança grossa na mão é só mais uma das outras. As esquecidas.

Eu sou uma dessas.

Sou a que vive tentando ver beleza onde o mundo só vê falha.

Sou a que ri sem ter vontade, porque tem gente por perto.

Sou a que se cansa de fingir que está tudo bem, mas finge mesmo assim.

Ela não é simples, e sim o produto final da fábrica de vaidade digital, disfarçada de evangelho, embalada para presente em reels de supermercado com trilha fofa e maridinho acenando no fundo. E enquanto segue vendendo até os cabides da casa para fazer caixa e comprar outra cafeteira “porque agora eu gosto de outra cor”, a gente aqui se pergunta: até quando o mundo vai premiar esse tipo de gente?

E o pior é saber que ela não está sozinha. Que há todo um sistema que alimenta essa farsa, que recompensa o falso brilho, que transforma arrogância em estilo de vida. E a gente, que só quer existir com dignidade, fica no limbo, esperando que um dia vejam valor onde não há filtro. Porque a gente também ora. A gente também ama. No entanto, o que a gente tem não vira publi. Não viraliza.

Ainda tem um pedaço meu que não desiste. Porque, talvez, um dia, Deus olhe para mim com o mesmo filtro que ela usa nas fotos. E diga: “Agora é a sua vez.”

Mas até lá… eu que lute.

— Nina

(a gata borralheira do reino da desarmonização, anti-clean girl)

Quando a luta pesa mais do que a balança da vida: um desabafo sobre desigualdades



Nem sempre a vida é sobre encontrar a luz no fim do túnel. Às vezes, é sobre reconhecer o peso do que estamos carregando e lidar com a tempestade antes de buscar um novo caminho. Hoje, quero compartilhar a realidade de como é lutar quando o mundo parece dar tudo de bandeja para uns, enquanto outros precisam carregar montanhas nas costas.

Já se sentiu como se a vida fosse uma corrida, onde você está se esforçando ao máximo, enfrentando subidas e obstáculos, enquanto outros simplesmente pegam carona e chegam ao topo sem nem suar?

É assim que, muitas vezes, me sinto na minha trajetória. Enquanto alguns parecem atravessar a vida em uma estrada pavimentada e sem buracos, outros de nós enfrentam subidas íngremes e terrenos acidentados. A diferença de oportunidades não é uma questão de esforço, mas de circunstâncias — e é isso que torna a corrida tão desigual.

Nem sempre há espaço para otimismo. Às vezes, é só a frustração que toma conta. É sobre isso que quero falar hoje, sobre o peso de lutar tanto e sentir que a balança nunca pende para o seu lado.

Recentemente, uma conversa no trabalho me trouxe à tona muitos gatilhos. Ouvir essa história ativou gatilhos profundos em mim, me lembrando das inúmeras vezes em que a vida me empurrou para subidas íngremes enquanto outros seguiam pelo caminho pavimentado. Essa comparação, mesmo involuntária, alimenta uma tristeza que é difícil de ignorar. É desanimador.

Minha trajetória nunca foi simples. Estudei muito, lutei mais ainda, e, mesmo assim, cada passo parece ser seguido por portas fechadas. Sempre aquele gosto amargo de ouvir “não”, enquanto outras pessoas, mais jovens, mais conectadas ou com mais “facilitadores”, simplesmente deslizam por atalhos que nunca imaginei existirem.

Sei que a vida não é justa, mas algumas desigualdades chegam a machucar fisicamente. Comparações são inevitáveis, e, mesmo sem querer, elas acionam gatilhos que me levam a questionar tudo: por que tenho que ralar tanto para tão pouco? O que há de errado comigo? Será que nunca vou ultrapassar essa barreira invisível?

Esses pensamentos não são fáceis de enfrentar, admito não ter respostas ou soluções práticas, tampouco uma mensagem otimista para deixar no final desse texto. Quero acreditar que não estou sozinha nessa luta. Há muitos de nós, correndo maratonas enquanto outros pegam carona.

Talvez minha história seja feita de subidas íngremes e obstáculos intermináveis. Talvez eu nunca veja um caminho pavimentado se abrir para mim. Entretanto, ainda assim, sigo em frente, porque sei que há muitos como eu, batalhando no silêncio e construindo seus próprios caminhos, um passo de cada vez.

Levante a bandeira do respeito ou saia da roda 🌈

Se tem uma coisa que não dá para aceitar é a hipocrisia disfarçada de moralidade. Quem se preocupa tanto em controlar a vida e o amor alheio deveria começar a olhar mais para si. Quem sabe assim descubra que essa obsessão pelo que os outros fazem com sua identidade e afeto nada mais é do que uma forma de fugir dos próprios conflitos. 

10 anos depois: o legado das Jornadas de Junho

 

Em 2013, quando as ruas começaram a se encher de gente protestando contra os absurdos de um Brasil que, no fundo, ainda estava longe de ser o país dos nossos sonhos, eu me vi ali, com a esperança de que algo estava prestes a mudar. Era um momento de empoderamento popular, um grito de quem estava cansado de ser tratado como parte de um rebanho, obedecendo sem questionar. 

Nós, como sociedade, queríamos mostrar que estávamos atentos, que não era só sobre os 20 centavos, mas sobre uma mudança estrutural que exigia mais do que um país que se preparava para sediar uma Copa do Mundo. Queríamos que a mesma energia dedicada ao evento esportivo fosse direcionada para saúde, educação e segurança pública — questões fundamentais que, até hoje, continuam sendo negligenciadas.

Na época, era como se, finalmente, houvesse a possibilidade de um novo caminho. A possibilidade de cobrar de maneira contundente as melhorias que tanto precisávamos. Porém, olhando para 2023, vejo que, se eu soubesse que aquelas manifestações de junho dariam brecha para a ascensão de alguém como Bolsonaro ao poder, jamais teria apoiado aquelas passeatas. Naquele momento, estávamos todos buscando uma mudança, porém não tínhamos a clareza de que a abertura para o novo poderia, paradoxalmente, nos conduzir a um caminho de retrocesso tão doloroso.

Hoje, olhando para trás, percebo que o que estava em jogo não era apenas o cancelamento da Copa. O que realmente queríamos era ser ouvidos. Era exigir que o nosso país fosse mais do que uma vitrine de grandes eventos internacionais; era querer, de fato, um Brasil que funcionasse para todos. Um Brasil que se importasse com a saúde de quem mais precisa, com uma educação digna e com segurança pública de qualidade.

Agora, mais do que nunca, vejo que a luta que começamos em 2013 não foi em vão. Ela só se desvirtuou em alguns momentos, porque, ao invés de refletirmos sobre o verdadeiro papel da sociedade — de cobrar e atuar como agente de mudança —, fomos capturados por discursos de ódio e polarização que, ao final, só causaram divisões ainda maiores no país.

Ainda acredito que o desejo de transformação que nos uniu nas ruas de junho de 2013 é legítimo e continua vivo. O Brasil que queremos não é aquele em que, após grandes eventos, tudo volta à estagnação. 

Queremos um país de justiça, igualdade e, principalmente, que todos possam viver dignamente. Que possamos refletir sobre como a nossa atuação, enquanto sociedade, deve ir além das manifestações esporádicas e se tornar um movimento constante, um esforço contínuo por um futuro melhor para todos.

Abelha-rainha (10/09/2017)


O Fundamental te foi sensacional
Porque você era a abelha-rainha
Mentora intelectual de todo mal
Acompanhada dos fiéis seguidores
Sua última palavra se fez ordem
Boatos reverberaram pelos corredores.

E eu, eu não tive para onde correr...
E eu, eu não tive onde me esconder...
Eu não tive alguém para me socorrer...

Movida pelo ódio tórrido e irracional,
Me acusou de não levar na brincadeira
Os adultos compraram a sua versão,
Que descanse em paz aquela lancheira.

Sua risada sempre me desconcentrou,
Das minhas lágrimas você debochou
Porque minha desgraça te entretinha.
Desfilou nas passarelas de papel picado
Ostentando na cabeça a coroa de latão.
Milhões de reputações você ceifou
Por pura e simplesmente diversão.

E eu, eu não tive como me divertir...
E eu, eu não tive como te impedir...
Eu não tive quem acreditasse em mim...

Textões descrevem a doce infância
Sorrisos, brincadeiras, modinhas.
Naquela fotografia eu não apareço
Tudo o que você me fez passar
Abelha-rainha, eu jamais me esqueço.
Para as atrocidades sem retratação,
Tardará também o desejo de perdão.

Encarregam o tempo de ser, de ser
De ser o grande senhor da razão,
Encarregam o tempo de fazer, fazer
Fazer a justiça dar a cada um
O que por direito é seu, é seu, é seu...

O tempo se atrasou, abelha-rainha,
Do preconceito floresce a intolerância,
O senhor da razão tem a visão míope,
A maldade é formosa e eloquente
E eu, uma criatura magoada e impaciente.

Mimimi, você pode até dizer...
Mimimi, pra você que nunca foi piada,
Tudo o que ofenda a integridade alheia,
É motivo para cair na gargalhada...

Mimimi, você pode até dizer...
Mimimi, porque não é com você...
Mimimi, porque não foi você que cresceu
Olhando a felicidade do alto da janela...

Mimimi, porque você jamais chorou
E padeceu ao inferno da inadequação
Que gente como você à revelia me impôs...

Mimimi, você pode até dizer...
Mimimi eu quero ver quando a justiça se fizer...

Bloqueio criativo

 


O prejuízo da desistência mostra-se incalculável.

Brincou de versejar, ficou repetitiva, cansativa.

Cabe revisar os fatos, incluir humildade no portfólio.


Poesia não tem que ser munição de amargura.

Poesia é vida.

Escrever por amor convoca e comove corações.


Existe amor ou apenas vaidade?

O pedestal é o lugar das ilusões perdidas.

Pensa bem: a realidade só dói para quem não a aceita.

Tem cor de sobra no mundo, o silêncio também é lírico.

Deus sempre sabe o que faz.


Sabe o que Ele quer? Que você aprenda a ser humilde.

Tenha foco. Aceite que nem tudo vai ser do seu jeito.

A escrita é um dom formidável, só que precisa ser lapidado.


Antes de odiar as pessoas, pense que os livros que você tanto ama foram escritos por humanos.

Embora as chances de se machucar sejam grandes, as de ser feliz também são.

Até acontecer, ninguém sabe.

Compartilhe um pouquinho mais de amor e não se prenda aos números.

Se for contabilizar, que sejam os corações tocados.

Mistureba WNBM - A tarde NÃO é sua, é dos anunciantes


Toda tarde é a mesma coisa,
naquela mesma bancada, 
naquele mesmo canal, tudo igual.

A entonação quer me prender,
tem uma última informação,
uma fofoca quente que não devo perder, 
uma confissão bombástica,
detalhe sórdido de um crime hediondo
de repercussão nacional,
junto a um mistério que não se cala.

Desastre é ser a última a saber
quem é o cantor famoso
que teve filho e não paga pensão,
quem é a atriz que está com depressão,
o apresentador que pediu demissão,
a nova polêmica da falsa poderosa,
o namoro arranjado do camisa 10,
amor por contrato, que decepção!

Charlatanismo elitizado,
tem fantasma pedindo o seu espaço.

Pausa para o recado dos anunciantes.
Nenhum programa sobrevive
sem aquelas quinquilharias tomando
de dois em dois minutos
mais da metade do circo televisionado.

Minha bunda tá caída,
aquele aparelho promete levantá-la.
Celulite é vergonhoso ter,
das estrias, o que dirá?
Bora comprar aquele gel de algas
porque ele arde, mas faz efeito.
Tudo para fazer bonito no verão.

Meu cabelo é uma porcaria,
eu devia usar aquela tinta, 
dizem sempre que homem gosta de loira.
Cabelo virgem tá cafona, não compensa,
não chama a atenção.
Hora de abandonar esses cachos
ou então dar um jeito nesse liso sem graça.
Vai ver é por isso que ninguém me olha,
preciso perder a minha barriguinha
com a tal da cinta que come gordura.

Preciso manter a pele sempre jovem
com aquele creme que promete 
o mesmo efeito de uma plástica,
ser linda como a capa da revista.
Eternizada naquele clique, o máximo.

A tal da novidade nunca é revelada,
outra tarde que se foi e eu não aprendi nada.
Continuo sem namorado, sem emprego,
acreditando que há algo de errado comigo.
Sim, é verdade, há...

Porque nunca questionei.
Porque me condicionei a ser público,
a ter minha autoestima massacrada,
o intelecto subestimado.
Porque minha liberdade não faz diferença,
em me expressar, quiçá.

A técnica de depreciação te faz um lixo,
mas é a alma do negócio, faturar com a dor,
a insatisfação lucra, mantém o programa no ar,
e o padrão continua a levar almas
porque muitas mulheres morrem
quando deixam de gostar de si próprias.

Consumir pode me fazer feliz por agora,
mas um vício sempre exige mais,
e eu não quero cavocar nesses defeitos,
que muito provavelmente nem existem
quero do mundo algo mais que futilidade.

Estou no canal errado, com certeza.
E eu posso gostar de sofrer,
viciada em me machucar por não ser,
um ponto no ibope, outra alienada,
outra que se vê piada, sem graça.

O enredo é o mesmo, só o cenário mudou.
Exposição de bundas enormes na tela,
"Gostosas" se preparando para o Carnaval,
algum pagodeiro que engravidou fã
e não cumpre com a responsabilidade de pai,
algum casal de celebridades que está namorando,
algum crime hediondo em São Paulo,
algum artista falecido, a cobertura do funeral.
Eu não quero continuar dando ibope pra isso,
quando tenho em mim a beleza por ser eu,
sou minha própria companhia,
cansei de ser um ponto inútil,
e fechar a hora me sentindo vazia
quando há tantas coisas que preenchem e ensinam,
e servem para nos mostrar o nosso valor.

Até nunca mais!

Um televisor desligado no meio da tarde
faz mais poesia que duas horas de embromação.

História para mulherzinha?

Lutar por um sonho implica desenvolver uma couraça em volta do próprio coração, para não permitir que calúnias, difamações nos tirem o foco, matem a esperança e nos convençam de desistir.
A indiferença do mundo aos nossos esforços faz parte do espetáculo, no entanto, o mesmo reconhecimento que nos projeta para o mundo, também possui a recompensa amarga: os haters. Na verdade, são pessoas desprovidas de caráter, que almejam chamar atenção a qualquer custo, não representam a maioria, nas fazem um estrago daqueles.
A genialidade de um artista não está na genitália, logo, refutar o feminino como se fosse demérito é a atitude dos projetos de homens, que não aceitam que uma mulher possa escrever melhor do que eles e, sim, representar, ainda que de modo simples, as próprias vivências.
Por isso, esses larápios se valem de jargões misóginos para proteger o ego, o orgulho ferido. O ataque não é a melhor defesa? Não só era, como me custou muitas lágrimas. 
Por mais que eles estejam errados, ler insultos me marcou muito. Eles querem o meu silêncio, mas consentir com tanta violência é dar a vitória ao ódio. O conforto é saber que não estou sozinha, uma vez que outras mulheres mundo afora se sentem assim.

2 de maio | Dia Nacional do Humor

Especial - 2 de Maio: Dia Nacional do Humor Feliz Dia Nacional do Humor! O 2 de maio é o dia dedicado a uma das formas mais poderosas de con...