Platônico III
Iniciativa
Bastava apenas uma palavra. Algumas palavras, perdão. Chegamos a um estágio da vida onde perdemos tudo, os queixumes do medo são tão irrelevantes quando nos encontramos diante do monte de areia acumulado pela ampulheta. Próxima linha, próximo passo. Os pés podem tocar em um campo minado, de nada valerá ser amada ou odiada se não passarei de outro dente-de-leão jogado ao vento.
Ditados do orgulho ferido
Tudo pela ideia de alguém gostar de mim
Estou a léguas distantes de ser a maior simpatizante ao Dia dos Namorados. De fato, nunca foi minha data favorita no calendário, pelas mais diversas razões, que não vêm ao caso, embora se relacionem à hipocrisia e ao péssimo estigma da condição de “solteira” como sendo alguém que supostamente falhou no cumprimento das expectativas da sociedade e ainda não se realizou.
Cara rosa, ninguém nasce sabendo
Memórias invisíveis (2014)
Meu ponto fraco nesse
labirinto mal desenhado. Não te vi em parte alguma porque nunca esteve
presente. Incrementei recordações para não perder de vista os dias, mas era a
mim que não reconhecia, ninguém o fazia porque estavam todos ocupados demais
para se lembrarem que eu estava ali, não por opção, eu simplesmente estava, meu
coração não, porque ele parou de contar o tempo, com a ajuda da saudade.
Fiquei ali até que a
curiosidade pelas estrelas fosse maior que sua desatenção.
Sem grandes aspirações,
tinha muito a fazer. Por mim. Pelos
sonhos que sempre valeram mais do que você. Pela cura que incansavelmente
busquei. Feridas reabertas, persisti num erro amansado pela culpabilização da
autenticidade.
Mais uma vez ouvir mentiras
e brincar de invisível, será que não me cansei?
É insano, mas não.
Cismei de ficar ali, naquela
mesa onde serviria de divã e nutria ódio de mim mesma, programada para ser
problema, tão diferente daquela injeção contundente de otimismo que era sombra.
Sua "saudade"
alimentou o desejo que anteriormente nunca me passou pela cabeça. Você e eu não
passávamos de bons amigos. Estranhos conhecidos. Um na defensiva, o outro
imerso no ceticismo ensurdecedor. Quase me apossei desse desprezo pelo simples,
embora fervendo de dúvidas e pendente entre a crença e a loucura completa.
Todo mundo em alguma altura
da vida deve ter se olhado para o horizonte sem resposta nem bússola, sem nem
saber quem era, apesar de estar com o RG no bolso da calça. Ainda faltam léguas
para vislumbrar o oásis e a impaciência conta pontos contra aqueles que põem a
forçar o ritmo da caminhada. Perdi a conexão com a realidade, fantasiando que
seu distanciamento temperava minha timidez, que sua demonstração de afeto era
torta, porém totalmente sua. Esse arrependimento arrancou a minha paz e trouxe
de brinde a culpa.
Fiquei boba por você,
embriagada pela carência, recolhendo suas migalhas, visualizando um banquete,
sendo que a toalha nem sequer estava estendida e na minha caixa postal não
constou nenhum convite. Sem nunca te chamar, você não podia me ouvir e se
ouviu, fez que não. Chorei várias noites alimentando esse tal de amor sem
dignidade, sem antídoto, sem trégua. Bem mais que justificar meus desatinos
passados, cabia dizer a mim "eu te amo", ao contrário de você, que
como tantos outros prometeu nunca me abandonar e deu as costas. Também dei as
costas para mim. Um erro fatal.
O gosto do veneno ficou lá
no alto da garganta de sequela. Essa irrealidade entre mim e você me custou
tanto. Em troca de carícias e belas palavras, sua fraqueza me fez sangrar.
Equivocada sempre estive, não me acuse. Já desempenhei essa função e não
remediei as imensas agonias, apenas reflito mediante as mazelas da decepção. Não foi a primeira.
Eu nunca precisei de você.
Abro mão dessas memórias invisíveis e pouco aproveitáveis. Eu amava a projeção.
Você, entretanto, eu não sei nem quem é e não movo uma palha para saber. É a
mim que quero conhecer. E eu sei com muito amor que sou bem mais do que tudo de
ruim que aprontaram contra mim, as bobagens que falaram (e ainda falam). Sou o
tempo presente porque viver é um desafio e eu desejo mais que jogar fora meus
dias cultivando um sonho que visava me inserir num mundo que nunca foi meu.
Reconhecer que não é o fim
foi a chave que abriu o temido cadeado e me fez mulher.
Uma ingrata espera
O que não me matou, me fez mulher
Um passo de cada vez
O que foi bom ou não segue no passado. O verbo esclarece. Uma parede ergueu-se para que o retorno não me seduza com promessas falaciosas. Tenho o que preciso.
O dom de recordar e descrever, de sentir sem me perder.
A mentira
Curitiba, 30 de novembro de 2015. ♥
Fim de uma época
As expectativas são minhas e as decepções também.
Quando o terror passar tudo ficará nítido.
O que foi precisava ir.
E eu também precisava ir.
Foi o fim de uma época.
O que faz a diferença é a VONTADE
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Tita é muito mais do que um amor romântico. Ela é uma celebração da independência, das descobertas e do crescimento. |
Entendo que nem todos têm o mesmo gosto ou disponibilidade, respeito isso. No entanto, não posso evitar a tristeza ao perceber que algumas pessoas têm tempo para outras histórias e ainda assim dizem que não ter para a minha. Isso não é uma acusação, mas uma reflexão sincera de como esse descaso afeta quem escreve com o coração, dia após dia.
Com a saga da Tita, quis abordar temas que vão além de entretenimento: amor-próprio, coragem, aceitação. É uma história que reflete valores reais, mostrando que amar não é sobre idealizações ou convenções. A própria Tita, ao longo da sua jornada, aprendeu que se valorizar e viver suas escolhas com força e determinação é o que realmente importa. Ela nos ensina que o verdadeiro amor pode ser encontrado em amizades sinceras, nos laços de família e na capacidade de amar a nós mesmos.
E, claro, como parte da narrativa, existem personagens e momentos que não agradam a todos. Entendo que muitas vezes o público prefere certos aspectos ou relacionamentos, mas quero deixar claro: a Tita é muito mais do que um amor romântico. Ela é uma celebração da independência, das descobertas e do crescimento.
Quero também agradecer profundamente aqueles que realmente se dedicam, que leem cada capítulo com cuidado e deixam palavras que fazem a diferença para mim como pessoa, acima de tudo. Vocês são luz em meio à escuridão, e a conexão que criamos é o que me dá força para continuar. O esforço e a dedicação de leitores como o Márcio Gabriel mostram que quem se importa faz toda a diferença, e isso nunca passa despercebido.
A quem acompanha a Tita, quero dizer que acolho cada leitor com carinho. Não importa quando ou como começaram a ler — o que importa é o desejo genuíno de se conectar com a história e os valores que ela representa. Essa jornada não é sobre perfeição ou popularidade, mas sobre autenticidade e amor verdadeiro.
Deixo aqui minhas reflexões como alguém que continua colocando o coração em cada palavra, esperando que “Simplesmente Tita” toque o coração daqueles que se permitem realmente conhecer sua essência. E para aqueles que preferem se afastar, sinceramente, não há nada a ser feito a não ser agradecer pelo momento em que nos conectamos e seguir em frente.
(Dos tempos do WNBM) No silêncio do seu quarto
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