Posso?

 

Posso acreditar nisso ou mais uma vez vou me decepcionar?

Posso acreditar realmente no que diz aquela música que não me canso de escutar, sobre nada nunca separar um grande amor? 

Posso ou estou proibida?

Posso chorar sem ser tachada de fraca?

Posso parar de fingir que sou forte e superei tudo?

Posso me libertar da indiferença, sendo que você foi uma das pessoas que mais me fez feliz na vida?

Posso te esperar amanhã?

Posso ao menos te olhar nos olhos e parar de agir como outra garota boba?

Por hoje, posso cessar as perguntas e dormir em paz?

Abri feridas, mas sei que assim poderei superar. Carregar o mundo nas costas só me trará esgotamento e frustração. Quero parar de ter medo de ser eu. 

Com você, não preciso envergonhar-me de quem sou porque, ao seu lado, minha vontade é querer ser cada vez melhor porque sua presença me traz força, me faz querer viver.

O amor pode não ser doce nem perfeito, porém foi minha cura. Hoje te deixo ir.  Choro, no entanto, não se preocupe porque é o melhor para nós dois e, por isso mesmo, é doloroso soltar as mãos, desamarrar o laço. 

Será melhor assim, espero. Não posso te prender, você não pode retroceder com sua palavra. Poderia ter sido diferente e não está sendo, não vamos insistir. 

Queria poder te abraçar e despertar desse pesadelo, mas da realidade ninguém escapa. Doce ou não, precisamos passar por ela com a cabeça erguida, então, por favor, não se lamente mais.

Tive um sonho ruim na noite passada. Senti tanto medo. Vi nós dois, depois te perdi. Não vi mais nada, só o fim. Aliás, ninguém vê. Subentende-se pela escuridão, a única resposta que encontrei para nós. Foram perguntas por demais, para tão breve espaço de tempo.

Quando se ama, nunca se esquece. Você segue em frente, mas não deixa de pensar em como tudo poderia ter sido e vem saudade, vem tristeza, sinal de que tudo valeu a pena, caso contrário não perderia seu tempo lembrando o que nada significou.

Curitiba, 25 de janeiro de 2012