Essa ficha apenas faz de conta que cai. Ainda é ferida, irremediável ausência. Sinto o gosto enigmático desse último beijo de boa noite.
Três meses depois e ainda respiro a sua presença, ainda te aguardo, não sei não dizer ao meu coração para parar de uma vez, porque seria tirar de você a chance.
Nada no mundo consegue matar essa sede. Vem de dentro, fala um idioma que não compreendo, lê o meu vazio, me devora viva, tira pedaço, me devolve imaculada, brinca de esconde-esconde com a paciência, dita ao pé do ouvido os poemas mais entalhados em angústias solitárias. Sentinela do inferno do abandono, tem criança perdida chorando no ponto, sonho ruim para dar e vender.
Ainda é cedo demais para saber se a dor me engolirá ou se serei a vencedora de mim mesma, ascendendo por tolice, mas viva até se provar o contrário.
Curitiba, 1⁰ de dezembro de 2015.
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