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As cicatrizes




A simples ação de fazer login naquele aplicativo remetia ao ato desmedido de embriagar-se de veneno à medida que o feed mostrava as atualizações. Cada linha lida insuflava a torrente de lágrimas, que molhavam as costas da mão, a tela do celular, a visão, mais facas imaginárias terminavam de estraçalhá-la, ateando fogo àquela alegria de menina. 

Laços esgarçados

Por desconhecer meu próprio valor, me contentava com as migalhas de atenção.


Aquele gelo no estômago seguido de um estado de torpor era familiar, uma porta escancarada para outra crise; crescendo dentro do peito a vontade de sumir sem dar notícias a ninguém; dormir para não ser atormentada pelo tsunami de pensamentos intrusivos. Meu castelinho de cartas ruía com certa facilidade, após tanto esforço para erguê-lo, reconheço a fragilidade estrutural e a teimosia que me acorrentou a um ciclo de carência e profunda vulnerabilidade.

Exposição desnecessária? 🌈

 


O texto original foi escrito no dia 16 de junho de 2018, no entanto, foi reeditado, revisado e teve alguns trechos reescritos. Além disso, no último dia 28 foi celebrado o Dia Mundial do Orgulho LGBTQIA+. Nos últimos anos pensei ser lésbica, mas após muita reflexão, me entendo hoje dentro do espectro da assexualidade; o sexo não é o centro da minha vida, porém, também não é uma parte a ser ignorada; posso viver sem, mas não descarto a possibilidade de ter intimidade.

Segure a minha mão

 N/A: Hoje apresento a releitura do poema Segure a minha mão, escrito há 4 anos, quando 2023 era um sonho distante. Este é o meu posicionamento e, portanto, eu tenho o direito de me expressar. Em caso de desagrado, beba um gole de água, mas mantenha o conteúdo no céu da boca até que a raiva passe, então engula, fecha a página e vá ser feliz. 

Mistureba WNBM - A tarde NÃO é sua, é dos anunciantes


Toda tarde é a mesma coisa,
naquela mesma bancada, 
naquele mesmo canal, tudo igual.

A entonação quer me prender,
tem uma última informação,
uma fofoca quente que não devo perder, 
uma confissão bombástica,
detalhe sórdido de um crime hediondo
de repercussão nacional,
junto a um mistério que não se cala.

Desastre é ser a última a saber
quem é o cantor famoso
que teve filho e não paga pensão,
quem é a atriz que está com depressão,
o apresentador que pediu demissão,
a nova polêmica da falsa poderosa,
o namoro arranjado do camisa 10,
amor por contrato, que decepção!

Charlatanismo elitizado,
tem fantasma pedindo o seu espaço.

Pausa para o recado dos anunciantes.
Nenhum programa sobrevive
sem aquelas quinquilharias tomando
de dois em dois minutos
mais da metade do circo televisionado.

Minha bunda tá caída,
aquele aparelho promete levantá-la.
Celulite é vergonhoso ter,
das estrias, o que dirá?
Bora comprar aquele gel de algas
porque ele arde, mas faz efeito.
Tudo para fazer bonito no verão.

Meu cabelo é uma porcaria,
eu devia usar aquela tinta, 
dizem sempre que homem gosta de loira.
Cabelo virgem tá cafona, não compensa,
não chama a atenção.
Hora de abandonar esses cachos
ou então dar um jeito nesse liso sem graça.
Vai ver é por isso que ninguém me olha,
preciso perder a minha barriguinha
com a tal da cinta que come gordura.

Preciso manter a pele sempre jovem
com aquele creme que promete 
o mesmo efeito de uma plástica,
ser linda como a capa da revista.
Eternizada naquele clique, o máximo.

A tal da novidade nunca é revelada,
outra tarde que se foi e eu não aprendi nada.
Continuo sem namorado, sem emprego,
acreditando que há algo de errado comigo.
Sim, é verdade, há...

Porque nunca questionei.
Porque me condicionei a ser público,
a ter minha autoestima massacrada,
o intelecto subestimado.
Porque minha liberdade não faz diferença,
em me expressar, quiçá.

A técnica de depreciação te faz um lixo,
mas é a alma do negócio, faturar com a dor,
a insatisfação lucra, mantém o programa no ar,
e o padrão continua a levar almas
porque muitas mulheres morrem
quando deixam de gostar de si próprias.

Consumir pode me fazer feliz por agora,
mas um vício sempre exige mais,
e eu não quero cavocar nesses defeitos,
que muito provavelmente nem existem
quero do mundo algo mais que futilidade.

Estou no canal errado, com certeza.
E eu posso gostar de sofrer,
viciada em me machucar por não ser,
um ponto no ibope, outra alienada,
outra que se vê piada, sem graça.

O enredo é o mesmo, só o cenário mudou.
Exposição de bundas enormes na tela,
"Gostosas" se preparando para o Carnaval,
algum pagodeiro que engravidou fã
e não cumpre com a responsabilidade de pai,
algum casal de celebridades que está namorando,
algum crime hediondo em São Paulo,
algum artista falecido, a cobertura do funeral.
Eu não quero continuar dando ibope pra isso,
quando tenho em mim a beleza por ser eu,
sou minha própria companhia,
cansei de ser um ponto inútil,
e fechar a hora me sentindo vazia
quando há tantas coisas que preenchem e ensinam,
e servem para nos mostrar o nosso valor.

Até nunca mais!

Um televisor desligado no meio da tarde
faz mais poesia que duas horas de embromação.

Perdoar, sim, fingir que nada aconteceu, não

 

Sinceramente, queria ser inocente a ponto de acreditar que todos possuem bondade no coração. Pode ser que eu esteja correta, porém há quem alimente o lobo mau dentro de si, usando a inteligência para fins ilícitos, perversos. Fico atônita em pensar que há quem utilize a internet e as redes sociais para prejudicar o outro, viver de mentiras, enganações, traições, destruindo os outros quando se quer algo que o outro tem. Enfim, temo represálias e me pergunto até quando passarei por tanto sofrimento.

Devo acreditar nesse amor eterno de Facebook?

 

Tem gente que acha que amar é postar que está amando no status e colocar que está em um “relacionamento sério”. Para mim, vai, além disso. De verdade.

Quero mais que pessoas bajulando o casal. Quero mais que uma foto de perfil com os rostos colados, uns vídeos de músicas românticas, frases já prontas, que de verdade não se ajustam ao que vivencio. Quero alguém que seja de verdade, sem essa de exibicionismo. Não me sinto confortável se considerar a ideia de que esse amor eterno pode se esgotar em semanas.

Quero um sorriso que vá além das fotos de rosto grudado, das baladas e barzinhos, das tardes no parque. Quero alguém que se alegre com minhas conquistas, que me segure quando eu sentir que não suportarei, que quando eu me sentir só e não quiser conversar, respeite, só que mostre preocupação e quando eu estiver chorando e negando, ele simplesmente me abrace, mesmo que não diga nada. Só sua presença vai me confortar.

Quero alguém que goste de mim como sou, com meu jeito revoltado, desastrado, meio maluquinho, que goste de rock, ou pelo menos ature porque odeio funk e não escutaria isso por homem nenhum.

Quero alguém que saiba manter uma conversa e cujos ouvidos sejam justos e saibam a hora de falar e escutar, mas não apenas o que convém, que seja maduro o bastante para não desfazer a confiança porque, uma vez quebrada, nada reconstrói. É um coração que se parte e um dia se cura porque a vida ensina a lidar com certas situações, no entanto, isso não garante que as coisas serão como antes, uma vez que muitos pensam que a palavra perdão apaga a dor.

Muitos estão desesperados para encontrar um parceiro até 12/06 porque não se imaginam passando a data sozinhos. Sinceramente, meio mundo discordará, uns vão falar que é papo de solteira chata, outros vão debochar, entretanto, lhe digo: isso é besteira. Passei todos os Dias dos Namorados sozinha e estou viva. Como sempre me dizem: tudo no seu tempo. É muito melhor estar só do que padecer em um relacionamento doentio, infeliz, em que ambos não se entendem, não progridem, não sabem se elogiar, valorizar os momentos a dois, onde predomina o medo, a incerteza, a inveja e a autoridade. Se você está sofrendo, não está amando, muito menos no caminho. É isso que aprendi e levarei comigo até o último suspiro.

Prefiro "esperar" e encontrar alguém que me faça feliz e que eu, do meu jeito tímido, também chegue para somar. Desconfio de quem muito tenta provar que é perfeito e feliz; não coloco fé em sorrisos plásticos e frases clichês.

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