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Transbordar do inominável

não sou capaz de definir

os propósitos do inexplicável

só as batidas do meu coração

protegem esse segredo


no entanto,

as palavras escancaram

o que a boca teme falar,

materializa o indecifrável


hoje não estou fazendo sentido

também não faço questão disso

nem sempre consigo me entender


deixo as pontas dos dedos falarem por mim,

o transbordar do pensamento inconsciente,

em linhas ajuntadas para entregar

a percepção encurralada pela rotina

e pelo velho receio de nada “ser para ser”


repousa um desejo pulsante

de quebrar determinadas normas,

sob a couraça da indiferença

dentro de mim não há espaço para ela


de mãos dadas

posso percorrer longínquas distâncias

se nas noites frias eu puder ter um beijo seu.


O que diz um beijo no olho?


"Os cílios dedilhados aceitam a aproximação dos lábios inspirados. Os olhinhos estão fechados, mas as sinestesias estão mais intensas do que nunca. A revolução se dá na direção certa: atingir o coração de quem se ama." 
— Mary  🪻

um poema com o seu nome 🥰

 


apossar-se do sentido,
captar a frequência,
explorar a sintaxe,
decodificar o indizível;
sintetizar para transcender
as nuances do afeto.

um poema com o seu nome

Coccinella 🐞



        Coccinella é tímida. Já foi injustamente acusada de ser antipática, quando sente medo de ser alvo de zombarias. De natureza observadora, mais ouve do que fala, mesmo calada, incomoda. Ela se revela quando está à vontade para ser quem é e para os merecedores desse privilégio, uma amiga se ganha. Ela sabe fazer os outros rirem, mas ambientes hostis a intimidam e o velho casco serve de escudo caso alguém tente feri-la.
        Coccinella se comunica melhor através das linhas, não admite nenhum tipo de censura, pois a escrita é um meio de comunicação de coração para coração, onde a alma dela se desnuda sem reservas e faz-se necessário ter empatia e sensibilidade para compreendê-la. Se há interferência na recepção da mensagem, todo o resto perde o sentido.
        Coccinella não é feia, muito pelo contrário, mas na maior parte do tempo se sente invisível. Há tantos vagalumes de plástico ao entorno que ela se ressente por ser joaninha, rejeita as pintinhas no casco, queria ser exuberante como uma borboleta ou então brilhar no escuro ou ser essencial como a sempre trabalhadora abelha.
        Tão distraída pelos complexos todos, Coccinella abre um sorriso fraco para cessarem as sabatinas, mas quando se recolhe, afunda o rosto no casco e chora, chora por se sentir esquecida, porque quando se vê refletida, enumera uma dezena de "defeitos", vê no feed tantas borboletas — e elas nunca estiveram tão em alta — e sabe que não importa o que faça, nunca será uma borboleta. E embora haja quem aprecie joaninhas, estes também não se manifestam.
        Farfalla é uma produção em série e tem sido endeusada por isso mesmo. Concentra em mãos fama, poder, popularidade, nem sequer precisa que um gênio da lâmpada apareça e três pedidos especiais lhe conceda, ela pode ter ao alcance das mãos tudo e todos que quiser, o mundo é inteiramente dela. Um movimento seu rende milhares de curtidas nas redes sociais, sua imagem está estampada em todos os lugares, o impossível não passa de um vocábulo que não aplica a esse contexto... bem... a Farfalla.
        E estamos falando sobre Coccinella... o resto do mundo já se ocupa em elevar Farfalla ao patamar de uma deusa pelas frases de efeito e pelas imagens tratadas, pelo significado agregado num mundo tão regrado pelo ter... e Cocci só sabe ser, porque o que tem, bem, não importa para pessoas que levam em conta o que podem ver.
        Coccinella é apenas uma simples joaninha, trabalhando sem sequer ser reconhecida. Nem de longe tem um tiquinho da atenção que Farfalla recebe, não inspira modinhas, não leva o mundo ao delírio cada vez que respira.
        Na verdade, Cocci não precisa de grandes coisas para ser feliz, aprecia o seu mundinho, mas ama um certo alguém e queria tanto ter uma única chance de conquistar, fazer esse alguém notá-la, por isso, o medo. Ela gostaria de ter seu momento de Cinderela, de se sentir especial ao menos uma única vez na vida, com a condição de que meia-noite não seja o fim.

N/A: Se você também se sente uma Coccinella, dê sinal de vida, assim, não me sentirei só. Obrigada por ter lido. ♥

O primeiro amor da leoa ♥ (CONFISSÕES DE LALY 10 ANOS)


Ingressei na primeira série com oito anos completos, tudo porque Eleonora estava pouco se lixando para a minha educação e papai, obcecado pela ideia de que Ingrid o traiu, via a mim como um retrato daquela que repudiava com todas as forças. Se pudessem, eles me jogariam num galinheiro e me dariam restos de comida, ao menos lhes restava um indício de humanidade, muito mais sustentada pelo temor divino do que por empatia.
Se eu era um estorvo tão grande assim na vida do casal, por que não me deixar na casa do Tio Abílio? Meus padrinhos me amavam muito e repetia meu tio que onde comiam quatro, comiam seis.
Eleonora era merendeira da escola, portanto, ganhei uma bolsa de estudos e tanto minhas notas quanto minha conduta deveriam ser impecáveis. No que tange aos estudos, sempre fui aplicada, curiosa, dedicada e aprendia facilmente, nunca fiquei para trás, mesmo tendo muito menos que os meus colegas.
Pelo fato de saberem de minha origem, as outras meninas me discriminavam. A única que falava comigo sem desprezo nem preconceitos era a tímida Naira Sanches. 
Naira gostou de mim desde o primeiro dia de aula e não demorou muito para eu passar muitas tardes da minha vida no salão de beleza da D. Emília, brincando com a pequena Mayra, auxiliando a cabeleireira, lavando os cabelos das clientes, atendendo o telefone e até ficando para jantar.
Mauro e Emília me estimavam muito, especialmente pelo fato de eu ser a única amiga de Naira. Antes de encasquetar na cabeça a ideia de ser freira, minha amiga de cabelos curtos e olhos verdes desejava ser enfermeira, sempre teve vontade de dar alguma contribuição para a humanidade e não dava a menor importância para os modismos mundanos, era indiferente ao fervor das garotas com a chegada da puberdade e do florescer das primeiras paqueras. Já Mayra queria seguir os passos da mãe, se casar, ter filhinhos e uma casa linda com quintal.
As irmãs Sanches e eu éramos inseparáveis. Assistimos tantas novelas juntas, brincamos de pirata, princesa, pique-esconde, cabeleireira, íamos à praia, à igreja e tristes eram os dias em que não podíamos nos encontrar e eu tinha de suportar Eleonora e suas calúnias, a profunda indiferença de Edílson e orar para Deus me fortalecer, para ser grande logo e dar o fora dali.
Na 4ª série, quando eu estava com 11 anos, houve um surto de piolho na nossa turma e, claro, os danados me fizeram coçar muito a cabeça. Eleonora levou-me a um barbeiro carrancudo e determinou que este tosasse o meu cabelo. Os fios que chegavam até o quadril foram reduzidos a chumaços no chão. Traumático demais para uma menina da minha idade.
Pior era ir para o colégio com aquele cabelo que parecia um ninho de corvos, todo desajeitado, olhar para o espelho e não me reconhecer, porque minha madrasta sentia prazer com o meu sofrimento, sempre que tinha a oportunidade de me alfinetar, arremedar, diminuir, desmerecer, caluniar, difamar, duas vezes não pensava, afiava a língua peçonhenta e executava o trabalho com maestria.
Sorte que Naira e Mayra me ajudaram com palpites sobre como passar por aquela fase complicada de patinho feio. Tiaras coloridas, brincos, pulseiras, gargantilhas, até comentavam sobre estrelas que usavam o cabelo curto e eram lindas, charmosas, sedutoras, contavam sobre as mulheres que frequentavam o salão da D. Emília e pediam o corte Joãozinho. 
Até hoje, passados tantos anos, nunca consegui superar o trauma... no máximo topo um Chanel, um longbob, quiçá (e com ressalvas) aquela franjinha na testa... se você vir uma Lalinha por aí de cabelo Joãozinho, pode saber de uma coisa: não sou eu.
Um ano após o surto de piolho, meu cabelo havia crescido, ainda não caía em cascata pela cintura, mas já cobria a nuca e me deixava parecida com a Branca de Neve. Naquele verão quem veio passar uns tempos comigo foi a Dani, pois o Túlio estava com catapora. Eleonora e Edílson dissimularam bem durante o tempo em que minha prima ficou hospedada em nossa casa e a paz, ainda que falsa, reinou por algumas semanas. Foi nessa época que eu me apaixonei pela primeira vez na vida.
Eu já conhecia o Gustavo Figueira Antares, quem não?
Gustavo Figueira Antares era o primogênito do prefeito Jordano Antares. Estudava Agronomia na capital e vinha passar as férias na nossa cidade. A família sempre aparecia nos jornais por ser uma das mais tradicionais e abastadas. 
Eu ainda era moleca, subia em árvore; quando me machucava, tentava esconder dos meus pais para não apanhar, nem pensava em namorar, beijar na boca, muito menos me apaixonar e ficar suspirando pelos cantos que nem uma boba, mas... aconteceu.
Daniela insistiu para eu levá-la à sorveteria, prometeu que pagaria a minha parte, então eu não tive muita resistência, queria tanto experimentar uma banana-split e fazia muito calor. 
A fila estava grande, de dar voltas. Dani e eu conversávamos, era final de tarde e não tínhamos tanta pressa para voltar para casa. Quando nossos pedidos ficaram prontos, fomos até o balcão buscar nossas bandejinhas com os sorvetes, as colheres e os guardanapos. Distraída, esbarrei num cara, pior, derrubei a bandeja e sujei todo o piso de sorvete. Queria enfiar a cara num buraco, todo mundo estava me olhando.
Quando vi em quem havia esbarrado, se pudesse, sairia correndo para nunca mais entrar lá, porém ele me sorriu e não pareceu ter levado agravo do pequeno acidente.
— Me desculpa... — implorei com um fio de voz.
— Fica tranquila, isso acontece! — Gustavo disse.
— Sujei a sua calça...
— Tá tudo bem!
— Não tá tudo bem, eu sou muito estabanada... olha só o estrago que eu fiz?
— Peça outra banana-split e coloque na minha conta.
— Imagina, que é isso? Eu não tenho como te pagar!
— Eu não pedi que você me pagasse...
Daniela, sentada na mesa que reservamos, ria da situação. Tantas vezes depois nós duas rememoraríamos detalhes desse dia.
— Quero te pagar, tudo bem?
— Tudo bem... — concordei.
— Você se chama...?
— Laly?
— Lalí.
— Láli com y.
— Nome diferente. — Gustavo assentiu.
— Mas todo mundo me chama de Lalinha. Estou enganada ou você é o Gustavo Figueira Antares?
— Eu mesmo.
Trocamos um aperto de mão.
Foi nesse instante que reparei melhor no rosto dele, no conjunto da obra, para ser bem sincera. Até então, ele era um rapaz como qualquer outro, mas deixou de ser. Eu era apenas a órfã de pai vivo, a garota que morava numa pocilga, a bolsista do colégio religioso, o patinho feio da turma, a única que nunca tinha nada de bom para contar, que não tinha lá uma vida tão interessante, alguém por quem ninguém dava nada. Até aquele instante.
— Ele é muito bonito! — comentou Daniela quando, refeita do ocorrido, voltei para a mesa com a banana-split oferecida por Gustavo.
— Sabe que eu nem reparei?
— Ah, não acredito, Lalinha! Você vive em que planeta?
— Esse tipo de menino nem repara em meninas como eu.
— Olhar não tira pedaço, Lalinha.
Continuei apreciando o sorvete derretendo na boca, ocupada demais para confabular sobre garotos.
— Não me diga que você nunca beijou de língua? — Daniela insistiu.
— Ui, Deus me livre e guarde!
— Nunca? Nem um beijinho na boca?
— Nunca.
— Estou vendo seu futuro namorado.
— Para de falar besteira, Daniela. O Gustavo nem repara que existo, sem contar que deve ter namorada, uma namorada bem bonita da idade dele, nem repara em fedelha e eu também não penso em garotos, muito menos gosto dele.
— Você parecia bem à vontade falando com você.
— Nem vem...
— Ele não é de se desperdiçar.
— E você vá brincar de boneca, está muito nova para pensar em namorar...
Sou seis meses mais velha que Daniela, logo, se havia acabado de completar 12, minha prima ainda tinha 11.
Naquele dia, depois que minha prima dormiu, fechei os olhos e recordei a sensação daquele aperto de mãos entre mim e Gustavo. Os meninos não eram gentis comigo e até hoje, por mais que eu tenha desabrochado e me transformado numa linda mulher, os fantasmas da fase do cabelo Joãozinho me perseguem. Os insultos eram bem pesados e eu não chorava, pelo menos não na frente deles, acabei com a cara de muitos fora da escola, dentro eu precisava manter a postura porque aquela era minha única oportunidade de ser alguém, fora eu não tinha medo de pegar moleque de emboscada e encher a cara de socos.
Eu já havia esbarrado com Gustavo outras vezes. Ele se sentava na primeira fileira do lado direito da igreja todos os domingos, tinha uma caminhonete azul e apesar de ser menor de idade já sabia dirigir direitinho e passeava todo final de tarde com os irmãos e mais alguns amigos, ouvindo som alto, os ventos bagunçando os cabelos negros. Eu reparava nele, todas as garotas reparavam nele... e ele, na condição de um garoto bonito, bom partido e ainda por cima filho do prefeito, poderia escolher qualquer garota e jovens mais bonitas, inteligentes, com sobrenomes tradicionais e vidas mais interessantes tinham a dar com o pé. Ser realista me pouparia de levar um tombo por dar um passo maior do que a perna.
Dar-me conta de que eu não queria sofrer por ele era a resposta para a indagação de Daniela: eu tinha uma quedinha por Gustavo Figueira Antares.
Sim, respeitável público.
Eu estava apaixonada.
Aquele aperto no peito, aquela vontade de chorar, aquela mania de perder o fio da meada durante a conversa e me meter em encrenca por estar distraída eram sintomas visíveis do que se passava dentro de mim. Nem no meu diário, meu maior confidente, eu conseguia falar sobre o que se passava, era um tabu destrancar o peito e ser sincera, porque nem mesmo encontrava palavras capazes de concatenar todos os porquês que se somavam e me engoliam, me afastavam da infância.
Eu era apenas mais uma, ora bolas!
Se você perguntasse quem era mais famoso entre as meninas, Gustavo Figueira Antares ganharia disparadamente. Muitas garotas adorariam esbarrar nele, trocar um aperto de mãos, de fato tive uma oportunidade tramada pelo destino, o que seria um desatino foi, na verdade, um grato presente para eu refletir sobre mim mesma, sobre tudo que eu vinha fingindo não sentir, crendo que doeria bem menos enterrar aquilo com que não conseguia lidar ou não havia encontrado subterfúgios dignos.
Foi o momento de perguntar à Daniela:
— Dani, você já gostou de alguém?
— Claro, ué!
Dani já se adiantou:
— Você gosta do Gustavo Figueira Antares, não gosta?
— Não sei...
— VOCÊ GOSTA DELE, LALINHA!
— Ele tem namorada.
— Perguntei à Naira e ela me disse que o Gustavo não tem namorada nenhuma.
— Dani...
— Se dependesse de você...
— Você jura pra mim que só comentou isso?
— A Naira não é boba.
— Você contou à Naira que gosto do Gustavo?
— Eu não, ela já sabe...
— Dou tanto assim na vista?
— Fica fria, prima. Não é o fim do mundo gostar de um menino.
Minha prima me abraçou.
— Estou gostando de um menino que nem sabe que eu existo.
— Laly, o Gustavo não tem namorada, não é visto com ninguém e tem mais: como ele vai notar que você é linda se você se esconde?
— Olha quem eu sou e olha quem ele é.
— Ele me parece um cara simpático e legal, Lalinha. Se ele não fosse, eu seria a primeira a falar. Ele é bonito, educado, simpático e não é tão verdade que ele não olha para você. Olhar, ele olha. Sabe, quem tem que olhar um pouco para você é você mesma. A beleza ajuda e você tem, você é muito bonita, mas ser só bonita não ajuda. Se uma guria é bonita, mas é grossa, chata e antipática, os meninos ignoram mesmo... às vezes tem guria que nem é bonita, mas tem um monte de menino babando porque é simpática, educada, faz as pessoas rirem, se valoriza. Não estou dizendo que você não é simpática nem educada, você diz que não, mas é muito tímida. Se você vive se escondendo no casco, deixa muita coisa para trás, prima. Se você não lutar um tiquinho assim pelo Gustavo, depois não adianta chorar se ele aparecer com uma namorada. Lute, pelo menos se não der certo, você tentou, deu o seu melhor, é o que importa no fim das contas.
— Meus pais nunca vão me deixar namorar!
— Claro que vão!
— Eu sou uma menina comum, simples, não sou rica, não tenho nada de valor... o que vou ter para oferecer a um garoto como ele?
— Beijos, abraços, amizade, carinho, sorrisos. O seu amor não basta?
— Não quero me iludir com o que não posso ter.
— Não deixe o medo te impedir de viver. Daqui a muitos anos você rirá do que sente agora, se arrepender não do que fez, mas sim do que não fez, vai por mim.
— Já que você insiste...

Esse brilho no olhar... ♥



Uma pessoa que te faz bem se percebe no olhar. Ele não tem lábios, tampouco um idioma que traduza o que diz porque é preciso dotar de uma sensibilidade ímpar para compreender o que um olhar que sorri quer dizer. 
Porque o olhar sorri. 
Às vezes você está distraída e nem nota que as pessoas ao redor andam comentando que não te viam tão feliz havia tanto tempo, que há algo diferente nesse olhar. Talvez você responda que seja o novo truque de maquiagem que aprendeu num tutorial no Youtube, mas quem te conhece como ninguém sabe que a maquiagem realmente pode elevar a autoestima, no entanto não se trata apenas disso. 
Esse brilho no olhar reacende quando você sorri. Ele se irradia do lado de dentro, eu sei, como se o sol emprestasse um punhado dele pra iluminar e aquecer todos os recantos do coração. Uma pessoa que te faz bem é aquela que te faz rir, que a presença traz alegria, que te faz agradecer a Deus todos os dias por tê-la por perto, que te faz orar todas as noites pedindo ao Pai Amado para cuidar dessa pessoinha como você queria poder cuidar e nem sempre pode, para que Ele coloque todos os anjos para protegê-la. 
Uma pessoa que te faz bem é aquela que te faz encarar seus piores medos e correr atrás dos seus sonhos mais loucos. Essa pessoa faz uma falta imensa quando está distante, mas mesmo quando não está por perto, ela é como gotas de perfume que impregnaram no travesseiro, você a sente e se conforta porque cada lágrima de saudade que cai significa que algo muito bonito está acontecendo: você está amando. Amando de verdade
Você não está mudando a aparência exterior para sair bem nas fotos. Você está se desafiando a encarar seus defeitos, seus traumas, disposta a fechar feridas do passado, a liberar o perdão como se abre as duas mãos para libertar uma pomba branca rumo a liberdade. Você no início teme muito que esse amor se vá, mas esse amor te ensina que quantidade e qualidade não são sinônimos, tampouco dizem nada. Porque quem diz tudo são as batidas do coração. 
O decreto final de que você se sente muito bem com alguém está entregue no brilho do olhar e sabe por que ele é tão bonito? 
Porque enquanto você se esforça para amar outra pessoa do jeito que ela é, sem projetar virtudes nem delegar aos ombros dela a responsabilidade de te fazer feliz como se sua vida dependesse de um ser humano para ser plena, está lutando para aprender a se amar porque caso esse alguém tão especial precise ir embora da sua vida, por mais dolorosa que seja a separação, você ainda terá a si mesma, por isso é importante perceber nos pequenos detalhes quando alguém te faz bem, te incentiva a querer crescer espiritualmente, sair da zona de conforto.
E você nunca mais será a mesma. Você nem mais é. E não adianta esconder de ninguém, dizer que do amor já desencanou porque seu olhar irá te desmascarar, acredite no que te digo. Mesmo que você insistentemente negue que tudo não passa de especulação, as cintilantes esferas que são um convite para conhecer sua alma entregam que ela se abriu para o amor e uma vez que as janelas foram abertas, todos os riscos colocados sobre a mesa e ponderados, é impossível voltar atrás.
Seja, também, essa pessoa que tanto faz bem. Seja alguém que outra pessoa no mundo, ao ler esse texto se identifique, muito provavelmente esse serzinho que você guarda com tanto carinho no coração ou não, pouco importa, porque se vive o agora, se sente o presente e por isso mesmo ele recebe esse nome, porque cada dia que Deus nos permite despertar é o nosso grande presente.
Por hoje, ame.
Por hoje, aceite quando disserem que seus olhos são lindos e que eles brilham como as estrelas.
Por hoje, escreva um poema e não se importe com a métrica, deixe o seu coração falar.
Por hoje, rabisque um coração no vidro embaçado.
Só por hoje não permita que seus demônios interiores tentem te persuadir com mentiras deslavadas e te façam pensar que não é merecedora de ser amada porque, sim, você é. Eu sou, todos nós somos. Todos precisamos de amor.
Só por hoje feche esses olhos cintilantes e mergulhe numa profunda prece. Porventura as palavras poderão fugir de seu repertório, mas não se importe, uma oração sincera não precisa de protocolos, Deus aprecia os puros de coração e Ele sabe o quanto você tem se esforçado para ser uma pessoa melhor, mesmo que tenha havido uma recaída e muitos dos seus avanços tenham se convertido em duros retrocessos, mas não se cobre nem se preocupe, tudo que acontece nos fortalece, nos ensina, nos prepara para o que a vida nos reserva.
Às vezes "se dar um tempo" também é uma prova de amor consigo mesma. Tudo o que a alma precisa é de um descanso onde possa se acalmar, se desintoxicar das imundícies de um mundo sem compaixão e se fortalecer, mesmo na escuridão de um quarto. Cada um se recria à sua maneira.
Sabe de uma coisa? 
Eu me inspiro no brilho dos seus olhos! Eu os amo!
Eu admiro a quem poderia desistir da vida, mas todo dia, mesmo chorando, não enxergando a luz na escuridão, não desiste, continua caminhando, se permite pedir ajuda e engole o orgulho, aceita segurar a mão que se estende em sua direção, reconhece suas imperfeições.
As pessoas mais incríveis que conheço me encantam não pela famosa "casca" atraente, mas pela sintonia que se desenvolve, por levar a vida com mais leveza e procurar, dentre todas as adversidades, enxergar o lado bom das coisas e porque elas carregam esse brilho no olhar, esse mesmo brilho que eu vejo no seu, que me encanta, me envolve, me inspira a escrever.
Uma pessoa que te faz mal rouba o brilho do seu olhar, mas os mesmos ventos que trazem a tempestade que destelha o recanto que com tanto custo você ergueu também são aqueles que aquecem seu calor no verão ou na primavera te inebriam com o néctar das flores, por isso sei que existe alguém que está te fazendo feliz, porque mesmo que você se esquive de sabatinas e ainda não se sinta pronta para falar a respeito, seu olhar não sabe mentir, ele é tão puro quanto uma criança pequena e é por isso que eu te acho tão linda, que presto atenção nos seus olhos, mesmo não tendo sensibilidade para atinar a poesia que existe em você.

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