Sobre a escrita, a construção dos personagens e a riqueza de detalhes: cinco estrelas. A leitura flui com naturalidade e, ao mesmo tempo, nos provoca desconfortos necessários.
Alguns leitores já compararam essa obra com O Grande Gatsby em certos aspectos — e embora eu também perceba ecos entre eles, prefiro não me aprofundar para evitar spoilers. O que posso adiantar é que a premissa nos conduz a um Brasil dilacerado, tomado pela desesperança, onde a população está farta da classe política e a tal “esperança” respira por aparelhos.
É nesse cenário que entra em cena o protagonista: um ditador… honesto. A proposta parece contraditória? Pois é justamente esse o charme do livro.
O autor nos convida a refletir: será que resistiríamos ao fascínio de um discurso eloquente, que promete dias melhores, paz e ordem? Saberíamos viver em um país que, ao contrário do caos, experimentasse estabilidade? E mais: saberíamos valorizar essa paz?
Afinal, o que é paz? A ausência de guerra? A ausência de problemas? Algo tão raro que se torna incômodo? E se a paz, levada ao extremo, despertasse nas pessoas um desejo secreto por um pouco de caos, só para romper a apatia?
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