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Platônico II

Olá, amigas e amigos do OCDM. Temos mais um texto de 2010 aqui, espero que vocês gostem de rever essas relíquias que aparecem no blog ocasionalmente, pois sinto muita satisfação em cuidar desse cantinho como se fosse o meu jardim, o meu oásis. 

Sobre o pouco que (não) sei

 




Não sei o que escrever.
Não sei como me sentir.
Não sei onde ele está.
Não sei se ele voltará.

Sei que o sorriso se desfez quando não o vi.
Que as esperanças diminuem à medida que os dias passam.
Que meu coração está batendo num ritmo mais lento e entristecido.
Que eu gosto tanto dele que não consigo sequer colocar em palavras.
Que ver o lugar dele vazio está doendo bem mais do que eu imaginava.
Que não adianta procurar em ninguém o que só ele me faz sentir.

Não sei se é amor.
Se não passa de uma quedinha inocente.
Se devo conjugar o afeto no presente.
Não sei...

Só sei que hoje no meio da aula eu tive uma crise de choro.
Que senti uma vontade tão grande de abraçá-lo.
Que o sol sentou-se ao meu lado num banco amarelo e me deu a mão.
Que só então dei-me conta do quanto deixei-me cativar.
Que nada me maltrata mais do que um cenário de indefinição.
Que a verdade dói e é melhor do que viver a espera que nunca acaba.

no começo eu não gostava de você

 

No começo eu não gostava de você. E é assim que essa história começa. Carece-me a requerida habilidade para transformar simples palavras em uma encantadora manifestação do mais profundo afeto, este, que cresce sem o menor receio de ser inconveniente, o elemento responsável por encurtar as mais longas distâncias e reavivar a esperança até nos corações mais feridos. Eis que faço da honestidade o meu álibi.

Não havia grandes expectativas a seu respeito. Decepcionada demais com a indiferença e os tantos obstáculos que roubavam o brilho do olhar, parecia uma sina, um carma, uma infinita maré de azar, como se a conta não fechasse de jeito nenhum e a sentença de ser ímpar até o fim dos tempos fosse uma pedra pesada que eu era obrigada a carregar nas costas, sem nenhuma chance de aliviar o fardo. Quanto antes eu deixasse de esperar por algo que nunca esteve destinado a ser meu, melhor seria.

A linearidade não seria muito útil para ilustrar qual foi o momento exato em que tudo mudou e sentimentos novos sobre você tomaram conta dos meus pensamentos, porque não há uma resposta objetiva e clara, as chances de transformar simples palavras em digressões não devem de maneira alguma ser desprezadas. O mais precioso conteúdo estava trancado a sete chaves dentro do peito, eu não me atreveria a pronunciar em voz alta.

O desejo de estar com você me bastava, nenhum outro lugar seria tão aconchegante, desvendar você era a missão que me excitava. Na realidade, era desconcertante admitir que eu estava profundamente apaixonada. Os versos não mentiam, nem as batidas do coração, nem a vontade de um dia chorar no seu abraço perfumado. 

Eu me repreendia por sentir. Você também é uma mulher. Eu me julgava errada e doente, tentando de todas as formas transferir esse sentimento para algum homem, convencer-me de que eu estava confundindo tudo. Era sobre isso que eu não falava em voz alta, sem fazer ideia de que você era a pessoa que mais poderia me ajudar.

Senti ciúmes, senti saudades, senti raiva por gostar de você e tentei de todo jeito te esquecer, convencer-me de que aquela fase da minha vida era confusa, mas nunca houve nada de confuso, eu tinha uma noção do quanto aquele sentimento era puro e precioso, nem mesmo pediria reciprocidade, o encanto todo feneceria se porventura entrassem em jogo as chantagens, as cobranças, as mil condições impostas. 

Naquele despertar o mais importante já havia ocorrido: o bálsamo da esperança já havia invadido o coração, contagiando-o com a esperança, a certeza de que o amor sempre encontra um caminho novo para o meu lar.

Nunca deixei de te querer bem porque mesmo sendo uma pessoa bem diferente de alguns anos atrás, nunca me esqueci do quanto aquela fase me ensinou tanto e contribuiu para que eu despertasse quando me sentisse confortável para falar em voz alta sobre tudo que enterrei para não ter que lidar, para me aproximar do protótipo tido como "ideal" para sobreviver e ser aceita, porém de nada adianta focar tanto na aprovação alheia e me deixar de lado, é uma traição ao brio, um golpe baixo, uma mentira almejando passar-se por verdade.

Amar outra mulher não é um crime, tampouco depravação, pretexto para diminuir o valor de alguém, medir o potencial, para exclusão. O encontro de duas almas afins após tanto tempo caminhando no deserto da vida foi arquitetado pelo universo muito antes de cada uma nascer, pois o destino aproximaria o que estava destinado a ser. 

E isso deveria ser inspirador, belo, porém há tanta gente maldosa, ignorante, movida pelo ódio, pela intolerância, a exaltar o preconceito, que simplesmente culpa a mediocridade de suas próprias vidas insignificantes para aliviar-se do fardo de uma existência sem propósito, romantizando o passado em que elas subjugavam os outros e destruíam a dignidade deles sem um pingo de remorso, para marcar território e inflar os egos, a determinar o que é certo ou errado, ainda que não disponham de envergadura moral para tais fins. Amar deveria ser lei e tudo que fosse contrário a esse propósito se configuraria em contravenção. 

Por vezes sinto-me com a garganta embolada, questionando se não estou sozinha em um mundo que rejeita pessoas como eu, você e tantas outras, chegando inclusive a pensar que tudo seria mais fácil se eu me esforçasse mais um pouquinho para caber no padrão, fazer o que as outras fazem, pensar como elas pensam, seguir o fluxo, mas da vida almejo tão mais que me sujeitar a desperdiçar meus dias aqui tentando ser o que não sou que me envergonho. 

Eu gosto de quem sou, no entanto, calo-me porque seria uma piada admitir que amo meus olhos escuros, minhas roupas pretas, passar a noite ouvindo música e olhando para o céu, pois também amo o que escrevo, não me importo em nunca ser famosa porque esse não é o melhor parâmetro para descrever a arte que pulsa em minhas veias, amo a minha capacidade inesgotável de seguir em frente mesmo quando já julguei não ter forças para isso porque ainda que o sol deixe de brilhar sobre a minha cabeça por alguns dias, ele sempre me cobre de amor quando retorna e me acompanha para aonde quer que eu vá, no inverno, no verão, pouco importa a estação.

Além disso, por maior que seja a dor de não ter quem me entenda, com quem possa de fato desabafar sem medo, agradeço tanto por aquele dia em que te vi pela primeira vez. Ainda era cedo, cedo demais para saber, mas muita coisa dentro de mim iria mudar. Para melhor, aliás. E pensar que no começo eu não gostava de você…

O primeiro amor da leoa ♥ (CONFISSÕES DE LALY 10 ANOS)


Ingressei na primeira série com oito anos completos, tudo porque Eleonora estava pouco se lixando para a minha educação e papai, obcecado pela ideia de que Ingrid o traiu, via a mim como um retrato daquela que repudiava com todas as forças. Se pudessem, eles me jogariam num galinheiro e me dariam restos de comida, ao menos lhes restava um indício de humanidade, muito mais sustentada pelo temor divino do que por empatia.
Se eu era um estorvo tão grande assim na vida do casal, por que não me deixar na casa do Tio Abílio? Meus padrinhos me amavam muito e repetia meu tio que onde comiam quatro, comiam seis.
Eleonora era merendeira da escola, portanto, ganhei uma bolsa de estudos e tanto minhas notas quanto minha conduta deveriam ser impecáveis. No que tange aos estudos, sempre fui aplicada, curiosa, dedicada e aprendia facilmente, nunca fiquei para trás, mesmo tendo muito menos que os meus colegas.
Pelo fato de saberem de minha origem, as outras meninas me discriminavam. A única que falava comigo sem desprezo nem preconceitos era a tímida Naira Sanches. 
Naira gostou de mim desde o primeiro dia de aula e não demorou muito para eu passar muitas tardes da minha vida no salão de beleza da D. Emília, brincando com a pequena Mayra, auxiliando a cabeleireira, lavando os cabelos das clientes, atendendo o telefone e até ficando para jantar.
Mauro e Emília me estimavam muito, especialmente pelo fato de eu ser a única amiga de Naira. Antes de encasquetar na cabeça a ideia de ser freira, minha amiga de cabelos curtos e olhos verdes desejava ser enfermeira, sempre teve vontade de dar alguma contribuição para a humanidade e não dava a menor importância para os modismos mundanos, era indiferente ao fervor das garotas com a chegada da puberdade e do florescer das primeiras paqueras. Já Mayra queria seguir os passos da mãe, se casar, ter filhinhos e uma casa linda com quintal.
As irmãs Sanches e eu éramos inseparáveis. Assistimos tantas novelas juntas, brincamos de pirata, princesa, pique-esconde, cabeleireira, íamos à praia, à igreja e tristes eram os dias em que não podíamos nos encontrar e eu tinha de suportar Eleonora e suas calúnias, a profunda indiferença de Edílson e orar para Deus me fortalecer, para ser grande logo e dar o fora dali.
Na 4ª série, quando eu estava com 11 anos, houve um surto de piolho na nossa turma e, claro, os danados me fizeram coçar muito a cabeça. Eleonora levou-me a um barbeiro carrancudo e determinou que este tosasse o meu cabelo. Os fios que chegavam até o quadril foram reduzidos a chumaços no chão. Traumático demais para uma menina da minha idade.
Pior era ir para o colégio com aquele cabelo que parecia um ninho de corvos, todo desajeitado, olhar para o espelho e não me reconhecer, porque minha madrasta sentia prazer com o meu sofrimento, sempre que tinha a oportunidade de me alfinetar, arremedar, diminuir, desmerecer, caluniar, difamar, duas vezes não pensava, afiava a língua peçonhenta e executava o trabalho com maestria.
Sorte que Naira e Mayra me ajudaram com palpites sobre como passar por aquela fase complicada de patinho feio. Tiaras coloridas, brincos, pulseiras, gargantilhas, até comentavam sobre estrelas que usavam o cabelo curto e eram lindas, charmosas, sedutoras, contavam sobre as mulheres que frequentavam o salão da D. Emília e pediam o corte Joãozinho. 
Até hoje, passados tantos anos, nunca consegui superar o trauma... no máximo topo um Chanel, um longbob, quiçá (e com ressalvas) aquela franjinha na testa... se você vir uma Lalinha por aí de cabelo Joãozinho, pode saber de uma coisa: não sou eu.
Um ano após o surto de piolho, meu cabelo havia crescido, ainda não caía em cascata pela cintura, mas já cobria a nuca e me deixava parecida com a Branca de Neve. Naquele verão quem veio passar uns tempos comigo foi a Dani, pois o Túlio estava com catapora. Eleonora e Edílson dissimularam bem durante o tempo em que minha prima ficou hospedada em nossa casa e a paz, ainda que falsa, reinou por algumas semanas. Foi nessa época que eu me apaixonei pela primeira vez na vida.
Eu já conhecia o Gustavo Figueira Antares, quem não?
Gustavo Figueira Antares era o primogênito do prefeito Jordano Antares. Estudava Agronomia na capital e vinha passar as férias na nossa cidade. A família sempre aparecia nos jornais por ser uma das mais tradicionais e abastadas. 
Eu ainda era moleca, subia em árvore; quando me machucava, tentava esconder dos meus pais para não apanhar, nem pensava em namorar, beijar na boca, muito menos me apaixonar e ficar suspirando pelos cantos que nem uma boba, mas... aconteceu.
Daniela insistiu para eu levá-la à sorveteria, prometeu que pagaria a minha parte, então eu não tive muita resistência, queria tanto experimentar uma banana-split e fazia muito calor. 
A fila estava grande, de dar voltas. Dani e eu conversávamos, era final de tarde e não tínhamos tanta pressa para voltar para casa. Quando nossos pedidos ficaram prontos, fomos até o balcão buscar nossas bandejinhas com os sorvetes, as colheres e os guardanapos. Distraída, esbarrei num cara, pior, derrubei a bandeja e sujei todo o piso de sorvete. Queria enfiar a cara num buraco, todo mundo estava me olhando.
Quando vi em quem havia esbarrado, se pudesse, sairia correndo para nunca mais entrar lá, porém ele me sorriu e não pareceu ter levado agravo do pequeno acidente.
— Me desculpa... — implorei com um fio de voz.
— Fica tranquila, isso acontece! — Gustavo disse.
— Sujei a sua calça...
— Tá tudo bem!
— Não tá tudo bem, eu sou muito estabanada... olha só o estrago que eu fiz?
— Peça outra banana-split e coloque na minha conta.
— Imagina, que é isso? Eu não tenho como te pagar!
— Eu não pedi que você me pagasse...
Daniela, sentada na mesa que reservamos, ria da situação. Tantas vezes depois nós duas rememoraríamos detalhes desse dia.
— Quero te pagar, tudo bem?
— Tudo bem... — concordei.
— Você se chama...?
— Laly?
— Lalí.
— Láli com y.
— Nome diferente. — Gustavo assentiu.
— Mas todo mundo me chama de Lalinha. Estou enganada ou você é o Gustavo Figueira Antares?
— Eu mesmo.
Trocamos um aperto de mão.
Foi nesse instante que reparei melhor no rosto dele, no conjunto da obra, para ser bem sincera. Até então, ele era um rapaz como qualquer outro, mas deixou de ser. Eu era apenas a órfã de pai vivo, a garota que morava numa pocilga, a bolsista do colégio religioso, o patinho feio da turma, a única que nunca tinha nada de bom para contar, que não tinha lá uma vida tão interessante, alguém por quem ninguém dava nada. Até aquele instante.
— Ele é muito bonito! — comentou Daniela quando, refeita do ocorrido, voltei para a mesa com a banana-split oferecida por Gustavo.
— Sabe que eu nem reparei?
— Ah, não acredito, Lalinha! Você vive em que planeta?
— Esse tipo de menino nem repara em meninas como eu.
— Olhar não tira pedaço, Lalinha.
Continuei apreciando o sorvete derretendo na boca, ocupada demais para confabular sobre garotos.
— Não me diga que você nunca beijou de língua? — Daniela insistiu.
— Ui, Deus me livre e guarde!
— Nunca? Nem um beijinho na boca?
— Nunca.
— Estou vendo seu futuro namorado.
— Para de falar besteira, Daniela. O Gustavo nem repara que existo, sem contar que deve ter namorada, uma namorada bem bonita da idade dele, nem repara em fedelha e eu também não penso em garotos, muito menos gosto dele.
— Você parecia bem à vontade falando com você.
— Nem vem...
— Ele não é de se desperdiçar.
— E você vá brincar de boneca, está muito nova para pensar em namorar...
Sou seis meses mais velha que Daniela, logo, se havia acabado de completar 12, minha prima ainda tinha 11.
Naquele dia, depois que minha prima dormiu, fechei os olhos e recordei a sensação daquele aperto de mãos entre mim e Gustavo. Os meninos não eram gentis comigo e até hoje, por mais que eu tenha desabrochado e me transformado numa linda mulher, os fantasmas da fase do cabelo Joãozinho me perseguem. Os insultos eram bem pesados e eu não chorava, pelo menos não na frente deles, acabei com a cara de muitos fora da escola, dentro eu precisava manter a postura porque aquela era minha única oportunidade de ser alguém, fora eu não tinha medo de pegar moleque de emboscada e encher a cara de socos.
Eu já havia esbarrado com Gustavo outras vezes. Ele se sentava na primeira fileira do lado direito da igreja todos os domingos, tinha uma caminhonete azul e apesar de ser menor de idade já sabia dirigir direitinho e passeava todo final de tarde com os irmãos e mais alguns amigos, ouvindo som alto, os ventos bagunçando os cabelos negros. Eu reparava nele, todas as garotas reparavam nele... e ele, na condição de um garoto bonito, bom partido e ainda por cima filho do prefeito, poderia escolher qualquer garota e jovens mais bonitas, inteligentes, com sobrenomes tradicionais e vidas mais interessantes tinham a dar com o pé. Ser realista me pouparia de levar um tombo por dar um passo maior do que a perna.
Dar-me conta de que eu não queria sofrer por ele era a resposta para a indagação de Daniela: eu tinha uma quedinha por Gustavo Figueira Antares.
Sim, respeitável público.
Eu estava apaixonada.
Aquele aperto no peito, aquela vontade de chorar, aquela mania de perder o fio da meada durante a conversa e me meter em encrenca por estar distraída eram sintomas visíveis do que se passava dentro de mim. Nem no meu diário, meu maior confidente, eu conseguia falar sobre o que se passava, era um tabu destrancar o peito e ser sincera, porque nem mesmo encontrava palavras capazes de concatenar todos os porquês que se somavam e me engoliam, me afastavam da infância.
Eu era apenas mais uma, ora bolas!
Se você perguntasse quem era mais famoso entre as meninas, Gustavo Figueira Antares ganharia disparadamente. Muitas garotas adorariam esbarrar nele, trocar um aperto de mãos, de fato tive uma oportunidade tramada pelo destino, o que seria um desatino foi, na verdade, um grato presente para eu refletir sobre mim mesma, sobre tudo que eu vinha fingindo não sentir, crendo que doeria bem menos enterrar aquilo com que não conseguia lidar ou não havia encontrado subterfúgios dignos.
Foi o momento de perguntar à Daniela:
— Dani, você já gostou de alguém?
— Claro, ué!
Dani já se adiantou:
— Você gosta do Gustavo Figueira Antares, não gosta?
— Não sei...
— VOCÊ GOSTA DELE, LALINHA!
— Ele tem namorada.
— Perguntei à Naira e ela me disse que o Gustavo não tem namorada nenhuma.
— Dani...
— Se dependesse de você...
— Você jura pra mim que só comentou isso?
— A Naira não é boba.
— Você contou à Naira que gosto do Gustavo?
— Eu não, ela já sabe...
— Dou tanto assim na vista?
— Fica fria, prima. Não é o fim do mundo gostar de um menino.
Minha prima me abraçou.
— Estou gostando de um menino que nem sabe que eu existo.
— Laly, o Gustavo não tem namorada, não é visto com ninguém e tem mais: como ele vai notar que você é linda se você se esconde?
— Olha quem eu sou e olha quem ele é.
— Ele me parece um cara simpático e legal, Lalinha. Se ele não fosse, eu seria a primeira a falar. Ele é bonito, educado, simpático e não é tão verdade que ele não olha para você. Olhar, ele olha. Sabe, quem tem que olhar um pouco para você é você mesma. A beleza ajuda e você tem, você é muito bonita, mas ser só bonita não ajuda. Se uma guria é bonita, mas é grossa, chata e antipática, os meninos ignoram mesmo... às vezes tem guria que nem é bonita, mas tem um monte de menino babando porque é simpática, educada, faz as pessoas rirem, se valoriza. Não estou dizendo que você não é simpática nem educada, você diz que não, mas é muito tímida. Se você vive se escondendo no casco, deixa muita coisa para trás, prima. Se você não lutar um tiquinho assim pelo Gustavo, depois não adianta chorar se ele aparecer com uma namorada. Lute, pelo menos se não der certo, você tentou, deu o seu melhor, é o que importa no fim das contas.
— Meus pais nunca vão me deixar namorar!
— Claro que vão!
— Eu sou uma menina comum, simples, não sou rica, não tenho nada de valor... o que vou ter para oferecer a um garoto como ele?
— Beijos, abraços, amizade, carinho, sorrisos. O seu amor não basta?
— Não quero me iludir com o que não posso ter.
— Não deixe o medo te impedir de viver. Daqui a muitos anos você rirá do que sente agora, se arrepender não do que fez, mas sim do que não fez, vai por mim.
— Já que você insiste...

Você não volta mais

Se a ficha cair, o chão vai ruir.
A verdade já apareceu, mas prefiro rejeitá-la.
Seguir em frente quando não há um caminho.
Você não volta mais.
Nada a ser feito para mudar, nada ao alcance.

O último beijo de boa noite

 


Essa ficha apenas faz de conta que cai. Ainda é ferida, irremediável ausência. Sinto o gosto enigmático desse último beijo de boa noite. 

Você também procura dormir pra fugir um pouco desse mundo estranho?

 Curitiba, 19 de novembro de 2015. ♥

No mundo dos sonhos não existe distância, é por isso que eu amo dormir, porque eu posso sonhar e com sorte te encontrar.
Sonhar para me confortar.
Quando eu amanhecer, a luta recomeçará.
Esse ano ruim insiste em passar devagar. Dele não quero me lembrar. De tudo de ruim que me aconteceu, nada doeu mais do que quando eu soube você não vai mais voltar.
Choro desde então. Não tem remédio.
Falta-me o ar.
Chove tanto que nem posso dividir meus devaneios com a lua, então quero dormir, quero dormir enquanto puder, mesmo que nada tenha se resolvido quando eu acordar.
Você escolheu ir embora e ninguém pode te obrigar a ficar se você não quer.
Ainda que eu quisesse te ter de volta.
Sei que você está vivo e que ainda é possível que nos encontremos para eu te dar o abraço que há anos estou guardando para te dar.
Um abraço apertado e generoso.
Apertado como o meu coração que chora sem consolo.
Para essa ferida aberta quem sabe o tempo seja o senhor.
Mas nem essa ferida mata o que de bom vai ficar gravado.
Você também procura dormir pra fugir um pouco desse mundo estranho?

Eu fico na expectativa de que você diga por primeiro

 Não saber onde está você, isso acaba comigo. Todo dia um pouquinho.

Queria te prometer que não vou chorar, mas seria muito cinismo da minha parte renegar as emoções que estão se manifestando em meu peito. Não adianta chorar em outros ombros, eu queria o seu.
Eu traçaria pontilhados para diminuir a distância, desenharia um coração vermelho novinho em folha no lugar desse estabanado, seria menos orgulhosa.
De que modo eu posso dizer que estou com saudades?
Eu fico na expectativa de que você diga por primeiro.

Mary Princess

(Dos tempos do WNBM) No silêncio do seu quarto


Enquanto é dia você segura a barra com esse sorriso no rosto, cumprindo com as obrigações, aconselhando, observando. Quem te encontra assim nem imagina o que esconde esse coração, as lágrimas que você chora todos os dias quando entra no seu quarto e se fecha em seu mundinho, olhando no espelho e se odiando, machucando a si mesma e o coração de Deus quando diz que se odeia, que queria ter "aquela beleza" que faz muitos homens perderem a cabeça. Você ase desdobra em mil, já não acredita mais quando alguém diz que você é legal. Todos que "te amavam" partiram. Aqueles que diziam que você é linda, inteligente e excepcional apenas estavam de fossa por outra, usando a você como escudo para ferí-las, mas olha só quem se feriu: VOCÊ. Ninguém sabe o quanto foi difícil ouvir aquilo tudo e engolir a seco a falta de caráter. Você sonhou, alguém partiu na sua frente e traiu sua confiança. Nunca mais volta a ser como antes. O medo de reincidência grudará nos pensamentos, tipo uma obsessão fantasmagórica clamada na insegurança. As duas partes perderam os créditos, sem palavras para a mesquinharia, para o sorriso cínico de quem se divertiu e na ressaca desfrutou da carne, no ápice do desejo, brincando de amantes. Você esperou pelo dia em que aquele beijo faria o seu mundo girar em outra direção e olha só! Esse beijo nunca vai acontecer. Parece o fim, e talvez seja mesmo... mas o fim de uma história escrita em linhas tortas, tão inútil quanto segurar a dor e a revolta. Talvez nessa mesma data daqui a um ano você esteja novamente falando de amor, com um brilho diferente, sem medo nem falsas esperanças. Ninguém sabe. Ninguém sabe...

(Dos tempos do WNBM) Sonho de amor...


Sonhei que você me conduzia ao desejo. Viajando devagar aos meus lábios, os seus me tocaram, me trouxeram a paz que há tempos eu tanto procuro. 
Naveguei calmamente em você e enquanto durou, me entreguei totalmente ao que deixou de ser um capricho. O amor é cegamente poético, você vive os versos de olhos bem fechadinhos, sentindo as pinceladas de ternura e satisfação.
Poucos entendem que sanar o vazio não é colocando qualquer um no seu lugar. Eu queria você, mas não pode ser desse jeito. Só não sei o que faço com os meus sentimentos, com o gosto desse beijo que não sai da minha memória.
Um beijo e sonho, por fim acordei e ao meu lado ninguém que não seja o tédio. Só ele e não você.
Quem ama, padece à dor. Ultrajante certeza, não mais indago, também plenamente não acato, apenas ajusto as velas do meu coração em direção ao vento para poder me localizar e viajar para o mundo onde os sonhos de amor sejam livremente aptos para a realidade.

2 de maio | Dia Nacional do Humor

Especial - 2 de Maio: Dia Nacional do Humor Feliz Dia Nacional do Humor! O 2 de maio é o dia dedicado a uma das formas mais poderosas de con...