Descanse em paz, Bolinho 🕊️🐹
Hamsters: pequenos no tamanho, gigantes no amor 🐹❤️
🖋️ Por Os Cadernos de Marisol
“Pequenos no tamanho, gigantes no amor.”
Muitas vezes, para quem vê de fora, os hamsters parecem bobos, inúteis, criaturas pequenas de vida curta, correndo em suas rodinhas patéticas.
No entanto, para quem compartilhou momentos de carinho e convivência com eles, os hamsters são muito mais do que isso.
Eles são amigos que nos ensinam sobre a fragilidade da vida, o valor dos pequenos momentos e, acima de tudo, sobre o amor incondicional — aquele amor raro que tantas vezes falta nas relações humanas.
Minha jornada com hamsters começou em 2014, com o Matt.
Desde o nosso primeiro encontro, ele me mostrou o que significa dedicar-se ao amor e à amizade de uma forma simples e genuína.
Aquele pequeno roedor, com sua energia tranquila e seu olhar curioso, foi o primeiro a me ensinar que o tempo é um mero detalhe quando se trata de deixar uma marca eterna.
Matt não foi somente um animal de estimação: ele foi um companheiro, um amigo que transformou minha vida de um jeito que eu jamais imaginava.
E a partir dele começou uma jornada de aprendizado e amor com cada hamster que cruzou meu caminho.
Cada um deles trouxe muito mais do que fofura.
Cada hamster, com sua personalidade peculiar — seu jeito de brincar, correr na rodinha, pedir carinho — me ensinou lições valiosas sobre paciência, compaixão e sobre o verdadeiro significado de viver intensamente, mesmo que por pouco tempo.
Sim, essa jornada é feita também de perdas e saudades.
Mas, acima de tudo, é feita de memórias inesquecíveis que jamais serão apagadas.
Matt, Flocão, Cocada, Belê e tantos outros continuam vivos dentro de mim.
Eles não foram apenas pets: foram e parte da minha família.
Cada um, com seu jeitinho único de se entregar à convivência, deixou uma marca profunda em meu coração.
A necessidade de uma nova perspectiva sobre os hamsters
Para muitos, um hamster é apenas um roedor.
Para mim, eles são pequenos seres de luz, com brilho próprio.
Me recuso a vê-los como simples objetos de entretenimento.
Eles nos ensinam o valor da simplicidade, a importância de apreciar o que temos e, sobretudo, a beleza de sermos amados por alguém que só pede nossa presença e cuidado.
Meus hamsters me mostraram que a vida é preciosa e que cada encontro deve ser valorizado.
Eles podem viver pouco, mas a intensidade do amor que oferecem supera qualquer despedida.
Não posso deixar suas memórias se perderem.
Eles merecem ser lembrados com carinho, respeito e gratidão.
Histórias que somam
A cada hamster que cruzou minha vida — e que partiu cedo demais — dedico meu mais profundo amor e eterna saudade.
A perda dói, mas a verdadeira tristeza seria nunca ter vivido esses momentos.
Cada um, com sua personalidade única, fez minha vida mais rica e mais completa.
Foram meus pequenos grandes professores sobre o que é amar, cuidar e valorizar cada instante.
Deixo aqui meu manifesto:
Que todo hamster seja reconhecido como um ser digno de respeito, amor e gratidão.
Eles não são “só roedores”.
São amigos que nos ensinam a ver o mundo de maneira mais bonita, a valorizar a simplicidade e a nos entregarmos sem medo ao amor verdadeiro.
A quem não entende o significado de amor incondicional… sinto muito.
É uma perda muito maior do que parece.
De Matt a Belê e Cocada, vocês estão para sempre vivos no meu coração. 🐹❤️
12 de abril | Dia do Hamster 🐹
Você sabia que 12 de abril é o Dia do Hamster?
Embora não tenhamos uma origem clara que motivou a escolha da data, o propósito é celebrar a vida desses pequenos roedores e conscientizar sobre os cuidados que eles merecem.
Cuidar de um hamster é uma experiência cheia de aprendizado e carinho. Cada um tem suas preferências e manias, não há dois hamsters iguais. Temos os curiosos, que adoram explorar cada cantinho do habitat, os preguiçosos, que não dispensam uma boa soneca e os tímidos, que se encantam com o conforto de uma casinha acolhedora.
Origem dos hamsters
A origem do hamster deu-se em regiões da chamada Eurásia, que abrange algumas localidades na Europa Oriental, partes da Ásia Central e se estende até o Oriente Médio. Graças à capacidade de armazenar alimentos nas bochechas, esse pequeno roedor conseguiu sobreviver em ambientes desafiadores.
O hamster sírio, a espécie doméstica mais famosa, foi descoberta em 1930, por um zoológo chamado Israel Aharoni, durante uma expedição na Síria. Após serem encontrados em todas subterrâneas, tornaram-se objetos de estudo.
Outras espécies, a exemplo do Cricetus cricetus, viviam em campos e pradarias, dispersavam alimentos e já eram conhecidos por atuar no controle populacional de pequenos invertebrados.
Quantas espécies de hamsters existem?
Há 24 espécies de hamsters ao redor do mundo. No entanto, apenas quatro são consideradas domésticas. Saiba quais são:
- Hamster Sírio: Também conhecido como hamster dourado, é famoso pelo comportamento dócil e pelo tamanho um pouco maior.
- Hamster Anão Russo: Pequeno, ativo e muito sociável, é popular entre os amantes de pequenos animais.
- Hamster Chinês: Com um corpo mais esguio e cauda levemente maior, é conhecido por sua agilidade.
- Hamster Anão de Roborovski: Uma das menores espécies, com comportamento super-rápido e enérgico.
As demais espécies vivem em áreas selvagens da Eurásia, desempenhando um papel muito significativo no equilíbrio ecológico. Como parte vital da cadeia alimentar, os hamsters servem de presa para predadores, mas não só isso, eles também contribuem para dispersar as sementes ao armazenar alimentos em suas tocas, favorecendo a regeneração das plantas.
Cada amigo, uma história
Sou mamãe de hamsters há mais de uma década e coleciono altas histórias do meu relacionamento com cada um deles. Matt foi o primeiro e nós tínhamos um vínculo muito especial. O que tinha de fofo, tinha de implicante. Um dia eu estava tão absorta numa leitura que, quando reconheci um guincho engraçado, vi o bonito reclamando, pasmem, do “barulho” que eu fazia virando as páginas.
O Matt morreu de acidente e eu trouxe a Panda, mas no começo nossa relação era mais distante. Eu sentia muita saudade do falecido e ela era o oposto dele. Um dia, me ocorreu que se cada hamster tem uma personalidade e temperamento únicos, por que eu estava relutante em aceitar a Pandinha do jeito que ela era?
Depois daí, foi só amor. Ela morreu em 2018. Pouco depois, não fui eu a escolher o Flocão, ele me escolheu. O moço do pet shop que frequento há anos também me disse que Flocão era fêmea, então, o nome inicial era Snowflake (Floco de Neve ou Floquinho), no entanto, meses depois descobri… bem… que ela era ele e só alterei de Floquinho para Flocão.
Flocão era um Snoopy roedor porque gostava de dormir em cima da casinha. Enquanto eu estava estudando, escrevendo ou fazendo qualquer outra atividade no quarto, ele estava sempre de olho, além de fazer acrobacias na gaiola e ser nosso “ginasta”. Quando esse pequeno anjo completou um ano, um caroço começou a crescer na orelha direita dele, pensamos de início ser um abcesso, tentamos tratar, tudo, porém foi tudo em vão. Era um tumor e a única solução era ir ao consultório do Dr. Eutanásia, no entanto, mesmo acometido pelo câncer, esse amigo se esforçou literalmente até o último suspiro para me fazer companhia.
A perda do Flocão me destruiu muito. Não podia nem olhar para a gaiola que já chorava. Aí veio o enigmático Pé Grande. Chamei-o de Olaf em homenagem ao boneco de neve do Frozen, no entanto, não “pegou”, daí num belo dia, como ele era muito tímido e discreto, minha mãe brincou sobre ele ser uma lenda como o Pé Grande e pegou. Ele mesmo atendeu pelo novo nome e mostrou ser muito talentoso na arte de fazer ninhos, onde gostava de dormir. Um companheiro que veio para o Pé Grande (hamster sírio albino) foi o Bebê, cada qual na sua gaiola. O pequeno era aventureiro, já a lenda era mais quietinha.
Eles foram especiais por passarem comigo os piores meses da pandemia. Poucos dias antes de o Pé Grande morrer, começaram algumas obras ao lado da minha casa e o barulho era quase infernal, então o meu amiguinho morreu literalmente de estresse. Foi tão de repente que fiquei muito arrasada quando fui trazer um pouquinho de comida a ele e o encontrei duro e gelado. Bebê morreu uns 50 dias depois, mas de causas naturais.
Chegou então o Mamá, que trouxe aquele pique de filhote e só passou um Natal comigo. Ele morreu em abril de 2022. Pouco antes do meu aniversário de 2021, ganhei a Patty no dia 11/11 às 11h11. Se não fosse por ela, teria sido estranho ficar totalmente sozinha. Por isso, pouco antes da Copa no Catar, pensei em trazer um filhotinho, mesmo que hamsters não interajam como cães, para ela não se sentir só. Entretanto, os dois filhotinhos que vi dormiam juntinhos e eu não quis separá-los, sem imaginar que quase três semanas depois, acordaria num sábado de manhã e veria Lulu e Papá observando cinco filhotes dormindo debaixo da roda.
Acompanhei o crescimento desses filhotes, cada etapa era uma nova emoção. Vê-los abrir os olhinhos, os pelinhos crescerem, eles mamando com a mamãe coruja, aprendendo a comer sozinhos, as primeiras corridinhas na roda. Logo quando esses bebês cresciam, chegou outra ninhada. De 6, Lulu rejeitou uma filhote a qual batizei de Jujuba. Os cinco foram muito bem cuidados. Lulu sempre “posava” e apoiava a pata nas fofuras deitadas perto dela, como se soubesse da importância dos meus registros.
Precisei doar quase todos os filhotes e escolhi um macho e uma fêmea: Pooh e Lica, da segunda ninhada. Ficaram então Papá, Lulu, Pooh, Lica e Patty. A última faleceu com quase dois anos de vida, já Lulu numa noite levantou para comer e eu ouvi tipo um estrondo dentro da gaiola; quando vi, ela estava morta. Foi muito triste mesmo, justamente porque ela era extremamente mansa e carinhosa, parecia um chaveirinho.
Até o segundo semestre do ano passado, éramos Papá, Pooh, Lica e eu, na alegria e na tristeza. Pooh foi o primeiro a morrer, duas semanas depois, de tristeza, Lica partiu. No final de outubro, Papá cruzou a ponte do arco-íris para reencontrar Lulu. O patriarca foi o mais longevo por chegar aos dois anos, Pooh era mais “ermitão” e não gostava de toques, Lica era marrenta.
No meu último aniversário, busquei um hamster e acabei, de novo, trazendo dois. Disseram-me ser duas irmãzinhas, porém, um deles era macho. Quando passei alguns dias fora da cidade, o pequeno Belê se acidentou e morreu, sobrando a Cocada.
Procuro suprir todas as necessidades deles, invisto na relação com muitas conversas e conquisto a confiança, então, mesmo que o hamster difira do rato, do porquinho-da-índia ou do cachorro, a verdade é que cada animal oferece a sua linguagem do amor. Entender isso facilita tudo. Você deve dar um tempo para o seu animalzinho se adaptar à sua casa, com a sua presença, com as suas expectativas em relação a ele.
O que um hamster necessita para ter uma vida boa
- Um habitat espaçoso e seguro com tubos, rodas e brinquedos para exercitar o corpo e a mente.
- Alimentação balanceada, incluindo rações específicas, sementes e alguns vegetais frescos.
- Enriquecimento ambiental, como esconderijos e desafios, para estimular seu espírito aventureiro.
- Água fresca
- Manter a gaiola limpa para evitar infecções e outras doenças oportunistas.
- Amor e atenção.
Mas, mais do que isso, é preciso carinho e respeito pelo jeitinho único de cada hamster. Eles têm suas próprias formas de se comunicar e de demonstrar confiança, seja ao aceitar petiscos diretamente de sua mão ou ao brincar perto de você com alegria.
Se você considera ter um hamster como pet, espero que este post possa contribuir para você tomar sua decisão. Sabe, o hamster pode até ser pequeno e viver pouco em relação a um cachorro, porém, não se engane, essas fofuras sabem aproveitar cada dia.
O Guardião das Madrugadas
Há exatamente uma década, nesta mesma data, trouxe para casa não somente uma nova espécie de animal de estimação, trouxe um grande amigo. Matt. O pequeno notável que conquistou os corações da nossa família. Os hamsters se tornaram parte de nossas vidas desde então. No entanto, o primeiro sempre deixa uma marca maior, impossível de apagar. Para recordar a chegada dele, escrevi este texto.
O Guardião das Madrugadas
No compasso do seu ritmo, eu encontrava consolo. Era como se você dissesse, sem palavras, que mesmo nos momentos mais calados, a vida segue pulsando. Cada volta da sua roda era um lembrete de que o mundo não adormece por completo — existe sempre uma pequena centelha viva, insistente, cheia de esperança.
Se você chegou até aqui, saiba que este texto foi feito com muito amor.
— Os Cadernos de Marisol
RIP Papá 🐹🌈
Papá entrou para o rol dos roedores e tencionava se tornar o hamster mais longevo de todos os tempos, no entanto, desde a morte precoce dos dois filhos mais novos, Pooh e Lica, afastou-se da vida pública. A última aparição dele foi no enterro da filha, há pouco mais de três semanas.
Papá teve 11 filhos e deixa uma centena de netos, bisnetos e trisnetos e aos amigos, fãs e conhecidos, muitas saudades e um legado incontestável. Em virtude da grande comoção, o OCDM preparou uma homenagem especial para esse grande roedor, exemplo de vida, resistência e resiliência.
Descanse em paz, Lica
Descanse em paz, Pooh
Tenho um triste comunicado a fazer. No último sábado (21), antes de sair para trabalhar, dei comida para os meus pets e reparei que o Pooh estava deitado do lado do pratinho de comida. Quando toquei nele, esperando para levar a mordidinha da vida, o corpinho dele estava gelado. Chorei tanto, é sempre difícil e doloroso dar adeus a um amigo tão fiel e leal, sobretudo porque Papá, Pooh e Lica, meus três mosqueteiros, têm uma história muito especial.
Em novembro de 2022, fui ao pet shop para repor a comidinha da saudosa Patty e não resisti a um hamster muito fofo, no entanto, como ele estava acompanhado de outro, decidi levar ambos, sem saber que eles eram um casal, batizado de Papá e Lulu.
Dezoito dias depois, numa manhã amena de primavera, ouvi um chiado que parecia de passarinho e quando fui dar bom-dia ao meu casal, vi cinco jujubas se mexendo ao lado da roda amarela. Senti uma ternura tão profunda, uma alegria que me deixou nas nuvens por muito tempo. Parecia até que eu havia dado à luz ao quinteto fantástico. Era por isso que a Lulu estava mais rechonchuda.
Lulu e Papá, os papais de primeira viagem, cuidaram do trabalho de parto sem necessidade de intervenção humana. No entanto, precisei transferir o Papá para outra gaiola e passei a registrar momentos especiais dos recém-nascidos. Acompanhei tudo, tudinho, desde o dia em que apareceu uma penugem no corpinho deles, quando abriram os olhinhos de jabuticaba, quando aprenderam a correr na rodinha e a comer e beber por conta própria, como limpar a casinha deles sem enfurecer a mamãe coruja.
Usei uma escumadeira velha para transferir os filhotes sem tocar neles e trocar a forração porque o cheirinho de xixi estava brabo. Por volta dos 23 dias, separei mamãe e filhotes porque senão viraria um clã. Li o relato de uma pessoa que levou um casal de hamsters para casa e chegou a ter 86 roedores. Entretanto, três dias após o Natal, já estávamos desconfiados de outra gestação da Lulu — coloquei o casal de volta na mesma gaiola para os filhotes poderem brincar juntos.
No finzinho da tarde, já início da noite, minha mãe deu uma olhada na criançada e me avisou que a Lulu dera à luz a um filhote. Nesse período de 90 minutos, nasceram 6 hamsters, dentre eles, Pooh e Lica, só não sei dizer a ordem exata, quem nasceu por primeiro porque não terei como responder. O segundo filhote foi rejeitado pela mãe e fui pesquisar na internet se seria possível criá-lo sem a mãe. Era difícil, mas não impossível e eu tentei, contudo, Jujuba não resistiu e voltou ao paraíso.
Dos 11 filhotes, 10 tinham a pelagem dominante, só o Pooh que não. Pelo fato de ele ter umas listras amareladas por volta do corpinho, decidi chamá-lo de Pooh, em homenagem ao Ursinho Pooh. Virei 2023 com 13 hamsters, os filhotes da primeira ninhada guinchando, aprontando, lindos e saudáveis, a segunda ninhada seguindo o mesmo rumo. Não foi fácil enviar os filhotes para doação, doeu bastante, porém eu não teria — nem tenho — condições para manter 10, 20 hamsters, então, se o pet shop aceita doações, senti que era o certo a se fazer, proporcionar que os filhos de Papá e Lulu fossem adotados por famílias e vivessem felizes para sempre.
Para não dizer que não fiquei com nenhum, escolhi dois, o Pooh e a Lica, pois dormiam juntinhos desde o nascimento. Eles até chegaram a ter uma ninhada, mas os filhotes nasceram mortos, seriam 7. Depois disso, separei-os e cada um ganhou sua própria gaiolinha.
Na madrugada de 14 de junho do ano passado, a Patty deu o último suspiro dela. No último sábado de julho, já no finzinho da noite, ouvi a Lulu saindo da casinha para bater um prato, como escutei também um barulho e encontrei-a já sem vida do lado do prato. Foi de repente. Um choque. Desde então, o trio quebrou recordes. Papá tem dois anos de vida, dois anos muito bem vividos; Lica está prestes a completar 1 ano e 9 meses e Pooh também faria aniversário no dia 28.
Estou com muita saudade do Pooh, com o coração apertado e partido, ciente também de que Lica e Papá poderão partir muito em breve. Cada hamster que tive foi especial, me emociono ao recordar de cada um. O conforto está em saber que ele está bem agora, num lugar melhor, que não sente mais dor e que tenho as boas lembranças para me lembrar dele.
adeus, mamá!
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| Mamá ✫ 06/07/2021 - ✝12/04/2022 |
Queria muito apreciar sua presença por mais tempo, no entanto, restam as boas lembranças e sempre as guardarei em meu coração, partido pela sua perda, mas também agradecido por essa pequena eternidade que vivemos juntos.
Siga o seu caminho e saiba que neste universo inteiro sempre haverá alguém que olhará para o céu e se recordará de você com carinho.
33 primaveras
| Bolo de aniversário da Mary (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
Como deu para perceber, hoje foi o meu dia, o dia mais especial do ano, aquele em que uma bebê de três quilos e cem gramas e medindo 48 centímetros, às 14:55 pelo horário de verão, veio ao mundo de parto normal. Os pulmões aspiraram o sopro da vida e, chorando, sentiu o primeiro baque: deixar a barriga da mamãe, onde era nutrida, protegida e crescia sendo muito aguardada e amada. Afinal de contas, seria a daminha das bodas de ouro dos avós paternos e se chamaria Bianca se dependesse dos palpites da avó materna — Yasmin era a primeira opção, papai não curtiu. Depois de muito acordo, o nome mais apropriado havia sido encontrado.
| Luke, o cãovidado vip (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
Ela aprenderia a enxergar também o lado bom das mudanças, porque logo que pôde estar nos braços da mãe, preencheu a casa com alegria, com ainda mais amor. Por três anos foi a caçula, mas outra mudança lhe despertou angústia e medo por nem sequer entender os próprios sentimentos. Era preciso tempo e também paciência para acolher com carinho o presente que a vida ofereceu: uma irmã. Uma menina com quem brincar, sangue do seu sangue, que, como toda boa caçula que se preze, sempre amou e admirou os irmãos mais velhos, tendo a do meio como uma heroína.
Ela foi manhosa, ora, mas que criança num dado momento não é? E foi precoce, afinal de contas, parecia muito maneiro ir à escola, queria porque queria ter uma lancheirinha. Até teve uma das Tartarugas Ninjas, rabiscou parede, solado de tênis, mas não importa que uma garota invejosa tenha chutado areia no cantinho do parquinho em que ela escreveu o próprio nome com um graveto — não se apagam memórias dessa forma.
| agenda ♥ |
Ela dançou lambada e ganhou um disco do Beto Barbosa, foi a um bailinho infantil de carnaval, não aguentou cinco minutos, saiu chorando, porém, quando entrou no mar pela primeira vez, sentiu-se em casa. Com a caneta, fazia tatuagens nas bonecas — a Bilu-Bilu ficou com a cara toda tatuada. Júlia, a Barbie noiva, deixou Jorjão esperando. Um dia encontraram a dita cuja jogada no telhado, toda riscada, mas de tanto sol que tomou, os riscos de caneta sumiram.
Menina espevitada, sincera até demais, fazia os adultos rirem. Botava na boca aquele batonzinho de moranguinho, colocava a mão na cintura e saía por aí. Tinha uma companheira inseparável: a Ciça, a boneca de pano. Dançava meio desajeitada as músicas dance que os vizinhos da frente curtiam e levava o dogão junto, sendo ele muito maior que ela, derrubando-a, mas rendendo-se aos cafunés da "psicóloga canina".
| amei demais da conta os cartões e o skate |
De início achou a escola um pouco chata, muito do que a professora ensinava ela já sabia porque tinha aprendido com a mãe. Depois da bronca que tomou, ficou toda disciplinada. Na hora do Jornal Nacional já estava de dente escovado e de pijama azul, pronta para dormir. Nunca se esquecerá da alegria do pai quando lhe mostrou uma provinha de matemática na qual tirou 100, e ele quis mostrar aos amigos.
A menininha sorridente teve momentos de muita angústia e dor, na qual não sabia como lidar, mas o apoio das pessoas queridas foi essencial para que pudesse voltar a sorrir. Foi nesse entremeio de tantas mudanças que olhar para o céu despertou em seu coração um encanto ímpar. Havia aprendido na aula de Ciências sobre o Sistema Solar e nunca se esqueceu daquela musiquinha que a professora ensinou como macete para decorar a ordem dos nove planetas (Plutão ainda era considerado planeta), as fases da Lua e a vista que tinha do céu era privilegiada, ali podia encantar-se e sonhar.
| Baby Mamá queria desejar feliz aniversário (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
O pai foi diagnosticado com um tumor no rim. Nunca sentiu tanto medo de perdê-lo como naqueles dias, tudo era muito incerto. Se por um lado a mãe não quis mentir que estava tudo bem, por outro, com oito anos apenas, câncer significava morte. Naquele dia em que a mãe estava como acompanhante no hospital e o pai numa mesa de cirurgia, compreendeu que ninguém jamais a amaria como eles.
Quando o telefone tocou e a mãe disse que a cirurgia havia sido um sucesso, o coração aliviou-se. Três dias depois, o pai recebeu alta do hospital e se recuperaria da cirurgia em casa. O tumor era benigno, mas pelos próximos cinco anos seria prudente fazer exames periódicos para certificar-se de que tudo estava bem.
| e andar de skate também |
Ela era aquela menina de quem as outras gostavam de excluir, sobrando a companhia dos meninos. A professora reclamava, como se fosse crime uma menina gostar de brincar no meio dos moleques. Ela andava de mãos dadas com um amigo, não havia maldade, mas fraternidade, conversas em comum. De qualquer forma, ele foi o primeiro menino que segurou na mãozinha dela.
Assistia a "Maria do Bairro" e adorava a Maria porque também se chamava Maria. Nunca gostou de "Chiquititas" e não vai pedir desculpas por isso — ela não é obrigada. Desde o tempo da boquinha da garrafa já odiava axé, mas bem que curtiu o som dos Mamonas Assassinas. Amava mesmo era dance music.
Sabia o que queria ser: mocinha do tempo do jornal. Tinha até nome artístico e assinatura.
Começou a carreira num quartinho em que tinha um mapa-múndi numa parede ao fundo, pegava emprestado o aparelho de som do irmão para colocar a fita do Top Surprise 3. Seus telespectadores eram os brinquedos, mas um dia o primogênito, que odiava as músicas que ela amava, arrebentou a fita, fez uma bola e atirou no telhado do vizinho ao lado.
| dispensa legendas |
Quis tanto usar batom que conseguiu, também quis um diário, mas o irmão lia e comentava tudo. Ter um diário fazia com que ela parecesse mais adulta, mas o fraco dela por bonecas e bichos de pelúcia entregava a menininha que havia dentro dela. Com a irmã pequena, brincava de novela. De noite, já deitada na cama, mesmo sem livro nenhum, contava histórias para a pequena.
Num Natal sonhou com a Boneca da Eliana, mas no caso precisariam ser duas. A prima rica a ostentou e, como era de praxe desde que se entendia por gente, ela foi humilhada e maltratada pelo trio de loirinhas encapetadas, descobrindo ali que não precisava aguentar desaforo, não merecia calúnias e insultos, merecia estar cercada de crianças que, como ela, gostavam de brincar, imaginar, fazer amizades.
Quando assistiu a "Fantasia", virou fã da Valéria Balbi e cortou o cabelo igualzinho ao dela. Nunca se esqueceu da primeira vez que viu a Lisa Simpson: foi naquele episódio em que Lisa completava 8 anos e, no final, o Bart cantou uma musiquinha pra ela. Lisa era inteligente, tinha oito anos, não tinha amigas — não teria como não amá-la.
| Cesta de chocolates da maninha, que delícia! |
Na Copa de 1998, superentrou no clima, organizava até os brinquedos para acompanharem as partidas, estava tão confiante que ia dar Brasil que chorou copiosamente diante daquela humilhação para a França na final, por isso não se empolgou muito a princípio na Copa de 2002.
Gostava de videogame — ah, como gostava. Levou semanas para zerar o Super Mario World, mas quando conseguiu, foi só alegria. Sempre teve medo de contar que, de tanto jogar, teve pesadelos com aquele olho vermelho do Mario quando ele morria que, até hoje, se ver muito, tem pesadelo. Tem certeza de que nunca vai amar tanto um jogo quanto Donkey Kong 3. Nunca zerou Mortal Kombat. Poderia jogar Top Gear só pela trilha sonora. Nunca se esquece daquele feriado de Tiradentes no qual, na locadora onde o irmão alugava os cartuchos, não sobrou nem o jogo do Beethoven — só aqueles que ninguém queria mesmo.
Na escola, a mobilidade social era nula. Lembrava aquela hierarquia norte-americana: a popular com mais cinco asseclas dominando as fileiras da frente, mas influenciando a turma; meninos andando com meninos e a gente avulsa que, se não pertencia à realeza, também não queria estreitar laços com outras peças avulsas. Ao menos conheceu meninas legais que estavam no sexto ano. Elas gostavam de Spice Girls, eram superdescoladas, e tudo que ela sempre quis foi ser descolada, bem desencanada.
| Esses gestos de amor mostram o quanto vale a pena viver e cultivar o amor no coração de quem me ama |
Lembra com carinho da professora Danielle e do quanto um abraço no décimo aniversário pode ser um presente muito repleto de significados. Ganhou um kit do Ma Chérie. Todo final de tarde, como uma boa "pré-adolescente", ligava o som para ouvir a Jovem Pan — tinha que ser antes de o irmão voltar da escola, porque ele não iria gostar disso. "Presente de um beija-flor" é uma das suas músicas preferidas.
Curtiu uma formatura muito especial no Parque da Mônica e, naquela tarde, a alegria foi tremenda, não cabia no peito — era um sentimento muito bonito.
Um Natal depois de ser trollada com uma Barbie horrorosa pela prima malvada, conheceu Teresa, a boneca mais linda do mundo. Ao som do CD de "Torre de Babel", penteou as mechas coloridas da nova melhor amiga. Aquele Réveillon foi o primeiro que passou acordada para ver a virada.
Altas expectativas para a quinta série. No primeiro dia, conheceu a linda e doce Patrícia — tinha certeza de que a amizade delas seria eterna. Até soltou essa:
O spoiler triste é que Patrícia morreu como Eva, mas não era intenção da amiga. Nunca foi. Tratava-se apenas de um exemplo de melhores amigas.
Patrícia e ela eram uma combinação perfeita: uma era loira, a outra era morena; uma gostava de português, a outra de matemática. Mas, na ânsia de socializar com as outras meninas da classe, acabaram sendo lideradas por uma garota egocêntrica, mimada, materialista, cujo foco de ir à aula era arranjar namorado.
Paty veio de outra escola. Era uma menina ajuizada e muito estudiosa, sensível. Logo, os pais dela preferiram colocá-la de volta no antigo colégio para que não se corrompesse. O problema é que não restou oportunidade para as melhores amigas trocarem endereços, número de telefone e marcarem de se ver, porque sempre que o primo dela mandava recados, o contato era restrito a isso. E elas tinham tanto em comum... Nunca se esqueceram uma da outra. E se Paty soubesse da falta que fez... Quando saiu da escola, a amiga a esperou por muitos dias sentada naquele morrinho que tinha vista para o portão, aguardou o retorno que jamais aconteceu.
| de skate eu vou olhar as estrelas |
Com o passar dos meses, as intrigas volta e meia a faziam chorar. Ela nunca tinha em quem confiar, e de tanto ser ridicularizada, nem mesmo a amizade com a professora Regina fez com que suportasse permanecer por lá até a 8ª série.
O presente de 11 anos foi uma ida ao parque de diversões — ah, bons tempos aqueles em que os parques itinerantes montavam as estruturas na Avenida Paraná. Bons tempos aqueles... Logo de cara, encarou a montanha-russa sem choro nem medo. Chorou mesmo foi quando chegou a hora de ir embora, isso sim.
Nas férias de verão, o pai deu um jeito de levar a criançada à praia, como vivia prometendo todo ano. Mas o carango pifou e, quando todos chegaram a Matinhos, o carro passou algumas horas no mecânico, enquanto as crianças contemplavam admiradas o lindo sábado de sol. Almoçaram camarão com batata-frita, beberam água de coco. Na volta, o carro enguiçou de novo na estrada, e a volta para casa foi em cima de um caminhão de guincho — a hora era de tirar onda com os carangos que também ficaram pelo caminho.
Na escola nova, sentiu vontade de ser uma nova garota. E logo chamou a atenção de todos sendo ela mesma: simpática, sorridente, comunicativa. Mas, pensando que não era o bastante, incorporou a protagonista da novela infantil que queria escrever — e é claro que as outras meninas a achavam maneira. Logo, receber a notícia de que teria de sair daquela escola para recomeçar noutra era mais do que uma tragédia anunciada. Ainda mais quando até os meninos curtiam passar o intervalo junto com ela, quando o pessoal mais descolado da turma a tinha em alta conta...
Mas algo que ela descobriria um tempo depois, ao insistir para voltar, é que nada é como antes.
| Ameeeeei o mimo |
Ela teria deixado saudades de verdade se tivesse partido e ninguém mais tivesse conhecimento do paradeiro dela. Voltar foi um tiro no pé, porque aos poucos a escolha escancarou o fracasso disso: mesmo saindo cedo de casa, chegava atrasada, voltava tarde também, estava focando menos nos estudos — de certo modo, não conseguia acompanhar o ritmo porque empenhava mais tempo tentando sustentar as mentiras. E quando as outras descobriram os fios soltos da narrativa, a exclusão não era novidade.
A greve dos professores a permitiu recomeçar na antiga nova escola. Ao menos lá estaria mais perto de casa e poderia recomeçar a vida. Apesar dos percalços de novata, encontrou pessoas legais que gostaram dela sem que ela precisasse contar mentiras. Assim, de brincadeira, deu o primeiro beijo. Tinha uma amiga que a apoiava a ser mocinha do tempo. Conheceu até um menino que queria não só ficar, mas namorar. Porém, a timidez atrapalhou tudo. Os amigos supertorciam pelo casal. Ele comprou as alianças, era todo romântico, até topou estudar à tarde no outro ano só para dar um jeito de estar com ela.
Ela amava aquele canal que passava previsão do tempo o dia todo. Eram os melhores momentos do dia, quando podia passar horas vendo boletins do tempo, curiosidades e, claro, curtindo as músicas de fundo.
| super recomendo |
Essa menina, que teve uma infância única e destoante dos clichês, hoje é uma adulta que aprendeu com a vida a guardar no coração aquilo que foi bom, extrair aprendizados dos maus momentos e olhar para frente, tempo em que a vida acontece.
Ela tem muitas, muitas, muitas histórias para contar. Poderia passar a noite toda se recordando dos causos, dos dramas, dos momentos cômicos, das tantas fases... Mas o mais importante disso tudo é o que cada ciclo traz consigo na bagagem. O quanto a caminhada pode ser libertadora, transformadora e reconfortante, mesmo que não haja garantias de nada — apenas incertezas...
| mais um ciclo começando, gratidão! |
No dia de hoje, ela brinda a felicidade, a saúde, a paz, a alegria, o amor, a prosperidade, as boas surpresas, a família linda que tem, o teto onde mora, a comida que entra na mesa dela, a água potável que consome, as histórias que vivem no coração dela, as risadas, as saudades boas, os sonhos que ainda serão sonhados, aqueles que querem se tornar realidade.
Ela brinda segundas chances.
Ela brinda a vida que se renova.
E abre os braços para receber, com muito amor, o ciclo que começou.
Mamá ganha uma nova amiga ♥ 🐹
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| Baby Patty chegou (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
RIP Bebê (the hammy)
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| Bebê (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
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| Bebê fazendo um lanchinho (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
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| Bebê se aquecendo para correr (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
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| Vista panorâmica da mansão de Bebê (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
Descanse em paz, amigo! 🐹
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| Pé Grande deixará muita saudade aos que o amam |
Querido amigo, um misto de choque, consternação e impotência me assolam. Hoje pela manhã você parecia tão bem, tão disposto, tão cheio de vida e no meio da tarde você se torna apenas mais um amigo, uma lembrança boa, um ciclo que se fecha enquanto você chega aos braços do Pai.
A dor foi tanta que acreditar no óbvio me soava afrontoso, nem tivemos tempo de nos despedirmos, você simplesmente se foi, cedo demais, atrevo-me a dizer, mas eis a certeza que nos situa acaso a empáfia seduza.
Em nossos corações você sempre sempre terá um espacinho só seu, conquistado com amor, doçura, pureza e singularidade. Um amigo especial merece uma homenagem digna. Siga em paz, meu amado. Nunca te esquecerei.🐹
Tenho quatro estrelinhas no meu céu de girassol. (RIP Flocão)
Para meus amigos hamsters que já descansam em paz!
Homenagem à Pandinha
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| Arquivo pessoal da Mary (Panda, 11/07/2016 – 10/05/2018) |
Meu amigo hamster
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