Tenho milhares de feridas no meu coração, esforço-me sobremaneira para que nenhuma delas me torne uma pessoa cética, fria e insensível, mas algumas mágoas me transformaram, nunca mais fui a mesma depois de acreditar em algumas pessoas e por elas ser magoada.
Não pude chorar minhas dores, ouvi palavras que destruíram meu mundo e não derrubei uma única lágrima, fiz de conta que nada seria capaz de me afetar, precisei ser forte, pois de todos os lados só encontrei pilhérias, incompreensão, preconceito, não tive com quem contar.
Não chorei por não ter coração e sim porque se faz necessário agir como se não fosse humana, me punir de lamentar. Hoje, não suportei e minha máscara caiu. Estou farta de ser julgada mesmo quando não solicitei pareceres acerca dos meus passos.
Não faltam “conselhos”, opiniões, lições de moral, no entanto, ninguém deve me dizer o que fazer porque os palpites apenas escancaram a desconsideração, o egoísmo. O que parece certo a você não faz o menor sentido para mim.
O tempo vai curar minhas feridas, mas abrir outras. Este ciclo maluco faz parte de existir.
Não invento palavras bonitas para esgotar os caracteres permitidos, narro os rascunhos da alma num lugar que me permita enxergá-los e materializá-los, não com o intento de que eles representem a todos, mas me iluminem num mundo tão cheio de ódio e ignorância.
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