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1000 cartas de amor | A joaninha e o vaga-lume

 


Querido vaga-lume,

Às vezes, me pego pensando em tudo o que somos, sem nomear, sem pressa. O que existe entre nós não precisa ser colocado em moldes, porque ele é mais livre do que qualquer rótulo. É uma parceria que já se construiu, talvez sem percebermos, que tem a força de um amor que ainda está por vir, mas já é. Eu me vejo em você de uma maneira que nunca imaginei ser possível, e a sensação de ter você ao meu lado é como encontrar uma canção que sempre soube que existia, e só agora se revela.

Você é o homem que, em silêncio, lê as rimas da minha alma. Seus olhos sabem mais de mim do que as minhas palavras podem contar. E, quando o peso do mundo me curva os ombros, você está lá, se agachando na minha frente, tomando as minhas mãos e me abraçando com uma profundidade que toca onde a dor se esconde. Não há necessidade de explicações quando estamos juntos. A simplicidade do nosso entendimento é mais valiosa do que qualquer conversa cheia de palavras vazias.

Você não tem medo do meu silêncio, porque sabe que, nele, há mais do que posso verbalizar. E a beleza disso é que, assim como eu, você também sabe o que significa ver o outro crescer e conquistar seus próprios sonhos. Te ver desabrochar, pintar sua magia num mundo tão cinza, é a maior realização para mim. Eu não quero ser o único a te apoiar nesse caminho, nem o último. Eu só quero estar ao seu lado, em qualquer ponto da sua jornada, sendo o melhor que posso ser, sendo só amor.

Esse amor que me une a você não busca ser o primeiro nem o último. Ele não é ansioso, não carrega pressões nem desconfianças, simplesmente flui. Como um riacho, que toca as pedras e segue seu caminho, sem pressa, com a certeza de que encontrará seu lugar na imensidão da fonte. A espera, as agruras, as incertezas… tudo isso desaparece quando se encontra alguém como você.

E você, meu querido, é o meu vaga-lume. Aquele que brilha suavemente na escuridão, iluminando meu caminho, me guiando sem pressa, sem cobrança. Somos como o vaga-lume e a joaninha, duas pequenas luzes que se encontram e se completam no silêncio de um amor que cresce sem pressa de ser definido, porém, já é profundo, já é real. E, embora eu ainda não tenha vivido isso com você, eu sei que, quando chegar, será exatamente como imagino: livre, completo, profundo. O tipo de amor que não exige nada além de ser.


Com todo o meu carinho,
sua joaninha 

Ditados do orgulho ferido

    

    Desejamos muitas vezes aquilo que somos impedidos de possuir. Não há novidade nenhuma no preâmbulo destas considerações, apenas uma incitação para se pensar além do óbvio, do que alcunhamos “senso comum”. Certos lacrimosos clamores estão ligados ao orgulho ferido, incapazes de abandonar a infância, romantizando a lembrança criada para suportar a clareza cirúrgica da realidade.

O que diz um beijo no olho?


"Os cílios dedilhados aceitam a aproximação dos lábios inspirados. Os olhinhos estão fechados, mas as sinestesias estão mais intensas do que nunca. A revolução se dá na direção certa: atingir o coração de quem se ama." 
— Mary  🪻

sempre foi um poema de amor 💞



o amor não prende-se a falidas convenções,
ama-se sem medidas, sem impor condições.
reconheço o amor na essência de quem amo,
tampouco amo um em detrimento de outro.
cada sentimento corresponde ao que se vive.
com cada pessoa, cada vez mais aprendo a amar.
a isso os moralistas chamam de libertinagem,
eu, por minha vez, entendo por liberdade.

— sempre foi um poema de amor 🪻




um poema com o seu nome 🥰

 


apossar-se do sentido,
captar a frequência,
explorar a sintaxe,
decodificar o indizível;
sintetizar para transcender
as nuances do afeto.

um poema com o seu nome

a rosa mais feliz de todas as rosas 🌹



ela era uma rosa como todas as outras
num canteiro que ladeava um belo jardim.
desejava asas mas tinha espinhos,
acostumada a viver sem carinho,
sonhava acordada e dela as outras davam risada.

a joaninha dizia:
não perca a esperança,
amiga minha,
o amor há de te encontrar,
seja paciente!
a sorte pode ser traiçoeira!

ela era uma rosa como todas as outras
não era raposa mas também sabia cativar,
mãos erradas poderiam do jardim arrancá-la.
as outras rosas costumavam zombar dela.

sempre sozinha, que insucesso!
cuidado porque o tempo passa,
a idade chega,
fica cada vez mais difícil encontrar alguém,
que dirá alguém que preste,
debochou a rosa pretensiosa.

antes solteira a ser refém da sorte traiçoeira,
repetiu baixinho a sensata rosa,
o amor é necessário e o entendimento também.

ela era uma rosa como todas as outras
até a tarde em que um belo e sensível clique
fez dela a mais bela de todas as rosas do jardim.
os olhos dele fulgiram nesse doce encontro
e, dessa forma, ela viveria para todo o sempre.

as outras rosas olhavam-na de cima a baixo,
tinham os cravos comendo em suas mãos
e desdenhavam da ideia de um dia a pobre rosa
conquistar um amor para a vida toda,
inconformadas estavam porque esse dia chegou.

o que aquele beija-flor tão maravilhoso
viu naquela rosa tonta e sem graça?
ela é tão estranha, esquisita,
ela nem sequer é uma de nós!,
murmurou uma rosa pretensiosa.
o que ela tanto tem que eu não tenho?

ela costumava ser uma rosa como todas as outras,
vivendo um dia de cada vez, como tinha de ser;
distraída e à procura de novos defeitos a odiar,
o cravo a via de longe, a primeira flor da primavera,
tão linda, tão desprendida, tão doce e tão singela.

sou uma rosa igual a todas as outras,
o que você enxergou logo em mim?,
quis saber a apaixonada rosa.

enxerguei em seus olhos o fim de uma busca,
a busca pelo amor que sempre sonhei,
que não era miragem nem delírio,
seu toque macio despertou sonhos antigos e esquecidos,
destroços de intermináveis tempestades pelo entorno
não intimidaram o desabrochar da primavera.
seu amor me trouxe de volta para casa.
não almejo possuí-la com violência,
tampouco tenho pretensões de aprisiona-la
em uma fria e impessoal redoma.
amo você desde o primeiro olhar,
de você pretendo sempre cuidar,
pode haver muitas rosas aqui nesse jardim,
mas você é a única para mim!

desde então,
ela não é mais uma rosa como todas as outras,
ela é a rosa mais feliz de todas as rosas.

- a rosa mais feliz de todas as rosas 🌹

fetiches

 


afáveis e cálidos braços envolvem-me
respirações entrecortadas,
o olhar cúmplice depois do beijo,
as continuações,
as roupas vão ficando pelo chão,
seus dedos tocam uma canção,
sou apenas sua.
estamos em casa.

se nuvens derramam lágrimas furibundas
e ventos tempestuosos prenunciam perigos, não tememos.
nós já protagonizamos esta cena diversas vezes,
no entanto, nossos personagens tinham nomes distintos,
os cenários de outrora são nossas
"saudades do que afirmamos nunca ter vivido".
estamos em casa.

se nós sempre nos reconhecemos
em meio ao turbilhão de deveres mundanos,
sabe-se que o esquecimento nunca apagou as impressões
que nos reconectam àquela parte da nossa essência
— tão necessária para que o ritmo do processo de evolução não enfraqueça —,
tampouco o apreço responsável
por tão memoráveis encontros de almas, corpos e intenções.
estamos em casa.

toques sagram reencontros e sanam tão doloridas ausências,
fecho os olhos e continuo sonhando,
após uma vida de tombos e desencontros
eis o sim para o sonho que hoje faz da realidade a poesia
porque ela é a sensível ilustradora
dessa história que nunca terá fim,
apenas breves intervalos entre os atos.
estamos em casa.

- fetiches


Curitiba, 06 de julho de 2022.

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