Título: Anorexia, diário de uma adolescente
Título: Anorexia, diário de uma adolescente
Hoje é sexta-feira e tem edição especial do Mary Recomenda. Se você está em busca de uma leitura que combina romance, fantasia e uma jornada de autodescoberta, A Garota do Mar é a escolha perfeita! Escrito por Molly Knox Ostertag, autora da trilogia Menino Bruxa, este livro é uma graphic novel que encanta pela sua narrativa envolvente e ilustrações deslumbrantes.
A assexualidade é uma orientação sexual muitas vezes invisibilizada e estigmatizada, mas cuja representatividade tem dado passos significativos no universo literário. Nesta edição extraordinária do Mary Recomenda, selecionei alguns livros incríveis que trazem personagens assexuais, explorando suas vivências e enriquecendo a literatura com a diversidade que tanto amamos. Vamos mergulhar nesse universo? 🖤💜
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Às vezes, é preciso um pequeno rato para nos ensinar as maiores lições da vida. |
O Mary Recomenda de hoje está no clima do Dia Mundial do Rato, tanto que foi difícil escolher qual seria a indicação desta semana. Entretanto, esta obra do também autor do best-seller A Biblioteca da Meia-Noite, Matt Haig, foi a selecionada porque, além de ter um simpático rato no papel principal, também apresenta uma história leve, que mescla fantasia e a busca por pertencimento.
Sempre tive curiosidade de entender como vivem as mulheres chinesas. Queria ir além dos estereótipos, mergulhar no cotidiano de quem sobreviveu às repressões políticas, familiares e sociais de um país que mudou radicalmente em poucas décadas. As Boas Mulheres da China, de Xinran, me ofereceu muito mais que isso. Foi uma leitura que me marcou para sempre — e me acompanhou em um momento pessoal difícil, quando eu mesma enfrentava perdas e dores.
Xinran nasceu na China em 1958 e cresceu durante a Revolução Cultural. Foi uma das primeiras mulheres a conseguir espaço no rádio nacional com um programa noturno chamado “Palavras na Brisa Noturna”, em que ouvia relatos de mulheres comuns — donas de casa, camponesas, intelectuais, operárias. A cada ligação, desabava um universo de sofrimento, resiliência e silêncio.
Após imigrar para o Reino Unido nos anos 1990, Xinran começou a escrever sobre essas histórias. As Boas Mulheres da China foi seu primeiro livro e se tornou um marco na literatura de denúncia social e de gênero.
Na China dos anos 1980 e 1990, dominada por censura e silêncio, o rádio era um dos únicos canais onde as pessoas se sentiam seguras para contar suas histórias. Xinran, com sua escuta acolhedora e cuidadosa, transformou as ondas sonoras em um abrigo para a dor — especialmente das mulheres, que muitas vezes nunca haviam tido permissão para falar.
Uma das mais impactantes é a da menina e da mosca — dolorosa, simbólica e quase insuportável. Há também o relato de uma mulher que acreditava que o silêncio e a obediência seriam recompensados, mas descobriu que a dor podia ser eterna.
"Minhas esperanças foram completamente destruídas. Minha própria mãe me dizia que tolerasse os abusos de meu pai. Onde estava a justiça disso?"
Essas vozes atravessam as páginas como gritos abafados que, enfim, ganham eco.
A leitura ganha ainda mais força quando compreendemos o que se passava na China:
Antes de 1966: o fracasso do Grande Salto Adiante deixou milhões mortos por fome.
Durante a Revolução Cultural (1966–1976): perseguições, prisões, humilhações públicas e campos de “reeducação”.
Após 1976: com a morte de Mao Tsé-Tung, inicia-se um processo lento de reconstrução social, econômica e institucional.
As mulheres foram as mais afetadas: perderam direitos, carreiras, filhos, identidade.
Desde as reformas de Deng Xiaoping, a China passou por uma explosão econômica. Mas questões de gênero continuam marcadas por:
Controle estatal sobre corpos (como a política do filho único até 2015)
Patriarcalismo profundo, mesmo com leis de igualdade
Pressão estética, econômica e familiar sobre as mulheres
Mesmo hoje, feministas são perseguidas, e a liberdade de expressão ainda é limitada. Xinran nos ajuda a perceber que a luta continua, sob outras formas.
Quando li esse livro, eu enfrentava desafios no trabalho e havia perdido meus hamsters — criaturas pequenas que faziam parte do meu cotidiano e do meu afeto. As histórias de Xinran, paradoxalmente, me acolheram. Me fizeram entender que há dores universais e que ouvir o outro também pode ser uma forma de sobreviver.
"Eu costumava sonhar que encontraria um jeito de lavar a minha dor, mas será que posso lavar a minha vida?"
As Boas Mulheres da China não é só um livro de histórias. É um arquivo de memórias que quase foram apagadas. Um grito por justiça, por empatia, por memória.
"Quando alguém mergulha nas próprias recordações, abre uma porta para o passado; a estrada lá dentro tem muitas ramificações, e a cada vez o trajeto é diferente."
Quais vozes estão sendo silenciadas hoje, aqui, ao nosso redor? Afinal de contas, tanto aqui quanto na China, ainda estamos muito distantes de um mundo seguro para nós, mulheres.
Em clima de reflexão, o Mary Recomenda de hoje chega ao fim, mas você pode acompanhar nossas análises anteriores, caso queira. Obrigada por chegar até aqui, um forte abraço e até sempre!
Para a alegria de vocês, o Mary Recomenda desta semana já está no ar e a indicação, inclusive, pode ser uma boa pedida para o feriadão. Naturalmente, não é um livro indicado para todos os públicos porque não se trata de uma leitura tão simples e fácil, porém, se você é aquela pessoa que topa qualquer desafio, te convido a conhecer Amêndoas, da escritora sul-coreana Won-pyung Sohn.
Em celebração ao Valentine's Day, lembrei-me de um livro lido em 2021, que me marcou muito a ponto de eu escrever meus sentimentos a respeito da leitura. Com vocês, Beleza Perdida, de Amy Harmon, publicado originalmente em 2015. O título já é bastante chamativo, a capa também sugere ao leitor uma primeira impressão importante. Iniciei pensando ser um suspense, mas fui arrebatada por uma história de amor, logo eu, que detesto romances. Se toda regra tem sua exceção, eis o caso.
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A temporada de 2025 está no ar. |
Estamos de volta, caros amigos do OCDM. A temporada 2025 de Mary Recomenda começou em altíssimo nível, com Contos do Esconderijo, para não nos esquecermos jamais das consequências do ódio e do extremismo. A Cachorra, da escritora colombiana Pilar Quintana, divide opiniões, mas cumpre com muito brilhantismo o objetivo de envolver os leitores.
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Estavam com saudades das minhas recomendações?
Se sim, tenho uma excelente notícia: a temporada 2025 já começou.
Hoje é dia de Mary Recomenda e também de lembrar do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, comemorado no mundo todo em 27 de janeiro. A data também nos recorda do décimo-segundo aniversário daquela tragédia sem precedentes em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que comoveu o nosso país, no entanto, tenho textos no arquivo do OCDM/WNBM, que vocês podem conferir.
A indicação de hoje é de um livro escrito por uma vítima do Holocausto que sofreu na pele os terrores de um campo de concentração. Embora ela não tenha sobrevivido para respirar os ares de liberdade e presentear o mundo com mais histórias, seu legado nos inspira até hoje.
Mesmo tendo sua voz duramente silenciada em agosto de 1944, Anne Frank nos deixou um diário que serve de exemplo em vários sentidos e nos mostra que a esperança de dias melhores resiste até nos momentos mais sombrios.
Tenho um caso de amor com ilustrações e nunca imaginei depois de adulta que voltaria a gostar tanto de HQs. Boa sorte, da mesma autora, me marcou bastante.
Deslocamento — Um diário de viagem, uma HQ autobiográfica de Lucy Kinsley, narra uma viagem feita pela autora e pelos avós dela em um cruzeiro no Caribe. As ilustrações são um espetáculo à parte, tanto quanto a oportunidade de acompanhar trechos do diário do avô de Lucy, que foi piloto na Segunda Guerra Mundial.
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Francisco Cuoco (Salviano) e Betty Faria (Lucinha), protagonistas do folhetim de Janete Clair |
Pode ser que, depois de dormir, eu encontre alguma coisa para aceitar a vida que me espera.
A última recomendação foi sensacional, não que a de hoje não seja, mas presumo que o livro de hoje seja apropriado para quem busca sair de uma ressaca literária ou mesmo ler algo mais leve em meio às leituras obrigatórias e aquelas que nos deixam com um nó na garganta.
Com certeza, os amantes de gatos, café e histórias que nos deixam com o coração bem quentinho se interessarão em conhecer os gatos que vivem no Neko Café, livro de estreia da escritora Anna Sólyom, apadrinhada por outro grande autor, Francesc Mirales, conhecido pelo livro Amor em Minúscula, onde também temos a presença de felinos no desenrolar da história.
Capa de Neko Cafe em uma edição francesa (Reprodução/Univers) |
Um clichê romântico homoafetivo foi uma proposta interessante e não deixou a desejar nesse sentido porque tivemos muitas cenas fofas e quentes do nosso OTP. Às vezes, no entanto, as ações ficavam mais lentas e dava certo cansaço de ler, mas segui firme no propósito.
Especial - 2 de Maio: Dia Nacional do Humor Feliz Dia Nacional do Humor! O 2 de maio é o dia dedicado a uma das formas mais poderosas de con...