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Exposição desnecessária? 🌈

 


O texto original foi escrito no dia 16 de junho de 2018, no entanto, foi reeditado, revisado e teve alguns trechos reescritos. Além disso, no último dia 28 foi celebrado o Dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+. Nos últimos anos pensei ser lésbica, mas após muita reflexão, me entendo hoje dentro do espectro da assexualidade; o sexo não é o centro da minha vida, porém, também não é uma parte a ser ignorada; posso viver sem, mas não descarto a possibilidade de ter intimidade.

Editorial WNBM | Responder ao ódio... com mais ódio?

Boa tarde, amigos e amigas que visitam o Webnovelas by Mary!

Com a proximidade do primeiro turno das eleições, senti vontade de compartilhar algumas reflexões que surgiram durante uma conversa aqui em casa nesta manhã. É curioso — e, ao mesmo tempo, preocupante — perceber que, em pleno século XXI, ainda convivemos com pensamentos retrógrados, quase medievais, que alimentam discursos de ódio. Como sabemos, esses discursos sempre estiveram na raiz das maiores tragédias e guerras da humanidade.
Não pretendo me aprofundar nesse tema, pois meu objetivo não é causar desconforto ou dissabores. Este é apenas um pequeno editorial, talvez até tolo, mas que carrega a esperança de fazer algum sentido para quem o lê. Se essas palavras provocarem uma reflexão, já me darei por satisfeita.




É aceitável responder ao ódio com mais ódio? Essa é uma pergunta que sempre deve nos levar à reflexão. Discursos marcados pelo radicalismo, pela ausência de ética e bom senso precisam ser combatidos, mas sem que cedamos à mesma negatividade. 
Liberdade de expressão é o direito de emitir opiniões, mas sem recorrer a argumentos ofensivos ou caluniosos. Quando ultrapassa esses limites, deixa de ser uma manifestação justa e passa a ser um ato que desrespeita a integridade alheia. 

A revolução começa com cada um de nós 


O maior dos males está na falta de atenção. Refletimos sobre o que ouvimos ou apenas fingimos que escutamos, distorcemos, esquecemos e deixamos passar despercebido? Quando você lê, entende realmente o que está ali ou simplesmente segue a maioria sem questionar? 
Ter ideologias próprias é essencial, mas quais são os seus argumentos ao discordar ou desqualificar algo? Eles são fundamentados ou apenas ecos de opiniões alheias? 
A verdadeira revolução é aquela que é longa e silenciosa, feita de maneira que futuras gerações possam usufruir dos avanços conquistados coletivamente — sem se tornar mais uma utopia mal interpretada.

Discordar não é proibido


Discordar é um direito inalienável. Impedir que exista contrariedade, por outro lado, é uma forma de opressão. Ao longo da história, o ódio já guilhotinou, provocou perseguições e guerras, trazendo incontáveis desentendimentos. No entanto, o conhecimento não deve servir para impor uma única verdade. Ele existe para apontar caminhos, para iluminar possibilidades.

O que queremos para o futuro do Brasil


Será que a nação tem medo de reconhecer sua própria força? Por que não fazemos valer o exercício pleno da cidadania? 
É preciso refletir de que lado estamos, preocupando-nos menos com a vida sexual do próximo — que não nos diz respeito — e mais com questões fundamentais como educação, saúde e progresso.
Priorizar os rumos das nossas escolas e os talentos das futuras gerações deve ser um objetivo comum. Desde os primeiros passos, as crianças merecem as melhores orientações para se tornarem cidadãos instruídos, capazes de respeitar diferenças e contribuir para o desenvolvimento da sociedade.
Também é urgente pensar nos profissionais da saúde, que sempre serão imprescindíveis e devem trabalhar sob condições mais dignas e estruturadas.

O ódio motiva a guerra, mas não a vence


Não responda ao ódio com mais ódio. Ele pode motivar guerras, mas jamais é uma solução. A construção de um país melhor depende do respeito mútuo, da empatia e da busca por soluções que unam as pessoas, em vez de separá-las.

Editorial WNBM - Saber perder.




Hoje, 8 de julho de 2014, ficará marcado como um dos episódios mais dolorosos da história do futebol brasileiro. A derrota para a Alemanha não foi apenas um resultado inesperado — foi um desmoronamento das expectativas que estavam nas costas da seleção. Será que este placar reflete apenas o futebol? Ou ele nos faz pensar nos outros "7 x 1" que o Brasil leva diariamente, em tantas áreas críticas?
Quando nos arriscamos, sabemos que podemos tanto ganhar quanto perder. Tudo se resume à forma como interpretamos as situações. Desde o momento em que nos entendemos por gente, começamos a nos habituar aos contratempos da vida. Descobrimos, por exemplo, que Papai Noel não existe. Percebemos também que não existem pessoas burras, apenas habilidades diferentes que cada um domina.
Alguns são líderes natos, outros se conectam com a escrita e fazem maravilhas (ou nem sempre) com as palavras. Existem aqueles que brilham no raciocínio lógico ou no esporte. Todos esses talentos formam a sociedade, com suas diferentes contribuições. No entanto, aqui no Brasil, há um fenômeno claro: o futebol, para a infelicidade de alguns, é superestimado.
Não estou dizendo que estamos proibidos de torcer e sentir. Pelo contrário, o esporte é uma paixão que une e emociona. Mas ninguém deveria morrer por isso. É um exagero sair por aí vaiando e xingando. Afinal, não eram vocês que estavam em campo enfrentando um time forte, não são vocês que estão lá jogando. É muito fácil criticar quando se está sentado no sofá, sem saber nem dar uma embaixadinha.

O lado obscuro da idolatria 


Não concordo com muita coisa que ando lendo e escutando. Nessas horas, sinto vontade de abandonar meus sonhos, porque não acho justo que a vida de um jogador como Neymar valha mais do que a de outras pessoas. Por que idolatramos tanto alguém que joga bola e namora uma atriz de novela, enquanto ignoramos outros talentos mundo afora? 

Futebol e realidade social


Não vou apontar o que deveria ou não ter sido feito, porque não entendo de futebol. Mesmo que o Brasil tivesse vencido no domingo, isso não mudaria minha vida. Quando vi as imagens das crianças chorando, compreendi sua inocência. Elas entraram no clima, sem entender que esses jogadores são super ricos, enquanto o povo é pobre. Lamento por elas, que ainda não têm um entendimento mais complexo da realidade. 

Os atletas terão outra chance de realizar seus sonhos na Copa de 2018, na Rússia. Mas e quanto aos sonhos das crianças que choraram? E os sonhos de tantos outros que não têm as mesmas oportunidades?

Por saúde e educação seis estrelas


Não espero o terceiro lugar no sábado, mas a chegada do dia em que os profissionais da educação, da saúde e da escrita sejam aclamados com o mesmo ardor com que se fala da seleção. 

7 x 1 na Educação


Se colocarmos a qualidade da nossa educação em campo, será que conseguimos evitar gols contra? Professores subvalorizados, escolas com infraestrutura precária e um sistema que falha em oferecer acesso igualitário são marcas desse jogo perdido. Enquanto outros países investem pesado em formar cidadãos instruídos, nós mal saímos do meio de campo. Educação deveria ser nossa maior arma, mas continua sendo uma das derrotas mais difíceis de superar.

7 x 1 na Saúde


A saúde pública no Brasil também vive seu próprio 7 x 1. Hospitais sem recursos, filas intermináveis, falta de medicamentos e profissionais exaustos são alguns dos tantos "gols" que o sistema sofre diariamente. Enquanto algumas áreas lutam para oferecer atendimento digno, a sensação de abandono é um eco constante nas vidas de quem mais precisa.

7 x 1 na Segurança


A segurança pública é outro território onde o Brasil não consegue se defender. A violência, a corrupção e o medo continuam sendo protagonistas em um cenário que deveria proteger a população. Os números falam por si, e as estatísticas de crimes e desigualdades acabam reforçando que, nesse campo, o jogo também está sendo perdido.

7 x 1 na Transparência


Se olharmos para a corrupção e a falta de transparência, o placar seria ainda mais desanimador. Estamos no ranking global ao lado de países em guerra ou em extrema instabilidade política. Aqui, o jogo não é sobre bola na rede, mas sobre o desvio de recursos que poderiam transformar escolas, hospitais e projetos sociais. E, como sempre, quem paga o preço é o povo.

Um minuto de silêncio pelas injustiças estruturais


Ninguém chora pelas meninas nigerianas sequestradas pelo Boko Haram. Já se esqueceram delas? Enquanto nos emocionamos com o futebol, há tragédias que passam despercebidas, vidas que são ignoradas. Precisamos refletir sobre nossas prioridades e sobre o que realmente importa.
E os adolescentes israelenses assassinados? As crianças do Oriente Médio que crescem em meio à devastação, guerras e incertezas políticas? Vocês que lamentam por um milionário, já se questionaram sobre o que é sofrimento de verdade?
E os familiares da menina Rachel Genofre, cujo assassino ainda está desaparecido? Rachel também tinha sonhos, arrancados de forma cruel. 
Vocês que choram pelo Neymar, reflitam: Isabella Nardoni morreu de uma forma cruel e injusta. Era uma criança linda, pura, cheia de sonhos, que queria aprender a ler. Dois monstros tiraram sua vida, e daqui a poucos anos, migrarão para o regime semiaberto. 
E a sensação de justiça, que já é nula, fica como? Para a mãe que perdeu sua filha, quem a traz de volta? Nada.
Alguém se lembra das crianças do Massacre de Realengo? Elas também tinham sonhos. E o que dizer daquelas que ficaram com sequelas? Daqueles que presenciaram um maluco armado entrar numa escola e provocar uma tragédia que nunca esqueceremos?
E as vítimas do acidente da TAM, que completa 7 anos no próximo dia 17? Quatro famílias nunca encontraram os corpos de seus entes queridos. Indenizações não ressarcem os filhos que perderam pais, ou os pais que perderam filhos com futuros promissores. Só porque essas pessoas não eram famosas, seus sonhos não têm valor?
E os jovens de Santa Maria, que tiveram seus sonhos destruídos pela omissão e ganância? Já se esqueceram deles ou a comoção foi só para parecer antenado na internet?
Todos eles tinham sonhos. E há tantos outros nomes que nunca conhecemos, pessoas cujos sonhos também desmoronaram. Ninguém faz reportagens sobre eles. Ninguém levanta hashtags de apoio. Ninguém lamenta por eles.
O milionário daqui a pouco estará na farra, muito bem, obrigado!

O 7 x 1 no futebol foi doloroso, mas os outros "gols contra" que o Brasil leva diariamente são ainda mais devastadores. Esses são os desafios que realmente deveriam nos unir, não em lamentação, mas em ação. Só assim podemos começar a virar o jogo.

Comunicado importante... ou não...

A desculpa é a falta de tempo, tão bem articulada. É sempre ela, a correria, tão danada que consome todos os minutos e serve para argumentar o tal sumiço que, por mim, já era aguardado. Vocês têm tempo; não têm vontade. Não estou esfregando a verdade no rosto de ninguém, apenas concluindo o meu raciocínio. Pensei, finalmente, haver encontrado leitores que gostavam de verdade do meu trabalho, que se deliciavam com a minha técnica, com a minha narrativa, mas, ao invés disso, percebo a desatenção, a falta de percepção, o completo descaso. Ofereço todos os modos de entrar em contato, divulgo o endereço, faço tudo que está ao alcance, conforme os limites impostos. No entanto, o desgaste emocional compete justamente com a comoção nacional pela lesão do craque.

A idolatria cega a todos. Ninguém percebeu que falta pouco para o Mundial acabar e que, a partir do dia 14, a rotina volta a ser como era antes de meados de junho. Sei que a maioria sentirá falta dos feriados no meio da semana, do expediente pela metade, da cervejada, do churrasco, das cornetadas, de vestir a camisa verde e amarela. É bem capaz que alguém vá perder o jogo para “ler”. Ninguém, né? Ou pelo menos ninguém que eu conheça.

Sou jovem, também vim de origem humilde, nunca tive nada de mão beijada, também tenho tantos sonhos — alguns deles, porém, inviáveis; outros, bem difíceis de se realizar. Eu não sou jogadora de futebol, não sou namorada de craque, não canto funk, não sou periguete; sou apenas uma escritora lutando pelo meu espaço. Alguém que não tem contato com editoras, que já foi plagiada, atacada, maltratada, ignorada. Já ouvi várias vezes que “escritor só é reconhecido depois da morte”, que “o brasileiro não tem paciência de ler textos”. Nenhuma equipe de reportagem se interessou pela minha história de vida, nem pelo meu sofrimento. Minhas lágrimas não estamparam manchetes de jornais, meu talento não é aclamado com a mudança de entonação do âncora do jornal. Eu não tenho fãs rezando por mim na porta da minha casa. Sou apenas uma garota que escreve num blog para fantasmas.

Deus me presenteou com um dom que serve para tocar corações, para me comunicar com outras almas e ajudá-las a enxergar que a vida vai além de ter um namorado, ficar com o menino mais bonito da escola ou faculdade, além de se torturar devido aos padrões de beleza. Tentei mostrar-lhes um mundo novo, diferente, descrito sob o meu olhar. Juro que tentei, dei o meu melhor, quis fazer humor sem ofender, falar de amor sem ser melosa, quis ser a diferença que tanto espero ver no mundo — e não vejo, porque já pensei que algumas pessoas eram especiais, quando na realidade não passavam de fantoches altamente manipuláveis. Tanto é que os mesmos revolucionários que cantavam palavras de ordem nas ruas no ano passado estão de mimimi nas redes sociais, chorando por quem receberá o melhor tratamento médico e voltará a jogar.

Por que o sonho dele é mais importante que o meu, que o da minha irmã, da minha vizinha, do meu amigo?

Todos somos jovens. Podemos não jogar fora do país, mas também tentamos representar bem a nossa nação. Ser patriota não é só sentar em frente à televisão e gritar “gol”, hostilizar argentino, uruguaio, colombiano. É não chutar cachorro de rua, não maltratar idosos em filas, não discriminar as pessoas com deficiência, os negros, os nordestinos. É não aceitar propina, não jogar lixo na rua, não estudar ou trabalhar “de qualquer jeito”. É respeitar, mas quem se importa com regras?

Não quero acreditar que devo abandonar o sonho que me mantém viva porque ele não vai se realizar. Por mim, ninguém irá chorar. Repito: sou uma reles mortal. Não estou no padrão de beleza, não usufruo da fama do meu namorado porque não tenho, minhas palavras são totalmente dispensáveis.

Não me venham com hipocrisia, dizendo que não tenho empatia. Não tem nada a ver uma coisa com outra. Lamento pelas pessoas que realmente importam na minha vida, os membros da minha família. Rezo por quem merece, por quem precisa, não por quem quer aparecer mais que Deus. Um escritor é tão digno quanto um astro do mundo da bola. Lembrem-se de que nós não somos alfabetizados por jogadores, e sim por professores. Mas quem se lembra deles? 

Não justifico jamais a violência contra quem quer que seja, não desejo o mal nem de quem me deseja o pior. Simplesmente desejo luz até para as pessoas de quem não gosto (e não gostam de mim), porque desejo que essas encontrem seus caminhos e sejam tão felizes, preenchidas de tanto amor que não lhes reste tempo nem vontade de atentar contra ninguém.

Vocês podem usar o tempo da maneira que bem lhes couber, não é da minha conta. Porém, vocês assumiram o compromisso de ler. Vocês me iludiram com palavras amáveis, fizeram-me acreditar que esse sonho valia a pena. Se estavam lendo por dó, sem vontade, que nunca tivessem lido, porque, se vocês não meditam sobre a leitura, não aprendem nada. Continuam escrevendo errado e significa que não estou cumprindo minha missão. Estou falhando, e duplamente, por insistir em cativar um público que já está alienado. Me desculpem, mas é a realidade, por mais dolorosa que seja.

Sabia que a época da Copa do Mundo seria a mais difícil do ano de 2014. Festa para uns, lágrimas para outros. Eu tentava me preparar emocionalmente para a idolatria, para tudo. Mas a verdade é que, vendo tantas pessoas mentirosas e falsas nas minhas redes sociais, vou perdendo a vontade de fazer amizades. Todo mundo se diz tão diferente e simplesmente vive de copiar. Parece que ninguém pensa por conta própria, que a sinceridade incomoda. Se você não assiste ao jogo, rola, sim, aquela sensação de exclusão. Não há nada pior que se sentir assim, como se você não fizesse parte de nada, como se fosse um veneno contra a alegria. Só que não adianta nada comemorar — não temos motivos para isso. Eu, pelo menos, não.

Não vou celebrar o fim dos meus sonhos, não sou masoquista. Não, a esse ponto. Ah, já extrapolei os 140 caracteres. Todo mundo tem preguiça de ler. Então, ótimo: terça-feira tem jogo, curtam muito e idolatrem bastante o camisa 10, chorem e rezem por ele. De mim vocês não vão ouvir mais nada. Também sei que a desculpa do tempo cola bem para tudo. Vocês sempre têm um espacinho para qualquer coisa, menos para o que realmente interessa.

Editorial WNBM | Do contra, sim, senhores

 

Sou apenas mais uma sonhadora cujas asas são cortadas pela realidade doentia e cruel.

Ver tantas personalidades de plástico acentua minha descrença já forte na humanidade. As coisas vão mal. Muito mal. Decaindo. Despencando. A hipocrisia é um ácido que corrói as relações. Virou moda ser o que não é, pagar de revoltado e se contradizer em instantes. Mesmo que eu pareça grosseira e insensível na visão de alguns, prefiro ser rotulada de antipática a ser falsa e fingir.

Eu teria vergonha de dizer que estou sofrendo pelo tal jogador se nunca gostei dele. Idolatria me desanima, e não somente na Copa. Não tiro o direito dos outros de se entristecerem (os fãs, família, amigos, equipe, etc.), mas não me crucifiquem por ser diferente. Entristeço-me porque a vida me mostra que realizar sonhos nunca foi fácil. Eu também sou jovem, tenho meus próprios sonhos e luto por eles. Aguento escrever para um público que não me valoriza e não reconhece meus esforços. Ouço “não” da vida desde que me entendo por gente. Ouvi “não” dos meus pais, do amor, da minha própria carreira, e sei — por mais que doa — que nem tudo pode ser do meu jeito. E, às vezes, até gosto que não seja.

Sonho com o dia em que escritores serão realmente valorizados e entendidos, que inspirem de verdade. Que as meninas, ao lerem Simplesmente Tita, enxerguem não apenas o Adolfo, mas a luta de Tita, os obstáculos que ela enfrentou. Quero que entendam a mensagem de empoderamento que deixo clara: somos as protagonistas da nossa vida. Quero mostrar que a realidade não é um conto de fadas, que a vida não é um filme americano polarizado entre nerds e populares.

Não quero dizer às garotas que precisam mudar a aparência para agradar. Olhos castanhos não são castigo; eles têm seu brilho único. Se você enxerga o mundo, é porque Deus te abençoou com uma grande visão. Ame seus cabelos, não importa a cor ou a textura. Mude algo em você somente por você, nunca pelos outros. Você tem que se amar.

Mas quando vejo que muitas meninas não aprendem nada do que leem, continuam escrevendo errado e se autodepreciando, me sinto incapaz. Tenho vontade de parar de escrever. Só que, se eu parar, vou morrer de tristeza, porque é a única coisa que sei (ou acho que sei) fazer direito. É triste, em dia de jogo, ninguém ler minhas histórias, enquanto todo mundo é manipulado pelo televisor. O Facebook vira um espetáculo de idolatria.

Não é que eu não tenha compaixão. Tenho, sim, porém, por quem merece: minha família. Meu pai, minha mãe, minha irmã. Por aqueles que não me abandonam em nenhum momento. É por eles que devo orar e agradecer diariamente, não por um jogador que nem sabe meu nome, que trata mulheres como objetos, que quer aparecer mais que Deus e nem é nada disso.

Desculpem, eu não sou como todo mundo. Sou sincera demais. Nem todos gostam disso, mas não sei ser falsa, fingir que sou algo que não sou, bajular para parecer legal. Minha opinião diverge da maioria. E, sinceramente, choro pelo mundo… Porque ele vai mal. Muito mal. E eu também vou mal, porque sou apenas mais uma sonhadora cujas asas são cortadas pela realidade doentia e cruel. Mas tudo bem. O Brasil será Hexa.


Curitiba, 4 de julho de 2014.

Editorial WNBM - Reflexões de Sandra (Crônica)

Atenção, leitores. É uma crônica que escrevi ontem à noite. Não é um gênero que eu domine, pois nunca me aventurei nele, mas sempre que minhas feridas se abrem, lembro-me da cultura machista em que tudo é culpa da mulher e penso em tantas de nós que sofremos abusos e somos ameaçadas, discriminadas, ridicularizadas, diminuídas perante nossos agressores que sempre saem por cima da carne seca e tempos depois ainda conseguem nos despertar medo.

Não quero que as pessoas pensem que essa crônica em especial fala de mim porque ela aborda na verdade o sofrimento de outras mulheres, representados por essa narradora. Combinado que vocês vão ler sem ficar de machismo e mimimi aqui na página porque vou defender a vítima, protegê-la. 

Vocês se recordam que na época do Caso Eloá teve gente que chegou ao extremo de comemorar a morte dela e chamá-la de vagabunda, mas você pensou que no lugar da Eloá podia ter sido uma irmã sua, uma filha? O que ela fez ou deixou de fazer não é da conta de ninguém. Eu lamento por ela. Por ela, pela Mércia Nakashima, por outras mulheres cujos crimes não tiveram tanta repercussão midiática. Lamento pelas mulheres que por medo de serem assassinadas pelos seus companheiros, se escondem, não denunciam, procuram resolver o problema com alguma desculpa a qual elas sabem que não é real.

Não importa se o abuso é físico ou emocional. É abuso. Não é amor. Quando agride sua integridade, não é amor.

Deixa de ser carinho quando há perseguição, quando há medo e não admiração. Deixa de ser saudável quando você abandona seus amigos, parentes e vive de acordo com o humor instável dele. Deixa de ser brincadeira quando a ofensa rebaixa o seu valor, quando sua honra é machucada. Para quem te agride verbalmente, basta um passo para ser físico. 

Você acha que merece apanhar e ser xingada, maltratada?

Querida leitora, eu não acho. Não sei quem você é, mas eu não quero te ver sofrer. Não quero ver hematomas pelo seu corpo, nem no seu rostinho. Não quero te ver quebrando o chip do celular para que ele pare de te mandar mensagens. Eu não quero que você confunda manipulação com amor. Esse jogo mental não é o que você merece.

E agora vamos à crônica que eu chamarei de Reflexões de Sandra.

Editorial WNBM | Nas mãos de Deus: a verdade sempre triunfará

 

A escrita fazia com que eu me sentisse especial, única. Era o meu coelhinho na cartola, o que me mantinha viva e forte. Ver qualquer imbecil que mal sabe pontuar uma frase dizendo que é escritor me deixa com tanto asco que não sei nem como lidar com tanto desprezo. Me fazer acreditar que meus textos só são lidos quando postados no Webnode me destruiu completamente, porque toda vez que lembro, vem aquele flashback de toda dor que passei em 2012 e neste ano. Vai levar algum tempo até eu digerir essa mágoa e me superar.

É tão estranho ter de abdicar do que eu mais gosto só porque tem gente mal-amada nesse mundo que vive de invejar e imitar os outros. Que deprimente! Por causa disso, tenho que temer a felicidade, porque, se aparecer linda e bem-sucedida, tem gente que vai querer acabar com a minha alegria para poder se sentir bem.

Eu só peço a Deus que se encarregue de fazer justiça, porque Ele sabe muito bem o que cada pessoa tem no coração e sabe como ninguém quem me derrubou. Não vou sujar minhas mãos me vingando de lixos humanos, de garotos mal-fodidos que queriam ser mulheres e não são. Por isso se enraivecem porque, ao contrário deles, não gosto de copiar, só de criar. Inspirar-se nos grandes autores é importante, todavia, copiar as ideias e trocar o nome dos personagens não é talento, tem outro nome. Minha escrita busca ser autêntica, enaltecer a região onde vivo, com personagens humanos, com virtudes e defeitos, sem essa arrogância de transformar uma porcaria cheia de erros de concordância numa superprodução.

A Dor do Plágio

Lógico que meu blog, em vista do complô machista, é super pequeno. Meus fãs quase não comentam, mas sei que, por mais que eles tentem exibir Confissões de Laly, nunca vai ser como foi no Facebook, nunca vai ser nem 5% do que foi. Uma coisa é contabilizar as visitas e transformar a novela numa arma, e outra bem diferente é degustar lentamente cada palavra, cada cena, e crescer com os personagens, ficar ansioso pelo capítulo seguinte. Por essa razão, sou favorável a postar um capítulo por dia e não todos os capítulos da semana de uma só vez. Perde o encanto.

Por enquanto, nem sei se continuarei com as web novelas. Não sei de nada. Só sei que tenho nojo desse “mundinho” e mais ainda desses vermes sem face que aproveitam o fato de a internet ser o palco da impunidade para aprontarem e destruírem os outros. Pode ser que a justiça dos homens finja não ver, diga que sou culpada, que estou me expondo e tantos outros absurdos que já li. O que é de vocês está bem guardado. Fiquem tranquilos.

Obrigada por me fazerem dormir à base de sedativos, por não saber nem mais quem sou, por não acreditar quando alguém diz que sou linda, talentosa e legal. Obrigada por destruírem dois anos da minha vida com plágios, picuinhas, fofocas, por me fazerem ter medo de pessoas. Por me isolarem até dos parentes, conhecidos, achar que todo mundo vai me humilhar, me ofender, me caluniar. Obrigada por terem me usado quando precisavam de algum favor, por distorcerem minhas palavras.

Deus anotou tudo isso na lista Dele, porque Ele me deu a conclusão de Confissões de Laly de presente quando, em 2011, eu pedi de joelhos a Jesus Cristo que desse algum sentido à minha vida. Em menos de um ano, menos de seis meses, fui atendida. Ele sabe que a Leoa é meu anjo da guarda. Não é uma imitação de vilã da novela das 9, nem uma mocinha sem sal, inspiração de alguma mexicana.

A inspiração me abraçou, me fez constatar que a anorexia não ia destruir a minha vida, que eu era mais forte que aqueles pensamentos destrutivos. Que meu valor não estava impresso numa digital de balança. Tudo bem quanto a ser magra, nada contra, mas uma magra saudável, que come o que tem vontade sem exageros. Alguém que veste roupas que gosta, independente da moda. Alguém que sente prazer nas coisas simples como estar com os amigos, a pessoa amada. Compreendi que ainda era (sou) jovem com muito chão pela frente.

Confissões de Laly: a revolução da Leoa

Aquele projeto que comecei a idealizar aos 13 aninhos, ainda brincando com as bonecas, escrevendo em segredo, ouvindo as músicas que fizeram parte da trilha sonora, imaginando as cenas, sempre mentalizando que seria uma novela diferente e realista. Eu já visualizei alguns personagens e sempre senti a Lalinha por perto. Ela cresceu comigo. Nos separamos quando quis dar atenção a outros projetos, mas, em 2011, ela e suas amigas voltaram a povoar meus pensamentos.

Enquanto minhas amigas viviam para os namorados e faziam com que eu me sentisse culpada por ser solteira, me excluindo de tudo, a Lalinha me dizia o contrário: que eu não precisava de um homem para ser completa. Que ter olhos e cabelos castanhos era lindo, não era errado nem imoral.

A Fer Gallardo me deixou passar uma temporada na casa dela com o Gilberto e seus conselhos, a pequena Lílian, tendo o carinho da May, da D. Emília, do Pepo, brincar de correr com a Bru e a Yasmin, chupar geladinho, comer bombom caseiro de morango. Voltar para um ano maravilhoso como 2002, onde não tinha rede social para enferrujar nossos sorrisos nem antas plagiadoras se escondendo atrás de perfil falso para humilhar.

Os namoros das minhas amigas acabaram. E eu, finalmente, era feliz. Pela primeira vez na vida. Comecei a gostar de ser solteira, de ter os fins de semana inteirinhos para me dedicar ao que mais amava (e ainda amo!). Quebrei tabus sobre o meu corpo, declarei guerra ao machismo, ao conformismo.

Em 20 de julho foi selada a reviravolta da minha vida. Foi quando o Fanfics Brasil não ganhou uma rival para os traumas, e sim uma nova opção para os leitores. Para quem quisesse aceitar a Lalinha. Eu não postei Confissões de Laly para destruir ninguém, nem com pretensão de ranking. Tudo vinha da alma, do coração. Eu não forcei as cenas; elas me procuravam, fosse de manhã ou de madrugada.

Nunca pensei que aquela história faria tanto barulho, que todo mundo queria ler, saber o que ia acontecer. O ranking não representou nem metade do que essa novela foi. Porque ela revolucionou as pessoas interiormente. Uniu. Eu respondia aos leitores porque sempre gostei de dar atenção, porque está na minha personalidade tratar os outros com dignidade.

Privação e opressão

Não é vitimização, mas aquela metade de 2012 foi uma época de muita privação, opressão, um sofrimento que ia contra a natureza, uma coisa doentia, que me fazia mal. Levei um ano para conseguir suportar tudo aquilo. Viver refém do medo, manipulada a acreditar que eu não era nada, a achar que uma pessoa queria me matar e me induziu ao suicídio. Um dia essas feridas vão se fechar. Um dia esse verme vai pagar pelo que me fez, mas na justiça divina, porque essa é infalível. Por enquanto, sem noção nenhuma do futuro, vou vivendo, preenchendo as horas por preencher, sem saber, de fato, como consumir o tédio, o vazio que essa tristeza deixou; sem saber se devo perseguir esse ideal, manter esse blog, minha conta no Facebook.

Uma "original" cheia de baixaria até conseguiu ficar entre as 100 primeiras no RG, mas porque era pura putaria, não valia nada, não ensinou nada que os leitores levassem adiante. Se usar o avatar de cantora ajuda nas visitas, quem sabe eu tivesse usado o avatar da Toni Braxton para Confissões, mas aí eu estaria usando minha cantora favorita para ganhar likes e comentários. Não valeria a pena. A ideia em CL é que os leitores sintam-se livres para imaginar os personagens, a casa dos Gallardo, o salão da D. Emília, o cenário do Toda Poderosa News.

Consequências amargas da projeção

A inveja incomodou a quem não tinha talento, a quem duvidava daquele prólogo "bobinho". Tenho que reconhecer que, do mesmo jeito que a fama me trouxe amigos e deu uma levantada na autoestima, fazendo com que eu começasse a me sentir bonita e vivesse a fase mais feliz da minha vida, também me trouxe muita dor de cabeça, amigos falsos, gente mal-intencionada.

Não sei o que 2014 me reserva, mas queria muito conseguir ficar bem, me livrar desse povo nojento, invejoso, que não deixa ninguém brilhar nem ser feliz. Não sei se vou escrever alguma história novamente. Darei continuidade a Simplesmente Tita porque assumi esse compromisso e honrarei com ele até o fim. E, se eu souber que tem algum fdp tentando copiar, essa pessoa vai conhecer o meu pior.

Enfiem as críticas no...

Vocês conseguiram me desestimular, me fazer carregar essa pedra pesada da humilhação, do extremo cansaço. Vocês estão bem. Sou eu que vou ter que deixar de fazer o que mais amo na vida por causa de pessoas. Espero que algum dia, nem que eu esteja bem velhinha, possa ver vocês pagando pelas maldades que fizeram; desde o fake que se fez de "Paty Araújo" para me derrubar, o plagiador que se passou pela prima para eu ler a sinopse dele, o idiota que tratou Confissões de Laly como lixo (bem feito que o Paraquedas fechou), o falso fã que queria ganhar prestígio postando as minhas novelas, o escroto que me chamou de feia e gorda quando eu não aprovei a novelinha besta dele e todos os outros que falaram que eu me expus quando desabafei minha dor. Vocês vão pagar.

Pode ser que os autores de novelas deem finais felizes aos maus, mas Deus não. Vocês se sentem melhores que eu porque me venceram agora, porque eu sou só uma contra muitos. No entanto, eu saio de cena agora. O meu momento de glória não é agora, não é constituído pelas lágrimas alheias. Então eu sei que, por mais que eu esteja sofrendo agora, que minha carreira tenha sofrido esse abalo, algo muito bom vai vir, seja em 2014 ou 2018. A verdade vai aparecer. Quem foi humilhado vai ser feliz e quem humilhou vai sentir na pele tudo que eu senti.

Critiquem, mandem as indiretas e enfiem no c*. O Twitter da Noviça é único, não é uma bosta feita por um mal-amado que usa um pseudônimo polêmico para esconder o rosto e machucar os outros. Todo mundo sabe que a Noviça de Puppy Love é uma personagem naturalmente engraçada do jeito que é. Até isso tentam copiar, mas tem uma diferença grande entre ser divertido e ser ridículo. Muitos ultrapassam esse limite e nem percebem.

Já perdi dois anos chorando por causa de idiotas. Agora chega! Não quero ninguém nesse blog que fique fazendo leva-e-traz, distorcendo meu desabafo. Não gosta de mim? Vai embora! Não veja o blog. Vá viver sua vida. Agora, ficar me prejudicando por prazer é doença, cara. Vá se tratar!

Editorial WNBM | CTRL+C, CTRL+V e o autor de verdade que se dane


Pense antes de confiar em estranhos. Antes de tentar tirar vantagem em tudo. Antes de magoar os sentimentos alheios. Pense antes de acreditar que sua opinião é a única que importa. Antes de julgar. Mas você não pensa em mais nada além de você, você e você.

Não há espaço para que eu entre. Não há nada que possa ser feito, porque de todos os jeitos já fiz minha parte. Fui até os limites humanos para entender o porquê minha palavra não vale nada para você. O que te faz se sentir tão superior a mim?

Estou cansada. Não nasci para te agradar. Não sou sua escrava, nem de ninguém.

Aquele hábito que antes me ajudava a escapar da realidade, criando um mundo onde eu podia sonhar, hoje é de onde quero fugir. Dei o melhor de mim, e ninguém reconheceu. Quando errei, todos me crucificaram. Quando fiz diferente, saí do óbvio, ninguém quis enxergar. Você copiou e colou, ficando com todos os créditos. E ainda acha isso justo? Está cego demais para perceber que o plágio não te faz um artista, mas um idiota. Seu cinismo só me mostra do que mais você é capaz.

Por que tudo tem que ser à sua maneira? Por que seu sorriso tem que custar as minhas lágrimas? Por que esse prazer em me colocar para baixo, em destruir minhas esperanças? Por que você não pode ter seus próprios sonhos?

Você não é uma celebridade. É alguém que precisa de humildade e de um choque de realidade. Ninguém tem obrigação de ser o que você quer. Fingir te proporciona relações cordiais com os “sem face da discórdia”, mas até quando? Até quando você vai aguentar essa máscara? Até quando vai suportar ser o que não é? Você sabe, de fato, quem é?

Caráter não se compra. Copiar não é talento. Escrever não é apenas juntar palavras; é fazer o outro sentir a verdade. Você não é escritor só porque copiou algo e disse que era seu. Não banalize o dom, não desrespeite quem cria.

Já estou cansada de implorar para ser ouvida, porque sei que meu desabafo será mal-interpretado mais uma vez. Talvez o motivo da vergonha esteja no fato de eu ser mulher, mas não acho. Eu teria muito mais vergonha de ser alguém que destrói a vida dos outros só por querer o que não pode ter.

Você já pensou em como me sinto? Quando você copia meu trabalho sem nem ler um parágrafo? Quando você se apropria do que não é seu e me deixa invisível? Você gostaria de trabalhar duro e não receber reconhecimento? Gostaria de ser desmerecido por ser mulher? Gostaria de ser copiado, debochado, reduzido a nada?

Pense nisso. Pense que, enquanto você se deleita com as visitas, tem alguém lutando para não desistir da vida. Alguém que está se destruindo por uma causa que não a leva a lugar algum. Pense nisso antes de impor suas ordens e desrespeitar os outros. Hoje você pode estar se dando bem, mas nada nesse mundo é permanente.

Fica o recado.

Curitiba, 4 de dezembro de 2013.

Editorial WNBM | Sobre não caber no molde que me venderam

O nível da prova do vestibular deste ano está visivelmente mais alto do que nos anos anteriores. Não me saí tão bem quanto gostaria — reconheço que não me preparei como deveria. Estou focada em outras prioridades que, neste momento, parecem tão urgentes quanto meu sonho.

É claro que fico triste. Ver o sonho adiado por mais um ano não é fácil. Mas, mesmo frustrada, sei que não é o fim da linha. Não é uma prova difícil que vai definir quem eu sou, nem invalidar meus talentos ou minha paixão. E é isso que quero dizer a todos os amigos, leitores e visitantes ocasionais que passam por aqui: a vida continua, e o nosso valor como pessoas não cabe dentro de um gabarito.

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Mas não foi para isso que eu vim cedo postar.

Hoje descobri que o que sentia, lendo certas revistas na adolescência, era um sentimento comum entre muitas garotas. Nós perdemos nossa adolescência nos odiando por não sermos perfeitas como as artistas teen, nem como aquelas meninas escolhidas a dedo — ricas, magras, de cabelo liso, com namorado e populares na escola e nas redes sociais.

Eu olhava para a minha vida, cheia de inseguranças e dificuldades, e me odiava por não ter o corpo esguio, por não ter tantos amigos, por ainda ser virgem aos 16 anos. Me odiava profundamente.

Uma das razões de eu ter declarado guerra contra o meu próprio corpo foi essa cultura disfarçada de entretenimento, que, sob o verniz de "dicas de autoestima", banalizava tudo e manipulava milhares de meninas a acreditarem que elas não eram especiais, que elas não eram suficientes.

Hoje, com mais clareza, eu repudio essa lógica.


De quinzena em quinzena, lá está ela, a revista, sempre trazendo na capa um rosto conhecido — seja de um carinha de banda ou de uma artista teen cujo rosto parece um filtro digital. 

A ideia é simples: você deve admirar aquelas figuras, rir das piadas de um bando de garotos bonitos que não trazem nada além de uma estética que segue o fluxo. A revista impõe uma definição de beleza que acaba se tornando a referência para tudo o que você deve ser.

Mas, e quem disse que beleza define caráter? Ou que o ideal de perfeição apresentado ali é o único caminho?

Ao folhear, você se depara com dicas de moda que te forçam a se encaixar em um molde estreito. Não pode usar tal cor, não pode ter tal formato de corpo, precisa seguir certas normas para se encaixar nos padrões. Em meio a essa pressão silenciosa, você aprende que ser aceita tem um preço — é preciso estar dentro de um padrão estético e comportamental que parece ser o único modelo possível de vida. Mas será que isso é realmente o que te define?

Essas imposições de padrões, embora não intencionadas de forma explícita, acabam moldando mais do que apenas a nossa aparência. Elas interferem no desenvolvimento de um pensamento mais crítico e limitam as escolhas, criando uma visão de mundo estreita, onde o valor da pessoa é medido de acordo com sua aderência a esses padrões.

A grande questão é: até que ponto somos responsáveis por nos libertar desses moldes e buscar uma autêntica construção de identidade, sem a pressão de se encaixar em um ideal pré-definido?

Sempre esteve escancarado para quem quisesse enxergar: a tal revista, mesmo alcançando milhares de leitoras, nunca falou para todas. Seu editorial foi, desde sempre, voltado para um mundo idealizado, pasteurizado, onde 95% das meninas — reais, imperfeitas, diversas — nunca tiveram espaço. Sempre venderam um padrão inalcançável de beleza, comportamento e sucesso, travestido de inspiração, mas carregado de exclusão silenciosa.

E agora, diante da polêmica da vez, vemos mais do mesmo: o post compartilhado no Facebook foi grosseiramente tirado de contexto. Uma atitude oportunista, alimentada por interesses pessoais, por quem busca promoção fácil às custas da indignação alheia. Quem leu ao menos uma vez a revista sabe que há uma coluna dedicada ao humor, à sátira, à crítica ácida — e que o colunista, como sempre, mirava na contradição e no exagero, não no ataque gratuito.

O pior é que esse tipo de abordagem dita “feminista”, agressiva e desinformada, apenas reforça os estereótipos que deveríamos combater. Alimenta a imagem da mulher amarga, frustrada, intolerante e odiosa. Torna qualquer crítica legítima refém da caricatura. 

Quando a discussão verdadeira deveria ser outra: não a caça às bruxas, mas sim a cobrança por um editorial que consiga conciliar sua marca registrada — o humor, a leveza — com mais representatividade e inclusão. Era para ter sido uma conversa sobre ampliar vozes, e não sobre cancelar narrativas.

O verdadeiro problema nunca foi apenas a revista. O problema é a falta de leitura crítica. É a incapacidade — ou talvez a má vontade — de diferenciar o que é sátira do que é ataque, o que é inspiração do que é imposição. Sem essa consciência, continuamos a oscilar entre o consumo cego e a destruição burra — e em nenhum dos dois casos avançamos de verdade.

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