Mary Recomenda | Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki — Baek Se-hee

O Mary Recomenda de hoje presta tributo a uma autora que partiu recentemente, cuja perda nos deixou em estado de choque, consternação e profunda tristeza. Na última semana, recebemos a notícia da precoce morte da escritora sul-coreana Baek Se-hee, com apenas 35 anos.



Li Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki no começo do ano e, embora a leitura tenha ficado arrastada no fim, lembro do impacto silencioso que ela causou — aquela sensação de estar sendo compreendida sem precisar explicar tudo. Hoje, reler trechos ou pensar nesse livro já dói de outro jeito.
Mais do que um relato sobre depressão, o livro é um registro de conversas reais entre a autora e seu terapeuta, um diálogo calmo, sem julgamentos, onde cada sentimento tem espaço pra existir.
Baek não escreve para ser heroína nem para se justificar. Ela escreve para entender-se — e, sem perceber, entende também a nós, leitores que carregamos pequenas tristezas diárias. Talvez seja por isso que suas palavras atravessaram fronteiras: porque não prometem cura, apenas companhia.
Lembro que o que mais me marcou foi a forma como o terapeuta dela escutava, sem pressa de corrigir, apenas acolhendo, sem ouvir só para discordar, mas com carinho e respeito, ética profissional e empatia, características que são quase escassas em profissionais dedicados a cuidar da saúde mental dos outros.
Às vezes, é isso que falta no mundo: alguém que ouça sem querer resolver tudo.
📖 “Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki” é um livro sobre o desejo de continuar existindo — mesmo que aos poucos, mesmo que entre lágrimas e pratos de comida simples.
E hoje, ele continua sendo uma lembrança doce e necessária de que a vulnerabilidade também é uma forma de coragem.
Rubem Alves dizia que a ostra, ferida pela dor, produz uma pérola o sofrimento se transforma em beleza. Baek Se-hee fez isso com as palavras. Transformou o que doía em algo que pudesse acolher. E mesmo que tenha partido cedo demais, deixou o brilho silencioso de uma escrita que entende, consola e permanece.
Baek Se-hee continuará viva por meio de seu legado, a arte ultrapassa fronteiras e perdura pela eternidade. Obrigada por tudo!

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