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Arquivo Malacubaca | A televisão que lia pensamentos (2020)

 


Por Marisol de Moura

26 de agosto de 2000

Eu sempre gostei de ir com o meu pai até a emissora, principalmente quando ele estava no ar com o boletim do tempo. Às vezes, passava o dia inteiro por lá e, quando não estava com ele, ficava acompanhando os jornalistas ou ouvindo histórias engraçadas. A Noviça, por exemplo, sempre tinha alguma coisa inusitada para contar. Foi ela quem me apresentou à Jaqueline, a filha dela, que também andava por lá de vez em quando. 

Uma vez, depois de um dia de gravação, a Jaque me levou ao fliperama para conversar, e foi lá que ela me contou uma história tão doida, mas tão engraçada, que eu não consegui parar de rir. Ela falou sobre a televisão da mãe dela, que tinha um chip japonês que lia pensamentos! 

Eu sei, parece coisa de filme, mas a Jacky falou sério. Disse que a mãe dela cobria a TV com um pano à noite, porque achava que os asiáticos poderiam ver tudo o que acontecia na casa e até ouvir o que ela pensava.

Quando contei essa história para a Fabiana e para a Duda, elas se divertiram tanto, que comecei a pensar que seria uma boa ideia escrever sobre isso. Fui tão inspirada por aquelas risadas que, no dia seguinte, peguei meu caderninho e comecei a escrever uma história sobre duas irmãs que ficam presas dentro de uma televisão. Elas começam a viver dentro de todos os canais e, no final, conseguem se salvar. Tudo isso, claro, por causa da tal TV que “lê pensamentos”. 

Não sei por que, mas me deu uma sensação boa escrever sobre isso, como se, de alguma forma, fosse a minha própria aventura também.

Terças com Tita | Não sou um cabo-de-guerra

 

Félix e Tita (Arquivo pessoal da Mary)

Existem barreiras invisíveis que ninguém vê, mas todos sentem.


Na última sexta-feira (25), foi o Dia Internacional de Conscientização sobre a Alienação Parental. Celebramos a luta por mais justiça, bem como a necessidade de ouvir as crianças, entender seus silêncios e abraçar seus corações quebrados que, muitas vezes, são confundidos pelos adultos ao redor. Tita, nossa pequena heroína, cresceu com uma dor difícil de explicar, muito além de não entender por que seu pai não estava lá quando ela mais precisava.

“Eu só queria que ele me explicasse. Mas ela falava tantas coisas contra ele, e eu... eu ficava perdida. Eu não sabia mais o que acreditar.”
Tita, aos 8 anos

Tita não entendia. O pai, antes tão amigo e protetor, aquele que a buscava toda sexta-feira de tardinha para passar os fins de semana e fazer dela a princesa da mochilinha azul, levando-a para passear no parque, ao cinema, ao teatro de bonecos, que a deixava ouvir as músicas de que gostava no rádio do carro, que a deixava livre para… ser criança… bem, ele encontrou uma namorada e tudo mudou quando eles se casaram. Brincar, perguntar, sorrir, cantar, imaginar, tudo virou subversão. 
Meire tinha plena consciência disso e vingou o próprio orgulho ferido ao induzir a filha a pensar ter sido abandonada. O que ela sabia era o que sua mãe dizia: que o pai não se importava. Que o pai a havia abandonado. Mesmo tão pequena, Tita sentia que algo estava errado.
Ela se perguntava: “Se ele não me ama, por que ele me liga? Por que ele me manda presentes? Por que ele me diz que tem saudade?
Não tinha resposta. Nenhuma explicação. Somente uma saudade misturada com raiva. Sabe, crescer com essa confusão dentro do peito era dolorido demais. O amor incondicional tentando sobreviver às manipulações de Meire, o ódio por ter de acreditar nela. Não sabia em quem confiar, os instintos talvez não fossem tão assertivos, a verdade doía, ser deixada para trás, ainda mais.

Ela cresceu com essa confusão dentro do peito: o amor do pai, que ela sentia, e o ódio que sua mãe dizia ser real. E Tita não entendia. Ela não sabia em quem confiar. Nem ela mesma.


“Não sou um cabo de guerra”

Em Simplesmente Tita, a protagonista é uma criança que cresce imersa nessa confusão. O pai, Félix, ainda é uma lembrança distante, mas um amor constante. Ela o ama, mas ele está ausente. Não é somente sobre abandono; diz respeito à manipulação de uma mãe que, inconscientemente ou não, faz a filha crescer com um coração partido e uma mente cheia de incertezas.
Essa dor vai crescendo com ela, transformando-se em uma desconfiança profunda, que vai para muito além da relação com seu pai — ela se torna desconfiada das pessoas ao seu redor, desconfiada do que é verdade.


25 de Abril | Dia Internacional de Conscientização sobre Alienação Parental 🧠💔

 


Existem datas que não pedem celebração, mas sim reflexão. O Dia Internacional de Conscientização sobre Alienação Parental, lembrado em 25 de abril, é uma dessas ocasiões. Um lembrete doloroso, porém necessário, de que o amor entre pais e filhos não deveria ser vítima de disputas emocionais, jurídicas ou vaidades. Em tempos de discursos inflamados, é preciso escutar o silêncio das crianças que têm seus laços afetivos cortados — não pela vida, mas por decisões adultas.


O que é a Alienação Parental?

Alienação parental é um termo utilizado para descrever a manipulação psicológica feita por um dos responsáveis (ou ambos, em alguns casos), visando afastar a criança do outro genitor. Isso pode ocorrer por meio de falas, atitudes, mentiras ou omissões que distorcem a imagem de um dos pais, avós ou qualquer figura de afeto.

🧷 Exemplos comuns incluem:

  • Impedir ou dificultar visitas;

  • Desvalorizar ou ridicularizar o outro genitor na frente da criança;

  • Criar falsas memórias ou histórias negativas;

  • Manipular sentimentos com chantagens emocionais.

O impacto disso na saúde mental da criança pode ser devastador: insegurança, ansiedade, baixa autoestima, dificuldade de estabelecer vínculos duradouros e até depressão.


O Caso da Meire em Simplesmente Tita

Pode parecer só ficção, mas a história de Simplesmente Tita é, infelizmente, o retrato de muitas famílias. Meire, a mãe de Tita, impede o pai, Félix, de manter qualquer contato com a filha, mesmo quando a menina deseja vê-lo. Ao longo da história, a criança cresce envolta em meias-verdades, ressentimentos e dúvidas sobre o próprio valor — como se o amor tivesse sido cancelado por decreto.

A série propõe uma reflexão não somente sobre o sofrimento dos pais alienados, mas sobre o impacto disso nas crianças, que crescem com buracos na alma que nem sempre o tempo cura.


Curiosidades e informações importantes

📜 No Brasil, a alienação parental é crime. A Lei 12.318/2010 prevê punições para quem comete esse tipo de conduta.

🧠 A psicologia infantil reconhece a alienação parental como uma forma de abuso emocional. Especialistas alertam para os danos psicológicos a longo prazo.

📈 Cresce o número de processos relacionados ao tema. Muitos casos são judicializados, o que torna ainda mais difícil a solução amigável.

💬 Frases comuns da alienação parental disfarçam abuso:

  • “Seu pai te abandonou!”

  • “Sua mãe não quis saber de você.”

  • “Se você gostar do seu pai, vai me magoar.”


Como ajudar ou agir em casos de alienação parental?

🔍 Informe-se: conhecimento é a melhor forma de prevenção.
👂 Escute: Crianças não têm culpa nem devem ser escudos emocionais.
📣 Denuncie: Se você conhece um caso, acione o Conselho Tutelar ou o Ministério Público.
💜 Apoie projetos que incentivem a guarda compartilhada com respeito e diálogo.
📝 Incentive narrativas como a de Tita, que trazem esse debate de forma sensível e realista.


Conclusão

No dia 25 de abril, não se trata somente de lembrar a existência de um problema, mas de olhar para as consequências que ele deixa nas almas pequenas. A alienação parental é uma ferida invisível, mas com efeitos profundos. Que este dia nos inspire a sermos adultos melhores, mais conscientes e menos egoístas — para nenhuma criança crescer acreditando que o amor pode ser sequestrado.


Referências (ABNT)

BRASIL. Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 ago. 2010.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Alienação Parental: Uma Visão Psicológica. Brasília, 2016. Disponível em: https://site.cfp.org.br/publicacao/alienacao-parental-uma-visao-psicologica/. Acesso em: 23 abr. 2025.

Tita e a Páscoa de 1998: Titanic, sonhos e expectativas perdidas

 


A Páscoa de 1998 foi marcada por sonhos, nostalgia e grandes expectativas. Para Tita, de Simplesmente Tita, aquela época parecia carregada de promessas. A maior delas? Finalmente assistir ao filme Titanic, que não só era o maior sucesso nos cinemas, mas também fazia parte das conversas, das emoções e dos suspiros de toda uma geração.


Eu ouvia tanta gente falar da história que aquela curiosidade crescia dentro de mim. Mariana Franco estava apaixonada pelo filme e já havia ido duas vezes ao cinema, contando que não conseguia não chorar no final, porém não me dava spoiler nenhum. (Simplesmente Tita, capítulo "Se meu chicote falasse)

Embora a protagonista não revele abertamente, Dona Neide, mãe da inesquecível Mari Franco, levaria as meninas ao famigerado Estação Plaza Show, praticamente recém-inaugurado.

Estação Plaza Show

Inaugurado em 14 de novembro de 1997, o Estação Plaza Show era um dos lugares mais vibrantes de Curitiba na segunda metade dos anos 90. Localizado em uma antiga estação ferroviária, o espaço combinava lazer e entretenimento, com salas de cinema multiplex, pistas de boliche, jogos eletrônicos e até o famoso Parque da Mônica, que foi inaugurado em 18 de julho de 1998. Era um verdadeiro símbolo do otimismo e da magia daquela época, atraindo crianças e adultos com suas cores e energia.

No entanto, apesar do apelo e da proposta inovadora, o Estação Plaza Show enfrentou dificuldades financeiras porque o modelo de entretenimento não conseguia gerar o lucro esperado. Desse modo, em outubro de 2000, o estabelecimento foi vendido para o grupo PolloShop, em parceria com Miguel Krigsner, fundador do Boticário, marcando o fim de uma era.

As propostas do Polloshop Estação eram aproveitar o espaço já disponível e ampliar as estruturas para a construção de lojas populares e mais acessíveis para atrair um público diferente, mantendo a magia do cinema e se adaptando conforme o comportamento dos consumidores. Por fim, em 2002, o estabelecimento foi rebatizado para Shopping Estação, como o conhecemos hoje.


Nunca fui muito de frequentar shoppings na infância, exceto por algumas visitas esparsas ao Shopping Mueller e ao Curitiba. No Estação Plaza Show, aquele sim tinha algo especial. As cores vibrantes, o Parque da Mônica, as salas de cinema e os detalhes que pareciam ter sido feitos para encantar a gente. 

Quando fui pela última vez, para assistir ao filme do Pokémon, ainda era aquele espaço mágico, cheio de vida e com a famosa loja da Kodak, sempre pronta para eternizar o brilho dos momentos vividos ali. Meses depois, já em 2001, tudo já estava diferente. O Parque da Mônica tinha desaparecido, e o shopping estava em construção, se adaptando a uma nova realidade que parecia ser maior, mas, ao mesmo tempo, menos especial. 

Essa mudança me deixou triste, como se estivesse vendo as cores da infância se apagarem aos poucos. Era difícil aceitar que os lugares que um dia trouxeram tanta alegria estavam mudando, e tudo parecia mais cinza, mais vazio. 

Para Tita, cada detalhe da preparação carregava um significado especial. Os trocados economizados eram mais do que simples moedas – representavam o esforço e a determinação dela em tornar aquele momento real. A bolsinha do Aladdin, guardando cuidadosamente o ingresso e a carteirinha de estudante, parecia conter também os sonhos que ela estava pronta para viver. E a escolha da roupa, pensada com tanto cuidado, refletia não só o desejo de estar à altura da ocasião, mas também a esperança de sentir, por algumas horas, a magia que a tela do cinema prometia.

O Estação Plaza Show, com sua fachada cheia de cores e energia, era mais do que um lugar; era um símbolo do otimismo dos anos 90, da promessa de um futuro onde tudo parecia possível. Porém, as barreiras que Tita enfrentava em casa eram uma constante. Por mais que ela tivesse planejado cada detalhe, algo sempre parecia prestes a interromper seus sonhos. Mesmo assim, naquela Sexta-feira Santa, ela ainda acreditava – acreditava que, por um dia, poderia deixar para trás as dificuldades e mergulhar em um mundo onde tudo parecia mais leve.

— Está febril a coitadinha? — Murmurou a D. Neide.

Meu coração quase parou por alguns segundos.

— Noutra oportunidade Renata as acompanhará. — garantiu Meire, cínica, dispensando Neide. — O médico recomendou que Renata ficasse de repouso absoluto e você sabe que gripe é um negócio que passa, ela está com a garganta inflamada, passou a noite toda com febre e eu não seria negligente de deixar a minha filha sair por aí para piorar e ainda por cima contaminar a senhora e a sua filha.

— Eu que o diga. Mariana quando pega gripe fica um farrapo. É uma pena, ela vai ficar muito triste, mas também sou mãe e entendo a sua preocupação... Que a Tita se recupere bem...

A vontade era aparecer no meio da sala e desmentir mamãe, contudo, senti as forças se esvaindo e mais uma vez a frustração abraçando-me pelas costas.

Naquela Páscoa de 1998, os cinemas de Curitiba pulsavam com histórias que marcariam para sempre a memória de quem viveu aquele momento. *Titanic*, com sua grandiosidade e o romance trágico de Jack e Rose, parecia dominar tudo – das conversas nas escolas aos comerciais da TV. Era mais do que um filme; era um fenômeno que conectava as emoções de milhões. 

Contudo, as opções nas telas no ano de 1998 iam além. O Resgate do Soldado Ryan trazia uma narrativa de guerra intensa e inesquecível, enquanto Mulan encantava as crianças com coragem e determinação. E nas produções nacionais, Central do Brasil conquistava corações, levando o Brasil a brilhar nas telonas e rendendo a icônica indicação da majestosa Fernanda Montenegro, que foi a primeira atriz latino-americana a ser indicada ao Oscar. Aliás, a segunda indicada ao prêmio de Melhor Atriz foi ninguém menos do que Fernanda Torres, que pode até não ter recebido a estatueta, no entanto, foi vencedora em todos os sentidos.

― Por que a senhorita está toda arrumada? ― Meire olhou para mim da cabeça aos pés.

— Eu… eu…

— Eu o quê, mocinha?

— Eu ia ao cinema.

— Disse muito bem… — Meire me aplaudiu com sarcasmo. — Ia. Você ia ao cinema. Não vai mais.

— Mas…

— Lembre-se: você está de atestado.

— A senhora sempre disse que é feio mentir e está fazendo isso. — Murmurei, recusando aquele abraço sorumbático de outra frustração que visava arrancar mais lágrimas do que aquelas que eu já conhecia de decepções passadas, sem saber que viriam tantas outras mais salgadas e ardidas na alma.

― A propósito, sua respondona, quem é que te deu permissão para ver aquele filme ridículo? ― Meire puxou a minha orelha esquerda.

― Marquei de ir ao cinema com a Mari Franco e as outras meninas, todas elas falam que esse filme é muito bom e a Dona Neide estará com a gente. ― Permaneci próxima à porta, como se pudesse através da telepatia chamar a D. Neide e a Mariana, mostrar-lhes que eu estava perfeitamente bem e que ainda dava tempo de chegar para a sessão das duas, que aquela tarde não estava perdida.

— E eu já disse que não, Renata!

— Por que não?

— Porque eu não quero, tá bom?


Para Tita, Titanic era um sonho não realizado. A história de amor e tragédia parecia, de alguma forma, refletir os próprios altos e baixos da vida de Tita, tornando o desejo de assistir ao filme ainda mais profundo e significativo. 

Enquanto o mundo estava em movimento com essas histórias marcantes, nossa heroína sentia que, de alguma forma, ela também fazia parte de uma delas – mesmo que a sua fosse uma história de sonhos interrompidos.

Na hierarquia das surras, as cintadas e chineladas doíam menos, não tanto quanto ser deitada de bruços na cama, ter a calcinha abaixada e levar tanta chinelada que o calçado arrebentava.

Da próxima vez que a senhorita sair marcando passeio sem me consultar, o papo vai ser com a titia vara!

A cada obstáculo, uma parte de seus sonhos parecia se desvanecer, substituída por uma realidade mais dura. 

"(...) a tristeza que eu sentia nem mil coelhinhos de chocolate curariam."

Essa frase poderosa reflete não só os sentimentos da Tita, mas também a nostalgia que muitos de nós sentimos por uma época que já não existe mais. Seja na memória das fachadas do Estação Plaza Show, na magia de entrar numa sala de cinema ou no otimismo que o terceiro milênio prometia, a Páscoa de 1998 continua viva nas lembranças – mesmo que os sonhos e expectativas de Tita tenham ficado pelo caminho.

Impacto cultural do Titanic

Para quem nasceu depois e não teve a chance de viver o fenômeno que foi Titanic, é difícil imaginar o tamanho do impacto que o filme teve em 1998. 

Não era apenas um sucesso de bilheteria – era uma febre cultural. Sua trilha sonora, com My Heart Will Go On* de Celine Dion, tocava em todas as rádios — e tocou até enjoar, casamentos, festas de debutante, telemensagem e as famosas mensagens ao vivo. Lojas vendiam pôsteres, revistas com reportagens sobre os bastidores e até cadernos escolares estampados com Jack e Rose. As conversas nas escolas giravam em torno da história de amor impossível e do final emocionante que parecia inevitável, bem como Tita ilustrou na história.

O filme não só conectava as pessoas através de suas lágrimas, mas também representava algo maior – um marco que parecia unir milhões ao redor do mundo em uma experiência compartilhada de romance, perda e esperança. Para Tita, essa conexão era ainda mais especial. Ver Titanic era, para ela, uma chance de se sentir parte desse universo grandioso, de viver, nem que fosse por algumas horas, a magia que transcendia as dificuldades do dia a dia.

Cores que permanecem: entre doces memórias e amargos contrastes

Relembrar o passado é como abrir um antigo baú de lembranças. Dentro dele, há coisas que aquecem o coração e trazem saudade – como o sabor autêntico do chocolate, as cores vivas do Estação Plaza Show e a magia de sonhar com o cinema nos anos 90. Mas também há elementos que, ao olhar com os olhos de hoje, parecem mais cinzas, e que não fazem tanta falta.

Para Tita, essa jornada de memórias é cheia de altos e baixos. Ela sente falta de alguns detalhes que tornavam o mundo mais especial, como o cuidado artesanal de um ovo de Páscoa ou a simplicidade vibrante das experiências de infância. Porém, há outras coisas que, com o tempo, foram superadas – as restrições, as barreiras e as frustrações que a cercavam. 

Embora o presente possa parecer mais padronizado, mais rápido e até mais impessoal, ela escolhe carregar consigo as cores que ainda encontra: os gestos de carinho do pai, os pequenos sonhos que se realizam e a resistência em continuar tocando, como os violinistas do Titanic, mesmo quando tudo ao redor parece menos brilhante. É na mistura de memórias e aprendizados que Tita descobre sua força e encontra uma maneira de manter a magia viva no mundo de hoje.

Enquanto olhava para o ovo de Páscoa sobre a mesa, senti um misto de saudade e aprendizado. O chocolate já não tinha o mesmo sabor e o mundo parecia ter perdido um pouco do brilho colorido da infância. No entanto, havia algo na magia da Páscoa – na expectativa de desembrulhar aquele papel brilhante e descobrir o que havia dentro – que ainda me fazia acreditar em pequenas alegrias e grandes sonhos.  Era como aquele desejo antigo de assistir Titanic, de ser parte de algo maior, de se conectar com histórias que transformam e inspiram. Para mim, a Páscoa nunca foi apenas sobre chocolates ou presentes. Era sobre redescobrir, ano após ano, as cores que permanecem, mesmo quando o mundo insiste em ser cinza.

E enquanto os sabores e os shoppings mudam, há algo que nunca se perde: a capacidade de sonhar, de celebrar os pequenos momentos e de continuar tocando a própria música, como os violinistas do Titanic, independentemente do que estiver por vir.

Se você se interessou em conhecer ou até reler Simplesmente Tita, clique aqui. Tita aguarda a todos com os braços bem abertos.


Referências 


CURITIBA CULT. Relembre o Parque da Mônica, que fez história em Curitiba. Disponível em: <https://curitibacult.com.br/relembre-o-parque-da-monica-que-fez-historia-em-curitiba/>. Acesso em: 14 abr. 2025.

FOLHA DE LONDRINA. Polloshop compra Estação Plaza Show. Disponível em: <https://www.folhadelondrina.com.br/economia/polloshop-compra-estacao-plaza-show-294682.html>. Acesso em: 14 abr. 2025.

WIKIPÉDIA. Shopping Estação. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Shopping_Esta%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 14 abr. 2025.


7 de abril | Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas

 


Há exatos 14 anos, o Brasil amanheceu mais triste com as notícias que chegaram do Rio de Janeiro. O massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira deixou 12 inocentes mortos e pelo menos 22 feridos, chocando todo o país e gerando forte comoção. Esse evento trágico revisitou reflexões sobre problemas que afetam profundamente o ambiente escolar, como o bullying, além de destacar a necessidade de medidas para prevenir futuros massacres.

Desde então, o dia 7 de abril passou a ser dedicado à conscientização sobre o bullying, um problema grave que impacta o bem-estar físico, emocional e social de muitas pessoas, especialmente crianças e adolescentes. Essa data também incentiva discussões sobre o melhor caminho para construir um ambiente mais seguro e acolhedor, dentro e fora das instituições de ensino.

Inadequada, autêntica e indomável

A menina com pulseirinha de ábaco


Era uma terça-feira amena quando Clara completou 10 primaveras. Ganhou da mãe um caderno de recordações, onde foi chamada de “menina-moça” — uma expressão que parecia capturar aquele momento de transição, entre a infância e algo que ela ainda não compreendia bem. 

Clara adorava brincar de boneca, de bola, de pique-esconde. Explorava territórios imaginários, onde era uma condessa acompanhada de um cachorrinho fiel, e se deliciava com bolachas recheadas, sorvetes, bombons e pizzas. Ela amava ganhar brinquedos e, mais do que tudo, criar histórias.

Feliz Dia das Crianças

 

Feliz Dia das Crianças àqueles que mantêm a sua criança interior viva (Imagem criada no Canva)

Chaves e Chapolin estão de volta

 

Quem mais estava nessa expectativa? (Reprodução/Threads/Beco Mangás & Livros)


Após quatro longos anos de espera, Chaves e Chapolin voltaram a passar na televisão. Tecnicamente, na cidade onde moro, o SBT tem uma afiliada, que tem programação própria até às 14h, no entanto, não perdi o Chapolin por acompanhar o retorno mais aguardado do ano no Mais SBT. A seleção dos episódios foi perfeita ao trazer o clássico da Bruxa Baratuxa e o Abominável Homem das Neves e, para fechar com chave de ouro, a saga de Acapulco.
Creio que a audiência em São Paulo só não foi maior ainda devido ao apagão, no entanto, essa recepção calorosa demonstra claramente a falta que as séries fizeram ao saírem do ar lá em 2020, ressaltar o carinho dos brasileiros pelo legado do Chespirito e o impacto que o trabalho dele tem na vida de milhares de pessoas. 
Além disso, o SBT sempre priorizou muito o público infantil, oferecendo uma qualidade que está na memória afetiva de quem teve o privilégio de acompanhá-la, não importa a época. Sabe-se que o mundo mudou, mas aquela criança que mora dentro da gente nunca morre de verdade. Se ser saudosista é ter orgulho da época em que cresci, preservar as boas lembranças e gostar de me conectar com o que me traz alegria e paz, sou, sim, saudosista, nostálgica, com muita honra.
Quem não gosta de Chaves nem merece minha atenção, aqui não é lugar de lacração, mas de diversão.

Mary Recomenda | Nunca fale sobre unicórnios - Mariane Alvedal

Olá, amigos e amigas! Como vocês estão? Espero que esteja tudo bem! ♥
A indicação de leitura de hoje é Nunca fale sobre unicórnios, da Mariane Alvedal
Sou suspeita para falar por conhecer a obra quando ela foi publicada originalmente no Wattpad, entre 2017 e 2018, acompanhando também o crescimento da história até ela ser o que é hoje.

a primeira vez que a vi 🌙

 



a lua estava cheia de brincar sozinha
por detrás das nuvens de algodão,
buscando preencher as horas vazias,
contando estrelas para afastar a solidão.

a primeira vez que a vi 🌙

Bolinha, a cachorrinha

Bolinha, a cachorrinha 🐞

Mais um dia de aula chegava ao fim, o quarto ano também. Aquele percurso era conhecido, já o fazia desde o início das aulas. Aquela rua de barro era um ótimo atalho para cortar caminho e não passar pela avenida onde o fluxo de veículos era mais intenso.
Crescida o suficiente para não mais irromper em lágrimas no caso de meus pais atrasarem-se um pouco para me buscar no portão, no entanto, sem permissão para realizar aquele percurso sozinha. Eu lutava sobremaneira pela causa, com queixas contundentes e manifestações ardentes por “liberdade”.

Cada um de nós encontra no infinito o ponto de partida

Como uma amiga blogueira disse quando tudo na internet ainda era mato, blog é coisa séria
Aqui não ficamos de vitimismo, não queremos atenção a qualquer custo, não temos interesse em caluniar e difamar desafetos, temos conteúdo, não esterco a oferecer, não invejamos, admiramos e nos inspiramos, aqui agimos para fazer tudo acontecer. Não buscamos culpados, pensamos em soluções, não nos baseamos em achismos, temos instrução.
Aqui só tem amor, beleza, carinho, esperança e honestidade, integridade, valores que anúncios não pagam. Aliás, tem gente trabalhadora, de caráter e fibra, que não precisa pedir Pix para nada porque estuda e trabalha, que acorda bem cedinho e só tem um interesse: vencer na vida sem puxar o tapete de ninguém.

2 de maio | Dia Nacional do Humor

Especial - 2 de Maio: Dia Nacional do Humor Feliz Dia Nacional do Humor! O 2 de maio é o dia dedicado a uma das formas mais poderosas de con...