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Boletim Extraordinário | Você nunca viu isso na concorrência será adaptada para o audiovisual🎬🎉

 Após anos como um sucesso literário no OCDM, a Rede Malacubaca invade as telas com pagode, humor e muita nostalgia.


Em um movimento inesperado, foi anunciado hoje que Você Nunca Viu Isso na Concorrência, uma das histórias mais emblemáticas da Rede Malacubaca, ganhará uma adaptação direta para o audiovisual. Segundo fontes próximas à produção, o projeto está cercado de sigilo, mas promete trazer todos os elementos que marcaram o sucesso do conto no OCDM: humor irreverente, situações hilárias e a inconfundível essência dos anos 1990, regada a muito pagode.

Queremos manter a autenticidade e o espírito original da obra, mas também explorar novas possibilidades narrativas para o formato audiovisual”, afirmou um dos produtores envolvidos no projeto.

Além disso, em uma decisão inédita, todas as aventuras da Malacubaca (antiga RPN) serão exibidas na íntegra. Os fãs poderão reviver cada momento icônico que ajudou a solidificar essa história como um marco cultural, com todos os detalhes que fizeram do conto um verdadeiro tesouro na memória coletiva.

Embora os nomes dos atores principais ainda não tenham sido revelados, rumores indicam que grandes talentos estão sendo considerados para dar vida aos icônicos personagens. Fontes afirmam que as aventuras hilárias da turma da Rede Malacubaca terão destaque total no enredo, prometendo arrancar risadas e despertar a nostalgia do público.

A adaptação também promete ser fiel ao clima original, trazendo trilhas sonoras com clássicos do pagode dos anos 1990 e cenas ambientadas em cenários que remetem à época dourada das redes sociais, antes do boom da internet atual.

O lançamento está previsto para o segundo semestre deste ano, e os detalhes sobre a data exata, bem como o elenco completo, serão divulgados nas próximas semanas. Enquanto isso, fãs ansiosos podem se preparar para noites repletas de risos, emoção e muita memória no mundo audiovisual do OCDM.

Rá, pegadinha do Mallandro!

E para deixar a brincadeira ainda mais picante, Rubão — o inconfundível fanfarrão da Malacubaca — não deixou barato. Em meio à comoção, ele apareceu visivelmente irritado, comentando: 

— Vocês acham mesmo que iam me enganar dessa maneira? Aqui não se faz pegadinha sem que o Rubão se manifeste! O Rei das Pegadinhas aqui sou eu, rapá. Que história é essa?

Pô, Pai | A epifania de André

 Parte 1 | O bolo da revelação


Beto não é a única celebridade da família Prado Mendes. Embora pouco falado, André, o irmão caçula, tem um canal no YouTube chamado Aqui é 39 Mermão, voltado para a vida do jovem, onde ele mostra a rotina de exercícios físicos, dá dicas de skincare e produtos para o cabelo, mostra os “recebidinhos”. Vale lembrar que ele faz publicidade gratuita para as marcas porque quem paga a fatura do cartão todo fim de mês é Augusto.

Afetado duramente pelas limitações impostas pela pandemia, André montou uma academia dentro de casa, onde dá dicas para quem quer continuar em forma mesmo na quarentena porque aqui é #semdesculpas. Fã declarado de Igôr Marombah, o Bradley Cooper das Pegadinhas do Rubão, segue o canal do muso fitness, inspira-se nele e por essa razão decide abrir o coração neste episódio especial.



#TBTOCDM | Amigo oculto ou amigo da onça? (2020)

 Parte 1 - Lulu e os cartões sensuais


Em virtude da pandemia, as celebrações de final de ano foram modificadas: a RPN optou por exibir o Amigo Oculto 2020 na noite de 25 de dezembro, enquanto na véspera de natal exibiu um filme natalino às 22h e em seguida a tradicionalíssima Missa do Galo.
Muito se especulava acerca do SDV, embora houvesse a confirmação de uma cobertura especial para receber 2021, só não da forma tradicional porque tanto Noviça quanto Rubão faziam parte de um dos grupos de risco para a Covid-19. Fofocas de corredor garantiam que Edu Meirelles estava cotado para ser o novo anfitrião, oportunidade para o bonitão provar ao Imperador dos Domingos se seria um substituto à altura do legado.

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No último dia 18 de dezembro, ao final do Vinte Horas, Edu Meirelles e Ceci Paternostro acompanhavam no telão a última reportagem do dia:
— Ponto final no nosso Vinte Horas de hoje — anunciou Ceci, ao fim da reportagem. — Meirelles, é o nosso último Vinte Horas juntos em 2020. — Ela voltou-se para ele: — Obrigada pela parceria ao longo deste ano, meu amigo. Que ano, hein?
— Eu é que agradeço pela nossa parceria ao longo deste difícil ano, Ceci. Aproveito também para expressar gratidão aos nossos telespectadores pela preferência e por que não dizer também pelo carinho que recebemos? Ceci, foi e continua sendo um ano repleto de reviravoltas. Ainda temos mais duas semanas pela frente, mas o ano só acaba quando termina. 2020 vai entrar para a história e, com certeza, o pessoal de casa vai gostar muito da retrospectiva que a RPN está preparando com muito carinho para ir ao ar no dia 1º de janeiro, após o Vinte Horas, apresentada por mim e pela nossa amiga aqui.
— A gente vai se encontrar no dia 04 de janeiro?
— Vai, sim.
— Amigos de casa, eu já quero adiantar meus votos de feliz natal, desejar a cada pessoa que me acompanha um final de ano maravilhoso, para que vocês mantenham a fé e a positividade porque sairemos dessa. Sei que 2020 não está sendo e nem de longe foi um ano fácil. Assim como vocês, eu também perdi pessoas queridas e peço para que vocês tenham paciência, tudo ficará bem. De plantão amanhã, Meirelles?
Ele assentiu com a cabeça.
— Na semana que vem vocês ficarão na companhia do Meirelles e eu vou aproveitar minha folguinha, volto para o ano-novo. Um abraço a todos vocês de casa, fiquem na paz, se protejam, só saiam de casa em caso de extrema necessidade. Isso vai passar e chegará o tempo de abraçar.
Cecília se emocionou porque neste ano perdeu alguns amigos, colegas de trabalho, ídolos, parentes distantes, mas a perda mais significativa, embora não tenha sido ocasionada pela Covid, a marcou: a da ilustríssima D. Hilda Paternostro, a avó paterna, que exerceu o papel maternal para ela, devido à orfandade precoce.



— Testei negativo, vem cá me dar um abraço, Ceci… — Edu abriu os braços para a colega. Os dois se abraçaram, embora ela tentasse esconder a comoção. — Neste ano tivemos de manter distância por conta dos protocolos de segurança, mas hoje podemos abrir uma exceção. Foi um baita ano, cheio de altos e baixos, notícias que partiram o nosso coração, mas no meio de tanta incerteza e tristeza também encontramos motivos para não desistir. Porque eles existem.
— Gente, desculpa, é que… é que a emoção fala alto nessas horas… hoje seria o nonagésimo aniversário da minha vó Hilda, que faleceu em janeiro e motivo pelo qual fiquei ausente do Vinte Horas por um bom tempo neste ano.
— De onde quer que esteja, D. Hilda deve estar muito orgulhosa de você, Ceci. A gente se vê no dia 4?
— Com certeza — despediu-se a apresentadora.

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Até os festejos sazonais da turma da redação também foram afetados pela pandemia, mas ocorreram com as pertinentes restrições. Edu Meirelles cobriu o plantão de Natal a partir do dia 19 de dezembro, Ceci assumiria as funções novamente na semana seguinte. Nem um pio acerca do SDV, era assunto proibido na emissora, decreto da chefa.

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PARA TUDO, BRASEEEEEL, HOJE TEM “LIVE AO VIVO” DA LULU!



Luciana Andrade não estava no ar porque o departamento de dramaturgia suspendeu as atividades por tempo indeterminado, no entanto, já estava escalada para uma novela que voltaria a ser gravada quando a situação se estabilizasse. Além disso, a atriz se candidatou para a prefeitura de Balneário dos Anjos e foi a quarta candidata mais votada, prometendo acabar com a polarização em 2022 ao ser eleita presidente da república.
Em ocasiões normais, nem Luciana Andrade gravaria uma live em plena véspera de natal, mas a maioria das pessoas sensatas passaram as festas de final de ano em casa e nem Lulu, sem noção ao extremo, quis se arriscar.
— Oi, gente! Tudo bem? Tudo certinho? Todo mundo em casa? Que ótimo! Foi pensando em vocês que decidi vlogar meu natal… eu sabia que meus seguidores ficariam em casa e estou à disposição para esclarecer todas as curiosidades que vocês têm sobre o natal de gente famosa, tipo eu. Hoje vou mostrar como preparo minha ceia, como escolho o look para cear, essas coisas… e aí? Bora?
Luciana não sabia nem fritar um ovo sozinha e encomendou uma ceia para ela e a famosa Ernestina, melhor amiga, operadora de câmera e “mentora intelectual” das fanfarrices. Quem vê a mesa posta nem imaginava que Lulu vestiu avental de trouxa porque não fez nada senão fingir que tirou o peru do forno.
— No ponto. Nessa ceia ninguém vai colocar defeito!
No closet, Lulu procurou algum modelito para cear em casa:
— Vocês acham que só vocês passam pelo dilema de não ter roupa adequada para a ocasião? Pois eu, Lulu, também passo por isso!
Lulu não foi de todo uma menina má em 2020: promoveu uma sessão de desapego e conforme for possível, os seguidores dela receberão as peças que pediram. Ela doou roupas, calçados e acessórios que nem sequer usou. Isso mesmo, doou, não vendeu nada.
— Hummmm… — Ela olhou para um vestido vermelho de paetês, tirou o cabide para analisar a peça e sorriu para a câmera: — Acho que já escolhi meu vestidinho para o Natal, mas agora preciso encontrar um sapato ou uma sandália que combinem.
Feito isso, Lulu passou um bom tempo na banheira de hidromassagem e após secar os cabelos, começou a se maquiar enquanto falava com a câmera, habilidosa em trabalhar com os pincéis e combinar as cores:
— Dois anos atrás conheci o Papá na época do Natal e estava me arrumando para um date com ele e hoje o Papá não está mais entre nós.
Papá morreu? É sério, produção?
— Papá não vem cear. — Lulu tentou conter a emoção e Ernestina, mesmo filmando, indicou uma caixinha de lenços de papel para atriz assoar o nariz. — Não, gente, o Papá não morreu, mas ele está no grupo de risco da Covid e não dá para bobear. Essa doença aí não é brincadeira, gente. Não posso falar o nome dela, senão dão strike no meu vídeo. Está morrendo gente de tudo quanto é idade. Sinto falta do Mozão, mas hoje vou contar como a nossa história de amor é mais linda do que muitas que eu mesma já interpretei.
Bom, Papá não precisava saber que Lulu estava paquerando um jogador de futebol popular no momento. Em razão da pandemia, os dois somente trocaram mensagens, pois com o calendário do campeonato brasileiro todo alterado em virtude da pandemia, a atriz ainda não havia tido um encontro mais íntimo com o affair. Ela sabia que o rapaz era bem disputado e tinha fama de mulherengo, porém, ai dele se flertasse com uma influencer.
— E é isso, gente! O Papá está lá no haras dele, junto dos cavalinhos que ele ama, dos cachorrinhos, dos patinhos, das árvores e das flores, lendo bons livros e se cuidando. Tem muito cara de 20, 30, que nem nascendo de novo vai ter o caráter desse homão da porra. Homem que nem o Papá é que nem assento na classe executiva, privilégio para poucos… mas eu tenho e não abro mão! — Gabou-se a atriz.

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O pagodeiro Cacá, um dos ex-maridos de Lulu, recebeu um cartão natalino romântico escrito por Luciana e percebeu algo um tanto inusitado: ela estava enviando uma “mensagem personalizada” a cada um dos ex-companheiros (vivos) falando sobre amor e perdão. A capa de fundo vermelho tinha duas bolinhas: numa, uma foto dela vestindo uma camisola de renda vermelha, sensual; na outra, a foto do bonitão, todavia, na vez do pagodeiro, esqueceu-se de trocar a foto do sertanejo pela dele…
— Eis a pergunta que não quer calar: será que ela confundiu o Genivaldo… ou seria o Gilvanildo… comigo? Nunca sei quem é quem, mas Luciana não perde o costume!

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Gilvanildo (ou seria o Genivaldo) recebeu um cartão no qual estava a foto do Cacá. O sertanejo chamou o irmão gêmeo na cozinha da fazenda onde eles estavam curtindo o fim de ano, mostrou a imagem e os dois caíram na gargalhada. Um deles já se sentou numa banqueta, colocou o violão no colo e improvisou uns versos que podiam (ou não) estar no novo álbum deles.

Você não me superou

Minha foto nunca apagou

Homem como eu

Você nunca mais encontrou

Quando tinha não deu valor

Só queria me pisar

Tirar onda com a minha cara

tchara tcharara tchararara

O dia chegou

Você toda dengosa me procurou

Te dei o vácuo

Não adianta chorar

Palavras não vão apagar

O sofrimento que eu passei

tchara tcharara tchararara


A animação do Joselito dispensa legendas (Reprodução: MTV Brasil/Hermes e Renato)


— Boa, irmão. Tá inspirado… será influência da Lulu?
— Eita, sai para lá, rapá. Ficou maluco? Tirou de onde essa ideia?
— Mal recebeu um cartão da crush e já ficou todo empolgadinho…
— Quem gosta de velha é reumatismo. Genivaldo só pega novinha.
— Velha aqui só as nossas violas.
Considerando que o término do casamento de Lulu com o cantor sertanejo foi recheado de polêmicas a ponto de ela ser proibida de mencionar o nome dele em entrevistas em qualquer meio de comunicação (incluindo o canal dela no YouTube), a mensagem visualizada e não respondida poderia significar uma trégua?
— É o Cacá? — O outro sertanejo notou.
— E ela deve ter mandado um cartão desses para o pagodeiro!
— Ou confundido ele com o velhote que ela estava saindo tempos atrás.
— Ou já está dando sinais de estar caduca!
— Nem ele aguentou a víbora…
— Será que o Edu Meirelles recebeu um cartãozinho desses?

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A resposta é sim.
Edu recebeu também um álbum sensual natalino que faria muitos donos de borracharia regozijarem, ângulos que nem as revistas para maiores de 18 ousaram registrar, algumas edições nítidas nas formas da atriz. No entanto, a foto no verso do cartão era do tal jogador cujo time estava ameaçando o título do Flamengo no campeonato.
— Ponte que partiu, cara! Que presente de grego!


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Quem recebeu a foto do Edu Meirelles foi o Papá, pois o ensaio sensual era para Papá e o crush do futebol. O rapaz, por sua vez, recebeu nudes do Papá e reconheceu o ex-craque Vivaldo. Aliás, se ela e Vivaldo tivessem um filho, seria a imagem perfeita desse rapaz.
— Jandira, o que eu respondo? — Vivaldo perguntou à Jandira.
— Que você gostou do cartão, deseja um feliz natal e se livra dessa bruaca, apaga esse troço e bloqueia!
— Você nem viu o cartão…
— E o que a Luciana quer com você a essa altura da vida?
Nem ele sabia, mas deu de ombros.
— Me ajuda, amor, não sei o que responder.
— O mais blasé possível, afinal de contas, não é só porque é natal que a gente vai passar pano para as maldades que ela fez.
— Veja o cartão, depois me diga.
Quando Jandira viu o cartão e se atentou para o que o futebolista mostrou, chegou a cuspir a limonada que estava bebendo.
— Cuidado, querida! — advertiu o ex-jogador.
— Só a Lulu para fazer a gente rir nesse natal atípico… — concluiu Jandira, se recompondo do acesso incontrolável de riso, descansando o copo de limonada na mesa de centro da sala de estar, onde toda a decoração natalina da casa estava montada.


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Enquanto isso, Luciana, bancando a conselheira amorosa, discursava para os seguidores:
— Enviar os cartões aos meus amores foi, tipo, muito libertador, muito bonito, muito, tipo, muito… muito gostoso. Sabe, eu tentei me concentrar só no que foi bom, no que vivi de bom com cada um, nas coisas boas, porque a gente tem que focar sempre nas coisas boas, naquilo que é bom, que agrega, que é legal. Quero fechar 2020 em paz com cada um dos meus amores… eles são marrentos, mas irão me perdoar porque caprichei tanto nesses cartões, mas tanto, tanto, que só se eles tiverem coração de pedra para não me perdoarem…
Se os antigos companheiros de Luciana a perdoariam, não sabemos, mas que todos deram boas risadas com os cartões trocados e confusos, isso é garantido.

Vamos à enquete que bombou no portal da RPN.


QUAL É A APOSTA DE VOCÊS: EDU MEIRELLES VAI SE DAR MAL NO AMIGO OCULTO?

( ) SIM          ( ) COM CERTEZA

Arquivo Malacubaca | Cupido golpista (2024)

 

Vamos matar a saudade da Noviça? Sim ou com certeza?

Noviça descobriu uma nova rede social onde pode publicar uma thread atrás da outra e contar sobre a vida amorosa para milhares de seguidores, o que despertou uma profunda nostalgia dos primeiros anos do Twitter, das comunidades do Orkut e das altas indiretas para o crush no subnick do MSN, até dos tunisianos que a cutucavam no Facebook.
No momento, nossa eterna diva faz mistério sobre o possível novo crush, mas garante estar radiante e esperançosa de que desta vez é para valer. Jaqueline já está bastante acostumada às paixonites da mãe e decide chamá-la para um café para colocar as conversas em dia.
Embora não seja a melhor pessoa para se confiar um segredo, Noviça vive suspirando, distraída (mais do que o normal), sorrindo à toa e por isso mesmo Jaqueline quer saber quem é o felizardo, se ele seria o Edu Meirelles, ao que a diva desconversa.

— Oh, já superei o Meirelles faz tempo. Não tem como competir com o Flamengo.

Copa da confusão: capítulo I

 


O som de fundo era o pagode. Uma música dançante refletia o estado de espírito de Eduardo Meirelles. Tinha todo jeito de domingo: lojas fechadas, ruas vazias, o som de um ou outro morteiro ao longe, dia de vestir o manto rubro-negro e torcer. Clássico era para os corações fortes. O empate era justo, menos na final, quando na prorrogação vencia o resistente estrategista, mas hoje não era domingo: era sexta-feira. Não uma sexta-feira qualquer. Era a sexta-feira mais aguardada do ano do que a sexta de Carnaval. O mês, dezembro.

Malacubaca | Aventuras no The Sims

Oi, meus amores! Tudo bem? Espero do fundo do coração que sim! 😍

Estou um pouco ausente, é verdade, mas por uma boa razão. Aproveitando o restante das olimpíadas porque cada ciclo é diferente do outro e também uma oportunidade de aprender muito, especialmente sobre respeito, persistência, resiliência e superação. Hoje tem Mengão, espero que esse time renatizado nos tragam tantas alegrias quanto o do Jorge Jesus, mas dessa vez com o título do Mundial de Clubes.

O que tem o Flamengo, o The Sims e o Edu Meirelles em comum? 

Tudo. Relaxa, que explicarei tudinho tintim por tintim. A fim de evitar polêmicas, só reafirmo meu orgulho do Flamengo, para quem os escreve, o maior time do Brasil e um dos melhores do mundo. O The Sims é top. Pode ser que a quarta geração do jogo não seja unânime e mereça algumas críticas, mas nada que não possamos fazer construtivamente, não é?
Fiquem sabendo que não recebo um mísero níquel para elogiar a franquia The Sims, que há mais de 20 anos alegra jogadores de todos os lugares do mundo, faço-o de graça e por amor. Trata-se de um jogo muito interessante porque você escolhe o que fazer, com os recursos que lhe são permitidos, ou seja, seu jeitinho de jogar é válido, sem competitividade tóxica, sem certo ou errado e a oportunidade de aprender sempre, otimizando a experiência. 
Edu Meirelles entra aqui por ser flamenguista convicto até o fim, por adorar jogar videogames nas horas vagas — simmer confesso — e porque ele foi um dos convidados para as Aventuras no The Sims, o mais novo projeto da casa. Além dele, contaremos com a presença de mais três ilustres estrelas da RPN: Luciana Andrade (Lulu), Rubão e Cecília Paternostro (Ceci).


Aventuras no The Sims

Idealizado para ser uma junção perfeita entre texto e audiovisual, o projeto visa acompanhar as aventuras de Edu, Ceci, Rubão e Lulu. Embora não seja um reality show, podemos curtir a presença de nossos queridos amigos da RPN dentro do jogo mais queridinho.
Após alguns meses sem jogar, quando retornei, atualizações aconteceram. Recentemente um pacote de expansão muito pedido pela comunidade foi lançado, o nosso aguardado Vida Campestre, que proporciona uma experiência muito interessante em fazendas. Temos vaquinhas, galinhas e uma infinidade de novidades à vista.
Cada pacote que chega aprimora a jogabilidade. Sim, temos os bugs, mas também os mods e podemos admirar a criatividade dos criadores de conteúdo, que buscam imprimir sua marca no jogo.
Uma curiosidade: nunca me fiz no The Sims, prefiro dar asas à imaginação e criar meus personagens, imaginar suas aventuras, desafiar-me com eles. Foi o que me trouxe aqui. Montei uma casa com nossos quatro ilustres convidados e realizei algumas capturas de tela, o mote para criar conteúdo original e de qualidade para este blog.

Sobre os moradores

Noviça seria a quinta moradora e viria com os videntes L&L, no entanto, por incompatibilidade de agendas, eles não aceitaram o convite, mas aguardam uma nova oportunidade.  Se nossa diva emérita e seus amigos atrapalhados ficarão para uma próxima, teremos Rubão, Lulu, Ceci, Edu e um inquilino para ninguém botar defeito: o charmoso Gato Apolo.

Ceci tocando para o Gato Apolo (Reprodução/The Sims/Arquivo pessoal da Mary)

Ceci — Gateira assumida, encontrou uma música uma válvula de escape para a rotina, mas não apenas isso, com todo esforço empenhado em ser uma boa musicista, destacou-se muito e gosta muito de mentorear outras pessoas que, assim como ela um dia, almejam aprender a tocar um instrumento musical. É também a mamãe do Gato Apolo.

Saudações rubro-negras do Edu Meirelles ❤️🖤


Edu — Conhecido por ser um verdadeiro desastre na cozinha, basta quebrar um ovo para apavorar a casa toda, receosa de mais uma visitinha dos bombeiros. No entanto, parece que esses tempos ficaram para trás porque ele maximizou a habilidade de Culinária e prepara altos banquetes, satisfazendo até os paladares mais exigentes.

Rubão e Lulu em um importante colóquio


Rubão — É o típico sagitariano que perde o amigo, mas não perde a piada. Assexual não declarado, nunca pensou em ter filhos e também não gosta de crianças — não as odeia nem as faria mal —, só sente que ser pai não é seu sonho. A comédia corre pelas suas veias, não à toa ensaia seu repertório de piadas entre amigos e arranca risada até das carrancas mais sisudas. Obstinado em tornar-se comediante hilário, dedica todo seu tempo a aprimorar as habilidades necessárias para não tornar-se a própria piada.
Lulu — Ninguém menos do que um ícone da televisão e da internet e pelas suas histórias de amor, almeja completa a aspiração romântica em série e não lhe passa na cabeça a ideia de ter um bebê. Está casada com Papá e garante que a separação será a parte mais difícil da aventura. “Demorei, mas encontrei o meu príncipe”, a atriz se declara ao amado.

Cartão de boas festas de Papá e Lulu, 2019 (Reprodução/The Sims/Canva/Arquivo pessoal da Mary)

Melhores momentos

Confira as capturas do que melhor aconteceu no universo desse quarteto. O Puxadinho do Rubão fica para outra ocasião, mas enquanto ele não chega, acompanhe a pestana do Edu Meirelles, afinal de contas, ele leva a fama do apresentador que chega ao estúdio para apresentar o jornal faltando meia hora para começar. Brincadeira, o Edu é capaz de madrugar para fazer um plantão.


Meirelles tirando uma soneca

Sleepy Ceci 😍

Seus pets gostam de pegar o melhor lugar no sofá ou na cama? Acontece nas melhores famílias. Por ser o reizinho da casa, Apolo quer mimir no beliche e a última palavra é dele, miau. 🐈


Sim, vocês viveram para saber que se foi o tempo da ladeira, Edu Meirelles não precisa mais apelar para o delivery, tirou os velhos livros de culinária da vovó da estante e está arrasando na cozinha. Pelo menos até o fechamento desta edição, não recebi nenhuma notificação de intoxicação alimentar. 
Com ou sem novidades, amanhã estaremos de volta com as novidades que rolarem na casa mais inusitada do universo RPN. Um forte abraço e até lá. 💓❤

RPN | CHORA MAIS, CASAL SEBOSO/FLAMENGO CAMPEÃO

 

Edu Meirelles cantarola o hino do Flamengo enquanto se arruma para ir trabalhar. Há quase um ano tem um item a mais no protocolo: as máscaras. As preferidas dele são as do time do coração e o desejo dele, não só dele como de todos, é que a vacina demonstre eficácia e mesmo que nada volte a ser como antes, a vida retome o ritmo, abraços sejam permitidos e todos possam celebrar.
           — Com essa doença eu não brinco. — Edu Meirelles diz a si enquanto lê notícias sobre decreto de lockdown em algumas localidades e recorde de mortes num só dia. — É, a vida tem cada surpresa. Em 2019 eu reclamava de barriga cheia, era feliz e nem sabia.
        A RPN optou por reprisar novelas antigas e disponibilizar o acervo no aplicativo da RPNPLAY para os noveleiros de plantão, exibir séries e documentários e os programas clássicos que vão ao ar adaptaram-se aos protocolos de saúde, visando sempre o bem-estar coletivo. 
Noviça topou reformular o Melhor com Noviça para se adequar ao momento atual e até que haja vacina e a pandemia fique sob controle, nada de plateia. Rubão apresenta o Programa do Rubão em casa.
    Os telejornais da emissora fazem uma cobertura digna, séria, esclarecedora, mas jamais sensacionalista e apocalíptica. A equipe do Vinte Horas está trabalhando para iniciar uma série de reportagens sobre as mudanças provocadas pela COVID-19 no Brasil e no mundo. Elas irão ao ar em março, quando completar um ano do decreto da OMS. Outra série de reportagens prevista para março é sobre a crise hídrica no Paraná, que levou ao rodízio de água para evitar um colapso que deixe as torneiras dos paranaenses sem água.

Edu Meirelles solta o verbo "sem mimimi, mas vou torcer pro River"

 

Se tem uma coisa que Edu Meirelles não esconde, é sua paixão pelo Flamengo. Mas, quando o Mengão não corresponde às expectativas, o bonitão da RPN não poupa palavras — e palavrões. Em janeiro de 2021, após uma sequência de frustrações e polêmicas, Edu foi às redes sociais para desabafar. E, como sempre, suas opiniões dividiram torcedores e arrancaram boas risadas.

RPN | PROMETEU, TEM QUE CUMPRIR, MEIRELLES #deuruimpromengãomalvadão

 Que Edu Meirelles é flamenguista, todo mundo sabe. Que ele gosta de se gargantear e fazer apostas arriscadas, também. Mas, promessa é promessa, e quando dá ruim, o destino cobra sua parte.

Malacubaca | É FESTA NA FAVELA E FORA DELA TAMBÉM 🏆

 Nota da autora: Parabéns, Flamengo. Hoje foi o dia de tirar aquele grito atravessado na garganta, viver altas emoções e ainda ter fôlego para amanhã. Não se esqueçam! Aos antis, sinto muito, mas eu sou Flamengo até morrer.

Chegou o dia mais esperado do ano: 23 de novembro, a grande final da Copa Libertadores entre Flamengo e River Plate. Após 38 anos, os rubro-negros quebram um jejum memorável, especialmente para as gerações mais jovens que não eram nascidas ou não tinham idade suficiente para lembrar as brilhantes atuações de Zico, Júnior e o grande elenco daquele inesquecível 1981.

RPN | A SAIDEIRA É POR CONTA DO MEIRELLES

 

Mascote da RPN veste o manto rubro-negro (Reprodução: criação pessoal da Mary)

É a primeira vez que um vídeo motivacional da Lulu não dá zica. Sim, ela preparou um vídeo especial para motivar o Flamengo a voltar a uma final de Libertadores após 38 anos — motivo de alegria para qualquer flamenguista que se preze e para esta flamenguista que os escreve.

Diga que me ama (cap. 10) ele fala


        Você já está nos braços de outra pessoa, amando e se deixando amar. Vocês formam um belo par. Ainda assim, dói. Meus sentimentos estão bagunçados. Alegro-me por saber que depois de todas as desilusões que lhe furtaram a fé, seu coração te guiou com a razão e as portas se abriram para que alguém adentrasse e cuidasse um pouco dessa alma incrível. 
Por outro lado, não serei hipócrita: eu queria ser essa pessoa que te proporciona tantos sorrisos, com quem você imagina um futuro ao lado, ainda que não possa mudar os fatos. Te ver sem poder te tocar, te sentir, ter qualquer esperança de te provar que meu apreço sempre foi verdadeiro, me martiriza sobremaneira. Preciso aceitar que agora você é meu maior impossível.
Queria te abraçar sem pressa e deslizar as mãos pela sua cintura, deixar os dedos correrem por entre os seus cabelos e te beijar. Eu ainda me lembro do seu gosto, deixou saudades no céu da boca. Seu cheiro na fronha do travesseiro, as pontas dos dedos curando feridas que a insegurança encobria com camadas de vaidade. Hoje te enviei aquela música, talvez tenha colocado tudo a perder, porque as mágoas não são muralhas que impedem o contato. Lágrimas não choradas nos surpreendem. Somos tão francos com o papel, libertamos nossos pesos conforme as páginas avançam.
Você se lembra de quando demos nosso último beijo? Sabíamos que seria o derradeiro? Havia algum sinal que não interpretamos muito bem ou fomos vítimas de uma sucessão de desencontros?
        Não quero te constranger te perguntando a respeito da música porque ela, por si só, diria muito mais do que eu, em minhas tentativas pífias de escrevinhar uma resposta digna. Melhor acreditar que te marquei por saber que The Corrs é uma das suas bandas favoritas. Poucos têm conhecimento de que você ainda guarda com carinho os CDs e discos ganhados e comprados. Forgiven, not forgotten é um deles. 
        Ora bolas, você está comprometida. Quase dez anos se passaram desde o nosso último beijo. Seguimos o curso de nossas vidas, nos permitimos beijar outros lábios, dormir em outros braços, encarar desafios e provações. O tempo não parou. Nossas escolhas nos levaram a estar onde estamos hoje. Se decorresse o inverso, a abnegação seria sua prova mais de pura de amor. 
Você viu Yasmin nos braços de outro rapaz e mesmo com o coração quebrado por saber que eles se envolviam enquanto vocês estavam juntas, seguiu em frente e decidiu cuidar um pouco mais de você mesma, não focou sua energia em planinhos ridículos de vingança.
       Ainda me lembro dos seus longos cabelos castanhos cobrindo a cintura, daquele vestido de verão branco com estampas florais e manga ciganinha que você usava naquele happy hour de ano-novo, do colar cujo pingente era um coração vazado, de seu sorriso também. 
Você me disse uma vez não se sentir bonita. Isso ainda se dá por você nunca ter enxergado sob as lentes de quem a ama. Se fosse capaz disso, se surpreenderia. Porque me surpreendi com a intensidade das batidas do meu coração quando nossos olhares se encontraram naquela mesa cheia de gente risonha e paqueradora e nos cumprimentamos pela primeira vez.
        Você estava desacompanhada e não usava anel de compromisso. A noite era longa. Amigos se reuniam e colocavam a prosa em dia. Suas amigas estavam trocando amassos com os companheiros enquanto você conversava e parecia até um pouco deslocada, não exatamente por não ter um par, mas porque não estava em seu lugar.
        — Está esperando alguém?
        Você fez que não com a cabeça.
        — Tudo bem se eu me sentar aqui?
        Você me perguntou se eu era quem era, confirmei com um sorriso e então me lembrei de uma moça bonita a qual alguns amigos meus comentavam, que apesar do talento não ascendia na profissão porque não dormia com o patrão. Não se aborreça comigo, mas era o papo que rolava entre amigos em comum, que a Cláudia Barreto só se tornou âncora do TVTV News porque saía com o Sr. Velloso, enquanto você, que havia estudado por quatro anos, feito pós-graduação e vários cursos livres, era preterida, apesar de talentosa.
        Essa moça bonita era você, também conhecida por não dar moral a ninguém.
As línguas maldosas diziam que você almejava ser à preferida do velho Velloso e por isso não assumia nenhum relacionamento. Outros já questionavam sua orientação sexual, embora naquela época você não falasse a respeito, fosse por medo de portas fechadas ou por separar vida pessoal da profissional com a maestria que poucos de nós conseguimos.
        — Pois é, tenho que estar de pé às sete. — Você deu de ombros. — Estou de plantão, por isso não vou beber nem um golinho, só vim dar um abraço no pessoal…
        — Não vai nem acordar para ver os fogos?
        — Talvez… — Você me respondeu, sorridente, e a conversa fluiu tanto que, por mais que seus sinais não fossem tão claros, a ideia de dormir com você se agigantou dentro de mim. Se você também curtia viver intensamente sem problematizar tudo, trato feito.
        — Depois do plantão, você vai ter uma folguinha? — Arrisquei, porque tudo que poderia ouvir de você era um não e até onde sei, ouvir não faz parte da vida. Pior do que ele, o nada, o nada que poderia ter sido tudo, a teia destrutiva da suposição.
        — Não. Sigo na labuta. Não paro nunca. — Você me respondeu.
        — Nem gripe te derruba? — Brinquei.
        — Só gripe e olha lá.
        A primeira impressão nem sempre é a mais correta, mas a sua desmontou todas aquelas teorias da conspiração que pipocavam a seu respeito. 
Naquele instante, vi uma jovem jornalista focada batalhando para construir uma reputação ilibada no trabalho, dedicada, entretanto, esgotada e ferida pela total falta de reconhecimento, sem oportunidades reais de ascensão.
Gozei desse privilégio, não posso negar; só agora me dou conta disso, de que o caminho que você trilhou para estar onde está, foi muito mais repleto de buracos, trechos íngremes e curvas perigosas. No entanto, para a felicidade geral, você nunca se intimidou nem com a pior das tempestades.
        — Me passa seu número?
        Meus planos para 2009 eram os de sempre, comuns a todos nós, os clichês que repetimos para que se tornem verdades. Aquele que brotou quando 2008 já se aproximava do derradeiro fim, foi te ver naquele novo ano, te ver nem que fosse uma só vez, quiçá a última.
        E você me passou seu número, aproveitando o ensejo também para se despedir da turma. Provavelmente até hoje você pensa que flertei com outra moça e passei a virada do ano acompanhado.
       Pouco depois que você saiu, eu poderia, sim, ter entornado vários drinques e me divertido com outra. Em vez disso, voltei para casa e passei a virada vendo televisão, olhando para o seu número gravado na minha agenda e pensando se seria muito atrevimento te deixar uma mensagem de feliz ano-novo.
        O tal do “escrevi, mas não tive coragem de enviar”.

Diga que me ama (cap. 2) - por Ceci



Amar o amor é muito diferente de aprisioná-lo em uma convenção atulhada de regras quase sempre egoístas, egocêntricas e retrógradas. Próxima dos 30 anos, as comparações com primas da mesma idade que já haviam deixado a vida de solteiras para construir famílias era constante. Olhares de piedade vindos das tias mais velhas que me pediam para “não perder a esperança”, como se o fato de não estar comprometida nos moldes mais tradicionais me condenasse a uma existência sem brilho.
Eu já não era mais uma foca na redação. Trabalhava arduamente e os imprevistos combinavam tanto quanto meu figurino. Às vezes preterida, às vezes esperançosa. A carreira era o foco central da minha vida, afinal, dela vinha (e ainda vem) o pão de cada dia. Vinha lutando para um propósito maior do que me sentar em uma bancada e passar dez ou até vinte anos (isso com sorte) fazendo o mesmo, muitos colegas nossos pereceriam por tudo isso. 
Eu buscava um sentido no ofício, um meio de me realizar como pessoa e compartilhar com a comunidade o aprendizado diário nas atividades que executava dentro e fora do ambiente de trabalho.
Meu coração, se assim pode dizer, estava ocupado demais para joguinhos estúpidos e pessoas que atravancassem meu caminho com possessividade e egoísmo. Não posso dizer que sempre sonhei em me casar de véu e grinalda e brincava de casinha porque seria uma tremenda hipócrita. Estava sempre metida nas partidas de futebol de rua com os meus irmãos, batendo figurinha, construindo carrinho de rolimã, passando longe de ser aquela menininha-padrão que toda mãe sonha em colocar frufru no cabelo e vestidinho com bainha de renda. 
Eu herdava a roupa dos mais velhos — o que podia ser aproveitado, sentia-me confortável, escaramuçando até a Vó Hilda gritar da janela do apartamento: “pra dentro, cambada!” e vivia cada dia de uma vez, sem me preocupar com o amanhã ou com o que pensariam de mim, eu estava ocupada demais me divertindo.
Tudo mudou quando eu estava com doze anos e meio. Eu já notava algumas mudanças no meu corpo, sobretudo em relação à estatura, que impressionou, porque as outras são irrelevantes ao contexto. Teria futuro enquanto levantadora, se assim desejasse, altura eu tinha. Poderia pensar em jogar basquete também. 
As transformações que encerrariam minha infância seriam mais cáusticas, profundas e inquestionáveis.
A família sempre foi o meu grande pilar. Não era novidade para ninguém que os parentes promovessem uma grande reunião no Natal e no ano-novo, oportunidade para os primos se reverem, colocarem as conversas em dia e brincarem até adormecerem nos colchões dispostos na sala do apartamento de vovó. 
A preparação começava cedo, com a Vó Hilda assando os perus e a Tia Zuleica, minha madrinha, correndo no mercado para comprar algum ingrediente que faltou, enquanto o Vô Ariosvaldo preparava o salão de festas do prédio porque a maioria dos moradores viajava durante o recesso.

****

1994 foi um ano bastante difícil e movimentado. Tivemos a perda do Senna, devastadora para o meu pai e meus irmãos mais velhos que apreciavam a Fórmula 1 até aquele sombrio primeiro de maio.
Em julho, com ou sem tetra, meu aniversário estava garantido, mas depois daquele pênalti que rendeu à seleção canarinho o quarto título mundial, não me importei em ser “esquecida”, meu aniversário foi dois dias antes. 
Triste foi perder minha cachorrinha Susi, uma vira-lata cor de caramelo, minha parceira desde os 4 anos. Ela se assustou tanto com os foguetes e rojões que fugiu do festerê no salão de festas, foi encontrada esmagada debaixo da roda do carro de um amigo do meu pai.
Esperava que 1995 fosse melhor, mesmo estando naquela fase em que quebraria todos os espelhos do mundo sem me importar com as superstições relacionadas. Fiz questão de usar o cropped branco de rendinha e a saia rodada cuja barra ficava a dois dedos das minhas coxas finas. Era presente da Dinda, não podia fazer desfeita.
Meus irmãos me achincalhavam dizendo que minhas pernas pareciam duas varetas. Eu estava medindo quase o mesmo que o papai e só não cheguei a ser modelo de passarela, apesar dos inúmeros clamores, porque nunca quis parar de comer e ser um cabide humano, descartado tão logo aparecesse outra de treze que contemplasse às expectativas. Zuleica me dizia que aquela fase de insegurança, angústia e inadequação daria espaço para algo muito maior, para a minha percepção real do que significava ser mulher.
Com a Dinda eu era totalmente transparente. Pelo fato de meu pai ser médico e minha mãe enfermeira, minha madrinha era uma figura de autoridade com quem podia desabafar naqueles tempos em que tinha tantas dúvidas, tantas curiosidades, tantos desejos. 
Ela morava com os pais para cuidar deles, porém trabalhava e custeava os próprios caprichos. No meio daquele ano pretendia conhecer Machu Pichu, no Peru, e queria me levar junto, com a condição de que eu me comportasse bem em casa e tirasse boas notas na escola.
Nosso último abraço sempre terminava com um “até mais” depois que eu pedia a bênção. Não tinha nenhum indício de que seria o último. Ela não tencionava nem por um segundo dar cabo da própria vida, amava acordar toda manhã, acender incensos para fazer suas preces matinais e nunca saía de casa com a barriga vazia. Vovô reclamava do aroma de mirra que se expandia por todo o apartamento. Para agora, Zuleica seria um exemplo de mulher empoderada que jamais precisou de um namorado ou marido para deixar um legado.
Falecer aos 42 anos era impensável. Jovem demais. Machu Pichu a esperava. Aquele ano e tudo o que perderia. Eu precisava dela mais do que nunca. Eu a amava mais do que a minha própria mãe. Muito, muito mais.
Quando acordei naquele fatídico primeiro de janeiro de 1995, lá por volta do meio-dia, escutei a choradeira na sala. Pensei que Drica, minha irmã caçula e pimentinha, havia aprontado das dela. Da última vez que bancou a engraçadinha, levou quatro pontos na testa, mas Adriana, de cócoras ao lado do sofá, observava aquela movimentação tensa com os olhos negros, bem arregalados.
— Que ano! — ironizou meu pai. — A Zuleica morre assim e agora a mamãe vai parar no hospital.
— E queria o quê, homem? Que sua mãe comemorasse a perda da Zuleica?
Mamãe me viu pelo corredor e a expressão tensa em seu rosto tanto poderia ser uma reprimenda em relação ao meu comportamento, como um sinal para o tal do “precisamos conversar”.
Minha madrinha tinha mania de limpeza, nunca dormia sem guardar toda a louça, por mais que vovó insistisse que daria conta de tudo pela manhã. Zuleica se angustiava com louça suja e fora do lugar, chão cheio de migalhas e vasos de lixo transbordando.
Meus avós costumam rezar o terço antes de dormir. Eram católicos fervorosos. Se tivessem dormido tão logo os convidados se despedissem, não ouviriam o estrondo vindo lá da cozinha. Foi um ataque cardíaco fulminante, igual ao da personagem de uma novela que passou no ano anterior e a qual amávamos muito.
Saí de casa para desmentir minha mãe e por mais que apertasse a campainha do apartamento dos meus avós até o dedo indicador ficar roxo, ninguém me atendia. 
Quando notei que a caravana voltava não para celebrar e sim para lamentar, fugi pela saída de emergência e corri até onde minhas pernas de gazela desengonçada suportaram, queria que meu coração parasse também.
Viver havia perdido todo o sentido.
Naquele dia, perdi completamente a noção das horas, me escondi na copa de um pé de ameixa que não ficava muito longe do complexo residencial onde meus avós e a Dinda residiam, não porque fosse indiferente à dor dos demais, mas porque precisava daquele momento comigo mesma. Não queria ver Zuleica presa a um caixão escuro, todo fechado. Tinha ciência de que não poderia passar o resto dos meus dias escondida e que não queria voltar para casa.
A morte da minha madrinha abalou as estruturas emocionais de todos. Vovó teve várias crises de hipertensão durante o sepultamento da filha do meio e meus pais sofriam porque tinham noção do efeito dominó. Meus irmãos lamentavam o falecimento de uma tia próxima e querida, contudo, não a amavam como eu a amava.
Tudo perdeu a graça: comemorar aniversário, brincar com as outras crianças na rua, até mesmo estudar. Só não repeti de ano, seria uma humilhação ficar atrasada em relação aos meus amigos, por mais que não sentisse vontade nenhuma de interagir com ninguém e em alguns momentos carregasse a culpa por não ter forças para superar a perda da pessoa que mais me amava no mundo.
Meus pais me amavam, todavia Drica, por ser a filha mais nova, recebia mais atenção. No outro extremo o Sérgio, o primogênito, que estava em ano de prestar vestibular e seria o primeiro Paternostro da geração a terminar os estudos regulares.
Só de ver a chamada do Réveillon do Rubão na televisão eu já entrei em pânico. A família tomou a decisão de manter as tradições, mas a Cecília de um ano antes não era aquela que surrupiou uma garrafa de bebida destilada e uma cartela dos comprimidos que meu avô utilizava para manter a pressão arterial em níveis estáveis.
Pela primeira vez na vida não me interessava nem um pouco em receber um ano, escolher roupa branca ou fazer penteado especial. Aquele que se passou como um borrão na memória não deixou saudades. Primeiro de janeiro sempre traria consigo a lembrança de uma dor que nunca passou por completo.
 Ainda hoje não sou simpática ao ano-novo, motivo pelo qual preferiria trabalhar para poder dormir durante a queima de fogos e ficar quase sozinha numa redação vazia e carente de grandes reportagens, posto que salvo alguma tragédia ou evento político, os primeiros dias de janeiro costumam ser pouco movimentados.
Despertei numa cama de hospital, vendo meus pais e irmãos se controlarem para não chorar. Um médico, amigo de longas datas do meu pai, desconfiou de tentativa de suicídio, no entanto, ninguém queria falar sobre aquele assunto tabu e me encher de perguntas. 
Papai sempre diz que quem me salvou foi Drica, pulando na minha cama para me acordar e ver a queima de fogos. Ao notar que eu não reagia, puxou as cobertas, gritou na minha orelha, puxou meu cabelo e, aos gritos, chamou meus progenitores, esperando que eles me dessem uma bronca por dormir na hora da virada.
Dez anos atrás, numa balada de ano-novo, conheci você…

(COISAS QUE VOCÊ SÓ VÊ NA RPN) RELÍQUIA: A lua-de-mel fracassada #2


Mesmo arrasado, o jornalista continua seguindo o casal para se certificar de que não está caluniando a esposa porque a Sr.ᵃ Velloso também é reverenciada na mídia pelo corpo escultural, apesar das raras aparições, só que ele confirma o que jamais esperou: que Luciana poderia traí-lo.

Vai ter Natal e vai ter risada no WNBM 🎄

 

Oi, preguiçosos!

Já estão começando a sentir o clima natalino? 🎄

Queria aproveitar esse espaço para lembrar que o Natal do WNBM (sim, estamos de volta com tudo!) vai ser cheio de surpresas! Estou me dedicando para que vocês, meus leitores, sintam a magia do Natal com todos os nossos personagens favoritos comemorando a data mais bonita do ano.

O grande começo da nossa festa acontece hoje, às 19h, com Pô, Pai — Especial de Natal, e logo depois vem a Noviça e sua trupe, se preparando para a ceia mais divertida que vocês já viram!

Ano passado, eu realmente queria ter preparado especiais para essa época, mas a correria não deixou. Agora, estou fazendo de tudo para deixar 2013 com chave de ouro e presenteando vocês com o melhor conteúdo de Natal.

Fiquem ligados no WNBM porque, uma coisa garanto: ninguém vai ficar de cara amarrada nesse Natal!


2 de maio | Dia Nacional do Humor

Especial - 2 de Maio: Dia Nacional do Humor Feliz Dia Nacional do Humor! O 2 de maio é o dia dedicado a uma das formas mais poderosas de con...