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Mary Recomenda | A Garota do Mar - Molly Knox Ostertag 🌊



Hoje é sexta-feira e tem edição especial do Mary Recomenda. Se você está em busca de uma leitura que combina romance, fantasia e uma jornada de autodescoberta, A Garota do Mar é a escolha perfeita! Escrito por Molly Knox Ostertag, autora da trilogia Menino Bruxa, este livro é uma graphic novel que encanta pela sua narrativa envolvente e ilustrações deslumbrantes.

Pô, Pai | A epifania de André

 Parte 1 | O bolo da revelação


Beto não é a única celebridade da família Prado Mendes. Embora pouco falado, André, o irmão caçula, tem um canal no YouTube chamado Aqui é 39 Mermão, voltado para a vida do jovem, onde ele mostra a rotina de exercícios físicos, dá dicas de skincare e produtos para o cabelo, mostra os “recebidinhos”. Vale lembrar que ele faz publicidade gratuita para as marcas porque quem paga a fatura do cartão todo fim de mês é Augusto.

Afetado duramente pelas limitações impostas pela pandemia, André montou uma academia dentro de casa, onde dá dicas para quem quer continuar em forma mesmo na quarentena porque aqui é #semdesculpas. Fã declarado de Igôr Marombah, o Bradley Cooper das Pegadinhas do Rubão, segue o canal do muso fitness, inspira-se nele e por essa razão decide abrir o coração neste episódio especial.



Mary Recomenda | Beleza Perdida - Amy Harmon

 Em celebração ao Valentine's Day, lembrei-me de um livro lido em 2021, que me marcou muito a ponto de eu escrever meus sentimentos a respeito da leitura. Com vocês, Beleza Perdida, de Amy Harmon, publicado originalmente em 2015. O título já é bastante chamativo, a capa também sugere ao leitor uma primeira impressão importante. Iniciei pensando ser um suspense, mas fui arrebatada por uma história de amor, logo eu, que detesto romances. Se toda regra tem sua exceção, eis o caso.

Mary Recomenda | De férias para o amor — A. K. Alves

 

Capa do livro de Anny K. Alves 

Cheguei a ter proximidade da autora alguns anos atrás e sempre tive um carinho grande por ela, logo, admiro muito a coragem e persistência para publicar este e seus outros livros.

Mary Recomenda | De frente para o amor - Emely Luiza Curcio

 


Um clichê romântico homoafetivo foi uma proposta interessante e não deixou a desejar nesse sentido porque tivemos muitas cenas fofas e quentes do nosso OTP. Às vezes, no entanto, as ações ficavam mais lentas e dava certo cansaço de ler, mas segui firme no propósito.

Diga que me ama (cap. 10) ele fala


        Você já está nos braços de outra pessoa, amando e se deixando amar. Vocês formam um belo par. Ainda assim, dói. Meus sentimentos estão bagunçados. Alegro-me por saber que depois de todas as desilusões que lhe furtaram a fé, seu coração te guiou com a razão e as portas se abriram para que alguém adentrasse e cuidasse um pouco dessa alma incrível. 
Por outro lado, não serei hipócrita: eu queria ser essa pessoa que te proporciona tantos sorrisos, com quem você imagina um futuro ao lado, ainda que não possa mudar os fatos. Te ver sem poder te tocar, te sentir, ter qualquer esperança de te provar que meu apreço sempre foi verdadeiro, me martiriza sobremaneira. Preciso aceitar que agora você é meu maior impossível.
Queria te abraçar sem pressa e deslizar as mãos pela sua cintura, deixar os dedos correrem por entre os seus cabelos e te beijar. Eu ainda me lembro do seu gosto, deixou saudades no céu da boca. Seu cheiro na fronha do travesseiro, as pontas dos dedos curando feridas que a insegurança encobria com camadas de vaidade. Hoje te enviei aquela música, talvez tenha colocado tudo a perder, porque as mágoas não são muralhas que impedem o contato. Lágrimas não choradas nos surpreendem. Somos tão francos com o papel, libertamos nossos pesos conforme as páginas avançam.
Você se lembra de quando demos nosso último beijo? Sabíamos que seria o derradeiro? Havia algum sinal que não interpretamos muito bem ou fomos vítimas de uma sucessão de desencontros?
        Não quero te constranger te perguntando a respeito da música porque ela, por si só, diria muito mais do que eu, em minhas tentativas pífias de escrevinhar uma resposta digna. Melhor acreditar que te marquei por saber que The Corrs é uma das suas bandas favoritas. Poucos têm conhecimento de que você ainda guarda com carinho os CDs e discos ganhados e comprados. Forgiven, not forgotten é um deles. 
        Ora bolas, você está comprometida. Quase dez anos se passaram desde o nosso último beijo. Seguimos o curso de nossas vidas, nos permitimos beijar outros lábios, dormir em outros braços, encarar desafios e provações. O tempo não parou. Nossas escolhas nos levaram a estar onde estamos hoje. Se decorresse o inverso, a abnegação seria sua prova mais de pura de amor. 
Você viu Yasmin nos braços de outro rapaz e mesmo com o coração quebrado por saber que eles se envolviam enquanto vocês estavam juntas, seguiu em frente e decidiu cuidar um pouco mais de você mesma, não focou sua energia em planinhos ridículos de vingança.
       Ainda me lembro dos seus longos cabelos castanhos cobrindo a cintura, daquele vestido de verão branco com estampas florais e manga ciganinha que você usava naquele happy hour de ano-novo, do colar cujo pingente era um coração vazado, de seu sorriso também. 
Você me disse uma vez não se sentir bonita. Isso ainda se dá por você nunca ter enxergado sob as lentes de quem a ama. Se fosse capaz disso, se surpreenderia. Porque me surpreendi com a intensidade das batidas do meu coração quando nossos olhares se encontraram naquela mesa cheia de gente risonha e paqueradora e nos cumprimentamos pela primeira vez.
        Você estava desacompanhada e não usava anel de compromisso. A noite era longa. Amigos se reuniam e colocavam a prosa em dia. Suas amigas estavam trocando amassos com os companheiros enquanto você conversava e parecia até um pouco deslocada, não exatamente por não ter um par, mas porque não estava em seu lugar.
        — Está esperando alguém?
        Você fez que não com a cabeça.
        — Tudo bem se eu me sentar aqui?
        Você me perguntou se eu era quem era, confirmei com um sorriso e então me lembrei de uma moça bonita a qual alguns amigos meus comentavam, que apesar do talento não ascendia na profissão porque não dormia com o patrão. Não se aborreça comigo, mas era o papo que rolava entre amigos em comum, que a Cláudia Barreto só se tornou âncora do TVTV News porque saía com o Sr. Velloso, enquanto você, que havia estudado por quatro anos, feito pós-graduação e vários cursos livres, era preterida, apesar de talentosa.
        Essa moça bonita era você, também conhecida por não dar moral a ninguém.
As línguas maldosas diziam que você almejava ser à preferida do velho Velloso e por isso não assumia nenhum relacionamento. Outros já questionavam sua orientação sexual, embora naquela época você não falasse a respeito, fosse por medo de portas fechadas ou por separar vida pessoal da profissional com a maestria que poucos de nós conseguimos.
        — Pois é, tenho que estar de pé às sete. — Você deu de ombros. — Estou de plantão, por isso não vou beber nem um golinho, só vim dar um abraço no pessoal…
        — Não vai nem acordar para ver os fogos?
        — Talvez… — Você me respondeu, sorridente, e a conversa fluiu tanto que, por mais que seus sinais não fossem tão claros, a ideia de dormir com você se agigantou dentro de mim. Se você também curtia viver intensamente sem problematizar tudo, trato feito.
        — Depois do plantão, você vai ter uma folguinha? — Arrisquei, porque tudo que poderia ouvir de você era um não e até onde sei, ouvir não faz parte da vida. Pior do que ele, o nada, o nada que poderia ter sido tudo, a teia destrutiva da suposição.
        — Não. Sigo na labuta. Não paro nunca. — Você me respondeu.
        — Nem gripe te derruba? — Brinquei.
        — Só gripe e olha lá.
        A primeira impressão nem sempre é a mais correta, mas a sua desmontou todas aquelas teorias da conspiração que pipocavam a seu respeito. 
Naquele instante, vi uma jovem jornalista focada batalhando para construir uma reputação ilibada no trabalho, dedicada, entretanto, esgotada e ferida pela total falta de reconhecimento, sem oportunidades reais de ascensão.
Gozei desse privilégio, não posso negar; só agora me dou conta disso, de que o caminho que você trilhou para estar onde está, foi muito mais repleto de buracos, trechos íngremes e curvas perigosas. No entanto, para a felicidade geral, você nunca se intimidou nem com a pior das tempestades.
        — Me passa seu número?
        Meus planos para 2009 eram os de sempre, comuns a todos nós, os clichês que repetimos para que se tornem verdades. Aquele que brotou quando 2008 já se aproximava do derradeiro fim, foi te ver naquele novo ano, te ver nem que fosse uma só vez, quiçá a última.
        E você me passou seu número, aproveitando o ensejo também para se despedir da turma. Provavelmente até hoje você pensa que flertei com outra moça e passei a virada do ano acompanhado.
       Pouco depois que você saiu, eu poderia, sim, ter entornado vários drinques e me divertido com outra. Em vez disso, voltei para casa e passei a virada vendo televisão, olhando para o seu número gravado na minha agenda e pensando se seria muito atrevimento te deixar uma mensagem de feliz ano-novo.
        O tal do “escrevi, mas não tive coragem de enviar”.

Diga que me ama (cap. 2) - por Ceci



Amar o amor é muito diferente de aprisioná-lo em uma convenção atulhada de regras quase sempre egoístas, egocêntricas e retrógradas. Próxima dos 30 anos, as comparações com primas da mesma idade que já haviam deixado a vida de solteiras para construir famílias era constante. Olhares de piedade vindos das tias mais velhas que me pediam para “não perder a esperança”, como se o fato de não estar comprometida nos moldes mais tradicionais me condenasse a uma existência sem brilho.
Eu já não era mais uma foca na redação. Trabalhava arduamente e os imprevistos combinavam tanto quanto meu figurino. Às vezes preterida, às vezes esperançosa. A carreira era o foco central da minha vida, afinal, dela vinha (e ainda vem) o pão de cada dia. Vinha lutando para um propósito maior do que me sentar em uma bancada e passar dez ou até vinte anos (isso com sorte) fazendo o mesmo, muitos colegas nossos pereceriam por tudo isso. 
Eu buscava um sentido no ofício, um meio de me realizar como pessoa e compartilhar com a comunidade o aprendizado diário nas atividades que executava dentro e fora do ambiente de trabalho.
Meu coração, se assim pode dizer, estava ocupado demais para joguinhos estúpidos e pessoas que atravancassem meu caminho com possessividade e egoísmo. Não posso dizer que sempre sonhei em me casar de véu e grinalda e brincava de casinha porque seria uma tremenda hipócrita. Estava sempre metida nas partidas de futebol de rua com os meus irmãos, batendo figurinha, construindo carrinho de rolimã, passando longe de ser aquela menininha-padrão que toda mãe sonha em colocar frufru no cabelo e vestidinho com bainha de renda. 
Eu herdava a roupa dos mais velhos — o que podia ser aproveitado, sentia-me confortável, escaramuçando até a Vó Hilda gritar da janela do apartamento: “pra dentro, cambada!” e vivia cada dia de uma vez, sem me preocupar com o amanhã ou com o que pensariam de mim, eu estava ocupada demais me divertindo.
Tudo mudou quando eu estava com doze anos e meio. Eu já notava algumas mudanças no meu corpo, sobretudo em relação à estatura, que impressionou, porque as outras são irrelevantes ao contexto. Teria futuro enquanto levantadora, se assim desejasse, altura eu tinha. Poderia pensar em jogar basquete também. 
As transformações que encerrariam minha infância seriam mais cáusticas, profundas e inquestionáveis.
A família sempre foi o meu grande pilar. Não era novidade para ninguém que os parentes promovessem uma grande reunião no Natal e no ano-novo, oportunidade para os primos se reverem, colocarem as conversas em dia e brincarem até adormecerem nos colchões dispostos na sala do apartamento de vovó. 
A preparação começava cedo, com a Vó Hilda assando os perus e a Tia Zuleica, minha madrinha, correndo no mercado para comprar algum ingrediente que faltou, enquanto o Vô Ariosvaldo preparava o salão de festas do prédio porque a maioria dos moradores viajava durante o recesso.

****

1994 foi um ano bastante difícil e movimentado. Tivemos a perda do Senna, devastadora para o meu pai e meus irmãos mais velhos que apreciavam a Fórmula 1 até aquele sombrio primeiro de maio.
Em julho, com ou sem tetra, meu aniversário estava garantido, mas depois daquele pênalti que rendeu à seleção canarinho o quarto título mundial, não me importei em ser “esquecida”, meu aniversário foi dois dias antes. 
Triste foi perder minha cachorrinha Susi, uma vira-lata cor de caramelo, minha parceira desde os 4 anos. Ela se assustou tanto com os foguetes e rojões que fugiu do festerê no salão de festas, foi encontrada esmagada debaixo da roda do carro de um amigo do meu pai.
Esperava que 1995 fosse melhor, mesmo estando naquela fase em que quebraria todos os espelhos do mundo sem me importar com as superstições relacionadas. Fiz questão de usar o cropped branco de rendinha e a saia rodada cuja barra ficava a dois dedos das minhas coxas finas. Era presente da Dinda, não podia fazer desfeita.
Meus irmãos me achincalhavam dizendo que minhas pernas pareciam duas varetas. Eu estava medindo quase o mesmo que o papai e só não cheguei a ser modelo de passarela, apesar dos inúmeros clamores, porque nunca quis parar de comer e ser um cabide humano, descartado tão logo aparecesse outra de treze que contemplasse às expectativas. Zuleica me dizia que aquela fase de insegurança, angústia e inadequação daria espaço para algo muito maior, para a minha percepção real do que significava ser mulher.
Com a Dinda eu era totalmente transparente. Pelo fato de meu pai ser médico e minha mãe enfermeira, minha madrinha era uma figura de autoridade com quem podia desabafar naqueles tempos em que tinha tantas dúvidas, tantas curiosidades, tantos desejos. 
Ela morava com os pais para cuidar deles, porém trabalhava e custeava os próprios caprichos. No meio daquele ano pretendia conhecer Machu Pichu, no Peru, e queria me levar junto, com a condição de que eu me comportasse bem em casa e tirasse boas notas na escola.
Nosso último abraço sempre terminava com um “até mais” depois que eu pedia a bênção. Não tinha nenhum indício de que seria o último. Ela não tencionava nem por um segundo dar cabo da própria vida, amava acordar toda manhã, acender incensos para fazer suas preces matinais e nunca saía de casa com a barriga vazia. Vovô reclamava do aroma de mirra que se expandia por todo o apartamento. Para agora, Zuleica seria um exemplo de mulher empoderada que jamais precisou de um namorado ou marido para deixar um legado.
Falecer aos 42 anos era impensável. Jovem demais. Machu Pichu a esperava. Aquele ano e tudo o que perderia. Eu precisava dela mais do que nunca. Eu a amava mais do que a minha própria mãe. Muito, muito mais.
Quando acordei naquele fatídico primeiro de janeiro de 1995, lá por volta do meio-dia, escutei a choradeira na sala. Pensei que Drica, minha irmã caçula e pimentinha, havia aprontado das dela. Da última vez que bancou a engraçadinha, levou quatro pontos na testa, mas Adriana, de cócoras ao lado do sofá, observava aquela movimentação tensa com os olhos negros, bem arregalados.
— Que ano! — ironizou meu pai. — A Zuleica morre assim e agora a mamãe vai parar no hospital.
— E queria o quê, homem? Que sua mãe comemorasse a perda da Zuleica?
Mamãe me viu pelo corredor e a expressão tensa em seu rosto tanto poderia ser uma reprimenda em relação ao meu comportamento, como um sinal para o tal do “precisamos conversar”.
Minha madrinha tinha mania de limpeza, nunca dormia sem guardar toda a louça, por mais que vovó insistisse que daria conta de tudo pela manhã. Zuleica se angustiava com louça suja e fora do lugar, chão cheio de migalhas e vasos de lixo transbordando.
Meus avós costumam rezar o terço antes de dormir. Eram católicos fervorosos. Se tivessem dormido tão logo os convidados se despedissem, não ouviriam o estrondo vindo lá da cozinha. Foi um ataque cardíaco fulminante, igual ao da personagem de uma novela que passou no ano anterior e a qual amávamos muito.
Saí de casa para desmentir minha mãe e por mais que apertasse a campainha do apartamento dos meus avós até o dedo indicador ficar roxo, ninguém me atendia. 
Quando notei que a caravana voltava não para celebrar e sim para lamentar, fugi pela saída de emergência e corri até onde minhas pernas de gazela desengonçada suportaram, queria que meu coração parasse também.
Viver havia perdido todo o sentido.
Naquele dia, perdi completamente a noção das horas, me escondi na copa de um pé de ameixa que não ficava muito longe do complexo residencial onde meus avós e a Dinda residiam, não porque fosse indiferente à dor dos demais, mas porque precisava daquele momento comigo mesma. Não queria ver Zuleica presa a um caixão escuro, todo fechado. Tinha ciência de que não poderia passar o resto dos meus dias escondida e que não queria voltar para casa.
A morte da minha madrinha abalou as estruturas emocionais de todos. Vovó teve várias crises de hipertensão durante o sepultamento da filha do meio e meus pais sofriam porque tinham noção do efeito dominó. Meus irmãos lamentavam o falecimento de uma tia próxima e querida, contudo, não a amavam como eu a amava.
Tudo perdeu a graça: comemorar aniversário, brincar com as outras crianças na rua, até mesmo estudar. Só não repeti de ano, seria uma humilhação ficar atrasada em relação aos meus amigos, por mais que não sentisse vontade nenhuma de interagir com ninguém e em alguns momentos carregasse a culpa por não ter forças para superar a perda da pessoa que mais me amava no mundo.
Meus pais me amavam, todavia Drica, por ser a filha mais nova, recebia mais atenção. No outro extremo o Sérgio, o primogênito, que estava em ano de prestar vestibular e seria o primeiro Paternostro da geração a terminar os estudos regulares.
Só de ver a chamada do Réveillon do Rubão na televisão eu já entrei em pânico. A família tomou a decisão de manter as tradições, mas a Cecília de um ano antes não era aquela que surrupiou uma garrafa de bebida destilada e uma cartela dos comprimidos que meu avô utilizava para manter a pressão arterial em níveis estáveis.
Pela primeira vez na vida não me interessava nem um pouco em receber um ano, escolher roupa branca ou fazer penteado especial. Aquele que se passou como um borrão na memória não deixou saudades. Primeiro de janeiro sempre traria consigo a lembrança de uma dor que nunca passou por completo.
 Ainda hoje não sou simpática ao ano-novo, motivo pelo qual preferiria trabalhar para poder dormir durante a queima de fogos e ficar quase sozinha numa redação vazia e carente de grandes reportagens, posto que salvo alguma tragédia ou evento político, os primeiros dias de janeiro costumam ser pouco movimentados.
Despertei numa cama de hospital, vendo meus pais e irmãos se controlarem para não chorar. Um médico, amigo de longas datas do meu pai, desconfiou de tentativa de suicídio, no entanto, ninguém queria falar sobre aquele assunto tabu e me encher de perguntas. 
Papai sempre diz que quem me salvou foi Drica, pulando na minha cama para me acordar e ver a queima de fogos. Ao notar que eu não reagia, puxou as cobertas, gritou na minha orelha, puxou meu cabelo e, aos gritos, chamou meus progenitores, esperando que eles me dessem uma bronca por dormir na hora da virada.
Dez anos atrás, numa balada de ano-novo, conheci você…

Traduzido pelo brilho dos meus olhos - Capítulo 25 - Alô...


“No brilho dos seus olhos tive o presságio de um futuro bom, que ignorei por não merecer, porque eu não me julguei boa o bastante para receber esse amor tão bonito que você me deu, quando você viu na apatia dos meus olhos aquela menina esperançosa que eu era, com tantos sonhos, tantas ambições, tanta força. Você viu no calor das minhas lágrimas que considero cada uma das suas palavras e não te omitiria um segredo, mas parti seu coração não sabendo amar, portando-me com certa rispidez, mantendo-me quão distante pudesse. Era a minha defesa. Meu coração está machucado, meus pensamentos bagunçados, e eu ainda quero que você fique, quero que seus olhos desnudem os meus e sua boca cole com a minha e me diga (mesmo sendo mentira) que tudo haverá de ficar bem. Se eu pudesse remexer nos manuscritos do destino, sem pretensão para tal, digo que suas asas me seguraram e não haverá um só dia em que eu não tenha orgulho de ser sua, porque deliberadamente almejo, para você, que é meu verso e canta a música do meu coração até quando não quero escutá-la.”

Traduzido pelo brilho dos meus olhos - Capítulo 21 - Separados pelo intercâmbio


Antônio e Veridiana voltaram a se encontrar. Elis era a única que guardava aquele segredo, sussurrando para que as paredes não amplificassem outra desilusão de Margarida.
— Maninha, as fuxiqueiras da cidade estão entretidas com os galãs sertanejos, mas, sendo como for, nossa mãe pode ficar sabendo disso.
— Eu sei, mas gosto do Antônio.
— Ele te abandonou quando você mais precisou dele.
— Ele não me abandonou.
— Que nome se dá àquilo que ele fez contigo?

***
Antônio e Veridiana estavam namorando quando perderam a virgindade e o rapaz foi convocado pela universidade a participar de um intercâmbio na Islândia. Concorrendo a apenas uma vaga com mais de cinquenta inscritos, o conquistador desastrado foi o único selecionado no estado. Era uma chance imperdível não apenas pela oportunidade de conhecer outro país, mas pelo acréscimo no currículo, pelas experiências, a sonhada independência. A irmã de Elis não reagiu bem à notícia, porém apoiou o namorado, embora escondesse dele a grande bomba: sua menstruação atrasada já era uma gravidez confirmada.
No último encontro Veridiana estava indiferente, retribuindo os beijos por obrigação, calada.
— Vamos ficar tanto tempo sem se ver e você não me diz nada.
— Você já fez suas escolhas, Antônio.
— Isso não quer dizer que eu não goste de você. Antes mesmo de te conhecer eu já sonhava com esse intercâmbio, lutei muito para ser um dos selecionados…
— Eu não estou te impedindo de correr atrás do seu sonho.
— Sei que você não quer ficar longe de mim, eu também não quero ficar longe de você, mas um dia, quando formos embora dessa cidade, você irá me agradecer por todos os sacrifícios que estou fazendo, não só por mim, pela minha família, mas por você também.
Veridiana sabia que por trás daqueles óculos pesados existia beleza. Não escolheu Antônio por nenhum atributo em especial, mas porque ele fazia com que ela se sentisse bem. Ele era desajeitado, sem nenhuma habilidade para contar piadas, alguém que na adolescência pouco se divertiu, como ela.
— Promete para mim uma coisa, Veridiana, querida?
— Fala…
— Promete que vai tentar aguentar firme esse tempo todo até eu voltar?
— Prometo.
— Não senti muita firmeza nas suas palavras.
— Como se fosse fácil ficar longe de você.
— Não vai ser para mim, imagina para você.
Veridiana abraçou Antônio pela última vez e enfrentou a fúria de Margarida ao contar que esperava um filho do namorado. Ser mãe solteira naquela cidade ainda era a maior vergonha que uma família tradicional poderia sofrer. Divórcios eram execrados. Omitido o intercâmbio, construiu-se a (equivocada) fama de cafajeste do rapaz que jamais soube da existência da filha.

****
— Veridiana, você escondeu a verdade do Antônio?
— Eu não iria arruinar os sonhos dele na véspera.
— Ele não sabe que a Jéssica é filha dele?
— Nem lhe passa pela cabeça.
— E você não acha que está na hora de enfrentar todo mundo se vocês se gostam de verdade?
— Não terá perdão!
— Só não terá se você continuar escondendo todo esse mistério, irmã. Falo por mim, não é vida ficar sufocada, cheia de segredos. Pelo amor de Deus, nossa mãe não é um monstro, é só uma mulher que teve o desprazer de ser criada sob costumes muito repressivos, mas acredite, ela está mudando e se você a ama pelo menos um pouco, deve ser honesta.
— Sei que devo me preparar para o pior.
— Pior só vai ficar se você se esconder de si mesma.
— Sabe, Elis, eu nunca pensei que um dia a gente iria conversar tão abertamente sobre essas coisas.
— Eu também não, mas a vida sempre trata de nos surpreender.
— Que o diga você, que era toda menininha, encabulada e desabrochou, virou um mulherão.
— Simplesmente comecei a valorizar o meu primeiro amor.
— O Léo?
— Não. A mim mesma. Gosto de mim o bastante para poder gostar de alguém.
— Mas e quanto a você e o Léo? Todo mundo sabe que você sempre gostou dele.
— Sempre gostei da ideia de gostar dele, não de quem o Léo era, ou melhor, é. Eu gostava daquele Léo que era meu herói, me salvava das chacotas na escola, das noites de solidão, mas entendi que ele não poderia me salvar de ser quem sou, que assim como eu, também tem dúvidas, medos, angústias, defeitos. O Léo da minha imaginação não falava, não agia, era a mim moldado, existindo lá nos meus sonhos, não na realidade. Amar assim é chato. Não tem toque, não tem luta, é um sonho o qual ele nunca tomou conhecimento e mesmo que tomasse, não estávamos em sintonia.
— Você o esqueceu, é isso?
— Minha cabeça está confusa demais para te responder.
— Eu te via tão frágil, indefesa, sempre escondida naqueles moletons largos, sem expressão e agora te vejo tão decidida, tão madura. Será que eu nunca te percebi de verdade?
— Antes costumávamos brincar de boneca juntas; andar de bicicleta, subir nos pés de ameixa da mãe do Matt e depois negar tudo, fazer piquenique na cachoeira, entrar no quarto da Pati para ler os diários dela, mas depois você encontrou suas amigas, começou a namorar e foi me esquecendo. Eu também fui me distanciando, isolada no meu mundinho particular, como se isso não fizesse mais diferença, sempre sentindo saudades da sua amizade que me fazia tanta falta…
— Eu sempre te admirei tanto, Elis. Você não desistiu de ser médica, né?
— Nunca.
— Sei que você vai ser uma grande médica algum dia.
Elis e Veridiana estariam sempre unidas pelas boas lembranças de uma infância feliz e bem aproveitada.
— Se você não souber o que fazer, peça orientação à sua intuição. Ela nunca falha.
Foi o melhor conselho que Veridiana recebeu.

****

— Diga-me o que quer, Veridiana. — Margarida gostava de assistir televisão no quarto e só desligava quando o talk show de entrevistas acabava. Estando aposentada, restava-lhe aproveitar as noites, o antigo emprego a obrigava a dormir cedo.
— Precisamos conversar.
— Tem de ser agora?
— Eu poderia esperar até de manhã, mas já esperei tempo por demais, mãe. — Veridiana sentou-se na cama da mãe.
— Não me diga que está grávida de novo, Veridiana? Quando é que você colocará essa cabeça oca no lugar? Eu já estou farta de te dar conselhos e você desperdiçá-los.
— A senhora não sabe da verdadeira história.
— O que sei a seu respeito já me basta.
— A senhora precisa me dar essa chance de falar.
Margarida abriu a primeira gaveta do criado-mudo, alcançando com um dos braços a cartela de calmantes, ingerindo um e engolindo-o com o auxílio de um copo de água.
— Quando você vem me contar suas bombas, penso até quando meu pobre coração vai aguentar ser maltratado.
— Essa pode ser a última vez que eu te incomode.
— Que assim seja, Veridiana, pois estou no meu limite com você.
— É sobre Antônio.
— Sabia… — Margarida deu um muxoxo, contrariada. — Sabia que boa coisa não era…
— Espere eu terminar de falar, mãe. Por favor… — Veridiana colocou-se de joelhos diante da mãe, no auge da submissão.
— Anda se encontrando com aquele traste depois de tudo o que ele te fez?
— Ele nunca me fez nada.
— Apenas te deixou grávida para ser a piada da cidade… Acha pouco?
— Antônio não sabe da existência de Jéssica.
— Como é?
Margarida sentiria o coração parar.
— Você está tirando sarro da minha cara a essa hora da noite.
— Não, não estou!
— E que brincadeira é essa?
— Tenho 26 anos, mãe, não 16.
— Você passou por cima da minha ordem e voltou a falar com esse rapaz depois de tudo que ele te fez passar.
— Passei por tudo sozinha. Ele nunca soube nem de metade do que enfrentei nesses anos todos.
— Você me decepcionou mais uma vez, Veridiana.
— E você também me decepciona quando passa por mim e faz que sou uma estranha.
— Você deixou de ser minha filha faz muito tempo.
— Isso não é possível.
— Nada do que você faça pode me afetar. Você já me decepcionou o suficiente, Veridiana. Agora, por favor, deixe-me dormir se minha vida vale de algo para você.
— Será que em algum momento você se colocou no meu lugar? Como filha, sempre te respeitei, mesmo quando você faz com que eu me sinta desse tamanho..… Veridiana gesticulou, banhada em lágrimas, a atenção da mãe, um descanso no desprezo infinito. — Será que morri aí dentro de você? Será que não há mais nenhuma chance de você olhar para mim um pouquinho que seja?
— Eu tinha tantos sonhos para você, Veridiana. Eu acreditava que você seria uma grande psicóloga e faria aquelas velhas bruxas da família do seu pai calarem a boca, mas em vez disso você me afundou na vergonha.
— Só porque eu me entreguei a um homem que amo? Fiz o que qualquer pessoa apaixonada faz, vivi esse sentimento, me doei para ele. Eu o amei na forma mais genuína de ser, quando os dois corpos se encontram, mas acima de tudo as almas se comunicam. Jéssica é o fruto disso.
— Não me venha com romantismo de livros porque estou sem um pingo de paciência para isso, Veridiana Diniz.
— Por que é tão difícil assim me entender?
— Porque eu já nem sei mais quem você é.
— Antônio partiu para a Islândia sem saber que eu estava grávida da Jéssica. Ele nem sequer imagina que eu seja mãe de um filho dele.
— Essa é a maior bobagem que eu já ouvi na vida.
— Mas é a verdade.
— Ele faz um filho em você e vai viajar como se nada tivesse acontecido?
— Eu já disse que ele nunca desconfiou.
— Ele é um bronco, manipulador, descarado.
— Ele não é nada disso.
— Pobre de você, tão facilmente induzida… Lamento…
— Antônio não conhece a Jéssica, não tem noção do que aconteceu enquanto esteve ausente. Eu não disse a ninguém que Jéssica é filha dele, apenas Elis, você e eu sabemos.
— O que é pior, pois a cidade inteira pensa que esse filho é de um qualquer.
— E por acaso alguma das fofoqueiras trocou uma fralda da Jéssica? Pouco me importa o que essas mulheres comentam a meu respeito.
— Você teve tanta consideração comigo que preferiu ir morar com seu pai depois de tudo que ele fez contra mim.
— Ele teve muito mais cabeça que você quando eu pedi ajuda. Ele não me deixou chorando debaixo de chuva quando contei que estava grávida, ele não amaldiçoou o bebê que estava dentro da minha barriga, não deu ouvidos aos comentários da Isaura e sua corja, ele me acolheu na casa dele e cumpriu o seu papel com muito primor. Você, que é minha mãe e deveria passar por cima de tudo e todos para me defender, não fez nada por mim. O desprezo foi a sua resposta ao meu abraço, a todos os meus gritos de socorro.
Margarida fazia das filhas um escudo contra o ex-companheiro, demonizando a figura dele com atritos mal resolvidos, as mágoas que culminavam em pequenos transtornos para a alma, os comprimidos ingeridos com hora marcada. O jogo de manipulação prendeu Elis e Patrícia, mas nunca fez de Veridiana uma refém, a ovelha negra.
— Quando saiu o resultado do exame de sangue, era também o último dia dele aqui na cidade, ele estava tão empolgado com o intercâmbio, fazendo mil planos para a volta, me pedindo para ter paciência porque logo estaríamos juntos de novo. Se ele fosse esse mentiroso sem vergonha que você acha que ele é, eu estaria ao seu lado, embora de qualquer forma estivéssemos unidos eternamente pela Jéssica. Isso ninguém poderá mudar.
— Você escondeu isso dele esse tempo todo?
— Eu me sentiria muito egoísta se forçasse Antônio a abandonar o maior sonho dele que era conquistar a vaga para o intercâmbio na Islândia. Ele lutou muito para ser um dos selecionados, não haveria outra oportunidade para ele ir por si só. Cogitei contar toda a verdade, mas vendo-o tão empolgado com a ideia de viver em outro país e acumular conhecimento, deixei para lá. Eu gostava tanto dele que priorizei sua felicidade abrindo mão da minha própria, do meu sonho que era me formar em Psicologia. Nessa história perdi muita coisa, mas sei que fiz o certo.
— Você se tornou piada na cidade.
— Piada porque amei de verdade e abri mão do meu sonho para que alguém que amo realizasse o seu? Sabe o que eu acho? Que essas velhas mal amadas que ficam falando de mim nunca se apaixonaram, são tão vazias que precisam falar dos outros porque as estrelas estão apagadas. No julgamento das nossas vidas contará de verdade não quantas vezes fui para a cama ou saí à noite, e sim o quanto eu amei. Tenho certeza de que amar não é pecado. E se for, eu já pequei e não sei se posso pedir perdão porque continuarei pecando, certa de que amar me deixa feliz, me traz toda a esperança que eu havia perdido pela vida, por mim.
— Mas aquele traste, minha filha.
— Antônio não é um traste, mãe. Ele é uma boa pessoa, só precisa de uma chance.
— Você pretende mesmo contar a verdade a ele?
— Sim.
— Vai precisar se preparar. Pode ser que ele se sinta traído, mas saiba, minha filha, que você tem o meu apoio para falar. A Jéssica precisa do pai. Toda criança precisa do amor de um pai.

Destrinchando a letra | Speechless - The Veronicas

Boa tarde, queridos!
Voltamos com mais um Destrinchando a letra. A escolhida de hoje era para ter sido a estreia do nosso quadro, lá em maio, mas Lips of an Angel acabou vencendo. De qualquer forma, chegou a hora dela brilhar: trago um pouco do trabalho das gêmeas australianas Jessica e Lisa, do grupo The Veronicas.

Com certeza você já ouviu Untouched — e talvez Speechless também. Mas, se não ouviu, fica aqui que vale a pena!

Essa canção é um dos meus vícios de 2010 e entrou para a trilha sonora de A Governanta, como tema do casal Guilherme e Raquel. Espero que gostem da tradução (agradecimentos ao Vagalume) e da melodia. Afinal, quando estamos amando, é normal ficar sem palavras — eu ainda fico! Acho que é porque o amor verdadeiro dá a sensação de ser único… não necessariamente o primeiro, mas aquele que não deixa espaço para existir um próximo. Quem não quer viver algo assim? 🎵





Speechless (Sem Palavras)

The Veronicas

(Tradução com base no Vagalume)

Feels like I have always known you
Parece que eu sempre te conheci
And I swear I dreamed about you
E juro que sonhei com você
All those endless nights I was alone
Todas aquelas noites sem fim em que eu estava sozinha
It's like I've spent forever searching
É como se eu tivesse procurado para sempre
Now I know that it was worth it
Agora sei que valeu a pena
With you it feels like I am finally home
Com você, me sinto finalmente à vontade

Fallin' head over heels
Estou caindo de amores
Thought I knew how it feels
Pensei que soubesse como era
But with you it's like the first day of my life
Mas com você parece ser o primeiro dia da minha vida

'Cause you leave me speechless when you talk to me
Porque você me deixa sem palavras quando fala comigo
You leave me breathless the way you look at me
Você me deixa sem ar do jeito que olha para mim
You manage to disarm me, my soul is shining through
Você consegue me desarmar, minha alma brilha
Can't help but surrender, my everything to you
Não posso evitar me render, entregar tudo de mim a você

[...]

Quando a vida traz um amor inesperado

Sabe aquela sensação de encontrar alguém que parece já morar em você há muito tempo? É sobre isso que fala “Speechless”, da dupla australiana The Veronicas.

A música descreve o momento mágico em que duas almas se reconhecem, mesmo vindo de histórias tão diferentes: de um lado, alguém que passou por grandes perdas e achava que seria incapaz de amar de novo; do outro, alguém que nunca viveu um amor verdadeiro, somente sonhou com ele em silêncio.

As noites solitárias, as esperas longas, o medo de se entregar… tudo parece fazer sentido quando o amor finalmente acontece. É como se o mundo inteiro ganhasse novas cores.
O outro nos desarma sem esforço, com um sorriso, com um olhar — e o que era só um sonho vira realidade.

É bonito perceber que, às vezes, quando menos esperamos, a vida nos presenteia:

  • um recomeço para quem já havia perdido a esperança,

  • um primeiro amor para quem nunca ousou acreditar que poderia viver algo assim.

“Speechless” fala sobre o tipo de amor que nos deixa sem palavras — porque palavras nunca seriam suficientes para explicar o que só o coração entende.

O Destrinchando a letra de hoje fica por aqui, mas continue navegando pelo WNBM!
Logo mais tem capítulo inédito de Simplesmente Tita. Se ainda não conferiu, essa é a hora! 🖤

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