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Editorial OCDM | Infância com cheiro de sofá e pipoca doce: quando a TV era um mundo inteiro


 

Houve um tempo em que a infância cabia num sofá. Num copo de Toddy gelado, numa coberta remendada, num controle remoto brigado entre irmãos. E a televisão não era só ruído — era refúgio, era alegria, era companhia.

No auge dos anos 90, ainda era possível sonhar acordada com uma nave que levava a Xuxa para o espaço, ou com uma redação comandada por cães jornalistas — a lendária TV Colosso. E se você cresceu ali, entre a programação infantil da Globo, SBT, Cultura e Manchete, você sabe do que estou falando. Tínhamos opções.

Editorial OCDM | O crime de envelhecer sendo mulher e boa escritora

 


“A juventude é um aplauso fácil. A maturidade, um silêncio cheio de medo.”
– fragmento retirado de um diário anônimo (ou quase)

📺 Editorial — O crime de envelhecer sendo mulher e boa escritora

Ser mulher já é, por si só, uma sentença de vigilância.

Vivemos numa sociedade que, ainda hoje, privilegia os homens — nas oportunidades, na visibilidade, no respeito automático. Dizer isso não é vitimismo: é constatação. E este manifesto não pretende alimentar ódio nem criar inimigos imaginários, mas lançar luz sobre um padrão real e persistente: o silenciamento sistemático de mulheres que não se encaixam no papel que esperam delas.

Mulheres que se recusam a ser submissas, que questionam, que ousam destoar do ideal domesticado, são rotuladas. São acusadas de loucura, de histeria, de querer chamar atenção. E, sobretudo, são excluídas do círculo onde a criação é respeitada e a voz é ouvida.

Editorial OCDM |Quando a beleza mata: reflexões sobre a estética do retrocesso


Há quatro anos, li uma reportagem sobre o retorno das calças de cintura baixa, impulsionado pelo revival da estética Y2K. Para muitas de nós, mulheres que cresceram naquela época, esse revival traz à tona um ciclo de padrões antigos que continuam a afetar a forma como somos vistas. 

A obsessão por cabelo liso extremo e um corpo esquelético ainda ressoam como uma ditadura silenciosa, que levou muitas de nós a adoecer na tentativa de atender a esses padrões. O número do manequim, como sempre, continua sendo o critério de aceitação, e isso é preocupante.

Houve uma lufada de esperança com o advento do movimento body positive, que prega a autoaceitação do próprio corpo, nos ajudando a expandir nossas percepções sobre beleza e valor. Parecia que o mundo estava demonstrando uma transformação profunda em relação a isso, que nesses tempos sombrios, a resistência se levantaria em favor de uma realidade mais saudável, onde cada uma seria seu próprio padrão.

A ideia aqui não é demonizar a busca por uma melhor qualidade de vida e bem-estar. É sobre refletir que o retorno da tendência Y2K veio com mais força, trazendo de volta não só as calças de cintura baixa e a ditadura do cabelo liso, mas também uma forma sorrateira de aprisionar a mulher, frear seu empoderamento e minar sua autoestima.

Não é coincidência. Naomi Wolf, em seu livro O Mito da Beleza, já apontava que os padrões de beleza muitas vezes se intensificam justamente quando as mulheres conquistam avanços sociais. Segundo Wolf, quando as mulheres ameaçam romper barreiras e ocupar espaços antes negados, o sistema responde criando novas formas de controle — e a beleza, nesse cenário, se transforma em mais uma prisão.

Até mesmo os critérios para ser considerada magra são mais cruéis do que há duas décadas: hoje, é preciso parecer um cadáver ambulante com shape de academia. Não à toa, a “canetinha mágica” se popularizou mais do que deveria. Embora tenha um propósito legítimo no tratamento do diabetes, seu uso foi banalizado, graças à exposição de artistas que são mais valorizadas na mídia pela "boa forma" do que pela mensagem que deveriam deixar aos fãs.

Para quem viveu aqueles tempos horríveis, tem sido pavoroso estar no meio desse fogo cruzado de cobranças e pressões. Como se ser mulher já não fosse tortuoso o bastante — enfrentando o medo constante de ser violentada e vivendo num mundo feito para os homens —, o controle sobre nossos corpos se mostra um atentado contra a criatividade e a autenticidade.

Ser extremamente magra é promessa de felicidade? Bem, é isso que nos vendem não só nas revistas, mas impõem nas redes sociais, no círculo de amizades, nos produtos midiáticos, silenciando as vozes sensatas que propõem uma reflexão mais séria do retrato de uma sociedade frívola, imediatista e pautada em pilares frágeis.

Sucumbir à moda da magreza extrema é assinar um acordo de rendição, cuja moeda de troca pode ser o próprio sopro de vida.

Clean girls: minimalismo do retrocesso


Essa nova onda não acontece isoladamente. Outra face moderna dessa tentativa de controle é a tendência “clean girl”, que começou a ganhar força nas redes sociais entre 2021 e 2022, especialmente no TikTok. Inspirada na estética minimalista, de aparência “natural” e “perfeita sem esforço”, a clean girl é a mulher de pele impecável, cabelo alinhado, roupas básicas e aparência polida — mas tudo isso exige tempo, dinheiro e, claro, muita disciplina estética para manter o “ar de naturalidade” que, no fundo, é artificial.

A exigência não é só estética: é também comportamental. A clean girl precisa ser discreta, sorridente, elegante, silenciosa. Precisa parecer saudável, mas sem exagero. Sensual, mas jamais vulgar. Uma reconstrução moderna da boa moça dos anos 1950 — que deveria agradar os homens sem jamais ameaçá-los.

Essa estética, aparentemente inofensiva, tem raízes na construção de um padrão inatingível e superficial de perfeição, que mais uma vez coloca as mulheres como objetos a serem admirados por sua aparência, principalmente por seus pares masculinos.

A romantização da "clean girl" reforça um estereótipo de beleza que, como outras tendências anteriores, limita a autonomia da mulher. Embora em tese ela pareça representar empoderamento e autossuficiência, no fundo, carrega consigo a pressão de atender aos padrões de um "modelo" desejado e aceito pela sociedade, em grande parte controlado pelos interesses de consumo e imagem.

Ao se comparar a essas representações midiáticas, as mulheres se veem forçadas a lutar pela aprovação masculina, perpetuando a ideia de que seu valor está atrelado à sua aparência e à sua capacidade de agradar aos outros, um reflexo de como o patriarcado ainda opera nas pequenas e grandes narrativas da cultura contemporânea.

A abordagem crítica dessa tendência não é sobre criticar quem adota esse estilo, mas refletir sobre os efeitos dessa pressão estética que, como afirma Naomi Wolf em O Mito da Beleza, está diretamente ligada ao controle da imagem feminina, algo que nos é imposto desde a adolescência e que, com o tempo, vai se enraizando em nossas mentes como um ideal a ser perseguido a todo custo.

Ao mesmo tempo em que algumas mulheres são seduzidas pela estética clean girl, uma reação conservadora se fortalece, empurrando-as novamente para papéis tradicionais e muitas vezes opressores. Como falado por Susan Faludi em Backlash: The Undeclared War Against American Women, a cada avanço significativo das mulheres, surge uma tentativa de retroceder suas conquistas, disfarçada de escolha e glamour. A tendência clean girl, assim como o culto das 'trad wives', é uma das várias formas de minar a autonomia feminina e a verdadeira liberdade.

Engajamento e irresponsabilidade: quando a desinformação coloca a vida em risco 


A responsabilidade dos influenciadores nas redes sociais é um tópico crucial, especialmente quando consideramos como suas postagens contribuem para a perpetuação de padrões estéticos prejudiciais. Muitos promovem dietas e rotinas de exercícios sem respaldo científico, alimentando a desinformação e colocando os seguidores sob uma pressão desnecessária para atingir o "corpo perfeito". 

Em O Mito da Beleza, Naomi Wolf discute como a mídia e a sociedade impõem padrões inatingíveis às mulheres, sendo esses influenciadores um reflexo disso. As promessas de transformação rápida ignoram as reais necessidades de bem-estar físico e emocional.

Nos Estados Unidos, por exemplo, um estudo realizado pela Pew Research Center em 2019 revelou que apenas 24% das mulheres preferem ser donas de casa em vez de trabalharem fora, o que demonstra que a maioria das mulheres prefere a independência profissional. A visão de uma "trad wife" não só retrocede o papel feminino, mas também nega a ideia de que as mulheres podem, e devem, ter escolhas livres sobre suas vidas e seus destinos.

O retorno da moda Y2K e a nostalgia da magreza extrema


Nos anos 2000, a internet ainda engatinhava, mas já começava a formar comunidades que giravam em torno da glorificação da magreza extrema. Blogs e fóruns “pro-Ana” (anorexia) e “pro-Mia” (bulimia) espalhavam “diários” de dietas absurdamente restritivas e incentivavam jovens a atingir padrões impossíveis. A estética exaltava clavículas saltadas, ossos do quadril aparentes, barriga seca e coxas separadas — como se tudo isso fosse sinônimo de beleza e sucesso. Pior: associava o corpo gordo a ideias de fracasso, preguiça e falta de valor.

Essa mentalidade, ainda que aparentemente esquecida por algum tempo, nunca desapareceu. Apenas mudou de máscara. E agora, com a volta da moda Y2K, vemos ressurreições dessas referências perigosas sob o pretexto da nostalgia: o retorno da calça de cós baixo, da cultura da magreza extrema como um "padrão estético desejável", das roupas feitas para corpos quase infantis.

Hoje, diferentemente dos anos 2000, existem mecanismos nas redes sociais que tentam sinalizar quando alguém procura por termos ligados a transtornos alimentares, sugerindo ajuda profissional. Mas o culto à magreza continua sendo onipresente — só que agora se disfarça no discurso da “vida saudável”. E aí entra outro problema: a avalanche de desinformação propagada por falsos especialistas.

No Brasil, por exemplo, uma pesquisa de 2021 realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que 48% das mulheres brasileiras têm alguma insatisfação com seu peso. Isso se reflete também em dados alarmantes sobre transtornos alimentares, que afetam especialmente mulheres jovens. 

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, a prevalência de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, aumentou significativamente nos últimos anos, com a pressão para alcançar um corpo magro sendo um dos fatores de risco.

A cada deslizar de dedo, somos bombardeadas por dicas de nutrição vindas de influenciadores sem qualquer formação séria na área. Pessoas que usam seus seguidores como aval de credibilidade, vendem dietas milagrosas, cursos de emagrecimento duvidosos e se autopromovem como se popularidade fosse sinônimo de competência. Isso não apenas perpetua o ciclo de insatisfação corporal, mas também coloca em risco a saúde de quem, sem saber, confia em promessas sem embasamento.

A escritora Roxane Gay, em seu livro "Fome: Uma autobiografia do meu corpo", traz um relato profundo sobre como a cultura da magreza destrói a autoestima e como a pressão social molda o relacionamento que mulheres têm com seus corpos desde a infância. A obra de Gay serve como alerta: não é sobre "escolha pessoal", é sobre sobrevivência num mundo que, a cada década, inventa novas formas de controlar nossos corpos e nossos sonhos.

O espetáculo do mau-caratismo e a indústria da culpa


Com o crescimento das redes sociais, um novo tipo de mercado floresceu: o da transformação pessoal instantânea. Só que, por trás da promessa de "vida saudável", "autoestima elevada" e "corpo dos sonhos", o que se consolidou foi uma indústria bilionária baseada na culpa feminina.

Influenciadores sem formação adequada — que misturam dicas vagas de nutrição, coaching motivacional e estética — vendem a ideia de que a felicidade e o sucesso são alcançados através do corpo magro, tonificado e “perfeito”. Mas, para isso, é preciso consumir: consumir suplementos, consumir cursos, consumir rotinas extenuantes, consumir a ilusão de que a transformação é uma questão puramente de "força de vontade".

A escritora Bell Hooks, em seu livro "O feminismo é para todo mundo", já alertava que a sociedade capitaliza sobre as inseguranças das mulheres, transformando cada etapa da vida feminina em mais um produto a ser vendido. Segundo Hooks, enquanto a mídia reforça padrões inalcançáveis de beleza e sucesso, cria também uma demanda infindável por soluções mágicas — soluções que, no fundo, alimentam o sistema em vez de libertar quem consome.

O resultado desse espetáculo é perverso: as mulheres são levadas a crer que o problema está nelas — na falta de disciplina, na suposta "preguiça", no "não querer o suficiente" — quando, na verdade, o verdadeiro problema é um sistema inteiro que lucra com a nossa eterna sensação de insuficiência.

A "energia feminina" vendida como mansidão, a "cara de rica" traduzida em cabelos lambidos e peles impecáveis, a ideia de que uma mulher valiosa é a que melhor performa esses padrões: tudo isso não é liberdade de escolha. É marketing.
É capitalismo travestido de autocuidado.

Movimento Body Positive: uma resposta à opressão estética


Diante da pressão incessante para atender a padrões irreais, surgiu uma reação poderosa: o movimento Body Positive. Originado no final dos anos 1990 e fortalecido na década de 2010, o body positive propõe uma visão radical: todo corpo é digno de respeito e representação, independentemente de seu tamanho, forma, cor, idade ou capacidade.

Essa filosofia surge como uma recusa direta à lógica de que a autoestima feminina deve ser condicionada à aceitação ou aprovação alheia. Ao contrário, prega que autoestima é um direito inegociável.

A ativista e escritora Sonya Renee Taylor, autora de "The Body Is Not an Apology" (em tradução livre, "O Corpo Não é um Pedido de Desculpas"), reforça que o amor-próprio não é apenas um ato individual, mas também uma postura política que combate sistemas de opressão que se alimentam da nossa autocrítica.

O movimento body positive não nega a importância de cuidar da saúde. O que ele contesta é a ideia de que saúde tem um padrão estético único, e que a felicidade está condicionada a esse molde.
Amar e respeitar o próprio corpo não significa desistir de si mesma — significa, sim, recusar a narrativa de que apenas um tipo de corpo é válido.

Apesar das tentativas do mercado de esvaziar o movimento e transformá-lo em mais uma vitrine de consumo, sua raiz continua forte: um chamado para que mulheres sejam donas de si, de sua história e de sua própria imagem.

Ter vivido a dor dos transtornos alimentares nos anos 2000 e, agora, ver novas formas de opressão surgirem, só reforça em mim a certeza de que precisamos resistir.
A pressão para nos moldarmos a padrões inatingíveis não traz a felicidade que prometem; apenas esvazia sonhos, silencia revoluções interiores e nos afasta de quem somos.
Cada vez que recusamos essa imposição, reafirmamos que nossa existência vale mais do que caber em moldes sufocantes.
A beleza está em resistir. A liberdade, em ser.

Diante de tantas armadilhas disfarçadas de tendência, é preciso coragem para enxergar além da estética e reivindicar o direito de existir fora das expectativas que nos impõem.

A beleza verdadeira não está em caber nos moldes de cada nova moda, mas em resistir, questionar e cuidar de si com honestidade, sem se render às pressões silenciosas que vendem submissão como escolha. Não devemos mais aceitar que o padrão mude como estratégia de contenção social.

O corpo, a voz e o destino pertencem a quem os habita — e a liberdade nunca esteve na aprovação dos outros, mas na nossa própria aceitação.

Editorial WNBM | Meu direito de resposta



A indignação ferve quando tenho o desprazer de ler conteúdos de baixíssimo aproveitamento, cheios de lugares-comuns que atestam a mais profunda ignorância. Pessoas sem bagagem intelectual e sem entendimento acerca de comunicação, ainda assim, almejam um lugar de fala — muitas vezes alinhadas a ideais que contrariam o entendimento democrático. 

Por maiores que sejam as falhas da democracia, ainda é melhor vivermos com seus defeitos do que sob um regime ditatorial, onde a oposição é silenciada e a censura dita as regras. A liberdade, mesmo com seus desafios, é sempre a melhor escolha.


A evolução dos meios de comunicação


Desde os primórdios, os livros foram demonizados, assim como o cinema, o rádio, a televisão e, mais recentemente, a internet. Disseram que o rádio morreria com o surgimento da televisão, mas ele se adaptou, mostrando sua incrível capacidade de reinvenção. 
Da mesma forma, a televisão enfrenta desafios em tempos de plataformas digitais, que democratizam o acesso à informação e ao conteúdo audiovisual. O que vemos é uma convergência de mídias, cada uma encontrando sua forma de coexistir e evoluir.

Reflexões sobre a televisão


Gostaria de convidar aqueles que culpam a televisão por todos os males do mundo a refletir: será que esse é o caminho para promover o diálogo? Não gostar de TV é um direito seu, irrevogável. Mas julgar quem consome televisão não agrega valor à conversa. Se a TV aberta não te representa, busque outros meios de informação e entretenimento. Livros são uma ótima escolha! Só não caia na armadilha do ego de se considerar superior a quem acompanha novelas ou o jornalismo televisivo.

Se você discorda da abordagem de uma emissora, há sempre opções. Controle remoto existe para isso. Mas, por favor, não seja aquele que dissemina notícias falsas, deturpa reputações e semeia ódio, pois isso é tão ou mais prejudicial que uma cobertura sensacionalista.

Jornalismo: profissão e compromisso


Admito não tolerar quando subestimam a minha profissão. Ser jornalista exige anos de estudo, dedicação, sacrifícios e, acima de tudo, um olhar humano para com o próximo. Por mais que o jornalismo tenha interesses comerciais, seu propósito é servir à sociedade. 

Trabalhamos para cumprir prazos apertados, criar novos ângulos para notícias e equilibrar razão e emoção ao cobrir tragédias. O que para alguns pode parecer "apenas um repórter", para nós é fruto de esforço constante e sintonia de uma equipe que se dedica dia e noite. 

Não, não sinto alegria ao ver jornalistas sendo agredidos no exercício da profissão. Pelo contrário, sinto dor, porque sei o que significa estar ali, sacrificando tempo, família e segurança para informar o público.

Televisão, respeito e reflexão


É fácil culpar a televisão por alienação, mas será que o problema não está em nós mesmos? 

O mundo vai mal desde sempre, com ou sem televisão, e continuará assim enquanto não aprendermos o verdadeiro significado do respeito e da tolerância. Certo e errado são conceitos subjetivos, baseados em nossas experiências pessoais.

Por isso, se você quer que respeitem suas escolhas — sejam elas não assistir televisão, não consumir carne ou seguir um estilo de vida mais espiritualizado —, ofereça o mesmo respeito a quem pensa e vive de forma diferente. Respeite aqueles que ainda usam a TV como fonte de informação e entretenimento.

Por que amo ser jornalista


Estudar jornalismo abriu minha mente e me mostrou a importância do meu papel na sociedade. Meus professores compartilharam conhecimentos que carrego com zelo, ética e respeito pelo público. Eu amo o que faço e tenho muito orgulho da minha profissão. Quero contar boas histórias, dar voz a quem precisa e manter a ética e a idoneidade em tudo que faço.

Se isso faz de mim uma pessoa alienada, então sou com gosto, com orgulho e com vontade. Pois acredito que, ao respeitarmos as diferenças e trabalharmos com paixão e dedicação, podemos fazer do mundo um lugar mais tolerante.

P.S. — Antes de criticar a minha profissão, estude pelo menos um ano de comunicação social. Talvez assim a palavra "empatia" deixe de ser banalizada e se torne prática.

Editorial WNBM | Do contra, sim, senhores

 

Sou apenas mais uma sonhadora cujas asas são cortadas pela realidade doentia e cruel.

Ver tantas personalidades de plástico acentua minha descrença já forte na humanidade. As coisas vão mal. Muito mal. Decaindo. Despencando. A hipocrisia é um ácido que corrói as relações. Virou moda ser o que não é, pagar de revoltado e se contradizer em instantes. Mesmo que eu pareça grosseira e insensível na visão de alguns, prefiro ser rotulada de antipática a ser falsa e fingir.

Eu teria vergonha de dizer que estou sofrendo pelo tal jogador se nunca gostei dele. Idolatria me desanima, e não somente na Copa. Não tiro o direito dos outros de se entristecerem (os fãs, família, amigos, equipe, etc.), mas não me crucifiquem por ser diferente. Entristeço-me porque a vida me mostra que realizar sonhos nunca foi fácil. Eu também sou jovem, tenho meus próprios sonhos e luto por eles. Aguento escrever para um público que não me valoriza e não reconhece meus esforços. Ouço “não” da vida desde que me entendo por gente. Ouvi “não” dos meus pais, do amor, da minha própria carreira, e sei — por mais que doa — que nem tudo pode ser do meu jeito. E, às vezes, até gosto que não seja.

Sonho com o dia em que escritores serão realmente valorizados e entendidos, que inspirem de verdade. Que as meninas, ao lerem Simplesmente Tita, enxerguem não apenas o Adolfo, mas a luta de Tita, os obstáculos que ela enfrentou. Quero que entendam a mensagem de empoderamento que deixo clara: somos as protagonistas da nossa vida. Quero mostrar que a realidade não é um conto de fadas, que a vida não é um filme americano polarizado entre nerds e populares.

Não quero dizer às garotas que precisam mudar a aparência para agradar. Olhos castanhos não são castigo; eles têm seu brilho único. Se você enxerga o mundo, é porque Deus te abençoou com uma grande visão. Ame seus cabelos, não importa a cor ou a textura. Mude algo em você somente por você, nunca pelos outros. Você tem que se amar.

Mas quando vejo que muitas meninas não aprendem nada do que leem, continuam escrevendo errado e se autodepreciando, me sinto incapaz. Tenho vontade de parar de escrever. Só que, se eu parar, vou morrer de tristeza, porque é a única coisa que sei (ou acho que sei) fazer direito. É triste, em dia de jogo, ninguém ler minhas histórias, enquanto todo mundo é manipulado pelo televisor. O Facebook vira um espetáculo de idolatria.

Não é que eu não tenha compaixão. Tenho, sim, porém, por quem merece: minha família. Meu pai, minha mãe, minha irmã. Por aqueles que não me abandonam em nenhum momento. É por eles que devo orar e agradecer diariamente, não por um jogador que nem sabe meu nome, que trata mulheres como objetos, que quer aparecer mais que Deus e nem é nada disso.

Desculpem, eu não sou como todo mundo. Sou sincera demais. Nem todos gostam disso, mas não sei ser falsa, fingir que sou algo que não sou, bajular para parecer legal. Minha opinião diverge da maioria. E, sinceramente, choro pelo mundo… Porque ele vai mal. Muito mal. E eu também vou mal, porque sou apenas mais uma sonhadora cujas asas são cortadas pela realidade doentia e cruel. Mas tudo bem. O Brasil será Hexa.


Curitiba, 4 de julho de 2014.

Editorial WNBM | Nas mãos de Deus: a verdade sempre triunfará

 

A escrita fazia com que eu me sentisse especial, única. Era o meu coelhinho na cartola, o que me mantinha viva e forte. Ver qualquer imbecil que mal sabe pontuar uma frase dizendo que é escritor me deixa com tanto asco que não sei nem como lidar com tanto desprezo. Me fazer acreditar que meus textos só são lidos quando postados no Webnode me destruiu completamente, porque toda vez que lembro, vem aquele flashback de toda dor que passei em 2012 e neste ano. Vai levar algum tempo até eu digerir essa mágoa e me superar.

É tão estranho ter de abdicar do que eu mais gosto só porque tem gente mal-amada nesse mundo que vive de invejar e imitar os outros. Que deprimente! Por causa disso, tenho que temer a felicidade, porque, se aparecer linda e bem-sucedida, tem gente que vai querer acabar com a minha alegria para poder se sentir bem.

Eu só peço a Deus que se encarregue de fazer justiça, porque Ele sabe muito bem o que cada pessoa tem no coração e sabe como ninguém quem me derrubou. Não vou sujar minhas mãos me vingando de lixos humanos, de garotos mal-fodidos que queriam ser mulheres e não são. Por isso se enraivecem porque, ao contrário deles, não gosto de copiar, só de criar. Inspirar-se nos grandes autores é importante, todavia, copiar as ideias e trocar o nome dos personagens não é talento, tem outro nome. Minha escrita busca ser autêntica, enaltecer a região onde vivo, com personagens humanos, com virtudes e defeitos, sem essa arrogância de transformar uma porcaria cheia de erros de concordância numa superprodução.

A Dor do Plágio

Lógico que meu blog, em vista do complô machista, é super pequeno. Meus fãs quase não comentam, mas sei que, por mais que eles tentem exibir Confissões de Laly, nunca vai ser como foi no Facebook, nunca vai ser nem 5% do que foi. Uma coisa é contabilizar as visitas e transformar a novela numa arma, e outra bem diferente é degustar lentamente cada palavra, cada cena, e crescer com os personagens, ficar ansioso pelo capítulo seguinte. Por essa razão, sou favorável a postar um capítulo por dia e não todos os capítulos da semana de uma só vez. Perde o encanto.

Por enquanto, nem sei se continuarei com as web novelas. Não sei de nada. Só sei que tenho nojo desse “mundinho” e mais ainda desses vermes sem face que aproveitam o fato de a internet ser o palco da impunidade para aprontarem e destruírem os outros. Pode ser que a justiça dos homens finja não ver, diga que sou culpada, que estou me expondo e tantos outros absurdos que já li. O que é de vocês está bem guardado. Fiquem tranquilos.

Obrigada por me fazerem dormir à base de sedativos, por não saber nem mais quem sou, por não acreditar quando alguém diz que sou linda, talentosa e legal. Obrigada por destruírem dois anos da minha vida com plágios, picuinhas, fofocas, por me fazerem ter medo de pessoas. Por me isolarem até dos parentes, conhecidos, achar que todo mundo vai me humilhar, me ofender, me caluniar. Obrigada por terem me usado quando precisavam de algum favor, por distorcerem minhas palavras.

Deus anotou tudo isso na lista Dele, porque Ele me deu a conclusão de Confissões de Laly de presente quando, em 2011, eu pedi de joelhos a Jesus Cristo que desse algum sentido à minha vida. Em menos de um ano, menos de seis meses, fui atendida. Ele sabe que a Leoa é meu anjo da guarda. Não é uma imitação de vilã da novela das 9, nem uma mocinha sem sal, inspiração de alguma mexicana.

A inspiração me abraçou, me fez constatar que a anorexia não ia destruir a minha vida, que eu era mais forte que aqueles pensamentos destrutivos. Que meu valor não estava impresso numa digital de balança. Tudo bem quanto a ser magra, nada contra, mas uma magra saudável, que come o que tem vontade sem exageros. Alguém que veste roupas que gosta, independente da moda. Alguém que sente prazer nas coisas simples como estar com os amigos, a pessoa amada. Compreendi que ainda era (sou) jovem com muito chão pela frente.

Confissões de Laly: a revolução da Leoa

Aquele projeto que comecei a idealizar aos 13 aninhos, ainda brincando com as bonecas, escrevendo em segredo, ouvindo as músicas que fizeram parte da trilha sonora, imaginando as cenas, sempre mentalizando que seria uma novela diferente e realista. Eu já visualizei alguns personagens e sempre senti a Lalinha por perto. Ela cresceu comigo. Nos separamos quando quis dar atenção a outros projetos, mas, em 2011, ela e suas amigas voltaram a povoar meus pensamentos.

Enquanto minhas amigas viviam para os namorados e faziam com que eu me sentisse culpada por ser solteira, me excluindo de tudo, a Lalinha me dizia o contrário: que eu não precisava de um homem para ser completa. Que ter olhos e cabelos castanhos era lindo, não era errado nem imoral.

A Fer Gallardo me deixou passar uma temporada na casa dela com o Gilberto e seus conselhos, a pequena Lílian, tendo o carinho da May, da D. Emília, do Pepo, brincar de correr com a Bru e a Yasmin, chupar geladinho, comer bombom caseiro de morango. Voltar para um ano maravilhoso como 2002, onde não tinha rede social para enferrujar nossos sorrisos nem antas plagiadoras se escondendo atrás de perfil falso para humilhar.

Os namoros das minhas amigas acabaram. E eu, finalmente, era feliz. Pela primeira vez na vida. Comecei a gostar de ser solteira, de ter os fins de semana inteirinhos para me dedicar ao que mais amava (e ainda amo!). Quebrei tabus sobre o meu corpo, declarei guerra ao machismo, ao conformismo.

Em 20 de julho foi selada a reviravolta da minha vida. Foi quando o Fanfics Brasil não ganhou uma rival para os traumas, e sim uma nova opção para os leitores. Para quem quisesse aceitar a Lalinha. Eu não postei Confissões de Laly para destruir ninguém, nem com pretensão de ranking. Tudo vinha da alma, do coração. Eu não forcei as cenas; elas me procuravam, fosse de manhã ou de madrugada.

Nunca pensei que aquela história faria tanto barulho, que todo mundo queria ler, saber o que ia acontecer. O ranking não representou nem metade do que essa novela foi. Porque ela revolucionou as pessoas interiormente. Uniu. Eu respondia aos leitores porque sempre gostei de dar atenção, porque está na minha personalidade tratar os outros com dignidade.

Privação e opressão

Não é vitimização, mas aquela metade de 2012 foi uma época de muita privação, opressão, um sofrimento que ia contra a natureza, uma coisa doentia, que me fazia mal. Levei um ano para conseguir suportar tudo aquilo. Viver refém do medo, manipulada a acreditar que eu não era nada, a achar que uma pessoa queria me matar e me induziu ao suicídio. Um dia essas feridas vão se fechar. Um dia esse verme vai pagar pelo que me fez, mas na justiça divina, porque essa é infalível. Por enquanto, sem noção nenhuma do futuro, vou vivendo, preenchendo as horas por preencher, sem saber, de fato, como consumir o tédio, o vazio que essa tristeza deixou; sem saber se devo perseguir esse ideal, manter esse blog, minha conta no Facebook.

Uma "original" cheia de baixaria até conseguiu ficar entre as 100 primeiras no RG, mas porque era pura putaria, não valia nada, não ensinou nada que os leitores levassem adiante. Se usar o avatar de cantora ajuda nas visitas, quem sabe eu tivesse usado o avatar da Toni Braxton para Confissões, mas aí eu estaria usando minha cantora favorita para ganhar likes e comentários. Não valeria a pena. A ideia em CL é que os leitores sintam-se livres para imaginar os personagens, a casa dos Gallardo, o salão da D. Emília, o cenário do Toda Poderosa News.

Consequências amargas da projeção

A inveja incomodou a quem não tinha talento, a quem duvidava daquele prólogo "bobinho". Tenho que reconhecer que, do mesmo jeito que a fama me trouxe amigos e deu uma levantada na autoestima, fazendo com que eu começasse a me sentir bonita e vivesse a fase mais feliz da minha vida, também me trouxe muita dor de cabeça, amigos falsos, gente mal-intencionada.

Não sei o que 2014 me reserva, mas queria muito conseguir ficar bem, me livrar desse povo nojento, invejoso, que não deixa ninguém brilhar nem ser feliz. Não sei se vou escrever alguma história novamente. Darei continuidade a Simplesmente Tita porque assumi esse compromisso e honrarei com ele até o fim. E, se eu souber que tem algum fdp tentando copiar, essa pessoa vai conhecer o meu pior.

Enfiem as críticas no...

Vocês conseguiram me desestimular, me fazer carregar essa pedra pesada da humilhação, do extremo cansaço. Vocês estão bem. Sou eu que vou ter que deixar de fazer o que mais amo na vida por causa de pessoas. Espero que algum dia, nem que eu esteja bem velhinha, possa ver vocês pagando pelas maldades que fizeram; desde o fake que se fez de "Paty Araújo" para me derrubar, o plagiador que se passou pela prima para eu ler a sinopse dele, o idiota que tratou Confissões de Laly como lixo (bem feito que o Paraquedas fechou), o falso fã que queria ganhar prestígio postando as minhas novelas, o escroto que me chamou de feia e gorda quando eu não aprovei a novelinha besta dele e todos os outros que falaram que eu me expus quando desabafei minha dor. Vocês vão pagar.

Pode ser que os autores de novelas deem finais felizes aos maus, mas Deus não. Vocês se sentem melhores que eu porque me venceram agora, porque eu sou só uma contra muitos. No entanto, eu saio de cena agora. O meu momento de glória não é agora, não é constituído pelas lágrimas alheias. Então eu sei que, por mais que eu esteja sofrendo agora, que minha carreira tenha sofrido esse abalo, algo muito bom vai vir, seja em 2014 ou 2018. A verdade vai aparecer. Quem foi humilhado vai ser feliz e quem humilhou vai sentir na pele tudo que eu senti.

Critiquem, mandem as indiretas e enfiem no c*. O Twitter da Noviça é único, não é uma bosta feita por um mal-amado que usa um pseudônimo polêmico para esconder o rosto e machucar os outros. Todo mundo sabe que a Noviça de Puppy Love é uma personagem naturalmente engraçada do jeito que é. Até isso tentam copiar, mas tem uma diferença grande entre ser divertido e ser ridículo. Muitos ultrapassam esse limite e nem percebem.

Já perdi dois anos chorando por causa de idiotas. Agora chega! Não quero ninguém nesse blog que fique fazendo leva-e-traz, distorcendo meu desabafo. Não gosta de mim? Vai embora! Não veja o blog. Vá viver sua vida. Agora, ficar me prejudicando por prazer é doença, cara. Vá se tratar!

Mary Recomenda | A Pindonga Azarada

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