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Arquivo Malacubaca | A televisão que lia pensamentos (2020)

 


Por Marisol de Moura

26 de agosto de 2000

Eu sempre gostei de ir com o meu pai até a emissora, principalmente quando ele estava no ar com o boletim do tempo. Às vezes, passava o dia inteiro por lá e, quando não estava com ele, ficava acompanhando os jornalistas ou ouvindo histórias engraçadas. A Noviça, por exemplo, sempre tinha alguma coisa inusitada para contar. Foi ela quem me apresentou à Jaqueline, a filha dela, que também andava por lá de vez em quando. 

Uma vez, depois de um dia de gravação, a Jaque me levou ao fliperama para conversar, e foi lá que ela me contou uma história tão doida, mas tão engraçada, que eu não consegui parar de rir. Ela falou sobre a televisão da mãe dela, que tinha um chip japonês que lia pensamentos! 

Eu sei, parece coisa de filme, mas a Jacky falou sério. Disse que a mãe dela cobria a TV com um pano à noite, porque achava que os asiáticos poderiam ver tudo o que acontecia na casa e até ouvir o que ela pensava.

Quando contei essa história para a Fabiana e para a Duda, elas se divertiram tanto, que comecei a pensar que seria uma boa ideia escrever sobre isso. Fui tão inspirada por aquelas risadas que, no dia seguinte, peguei meu caderninho e comecei a escrever uma história sobre duas irmãs que ficam presas dentro de uma televisão. Elas começam a viver dentro de todos os canais e, no final, conseguem se salvar. Tudo isso, claro, por causa da tal TV que “lê pensamentos”. 

Não sei por que, mas me deu uma sensação boa escrever sobre isso, como se, de alguma forma, fosse a minha própria aventura também.

Arquivo Malacubaca | O feriado dos Boletins Extraordinários (1998)


Abril de 1998. Um feriado prolongado que prometia ser pacato virou um verdadeiro turbilhão de notícias para a redação da emissora fictícia mais dramática do universo: a Malacubaca.

E quem ficou de plantão? Claro que ela, Carmen Angélica Esteves, nossa gloriosa repórter conhecida como Noviça, que trocou a folga de Tiradentes pela Páscoa e acabou amargando a escolha — e no ar, várias vezes ao dia!

Tita e a Páscoa de 1998: Titanic, sonhos e expectativas perdidas

 


A Páscoa de 1998 foi marcada por sonhos, nostalgia e grandes expectativas. Para Tita, de Simplesmente Tita, aquela época parecia carregada de promessas. A maior delas? Finalmente assistir ao filme Titanic, que não só era o maior sucesso nos cinemas, mas também fazia parte das conversas, das emoções e dos suspiros de toda uma geração.


Eu ouvia tanta gente falar da história que aquela curiosidade crescia dentro de mim. Mariana Franco estava apaixonada pelo filme e já havia ido duas vezes ao cinema, contando que não conseguia não chorar no final, porém não me dava spoiler nenhum. (Simplesmente Tita, capítulo "Se meu chicote falasse)

Embora a protagonista não revele abertamente, Dona Neide, mãe da inesquecível Mari Franco, levaria as meninas ao famigerado Estação Plaza Show, praticamente recém-inaugurado.

Estação Plaza Show

Inaugurado em 14 de novembro de 1997, o Estação Plaza Show era um dos lugares mais vibrantes de Curitiba na segunda metade dos anos 90. Localizado em uma antiga estação ferroviária, o espaço combinava lazer e entretenimento, com salas de cinema multiplex, pistas de boliche, jogos eletrônicos e até o famoso Parque da Mônica, que foi inaugurado em 18 de julho de 1998. Era um verdadeiro símbolo do otimismo e da magia daquela época, atraindo crianças e adultos com suas cores e energia.

No entanto, apesar do apelo e da proposta inovadora, o Estação Plaza Show enfrentou dificuldades financeiras porque o modelo de entretenimento não conseguia gerar o lucro esperado. Desse modo, em outubro de 2000, o estabelecimento foi vendido para o grupo PolloShop, em parceria com Miguel Krigsner, fundador do Boticário, marcando o fim de uma era.

As propostas do Polloshop Estação eram aproveitar o espaço já disponível e ampliar as estruturas para a construção de lojas populares e mais acessíveis para atrair um público diferente, mantendo a magia do cinema e se adaptando conforme o comportamento dos consumidores. Por fim, em 2002, o estabelecimento foi rebatizado para Shopping Estação, como o conhecemos hoje.


Nunca fui muito de frequentar shoppings na infância, exceto por algumas visitas esparsas ao Shopping Mueller e ao Curitiba. No Estação Plaza Show, aquele sim tinha algo especial. As cores vibrantes, o Parque da Mônica, as salas de cinema e os detalhes que pareciam ter sido feitos para encantar a gente. 

Quando fui pela última vez, para assistir ao filme do Pokémon, ainda era aquele espaço mágico, cheio de vida e com a famosa loja da Kodak, sempre pronta para eternizar o brilho dos momentos vividos ali. Meses depois, já em 2001, tudo já estava diferente. O Parque da Mônica tinha desaparecido, e o shopping estava em construção, se adaptando a uma nova realidade que parecia ser maior, mas, ao mesmo tempo, menos especial. 

Essa mudança me deixou triste, como se estivesse vendo as cores da infância se apagarem aos poucos. Era difícil aceitar que os lugares que um dia trouxeram tanta alegria estavam mudando, e tudo parecia mais cinza, mais vazio. 

Para Tita, cada detalhe da preparação carregava um significado especial. Os trocados economizados eram mais do que simples moedas – representavam o esforço e a determinação dela em tornar aquele momento real. A bolsinha do Aladdin, guardando cuidadosamente o ingresso e a carteirinha de estudante, parecia conter também os sonhos que ela estava pronta para viver. E a escolha da roupa, pensada com tanto cuidado, refletia não só o desejo de estar à altura da ocasião, mas também a esperança de sentir, por algumas horas, a magia que a tela do cinema prometia.

O Estação Plaza Show, com sua fachada cheia de cores e energia, era mais do que um lugar; era um símbolo do otimismo dos anos 90, da promessa de um futuro onde tudo parecia possível. Porém, as barreiras que Tita enfrentava em casa eram uma constante. Por mais que ela tivesse planejado cada detalhe, algo sempre parecia prestes a interromper seus sonhos. Mesmo assim, naquela Sexta-feira Santa, ela ainda acreditava – acreditava que, por um dia, poderia deixar para trás as dificuldades e mergulhar em um mundo onde tudo parecia mais leve.

— Está febril a coitadinha? — Murmurou a D. Neide.

Meu coração quase parou por alguns segundos.

— Noutra oportunidade Renata as acompanhará. — garantiu Meire, cínica, dispensando Neide. — O médico recomendou que Renata ficasse de repouso absoluto e você sabe que gripe é um negócio que passa, ela está com a garganta inflamada, passou a noite toda com febre e eu não seria negligente de deixar a minha filha sair por aí para piorar e ainda por cima contaminar a senhora e a sua filha.

— Eu que o diga. Mariana quando pega gripe fica um farrapo. É uma pena, ela vai ficar muito triste, mas também sou mãe e entendo a sua preocupação... Que a Tita se recupere bem...

A vontade era aparecer no meio da sala e desmentir mamãe, contudo, senti as forças se esvaindo e mais uma vez a frustração abraçando-me pelas costas.

Naquela Páscoa de 1998, os cinemas de Curitiba pulsavam com histórias que marcariam para sempre a memória de quem viveu aquele momento. *Titanic*, com sua grandiosidade e o romance trágico de Jack e Rose, parecia dominar tudo – das conversas nas escolas aos comerciais da TV. Era mais do que um filme; era um fenômeno que conectava as emoções de milhões. 

Contudo, as opções nas telas no ano de 1998 iam além. O Resgate do Soldado Ryan trazia uma narrativa de guerra intensa e inesquecível, enquanto Mulan encantava as crianças com coragem e determinação. E nas produções nacionais, Central do Brasil conquistava corações, levando o Brasil a brilhar nas telonas e rendendo a icônica indicação da majestosa Fernanda Montenegro, que foi a primeira atriz latino-americana a ser indicada ao Oscar. Aliás, a segunda indicada ao prêmio de Melhor Atriz foi ninguém menos do que Fernanda Torres, que pode até não ter recebido a estatueta, no entanto, foi vencedora em todos os sentidos.

― Por que a senhorita está toda arrumada? ― Meire olhou para mim da cabeça aos pés.

— Eu… eu…

— Eu o quê, mocinha?

— Eu ia ao cinema.

— Disse muito bem… — Meire me aplaudiu com sarcasmo. — Ia. Você ia ao cinema. Não vai mais.

— Mas…

— Lembre-se: você está de atestado.

— A senhora sempre disse que é feio mentir e está fazendo isso. — Murmurei, recusando aquele abraço sorumbático de outra frustração que visava arrancar mais lágrimas do que aquelas que eu já conhecia de decepções passadas, sem saber que viriam tantas outras mais salgadas e ardidas na alma.

― A propósito, sua respondona, quem é que te deu permissão para ver aquele filme ridículo? ― Meire puxou a minha orelha esquerda.

― Marquei de ir ao cinema com a Mari Franco e as outras meninas, todas elas falam que esse filme é muito bom e a Dona Neide estará com a gente. ― Permaneci próxima à porta, como se pudesse através da telepatia chamar a D. Neide e a Mariana, mostrar-lhes que eu estava perfeitamente bem e que ainda dava tempo de chegar para a sessão das duas, que aquela tarde não estava perdida.

— E eu já disse que não, Renata!

— Por que não?

— Porque eu não quero, tá bom?


Para Tita, Titanic era um sonho não realizado. A história de amor e tragédia parecia, de alguma forma, refletir os próprios altos e baixos da vida de Tita, tornando o desejo de assistir ao filme ainda mais profundo e significativo. 

Enquanto o mundo estava em movimento com essas histórias marcantes, nossa heroína sentia que, de alguma forma, ela também fazia parte de uma delas – mesmo que a sua fosse uma história de sonhos interrompidos.

Na hierarquia das surras, as cintadas e chineladas doíam menos, não tanto quanto ser deitada de bruços na cama, ter a calcinha abaixada e levar tanta chinelada que o calçado arrebentava.

Da próxima vez que a senhorita sair marcando passeio sem me consultar, o papo vai ser com a titia vara!

A cada obstáculo, uma parte de seus sonhos parecia se desvanecer, substituída por uma realidade mais dura. 

"(...) a tristeza que eu sentia nem mil coelhinhos de chocolate curariam."

Essa frase poderosa reflete não só os sentimentos da Tita, mas também a nostalgia que muitos de nós sentimos por uma época que já não existe mais. Seja na memória das fachadas do Estação Plaza Show, na magia de entrar numa sala de cinema ou no otimismo que o terceiro milênio prometia, a Páscoa de 1998 continua viva nas lembranças – mesmo que os sonhos e expectativas de Tita tenham ficado pelo caminho.

Impacto cultural do Titanic

Para quem nasceu depois e não teve a chance de viver o fenômeno que foi Titanic, é difícil imaginar o tamanho do impacto que o filme teve em 1998. 

Não era apenas um sucesso de bilheteria – era uma febre cultural. Sua trilha sonora, com My Heart Will Go On* de Celine Dion, tocava em todas as rádios — e tocou até enjoar, casamentos, festas de debutante, telemensagem e as famosas mensagens ao vivo. Lojas vendiam pôsteres, revistas com reportagens sobre os bastidores e até cadernos escolares estampados com Jack e Rose. As conversas nas escolas giravam em torno da história de amor impossível e do final emocionante que parecia inevitável, bem como Tita ilustrou na história.

O filme não só conectava as pessoas através de suas lágrimas, mas também representava algo maior – um marco que parecia unir milhões ao redor do mundo em uma experiência compartilhada de romance, perda e esperança. Para Tita, essa conexão era ainda mais especial. Ver Titanic era, para ela, uma chance de se sentir parte desse universo grandioso, de viver, nem que fosse por algumas horas, a magia que transcendia as dificuldades do dia a dia.

Cores que permanecem: entre doces memórias e amargos contrastes

Relembrar o passado é como abrir um antigo baú de lembranças. Dentro dele, há coisas que aquecem o coração e trazem saudade – como o sabor autêntico do chocolate, as cores vivas do Estação Plaza Show e a magia de sonhar com o cinema nos anos 90. Mas também há elementos que, ao olhar com os olhos de hoje, parecem mais cinzas, e que não fazem tanta falta.

Para Tita, essa jornada de memórias é cheia de altos e baixos. Ela sente falta de alguns detalhes que tornavam o mundo mais especial, como o cuidado artesanal de um ovo de Páscoa ou a simplicidade vibrante das experiências de infância. Porém, há outras coisas que, com o tempo, foram superadas – as restrições, as barreiras e as frustrações que a cercavam. 

Embora o presente possa parecer mais padronizado, mais rápido e até mais impessoal, ela escolhe carregar consigo as cores que ainda encontra: os gestos de carinho do pai, os pequenos sonhos que se realizam e a resistência em continuar tocando, como os violinistas do Titanic, mesmo quando tudo ao redor parece menos brilhante. É na mistura de memórias e aprendizados que Tita descobre sua força e encontra uma maneira de manter a magia viva no mundo de hoje.

Enquanto olhava para o ovo de Páscoa sobre a mesa, senti um misto de saudade e aprendizado. O chocolate já não tinha o mesmo sabor e o mundo parecia ter perdido um pouco do brilho colorido da infância. No entanto, havia algo na magia da Páscoa – na expectativa de desembrulhar aquele papel brilhante e descobrir o que havia dentro – que ainda me fazia acreditar em pequenas alegrias e grandes sonhos.  Era como aquele desejo antigo de assistir Titanic, de ser parte de algo maior, de se conectar com histórias que transformam e inspiram. Para mim, a Páscoa nunca foi apenas sobre chocolates ou presentes. Era sobre redescobrir, ano após ano, as cores que permanecem, mesmo quando o mundo insiste em ser cinza.

E enquanto os sabores e os shoppings mudam, há algo que nunca se perde: a capacidade de sonhar, de celebrar os pequenos momentos e de continuar tocando a própria música, como os violinistas do Titanic, independentemente do que estiver por vir.

Se você se interessou em conhecer ou até reler Simplesmente Tita, clique aqui. Tita aguarda a todos com os braços bem abertos.


Referências 


CURITIBA CULT. Relembre o Parque da Mônica, que fez história em Curitiba. Disponível em: <https://curitibacult.com.br/relembre-o-parque-da-monica-que-fez-historia-em-curitiba/>. Acesso em: 14 abr. 2025.

FOLHA DE LONDRINA. Polloshop compra Estação Plaza Show. Disponível em: <https://www.folhadelondrina.com.br/economia/polloshop-compra-estacao-plaza-show-294682.html>. Acesso em: 14 abr. 2025.

WIKIPÉDIA. Shopping Estação. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Shopping_Esta%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 14 abr. 2025.


Arquivo Malacubaca | 100 anos em 10, por Lulu

Lulu preparando os slides para apresentar seu governo


Lulu surge como um raio de extravagância. O escritório improvisado é pura confusão organizada: papéis espalhados pela mesa (não lidos e estrategicamente posicionados para parecerem importantes), uma caneca de café (provavelmente gelado, claro) e uma bandeira do Brasil pendurada de forma dramática no fundo, quase como se fosse um altar. A trilha sonora de O Guarani eleva o momento, fazendo parecer que ela está prestes a declarar guerra ao caos. 
A atriz está impecável no conjunto de saia e blazer marrons — com a saia tão justa que parece desafiar as leis da física. Os óculos são ajustados no rosto com toda a seriedade do mundo, enquanto a faixa presidencial do 1,99 brilha como se tivesse sido banhada em ouro. Ela sorri, confiante, e começa seu discurso em tom quase cerimonial:
— Boa noite, Brasil! Hoje é um dia histórico, porque eu, Lulu, vim apresentar o plano de governo que vai mudar a sua vida. Eu, Luciana Andrade, me autodeclaro candidata à Presidência da República, porque ninguém representa melhor a nação do que eu. A propósito, eu nunca nem ouvi A Voz do Brasil, sempre desligava o rádio antes. Hoje convoco todos os brasileiros a acompanharem essa live ao vivo onde apresentarei os projetos que transformarão o Brasil. Acompanhem os slides!
No primeiro slide, surge em letras gigantes com efeitos de glitter: crescer 100 anos em 10.  
— Tá aí! O slogan que vai ficar na memória de todos vocês. Crescimento rápido, sem enrolação, porque eu sou prática e faço acontecer!
Lulu compartilha a tela e os espectadores veem uma apresentação de slides. O primeiro, inclusive, contém os 100 anos em 10 com fontes exageradas e glitter digital.
— Brasileiros e brasileiras, hoje estou aqui para trazer a verdade que ninguém tem coragem de contar. Porque eu sou a Lulu, a voz do povo, e no meu governo, o Brasil vai avançar 100 anos em 10, igual o FHC fez com Brasília e os 50 anos em 5… recolocar o Brasil nos trilhos do progresso!
Podemos presumir que Luciana fará alterações na Constituição para aumentar o mandato presidencial para 5 anos, manter a reeleição e até permitir um terceiro mandato, caso o presidente seja “tão bom que ninguém quer que ele saia”, pelo menos é o que ela imagina sobre sua gestão no Palácio da Alvorada.
E enquanto os internautas tentam processar a confusão histórica, Lulu avança para o próximo slide, que exibe um gráfico colorido e completamente sem sentido. Lulu, sem perder o rebolado, explica:
— Aqui está a solução que os políticos não querem que você saiba: imprimir mais dinheiro! Isso mesmo, gente, é simples. Se falta dinheiro, a gente imprime mais. É matemática básica, tá bom? — explica Lulu, com a pompa de um economista tarimbado. — E eu sou a voz da coragem, da política feita do povo para o povo. Quem discordar, é porque não entende de economia!
Ela ainda faz uma pausa dramática, ajusta os óculos e conclui com um sorriso confiante:  
— No meu governo, ninguém vai passar aperto. Porque eu sou a Lulu, e eu faço acontecer!
A repercussão seria instantânea, com hashtags como #LuluSemNoção e #TiremAInternetdaLulu dominando os trending topics. 
O terceiro slide é hilário: uma montagem de Lulu com a faixa presidencial e usando uma tiara com as orelhas do Mickey Mouse lá na Disney.
— Gente, no meu governo, o dólar vai valer 1 real. Isso mesmo! Porque eu sou a Lulu, e eu faço acontecer. Com o dólar a 1 real, qualquer pessoa poderá ir à Disney, realizar seus sonhos e ainda voltar com dinheiro sobrando. É a política feita do povo para o povo, tá bom?
E claro, ela ainda reforça o tom dramático:  
— Os políticos não contam isso para vocês, mas eu sou a voz da coragem. No meu governo, o Brasil vai ser o país dos sonhos, e a Disney vai ser o quintal do brasileiro!
Não é uma proposta ruim, muito pelo contrário, está muito bem-intencionada e teria forte apoio popular, mas a presidenta maluquete não detalha as medidas que fariam a cotação do dólar despencar.
O slide seguinte exibe uma montagem de Lulu segurando um troféu brilhante com a inscrição “Maior Embuste do Ano”. Ela explica com entusiasmo:  
— Gente, todo ano teremos o Dia Nacional do Exposed, onde vamos expor e debater os maiores escândalos políticos do país. Eu mesma vou apresentar o evento, com direito a faixa presidencial e muito encanto. E os corruptos? Ah, esses vão receber o Troféu Óleo de Peroba, para nunca mais esquecerem que aqui a verdade reina!
Ela faz uma pausa dramática, ajusta a faixa e conclui:  
— Porque no meu governo, quem apronta, dança. Literalmente!
O próximo slide mostra uma caricatura de Lulu com uma lupa, investigando um “hater”.
— Agora, para quem gosta de criticar, eu dou um conselho: cuidado! No meu governo, quem fala, assume. Vamos investigar qualquer pessoa que criticar o governo, para garantir que não tem rabo preso. Porque aqui, a verdade é transparente, e eu não tolero hipocrisia, tá bom?
Ela encara a câmera com seriedade e solta:  
— Se você não tem nada a esconder, não tem nada a temer. Beijo para os haters!
A hashtag #TiremAInternetdaLulu explode nos trending topics mundiais, enquanto memes inundam a web.
O slide exibe uma imagem de cidadãos sambando em uma aula, com Lulu no centro, segurando um pandeiro.  
 Para educar o povo, vamos lançar a campanha educativa Roubou, Dançou. No meu governo, vou ensinar a identificar e denunciar casos de corrupção, e, de quebra, arriscar uns passos de samba. Afinal, quem roubou, dançou! Sou uma presidenta linha dura, mas com ritmo. Além disso, teremos projetos para todo mundo manter a forma. Igôr Marombba, meu futuro Ministro do Esporte, e eu pensamos em uma solução para acabar com o sedentarismo na nossa pátria. Com o projeto Academia para Todos, construiremos mais de 500 academias gratuitas, garantindo que quem quer se exercitar, mas não tem tempo ou dinheiro para pagar mensalidades, tenha acesso a um espaço de qualidade.
Ela dá uma sambadinha na sala, ajusta os óculos e conclui:  
— Aqui, a justiça tem ritmo, e o Brasil vai sambar na cara da corrupção!
Agora vem a melhor parte: Lulu promete mudar o formato de A Voz do Brasil.
— Gente, no meu governo, A Voz do Brasil vai ser animada, divertida e cheia de novidades. Porque ninguém merece aquele programa sério e sem graça, tá bom? Vamos dar as dezenas do jogo do bicho, tocar música e contar fofocas de famosos. Aliás, isso ainda não é tudo! Toda sexta-feira, teremos sorteios incríveis, incluindo as bonecas da Lulu com faixa presidencial, viagens para a Disney com o dólar a 1 real, e até brindes surpresa. Porque informação também pode ser diversão, tá bom? No meu governo, a alegria irá imperar!
Outra proposta fora da caixinha é o Projeto Reconciliação. 
— Como ele funcionará, você deve estar se perguntando. E eu, com muita satisfação, te conto tudo. Quem disse que reality show é só na Malacubaca? Agora é na nossa tevê estatal, reformulada e pronta para competir com as gigantes comerciais. Vamos reunir 10 duplas com opiniões políticas opostas e confiná-las numa casa. A dupla vencedora será aquela que resistir mais tempo sem resolver tudo com os punhos. Porque aqui, no meu governo, até a reconciliação vira entretenimento de qualidade!
Lulu faz uma pausa dramática, ajusta os óculos e prossegue o discurso:
— Brasileiros e brasileiras, eu estou aqui hoje para dizer que a polarização é uma perda de tempo. Enquanto os outros brigam, eu trabalho. Porque eu sou a Lulu, e eu sou diferente. Tenho propostas populares, eu sou conhecida do público, e eu tenho muito tempo de televisão! Sim, gente, muito tempo de televisão. Afinal, de televisão eu entendo. Quem tem mais tempo de tela do que eu? Ninguém!
Café Presidencial será o programa mais aguardado das manhãs… ou quase manhãs. Lulu fará lives surpresa para compartilhar as fofocas mais quentes do governo, com aquele toque irreverente que só ela tem. Apesar do nome, o programa dificilmente começará cedo — afinal, Lulu não é exatamente uma madrugadora (mas isso, claro, ela não admite). Entre um gole de café e outro, os espectadores poderão acompanhar bastidores, debates e até algumas confissões inusitadas, tudo com o carisma que só uma presidenta linha dura e cheia de personalidade pode oferecer.
A atriz assume o papel de mártir e até chora com toda a pompa. A presidenta também chora e tem maus dias, mas, acima de tudo, honra seu compromisso de acabar com a corrupção até o fim.
— Sei que vão me criticar. Vão dizer que eu sou ousada, estou sonhando alto, mas eu digo que, sim, tudo é possível! Porque estou aqui para salvar o Brasil. Mesmo que isso signifique carregar o peso da nação nos meus ombros. Porque eu sou forte, corajosa, e eu sou do povo!
O público (ou os internautas) ficaria dividido entre gargalhadas e aplausos, enquanto hashtags como #LuluMártirDaNação e #TiremAInternetdaLulu rendendo memes e risadas.
— Brasileiros e brasileiras, hoje vocês testemunharam o início de uma nova era. Porque eu, Lulu, estou aqui para transformar o Brasil. Com propostas populares, coragem e muito glitter, eu vou fazer este país avançar 100 anos em 10. E quem duvidar, vai ter que me assistir fazer acontecer! Obrigada pela atenção, e lembrem-se, gente: no meu governo, o Brasil vai brilhar mais que glitter no carnaval. Beijo, Brasil!
Ela finaliza com um sorriso confiante e uma sambadinha, enquanto a trilha sonora de O Guarani toca ao fundo e o último slide exibe a frase: Lulu Presidente: 100 Anos em 10!

Arquivo Malacubaca | A Revolta das Tarântulas 🎥🕷️📺



Relembrar é viver!  Por isso, o Arquivo Malacubaca de hoje revive uma cena que marcou os bastidores da Malacubaca em 25 de agosto de 2017. 
Eduardo Meirelles e Bilu discutem corrupção de uma maneira única: com malas, tarântulas e, claro, muito humor ácido. 
Prepare-se para uma viagem no tempo até o universo da Malacubaca, onde até os bastidores guardam momentos icônicos!

🎥🎬📺🎤

O relógio marcava 19h50, e a redação da Malacubaca estava um misto de correria e descontração. A equipe de produção ajustava os últimos detalhes freneticamente, enquanto Eduardo Meirelles e Bilu estavam sentados na bancada, à espera do início do jornal. A conversa entre eles, como de costume, era uma mistura de humor e críticas afiadas, sem perceber estarem sendo transmitidos ao vivo.
Eduardo assistia ao vídeo sobre malas de propina pela enésima vez, tamborilando os dedos na bancada. Com uma expressão pensativa, ele desabafou:
— Será que se dentro daquela mala tivesse uma aranha-marrom, eles pegariam o dinheiro?
Bilu, ao lado, ajeitava o batom com calma e respondeu sem hesitar:
— Do jeito que são, morrem com a picada, mas da bufunfa não abrem mão!  
Eduardo balançou a cabeça em concordância, mas parecia absorto. Ele insistia:
— Tinha que ter uma tarântula dentro dessas malas… Para meter aquele medo.
— Você é vingativo, Meirelles! — provocou Bilu, arqueando as sobrancelhas e passando pó compacto.
Eduardo, sem se intimidar, continuou:
— Queria ver quem aguenta o tranco… Quer a bufunfa? Tá bom! Abre a mala e, puf! Dá de cara com a grana, a tarântula e com a Polícia Federal à espreita na portaria.
Bilu soltou uma gargalhada, respondendo com um tom teatral:
— Talvez as tarântulas façam os meliantes confessarem até o que não foi perguntado! Mas isso não se caracteriza como método de tortura?
Eduardo riu e sacudiu os papéis à sua frente:
— As aranhas podem morrer intoxicadas pelo óleo de peroba desses caras…
Nesse instante, o técnico do switcher, completamente distraído com um jogo de paciência no computador, soltou acidentalmente o sinal de bastidor ao vivo. A redação ficou em choque ao ver a conversa transmitida na tela para os telespectadores, enquanto Eduardo e Bilu seguiam despreocupados.
Para aumentar o caos, o técnico murmurou alto:
— Ah, meu jogo de paciência vai salvar… O quê? Estamos ao vivo? Corta o sinal antes que o chefe descubra!
Os produtores correram para resolver o problema, enquanto Eduardo e Bilu finalmente se davam conta da situação. A sempre séria âncora soltou uma gargalhada ao perceber o erro, enquanto o colega, visivelmente desconcertado, tentava compor-se. Ele deu um tapa rápido nos papéis à frente, fingindo que estava revendo notas.
— Relaxa, gente. Vocês ganharam a atenção do público antes mesmo do jornal começar, parabéns! — disse o diretor, colocando a mão na cabeça, num misto de exasperação e resignação.
Ela, com um brilho de diversão nos olhos, ergueu as mãos teatralmente:
— Olha, Edu, a Polícia Federal pode estar atrás de você.
Eduardo, apressado para se defender, protestou:
— Nem estou envolvido nesses escândalos de dólar na cueca, na meia, nem em fundo falso de mala nenhuma. Isso é coisa de outros!  
Bilu não deixou passar:
— Vai ver, eles anotaram sua sugestão das tarântulas… Boa sorte, Meirelles.  
Eduardo tentou disfarçar, mas só conseguiu deixar a redação em gargalhadas. Finalmente, o diretor irrompeu na sala, esbaforido:
— Genial, pessoal, genial. Agora alguém explica isso para a audiência porque o jornal começa em cinco minutos!

9 de abril | Dia da Biblioteca | Tita e o mundo dos livros 📚


Desde pequena, Tita sonhava com bibliotecas que fossem como mundos mágicos, repletos de aventuras e descobertas. Enquanto enfrentava os desafios da infância, os livros sempre foram um refúgio, permitindo que ela imaginasse novos horizontes e descobrisse a força dentro de si.

Em um mundo só meu, viajava para longínquas distâncias. O tempo era contado por palavras e não minutos. Por entre as centenas de geladas prateleiras escondiam-se pequenas doses de felicidade. Lá, eu não precisava me sentir mal por nunca conseguir ser igual às outras menininhas porque, turista de tantos mundos paralelos, minha presença era sempre bem-vinda.

De palavra em palavra, o coração se preenchia com a beleza que os olhos recriavam. Lá a solidão não me encontrava. Eu tinha um lar. Vários. Sorria, chorava, aprendia.

A imaginação da criança era a chave certa para um portal de um mundo novo, admirável. E quem via um livro fechado não entendia por essa perspectiva, não sonhava, não sabia o quanto as palavras significavam. (excerto do capítulo "Desfalque").

Talvez o primeiro livro que marcou sua história tenha sido aquele que encontrou por acaso em uma prateleira antiga, com páginas desgastadas e histórias vibrantes. Para ela, cada livro era uma porta que se abria para algo maior, e cada biblioteca era um portal para transformar sonhos em realidade.

Muitos leitores sempre se identificam com Tita nesse aspecto porque a leitura também foi e continua sendo o refúgio de muitos. Hoje, assim como Tita, podemos guardar nossas próprias bibliotecas, seja nas prateleiras de casa ou na tela de nossos dispositivos móveis. Afinal, os livros continuam sendo companheiros que nos ajudam a enfrentar o mundo e descobrir quem somos.

Nossa eterna heroína não mensura que, ao compartilhar a própria história, conquistou admiradores e fãs ao redor do Brasil, que sempre torcerão pelo final feliz, mesmo fugindo do convencional.

Seja escrevendo suas próprias histórias e vê-las entrar para a posteridade a partir do momento en que ela vai para a biblioteca, seja para fazer uma pesquisa ou buscar uma forma de entretenimento saudável e sem gastar tanto dinheiro, aquelas imensas portas de madeira estão sempre abertas para nos receber. Cada obra é um passaporte para mundos extraordinários onde o tempo não é contado por minutos, mas páginas.

Qual livro marcou sua vida? Vamos celebrar o Dia Nacional da Biblioteca em clima de Simplesmente Tita, que criou e continua a criar conexões profundas com cada leitor. 📚✨

#TBTOCDM | Amigo oculto ou amigo da onça? (2020)

 Parte 1 - Lulu e os cartões sensuais


Em virtude da pandemia, as celebrações de final de ano foram modificadas: a RPN optou por exibir o Amigo Oculto 2020 na noite de 25 de dezembro, enquanto na véspera de natal exibiu um filme natalino às 22h e em seguida a tradicionalíssima Missa do Galo.
Muito se especulava acerca do SDV, embora houvesse a confirmação de uma cobertura especial para receber 2021, só não da forma tradicional porque tanto Noviça quanto Rubão faziam parte de um dos grupos de risco para a Covid-19. Fofocas de corredor garantiam que Edu Meirelles estava cotado para ser o novo anfitrião, oportunidade para o bonitão provar ao Imperador dos Domingos se seria um substituto à altura do legado.

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No último dia 18 de dezembro, ao final do Vinte Horas, Edu Meirelles e Ceci Paternostro acompanhavam no telão a última reportagem do dia:
— Ponto final no nosso Vinte Horas de hoje — anunciou Ceci, ao fim da reportagem. — Meirelles, é o nosso último Vinte Horas juntos em 2020. — Ela voltou-se para ele: — Obrigada pela parceria ao longo deste ano, meu amigo. Que ano, hein?
— Eu é que agradeço pela nossa parceria ao longo deste difícil ano, Ceci. Aproveito também para expressar gratidão aos nossos telespectadores pela preferência e por que não dizer também pelo carinho que recebemos? Ceci, foi e continua sendo um ano repleto de reviravoltas. Ainda temos mais duas semanas pela frente, mas o ano só acaba quando termina. 2020 vai entrar para a história e, com certeza, o pessoal de casa vai gostar muito da retrospectiva que a RPN está preparando com muito carinho para ir ao ar no dia 1º de janeiro, após o Vinte Horas, apresentada por mim e pela nossa amiga aqui.
— A gente vai se encontrar no dia 04 de janeiro?
— Vai, sim.
— Amigos de casa, eu já quero adiantar meus votos de feliz natal, desejar a cada pessoa que me acompanha um final de ano maravilhoso, para que vocês mantenham a fé e a positividade porque sairemos dessa. Sei que 2020 não está sendo e nem de longe foi um ano fácil. Assim como vocês, eu também perdi pessoas queridas e peço para que vocês tenham paciência, tudo ficará bem. De plantão amanhã, Meirelles?
Ele assentiu com a cabeça.
— Na semana que vem vocês ficarão na companhia do Meirelles e eu vou aproveitar minha folguinha, volto para o ano-novo. Um abraço a todos vocês de casa, fiquem na paz, se protejam, só saiam de casa em caso de extrema necessidade. Isso vai passar e chegará o tempo de abraçar.
Cecília se emocionou porque neste ano perdeu alguns amigos, colegas de trabalho, ídolos, parentes distantes, mas a perda mais significativa, embora não tenha sido ocasionada pela Covid, a marcou: a da ilustríssima D. Hilda Paternostro, a avó paterna, que exerceu o papel maternal para ela, devido à orfandade precoce.



— Testei negativo, vem cá me dar um abraço, Ceci… — Edu abriu os braços para a colega. Os dois se abraçaram, embora ela tentasse esconder a comoção. — Neste ano tivemos de manter distância por conta dos protocolos de segurança, mas hoje podemos abrir uma exceção. Foi um baita ano, cheio de altos e baixos, notícias que partiram o nosso coração, mas no meio de tanta incerteza e tristeza também encontramos motivos para não desistir. Porque eles existem.
— Gente, desculpa, é que… é que a emoção fala alto nessas horas… hoje seria o nonagésimo aniversário da minha vó Hilda, que faleceu em janeiro e motivo pelo qual fiquei ausente do Vinte Horas por um bom tempo neste ano.
— De onde quer que esteja, D. Hilda deve estar muito orgulhosa de você, Ceci. A gente se vê no dia 4?
— Com certeza — despediu-se a apresentadora.

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Até os festejos sazonais da turma da redação também foram afetados pela pandemia, mas ocorreram com as pertinentes restrições. Edu Meirelles cobriu o plantão de Natal a partir do dia 19 de dezembro, Ceci assumiria as funções novamente na semana seguinte. Nem um pio acerca do SDV, era assunto proibido na emissora, decreto da chefa.

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PARA TUDO, BRASEEEEEL, HOJE TEM “LIVE AO VIVO” DA LULU!



Luciana Andrade não estava no ar porque o departamento de dramaturgia suspendeu as atividades por tempo indeterminado, no entanto, já estava escalada para uma novela que voltaria a ser gravada quando a situação se estabilizasse. Além disso, a atriz se candidatou para a prefeitura de Balneário dos Anjos e foi a quarta candidata mais votada, prometendo acabar com a polarização em 2022 ao ser eleita presidente da república.
Em ocasiões normais, nem Luciana Andrade gravaria uma live em plena véspera de natal, mas a maioria das pessoas sensatas passaram as festas de final de ano em casa e nem Lulu, sem noção ao extremo, quis se arriscar.
— Oi, gente! Tudo bem? Tudo certinho? Todo mundo em casa? Que ótimo! Foi pensando em vocês que decidi vlogar meu natal… eu sabia que meus seguidores ficariam em casa e estou à disposição para esclarecer todas as curiosidades que vocês têm sobre o natal de gente famosa, tipo eu. Hoje vou mostrar como preparo minha ceia, como escolho o look para cear, essas coisas… e aí? Bora?
Luciana não sabia nem fritar um ovo sozinha e encomendou uma ceia para ela e a famosa Ernestina, melhor amiga, operadora de câmera e “mentora intelectual” das fanfarrices. Quem vê a mesa posta nem imaginava que Lulu vestiu avental de trouxa porque não fez nada senão fingir que tirou o peru do forno.
— No ponto. Nessa ceia ninguém vai colocar defeito!
No closet, Lulu procurou algum modelito para cear em casa:
— Vocês acham que só vocês passam pelo dilema de não ter roupa adequada para a ocasião? Pois eu, Lulu, também passo por isso!
Lulu não foi de todo uma menina má em 2020: promoveu uma sessão de desapego e conforme for possível, os seguidores dela receberão as peças que pediram. Ela doou roupas, calçados e acessórios que nem sequer usou. Isso mesmo, doou, não vendeu nada.
— Hummmm… — Ela olhou para um vestido vermelho de paetês, tirou o cabide para analisar a peça e sorriu para a câmera: — Acho que já escolhi meu vestidinho para o Natal, mas agora preciso encontrar um sapato ou uma sandália que combinem.
Feito isso, Lulu passou um bom tempo na banheira de hidromassagem e após secar os cabelos, começou a se maquiar enquanto falava com a câmera, habilidosa em trabalhar com os pincéis e combinar as cores:
— Dois anos atrás conheci o Papá na época do Natal e estava me arrumando para um date com ele e hoje o Papá não está mais entre nós.
Papá morreu? É sério, produção?
— Papá não vem cear. — Lulu tentou conter a emoção e Ernestina, mesmo filmando, indicou uma caixinha de lenços de papel para atriz assoar o nariz. — Não, gente, o Papá não morreu, mas ele está no grupo de risco da Covid e não dá para bobear. Essa doença aí não é brincadeira, gente. Não posso falar o nome dela, senão dão strike no meu vídeo. Está morrendo gente de tudo quanto é idade. Sinto falta do Mozão, mas hoje vou contar como a nossa história de amor é mais linda do que muitas que eu mesma já interpretei.
Bom, Papá não precisava saber que Lulu estava paquerando um jogador de futebol popular no momento. Em razão da pandemia, os dois somente trocaram mensagens, pois com o calendário do campeonato brasileiro todo alterado em virtude da pandemia, a atriz ainda não havia tido um encontro mais íntimo com o affair. Ela sabia que o rapaz era bem disputado e tinha fama de mulherengo, porém, ai dele se flertasse com uma influencer.
— E é isso, gente! O Papá está lá no haras dele, junto dos cavalinhos que ele ama, dos cachorrinhos, dos patinhos, das árvores e das flores, lendo bons livros e se cuidando. Tem muito cara de 20, 30, que nem nascendo de novo vai ter o caráter desse homão da porra. Homem que nem o Papá é que nem assento na classe executiva, privilégio para poucos… mas eu tenho e não abro mão! — Gabou-se a atriz.

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O pagodeiro Cacá, um dos ex-maridos de Lulu, recebeu um cartão natalino romântico escrito por Luciana e percebeu algo um tanto inusitado: ela estava enviando uma “mensagem personalizada” a cada um dos ex-companheiros (vivos) falando sobre amor e perdão. A capa de fundo vermelho tinha duas bolinhas: numa, uma foto dela vestindo uma camisola de renda vermelha, sensual; na outra, a foto do bonitão, todavia, na vez do pagodeiro, esqueceu-se de trocar a foto do sertanejo pela dele…
— Eis a pergunta que não quer calar: será que ela confundiu o Genivaldo… ou seria o Gilvanildo… comigo? Nunca sei quem é quem, mas Luciana não perde o costume!

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Gilvanildo (ou seria o Genivaldo) recebeu um cartão no qual estava a foto do Cacá. O sertanejo chamou o irmão gêmeo na cozinha da fazenda onde eles estavam curtindo o fim de ano, mostrou a imagem e os dois caíram na gargalhada. Um deles já se sentou numa banqueta, colocou o violão no colo e improvisou uns versos que podiam (ou não) estar no novo álbum deles.

Você não me superou

Minha foto nunca apagou

Homem como eu

Você nunca mais encontrou

Quando tinha não deu valor

Só queria me pisar

Tirar onda com a minha cara

tchara tcharara tchararara

O dia chegou

Você toda dengosa me procurou

Te dei o vácuo

Não adianta chorar

Palavras não vão apagar

O sofrimento que eu passei

tchara tcharara tchararara


A animação do Joselito dispensa legendas (Reprodução: MTV Brasil/Hermes e Renato)


— Boa, irmão. Tá inspirado… será influência da Lulu?
— Eita, sai para lá, rapá. Ficou maluco? Tirou de onde essa ideia?
— Mal recebeu um cartão da crush e já ficou todo empolgadinho…
— Quem gosta de velha é reumatismo. Genivaldo só pega novinha.
— Velha aqui só as nossas violas.
Considerando que o término do casamento de Lulu com o cantor sertanejo foi recheado de polêmicas a ponto de ela ser proibida de mencionar o nome dele em entrevistas em qualquer meio de comunicação (incluindo o canal dela no YouTube), a mensagem visualizada e não respondida poderia significar uma trégua?
— É o Cacá? — O outro sertanejo notou.
— E ela deve ter mandado um cartão desses para o pagodeiro!
— Ou confundido ele com o velhote que ela estava saindo tempos atrás.
— Ou já está dando sinais de estar caduca!
— Nem ele aguentou a víbora…
— Será que o Edu Meirelles recebeu um cartãozinho desses?

****


A resposta é sim.
Edu recebeu também um álbum sensual natalino que faria muitos donos de borracharia regozijarem, ângulos que nem as revistas para maiores de 18 ousaram registrar, algumas edições nítidas nas formas da atriz. No entanto, a foto no verso do cartão era do tal jogador cujo time estava ameaçando o título do Flamengo no campeonato.
— Ponte que partiu, cara! Que presente de grego!


****



Quem recebeu a foto do Edu Meirelles foi o Papá, pois o ensaio sensual era para Papá e o crush do futebol. O rapaz, por sua vez, recebeu nudes do Papá e reconheceu o ex-craque Vivaldo. Aliás, se ela e Vivaldo tivessem um filho, seria a imagem perfeita desse rapaz.
— Jandira, o que eu respondo? — Vivaldo perguntou à Jandira.
— Que você gostou do cartão, deseja um feliz natal e se livra dessa bruaca, apaga esse troço e bloqueia!
— Você nem viu o cartão…
— E o que a Luciana quer com você a essa altura da vida?
Nem ele sabia, mas deu de ombros.
— Me ajuda, amor, não sei o que responder.
— O mais blasé possível, afinal de contas, não é só porque é natal que a gente vai passar pano para as maldades que ela fez.
— Veja o cartão, depois me diga.
Quando Jandira viu o cartão e se atentou para o que o futebolista mostrou, chegou a cuspir a limonada que estava bebendo.
— Cuidado, querida! — advertiu o ex-jogador.
— Só a Lulu para fazer a gente rir nesse natal atípico… — concluiu Jandira, se recompondo do acesso incontrolável de riso, descansando o copo de limonada na mesa de centro da sala de estar, onde toda a decoração natalina da casa estava montada.


****


Enquanto isso, Luciana, bancando a conselheira amorosa, discursava para os seguidores:
— Enviar os cartões aos meus amores foi, tipo, muito libertador, muito bonito, muito, tipo, muito… muito gostoso. Sabe, eu tentei me concentrar só no que foi bom, no que vivi de bom com cada um, nas coisas boas, porque a gente tem que focar sempre nas coisas boas, naquilo que é bom, que agrega, que é legal. Quero fechar 2020 em paz com cada um dos meus amores… eles são marrentos, mas irão me perdoar porque caprichei tanto nesses cartões, mas tanto, tanto, que só se eles tiverem coração de pedra para não me perdoarem…
Se os antigos companheiros de Luciana a perdoariam, não sabemos, mas que todos deram boas risadas com os cartões trocados e confusos, isso é garantido.

Vamos à enquete que bombou no portal da RPN.


QUAL É A APOSTA DE VOCÊS: EDU MEIRELLES VAI SE DAR MAL NO AMIGO OCULTO?

( ) SIM          ( ) COM CERTEZA

Gabi

Sábias reflexões de Confissões de Laly


Hoje, 3 de fevereiro, uma antiga amiga muito especial completa mais um ano de vida. Estamos separadas agora por um continente de distância, seguimos caminhos diferentes, no entanto, isso não significa que futuramente não possamos retomar contato e nos falar; dela só guardo boas lembranças e um carinho enorme.
Com ela, aprendi que quando você semeia amor, a vida o devolve. Essa lição me tornou bastante exigente em matéria de amizade porque aprecio pessoas como Gabi, que lutam pela amizade, demonstram afeto, preocupação, incluem você de verdade na vida delas, mesmo na correria, sempre dão um jeitinho de conversar, algo que não tenho mais.
Na época, por motivos bem idiotas e uma parcela de culpa minha, acabamos nos afastando, mas sou uma pessoa que, quando reconhece que cometeu um deslize, vai e pede desculpas. Admito atitudes e falhas que me envergonham, no entanto, tive oportunidade para pedir perdão e ser perdoada, pois pudemos, com mais maturidade, conversar sobre o passado sem mágoas, as lembranças boas e divertidas que construímos sobrepujavam as ruins e amargas.
Sempre desejarei toda felicidade do mundo a essa pessoa de bom coração, de caráter íntegro e idôneo, que desde criança esbanjava alegria e luz para quem se deixasse cativar. Feliz aniversário, Gabi. 
Este texto foi uma forma catártica de dar um passo significativo para reconhecer meus erros e avaliar o ocorrido com serenidade e calma, aprendendo a me colocar no lugar dela.

O Guardião das Madrugadas

 

Há exatamente uma década, nesta mesma data, trouxe para casa não somente uma nova espécie de animal de estimação, trouxe um grande amigo. Matt. O pequeno notável que conquistou os corações da nossa família. Os hamsters se tornaram parte de nossas vidas desde então. No entanto, o primeiro sempre deixa uma marca maior, impossível de apagar. Para recordar a chegada dele, escrevi este texto.

O Guardião das Madrugadas

Enquanto todos dormiam e o silêncio tomava conta da casa, eu sabia que você estava ali.
Com suas patinhas velozes e sua energia incansável, você fazia a roda girar como se fosse o relógio secreto das horas que ninguém via passar.

No compasso do seu ritmo, eu encontrava consolo. Era como se você dissesse, sem palavras, que mesmo nos momentos mais calados, a vida segue pulsando. Cada volta da sua roda era um lembrete de que o mundo não adormece por completo — existe sempre uma pequena centelha viva, insistente, cheia de esperança.

Você, com seu tamanho minúsculo e sua coragem gigante, era o guardião silencioso das minhas noites insones.
E mesmo que muitos não saibam, foi você quem me ensinou que existem forças invisíveis trabalhando pela gente, quando achamos que estamos sozinhos.

Obrigado, meu pequeno guardião, por correr também por mim.
Naquela roda de madeira, você girava os ponteiros do meu coração.


Se você chegou até aqui, saiba que este texto foi feito com muito amor.
Os Cadernos de Marisol


SiMpLeSmEnTe TiTa 15 anos | Um por todos, todos por um

 Não entendo o que passa na mente de uma pessoa que escolhe ser professora e não se esforça o mínimo para demonstrar algum indício de humanidade.


23 de abril de 2002

Agora que Andréa e Rogério não se desgrudam, tenho conversado muito com a Priscila porque ela é das minhas, ama escrever e fazer novas amizades, sem contar que mesmo não passando todos os intervalos grudadas, somos boas amigas. 

No comecinho do ano estranhei um detalhe: o Dico e a Júlia já a conheciam. A explicação é simples: Pri era a única amiga da Deh no primário e saiu do colégio na quinta série, cursando todo o ginásio numa instituição religiosa — a família dela é protestante —, porém não gostava de lá. As pessoas eram maldosas, rolava muita fofoca, mentira, falsidade e, assim como eu, lutou pacas para passar no teste.

Passei raspando, mas passei…”, brinca ela.

Rabiscado a lápis

 

Muitas vezes repeti a mim mesma não me importar com os pensamentos alheios a meu respeito, acreditava lidar bem com meus próprios medos. A estratégia defensiva visava escapar de um inoportuno sofrimento.
Quem nunca tentou?
Quem nunca precisou ser forte?
Sem olhar para trás, disse adeus e ninguém me respondeu, ninguém sentiria a minha ausência.
Cansada de ser julgada, difamada, maltratada.
De ser o melhor que cabia ser e não bastar.
Implorar pelo amor alheio e estar sempre em último plano.
Cansada de entrar na vida dos outros “tarde demais”, ser lembrada por dar um ombro amigo nas adversidades e, em contrapartida, aprender a chorar sozinha.
De ser apenas mais um número em muitas contas.
Cansada de mim.
O fardo era maior do que a resistência. Ainda assim, segui. Impus-me a um ritmo mais lento, apenas desejava chegar a algum lugar, encontrar um cantinho confortável para permanecer o maior tempo que pudesse, sem levar minhas culpas junto, fruto de escolhas impensadas, impulsivas, originadas em um profundo sentimento de carência.
Eu precisava de mim mesma.
Ao meu lado, um caderno e dúvidas à parte. Rabisco a lápis para não ter medo de corrigir.
Faz parte do jogo.
Eis que falei sobre você, inadvertidamente, tentando não deixar claro que tudo mudou antes que pudesse haver rendição ou qualquer gesto semelhante.
Não sobrou tempo.
O caminho era aquele.
Era você.
A presença que me preenchia.
A ausência que secretamente eu dava pela falta.
Um nítido verso reescrito para caber em um tímido olhar.
Depois de tudo.
Logo após jurar que manteria distância de problemas.
Pois bem, havia um inconveniente, uma curva. Eu não podia controlar a velocidade com que os pensamentos se propagaram. 
Não tive o mínimo de chance para dizer não.
Sempre foi sim.
Foi você.
Em negrito ou sublinhado para reforçar a importância.
Sei lá.
Desordenando os parágrafos, remontando teorias, desmontando outras, disfarçando o pulsar de um coração partido com as responsabilidades, dividindo minha dor com um público que não conhece o seu nome, mas tem ciência da sua relevância nas linhas tortas as quais o dom se aprimora, seja para passar despercebido ou não, seja para nunca te entregar o meu coração, embora não me reste outra alternativa a não ser colocar em pratos limpos, com franqueza aceitar ou pelo menos mentir um pouquinho mais dizendo que confio nas artimanhas do destino e pacientemente me servir de mais esperança, nem que seja para seguir fisicamente viva.
Quem nunca desejou apagar essa encruzilhada?
Respostas, meu reino por apenas uma.
Preciso aprender a perguntar.
Nas minhas notas mentais lembrar-me sem falta de mandar o orgulho se catar e parar de bancar o sabido.
E escrever uma nova história, se preciso for. 
O final feliz é opcional. 
Se há final, feliz não é.
A alegria é urgente e imediata.
O amanhã tem preocupação e ela não divide espaço com mais ninguém.
Sim ou sim, ela admira os determinados, anseia pela coragem dos desavisados e vibra na direção dos indecisos para que eles deixem de sê-lo ou abram uma pequena concessão para não perderem o senso de humor.
Depois de te conhecer, meus versos não querem fazer sentido, querem a chance de existirem.
É esse o caminho.
Tragá-los.
À revelia.
Sem amarras.
Inflados.
Recortados.
Recontados.
Discordáveis.
Subentendidos.
Intimamente universais.
Secretos por serem seus, sensíveis sem perderem a conexão com a inspiração.
Equivalentes ao beijo de amor ainda não beijado, no entanto, o vento soprou e trouxe-me a saudade de um sonho que não sei se foi ou algum dia será a minha realidade.

Curitiba, 30 de outubro de 2014.

SiMpLeSmEnTe TiTa 15 anos | A tristeza dói, mas já não estou mais sozinha

 

Não posso nem imaginar o que é passar por tudo isso, mas agora você não está mais sozinha.

30 de março de 2002

A primeira e última vez que uma amiga dormiu aqui em casa foi no meu aniversário de 11 anos. Em junho já serão dois anos sem a Aline e ainda é bem difícil falar dela sem chorar.

Júlia e Andréa praticamente se convidaram para dormir aqui em casa, para me fazerem companhia. Deh está no banho e Ju assistindo o noticiário da TVTV porque depois dele começam as câmeras escondidas que ela, a Deh, a Van e o Dico amam. Estou me sentindo como nas novelas, onde a protagonista tem duas melhores amigas inseparáveis e umas pousam na casa das outras, comem gostosuras, se maquiam, pintam as unhas, dançam e tiram fotos.

SiMpLeSmEnTe TiTa 15 anos | A última presepada do sargentão de saias

Van definiu bem a utilidade do PEC: Mais duas matérias para a gente reprovar!
 

21 de março de 2002.

Não tive nem tempo de escrever esta semana. Começou a época de provas e usei todo tempo disponível para estudar, só agora consegui respirar um pouco e contar como foram esses últimos dias. Na prova de matemática, creio ter me saído bem por responder a todas as questões sem dificuldades, em português, idem; inglês foi tranquilo, física e química estavam um pouco difíceis.

SiMpLeSmEnTe TiTa 15 anos | Prova surpresa

 15 de março de 2002.

Não tivemos aula da Carmem ontem, no entanto, a Raimunda tomou conta de nós porque o sargentão de saias deixou atividades para fazer. Respondi ao questionário enquanto conversava com os meus amigos porque quem entregasse tudo direitinho já estava liberado. 

É muito fácil você cobrar da gente o que nem ensinou!

Sempre refleti sobre o motivo de Júlia e Rodrigo estarem felizes de terem caído na mesma turma de novo, mas isso tem explicação e não é nada de outro mundo. Eles se conhecem desde bebês porque nasceram na mesma época e têm poucos dias de diferença, sendo os respectivos pais amigos de longas datas. No entanto, ela reprovou o oitavo e ele o seguinte.

SiMpLeSmEnTe TiTa 15 anos | Frigideiras Dançantes

Minha mãe tem audição seletiva, só ouve o que lhe convém.

 

12 de março de 2002.

Ontem a Deh pediu desculpas por parar de falar comigo do nada e até comprou um cachorro-quente para mim. Hoje, a contragosto de mamãe, passei a tarde com a minha amiga, fizemos os deveres de casa e ouvimos música na sala. Júlia foi ao cinema com outras amigas, elas marcaram de ficar com uns piás. 

SiMpLeSmEnTe TiTa 15 anos | O mundo é injusto, mas às vezes se supera

 9 de março de 2002.

Minha mãe já voltou para casa e pior do que quando foi embora, com ânimo de sobra para me aporrinhar com suposições, indiretas e determinação para arranjar brigas. Tenho evitado conflitos por ora.

(mais tarde nesse mesmo dia)

Odeio-a! Odeio-a com todas as minhas forças!

Como pode alguém sentir prazer em fomentar a discórdia?

Ela sente!

SiMpLeSmEnTe TiTa 15 anos | Conversas de sexta-feira à noite

 1⁰ de março de 2002.

Hoje é aniversário da Helena e meu pai organizou uma festa-surpresa para ela, então, além de termos aquela conversa difícil, batemos perna para tratar dos últimos detalhes da comemoração.

Sofrer por antecipação é uma porcaria, mas não posso evitar.

Não fui muito com a cara dos pais da Helena, eles são intragáveis e têm uma mania feia de criticar todo mundo, colocar defeito, dar palpite que ninguém pediu. Foi por pouco que não dei uma garfada na mão de ninguém, mas vontade não faltou, viu?

2 de maio | Dia Nacional do Humor

Especial - 2 de Maio: Dia Nacional do Humor Feliz Dia Nacional do Humor! O 2 de maio é o dia dedicado a uma das formas mais poderosas de con...