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1000 cartas de amor | Um coração que bate fora dos eixos

 “O coração encontra caminhos especiais para se comunicar, mesmo nos momentos mais silenciosos.”

Saudade, um coração que bate fora dos eixos, arrancado de mim por um inexplicável vazio. Cada suspiro parece um esforço para recuperar o ar roubado por uma ausência que só se intensifica. Orbitando em um ponto sem forma, entre o desejo de saber esperar e a urgência que grita pela presença, me encontro perdida na imensidão desse sentimento.

A distância transforma o tempo em um eterno agora, enquanto as estrelas resplandecem, indiferentes, como testemunhas silenciosas daquilo que o peito não consegue conter. E a lua, que ilumina o céu e minha própria vulnerabilidade, parece sussurrar que esse amor, mesmo distante, ainda pulsa vivo, espalhando calor em um frio que só a saudade conhece. 🌸🩷✨

1000 cartas de amor | Saudade

A saudade é um peso invisível que prende o peito e o aperta até que só reste o vazio. Amo tanto que chega a doer, uma dor que não encontra palavras, um nó que se recusa a se desatar. A ausência dele é um eco constante, sussurrando em cada silêncio, roubando o fôlego como uma maré que nunca recua.

Gabi

Sábias reflexões de Confissões de Laly


Hoje, 3 de fevereiro, uma antiga amiga muito especial completa mais um ano de vida. Estamos separadas agora por um continente de distância, seguimos caminhos diferentes, no entanto, isso não significa que futuramente não possamos retomar contato e nos falar; dela só guardo boas lembranças e um carinho enorme.
Com ela, aprendi que quando você semeia amor, a vida o devolve. Essa lição me tornou bastante exigente em matéria de amizade porque aprecio pessoas como Gabi, que lutam pela amizade, demonstram afeto, preocupação, incluem você de verdade na vida delas, mesmo na correria, sempre dão um jeitinho de conversar, algo que não tenho mais.
Na época, por motivos bem idiotas e uma parcela de culpa minha, acabamos nos afastando, mas sou uma pessoa que, quando reconhece que cometeu um deslize, vai e pede desculpas. Admito atitudes e falhas que me envergonham, no entanto, tive oportunidade para pedir perdão e ser perdoada, pois pudemos, com mais maturidade, conversar sobre o passado sem mágoas, as lembranças boas e divertidas que construímos sobrepujavam as ruins e amargas.
Sempre desejarei toda felicidade do mundo a essa pessoa de bom coração, de caráter íntegro e idôneo, que desde criança esbanjava alegria e luz para quem se deixasse cativar. Feliz aniversário, Gabi. 
Este texto foi uma forma catártica de dar um passo significativo para reconhecer meus erros e avaliar o ocorrido com serenidade e calma, aprendendo a me colocar no lugar dela.

30 de janeiro | Dia da Saudade 🌸

Você sabia que hoje, 30 de janeiro, é comemorado o Dia da Saudade? Se não, sem problemas, pois hoje estou aqui para contar um pouquinho da história dessa data.

RIP Papá 🐹🌈

Interrompemos nossa programação normal para comunicar, em primeira mão, o falecimento de Papá, neste domingo (27). A assessoria de imprensa do longevo roedor informou às autoridades que o super centenário morreu de causas naturais enquanto dormia.
Papá entrou para o rol dos roedores e tencionava se tornar o hamster mais longevo de todos os tempos, no entanto, desde a morte precoce dos dois filhos mais novos, Pooh e Lica, afastou-se da vida pública. A última aparição dele foi no enterro da filha, há pouco mais de três semanas.
Papá teve 11 filhos e deixa uma centena de netos, bisnetos e trisnetos e aos amigos, fãs e conhecidos, muitas saudades e um legado incontestável. Em virtude da grande comoção, o OCDM preparou uma homenagem especial para esse grande roedor, exemplo de vida, resistência e resiliência.

Descanse em paz, Lica


 Nesta manhã, a pequena Lica cruzou a ponte do arco-íris e foi se encontrar com o Pooh. Coloquei uma prece a São Francisco de Assis e orei para que a passagem dela fosse tranquila. Minha amiguinha teve uma piora no estado de saúde nos últimos dias e eu já sabia que era questão de horas/dias para ela partir.

Descanse em paz, Pooh

 

Tenho um triste comunicado a fazer. No último sábado (21), antes de sair para trabalhar, dei comida para os meus pets e reparei que o Pooh estava deitado do lado do pratinho de comida. Quando toquei nele, esperando para levar a mordidinha da vida, o corpinho dele estava gelado. Chorei tanto, é sempre difícil e doloroso dar adeus a um amigo tão fiel e leal, sobretudo porque Papá, Pooh e Lica, meus três mosqueteiros, têm uma história muito especial.

Em novembro de 2022, fui ao pet shop para repor a comidinha da saudosa Patty e não resisti a um hamster muito fofo, no entanto, como ele estava acompanhado de outro, decidi levar ambos, sem saber que eles eram um casal, batizado de Papá e Lulu.

Dezoito dias depois, numa manhã amena de primavera, ouvi um chiado que parecia de passarinho e quando fui dar bom-dia ao meu casal, vi cinco jujubas se mexendo ao lado da roda amarela. Senti uma ternura tão profunda, uma alegria que me deixou nas nuvens por muito tempo. Parecia até que eu havia dado à luz ao quinteto fantástico. Era por isso que a Lulu estava mais rechonchuda.

Lulu e Papá, os papais de primeira viagem, cuidaram do trabalho de parto sem necessidade de intervenção humana. No entanto, precisei transferir o Papá para outra gaiola e passei a registrar momentos especiais dos recém-nascidos. Acompanhei tudo, tudinho, desde o dia em que apareceu uma penugem no corpinho deles, quando abriram os olhinhos de jabuticaba, quando aprenderam a correr na rodinha e a comer e beber por conta própria, como limpar a casinha deles sem enfurecer a mamãe coruja.

Usei uma escumadeira velha para transferir os filhotes sem tocar neles e trocar a forração porque o cheirinho de xixi estava brabo. Por volta dos 23 dias, separei mamãe e filhotes porque senão viraria um clã. Li o relato de uma pessoa que levou um casal de hamsters para casa e chegou a ter 86 roedores. Entretanto, três dias após o Natal, já estávamos desconfiados de outra gestação da Lulu — coloquei o casal de volta na mesma gaiola para os filhotes poderem brincar juntos.

No finzinho da tarde, já início da noite, minha mãe deu uma olhada na criançada e me avisou que a Lulu dera à luz a um filhote. Nesse período de 90 minutos, nasceram 6 hamsters, dentre eles, Pooh e Lica, só não sei dizer a ordem exata, quem nasceu por primeiro porque não terei como responder. O segundo filhote foi rejeitado pela mãe e fui pesquisar na internet se seria possível criá-lo sem a mãe. Era difícil, mas não impossível e eu tentei, contudo, Jujuba não resistiu e voltou ao paraíso.

Dos 11 filhotes, 10 tinham a pelagem dominante, só o Pooh que não. Pelo fato de ele ter umas listras amareladas por volta do corpinho, decidi chamá-lo de Pooh, em homenagem ao Ursinho Pooh. Virei 2023 com 13 hamsters, os filhotes da primeira ninhada guinchando, aprontando, lindos e saudáveis, a segunda ninhada seguindo o mesmo rumo. Não foi fácil enviar os filhotes para doação, doeu bastante, porém eu não teria — nem tenho — condições para manter 10, 20 hamsters, então, se o pet shop aceita doações, senti que era o certo a se fazer, proporcionar que os filhos de Papá e Lulu fossem adotados por famílias e vivessem felizes para sempre.

Para não dizer que não fiquei com nenhum, escolhi dois, o Pooh e a Lica, pois dormiam juntinhos desde o nascimento. Eles até chegaram a ter uma ninhada, mas os filhotes nasceram mortos, seriam 7. Depois disso, separei-os e cada um ganhou sua própria gaiolinha. 

Na madrugada de 14 de junho do ano passado, a Patty deu o último suspiro dela. No último sábado de julho, já no finzinho da noite, ouvi a Lulu saindo da casinha para bater um prato, como escutei também um barulho e encontrei-a já sem vida do lado do prato. Foi de repente. Um choque. Desde então, o trio quebrou recordes. Papá tem dois anos de vida, dois anos muito bem vividos; Lica está prestes a completar 1 ano e 9 meses e Pooh também faria aniversário no dia 28.

Estou com muita saudade do Pooh, com o coração apertado e partido, ciente também de que Lica e Papá poderão partir muito em breve. Cada hamster que tive foi especial, me emociono ao recordar de cada um. O conforto está em saber que ele está bem agora, num lugar melhor, que não sente mais dor e que tenho as boas lembranças para me lembrar dele.

Melhor do que sentir é deixar saudades

 

Encantos do inverno (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary)

Pessoas vêm e vão, sonhos também. Nem toda morte significa necessariamente o fim, mas propõe um começo diferente. Novas regras, novos caminhos. Mente confusa, medrosa, talvez assustada.

O costume dá leveza a rotina e a aquarela do amor realça as nuances da esperança, pinta sorrisos e ao fundo, por conhecer o policromático — e por vezes viciante círculo da tristeza, combina os tons da harmonia de quem emergiu no submundo do azul e a miscigenação de ideias e pincéis, suavidade, comodidade, destreza. 

Melhor que sentir é deixar saudades.


Curitiba, 13 de novembro de 2011

Sobre o pouco que (não) sei

 




Não sei o que escrever.
Não sei como me sentir.
Não sei onde ele está.
Não sei se ele voltará.

Sei que o sorriso se desfez quando não o vi.
Que as esperanças diminuem à medida que os dias passam.
Que meu coração está batendo num ritmo mais lento e entristecido.
Que eu gosto tanto dele que não consigo sequer colocar em palavras.
Que ver o lugar dele vazio está doendo bem mais do que eu imaginava.
Que não adianta procurar em ninguém o que só ele me faz sentir.

Não sei se é amor.
Se não passa de uma quedinha inocente.
Se devo conjugar o afeto no presente.
Não sei...

Só sei que hoje no meio da aula eu tive uma crise de choro.
Que senti uma vontade tão grande de abraçá-lo.
Que o sol sentou-se ao meu lado num banco amarelo e me deu a mão.
Que só então dei-me conta do quanto deixei-me cativar.
Que nada me maltrata mais do que um cenário de indefinição.
Que a verdade dói e é melhor do que viver a espera que nunca acaba.

até mais, vó (nove meses sem ela)

 

Quando o carro descia daquela rua de barro e virava à esquerda, parando em frente ao portão daquela residência de fachada verde, não era preciso esperar muito, logo a porta da cozinha se abria e cortando caminho pela garagem coberta, com um sorriso largo no rosto, vinha ela abrindo os braços e dizendo nossos nomes, limpando as mãozinhas no avental e pedindo desculpas pela bagunça, bagunça essa inexistente porque o chão estava sempre limpo e encerado, não havia louças na pia nem no escorredor, nem pó nos móveis ou vidros sujos, tudo estava no devido lugar.

Havia um galinheiro no quintal e também alguns pés de couve, além de um pé de ameixa e um abacateiro. Suculentas, samambaias, roseiras e as flores-de-maio. Havia sempre uma dupla de cachorrinhos a nos receber no portão, pulando, lambendo, chorando de alegria. Havia uma gatinha dorminhoca e fujona. Havia sempre uma criança batendo palmas no portão para comprar um geladinho. A plaquinha estava pendurada no poste e ainda hoje não encontrei geladinho mais saboroso que os feitos por vovó, os industriais são artificiais e a receita secreta do deleite, ah, foi-se com ela.

Havia sempre um bule com café fresquinho, um cestinho com pães, uma colherzinha dentro do açucareiro, um pires para apoiar a xícara, um bolo feito ou comprado no mercado. Havia naquela mesa de madeira retangular uma senhora de bom coração que atendia por “vó”, para quem o peso da idade tardava a chegar, a mulher sorridente, invencível, a grande rocha, o eixo que sustentava o restante da família, o ponto de ligação entre o início e o infinito.

Era costume olhar para o relógio de parede da cozinha porque do lado dele havia o calendário do ano vigente, propaganda de algum estabelecimento comercial daquela região. Escutava as anedotas às vezes austeras, às vezes engraçadas. Nos dias de sol era hábito sentar-me em um degrau qualquer e contemplar o céu, acariciar e brincar com os cachorros e evocar as lembranças de quando eu era uma criança como aquelas que ainda brincavam na rua porque o tempo e a escolhas acabaram por afastar os corações até que eles não mais se recordassem do ritmo singular daquelas batidas, até chegar o dia em que duas antigas confidentes tornaram-se verdadeiras estranhas uma para a outra e todas aquelas promessas de amizade eterna irem pelos ares.

Havia uma pilha de fotografias, muitas dispostas em álbuns, outras avulsas em uma caixa de presentes. Naquela cama de casal nós nos sentíamos em casa e da janela dava para ver o quintal e um pouco das fronteiras além do muro. Nas mesinhas de cabeceira, cartelas de remédios. Para estabilizar a pressão, para as dores nas costas, no entanto, mesmo argumentando que do pique de outrora já não mais desfrutava, ainda assim conservava o frescor da juventude, posto que os resquícios da mulher bela que foi ainda não haviam sumido.

A pele do rosto ainda era firme e brilhante, as ruguinhas eram aquelas inevitáveis, nos lábios um batonzinho rosa, o lápis desenhava as sobrancelhas finas e embora a briga com a balança fosse uma constante, a magreza lhe roubaria (como roubou) o charme. O cabelo estava sempre hidratado, pintado, escovado, na altura dos ombros. As lindas unhas, pintadas e bem cuidadas, os esmaltes cintilantes e também os escuros, o estojo de manicure, os diversos acessórios que utilizava, todos organizados.

Havia sempre um bolo, um prato salgado, pés de couve, o que quer que fosse, para se levar para casa. Havia sempre um tom de lamento quando chegava a hora de ir. Havia sempre um abraço dentro da casa e outro já no portão. Havia sempre um aceno amoroso na frente da casa conforme o carro virava a esquina para pegar a estrada. Havia, no ar, o gancho para uma próxima vez.

A mãe dela, minha bisavó, viveu mais de noventa anos e se não fosse pelo câncer, teria chegado aos 100. Se vovó continuasse naquele ritmo, seria centenária, pelo menos era o que todos pensávamos. A morte batia nas portas de outros lares e o nome dela parecia relativamente distante no pergaminho, mas como podemos nos enganar por ilusões?

Dona Morte preparou uma emboscada para vovô e o relógio de parede parou no exato instante em que ele, do outro lado da cidade, deu o último suspiro. Após aquele dia, de fato, a rocha desmoronou. Estávamos todos tão equivocados, embora receássemos que aquilo acontecesse porque tínhamos alguma noção do quão devastadora poderia ser aquela separação forçada e inevitável, imposta pelo próprio ciclo da vida.

A subestimada hipérbole antecipou o adeus. O cansaço abateu-se sobre ela. Onde antes havia tanta vida reinava aquele silêncio constrangido, acuado, resignado. Os móveis foram trocados de lugar, mas aquelas paredes guardavam lembranças insuperáveis e a dor da saudade era maior do que tudo. O vazio que preenchia o coração dela era grande demais para ser consolado com frases feitas.

Receber a notícia do diagnóstico pelo telefone foi um choque. A negação blindou-me. Poderia ser um daqueles casos nos quais os médicos seriam surpreendidos com um milagre porque minha mãe orou, orou com todo o coração para que vovó fosse curada, por mais desfavorável que fosse o prognóstico.

Eu sei que estou morrendo, fia. A dor a consumia, roubando-lhe o apetite, o viço, a dignidade, a autonomia, o sopro de vida. A leitura da bíblia lhe trazia alento. Para um Deus capaz de tantas maravilhas por seus queridos filhos, não custaria tanto curar um tumor raro e permitir que uma boa senhora ainda pudesse conhecer, abraçar e amar a obra mais bela que construiu: a família.

As injeções de morfina prolongavam o sofrimento com a promessa de aliviar as dores, mas o corpo enfraquecido ainda assim resistia porque todas as vezes em que a vida lhe derrubou, conheceu dentro de si a força para se reerguer e dizer em voz alta ao medo que ela era mais forte do que ele.

Agora o próprio medo assumia uma postura mais humana na abordagem, tomava a face de seu amado e lhe sussurrava para não temer, pois a dor estava próxima de chegar ao fim, que chegava a hora de descansar. O paradoxo era mais do que um contraste, era o melhor narrador da história. Por um lado, não era justo alguém ser devorado por um tumor agressivo e perverso, triunfante por ser incurável. Por outro, a revolta pelas orações cuja resposta destoou das expectativas, a sensação gritante de impotência diante de um porquê sem explicação, a tristeza pela despedida que não aconteceu.

Quando vovó, mesmo debilitada pelo luto, acenou para nós naquela última e emblemática visita, não disse adeus enquanto sorria e via o carro dobrar a esquina como fazia toda vida, mas as páginas da vida redigiam o texto e buscavam a melhor entonação para aquela despedida.

Não quisemos chorar na frente de mamãe, ela estava devastada, vivendo um momento desafiador na segunda revolução de Saturno, dizendo adeus à última pessoa fora de nossa casa que a amava incondicionalmente. Tentamos transparecer que poderíamos suportar aquela grande e irreparável perda sem agigantar o já inevitável sofrimento.

A casa da minha avó sempre foi um elemento relativamente comum em meus sonhos, hoje é ainda mais. Às vezes vejo aquele quintal verde e da casa transborda alegria, ela continua ativa e linda, há música tocando, há festa, há alegria, há confraternização, há café quentinho, há bolos saborosos na mesa da cozinha, há cachorrinhos recebendo as visitas no portão, há crianças batendo palmas para comprar geladinho, há abraços longos, sinceros, perfumados, há amor.

Na configuração original daquele lar, os únicos degraus eram aqueles que separavam a porta da frente do quintal, mas nos meus sonhos a casa é tão grande quanto o coração dela, há vários andares, há frondosas árvores ladeando a propriedade, há velhos conhecidos deixando as rusgas de lado para retomar contato, há sorrisos, há lugar para todos, há flores-de-maio desabrochando em pleno verão, há balanços para sentir frio na barriga, não há relógio algum no pulso nem na parede, ninguém olha o celular, ninguém se importa em contar as horas, porque quando se vive um momento especial, o presente é o centro do universo e a maior de todas as dádivas.

Só sei que é tarde quando olho a hora no decodificador e ainda meio zonza me dou conta de que apenas sonhei e enquanto ocupo as horas para não padecer à melancolia, reflito sobre tudo que gostaria de ter-lhe dito e nunca consegui, sobre o momento presente, sobre quem continua presente, sobre um meio de demonstrar todo o meu amor de modo a nutrir no coração a certeza de que o amor é um laço que nem a morte destrói.

Vó, espero que o céu seja um bocadinho parecido com o que vejo nos meus sonhos, espero que esteja bem e saiba que sempre te amei e amarei. Quando nós aqui lamentamos a sua ausência, os céus festejaram a chegada de alguém especial e então você pôde dançar sem medo das limitações, reencontrar pessoas que partiram antes e tantas saudades deixaram, pôde, enfim, encontrar-se com Deus. Meu conforto se sustenta justamente nessa certeza tão firme de que Deus te acolheu bem e dia a dia renova as forças daqueles que ainda precisam prosseguir.

Pode ser que nunca mais o carro dobre a esquina e vejamos você abrir a porta para nos receber, mas quando eu chegar aos céus espero muito a encontrar, ou melhor, reencontrá-la, para que quando nos aproximemos, tenhamos a confiança de que o tempo foi apenas um conceito relativo, uma provação para fortalecer o afeto, o caráter, porque quando esse momento chegar, terão ficado para trás também as dores, angústias e fraquezas humanas, terá chegado a hora de abraçar e regozijar e caminhar rumo a uma nova era, rumo a novos sonhos, rumo a novos desafios... porque apenas o corpo expira, nossa alma permanece porque é composta por amor e o amor nunca morre, nunca, nunca, nunca morre.

Bolinha, a cachorrinha

Bolinha, a cachorrinha 🐞

Mais um dia de aula chegava ao fim, o quarto ano também. Aquele percurso era conhecido, já o fazia desde o início das aulas. Aquela rua de barro era um ótimo atalho para cortar caminho e não passar pela avenida onde o fluxo de veículos era mais intenso.
Crescida o suficiente para não mais irromper em lágrimas no caso de meus pais atrasarem-se um pouco para me buscar no portão, no entanto, sem permissão para realizar aquele percurso sozinha. Eu lutava sobremaneira pela causa, com queixas contundentes e manifestações ardentes por “liberdade”.

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