Atualmente vivemos ciclos distintos. A dimensão da distância parece
maior, quando vejo milhares de casais (quero crer que estejam mesmo)
apaixonados celebram o amor. Aqueles que perderam o seu estão devastados, tudo
faz lembrar quem já se foi. Aqueles que ainda não amaram se fazem de
indiferentes. Aqueles que gostariam de sentir o amor em plenitude não são
recalcados, só não sabem explanar assertivamente que não é o materialismo
envolvido, mas a recordação.
Sinto mais prazer em
oferecer um presente do que em ganhar, no entanto, gosto quando alguém olha para
algo e se lembra de mim. Nada pode ser mais recompensador e belo que ver o
sorriso emocionado de uma pessoa querida. Tudo vale a pena. Viver faz mais
sentido quando o coração está preenchido pelo amor, não somente o romântico, no
entanto, sim, esse eu queria experimentar.
É por isso que dia 12 de
junho me entristece. Porque eu queria que fosse o último sem você. Porque eu
não posso te abraçar, te beijar, te ouvir, cuidar de você, ser a mão que te
acalenta e te segura nas marés bravas, me sentir segura no seu colo, desvendar
sua alma te olhando fundo nos olhos. Porque ainda não é a minha hora de te encontrar.
Enquanto você não vem, me ocupo com algumas missões que preciso cumprir.
Você também possui as suas. Podemos nos ajoelhar no meio do caminho e pedir um
pouco de arrego. Devemos progredir no nosso próprio ritmo, jamais forçar os
fatos, o amor gosta de nos encontrar, ele gosta de fazer as coisas do jeito
dele.
Às vezes, a solidão espreme meu coração porque eu queria ter um sinal do universo de
que você está por perto, de que um dia poderei te contar as histórias curiosas
e engraçadas (e até as não engraçadas) da minha vida e você da sua, que um dia
estaremos ouvindo música e você querendo espiar o que estou produzindo no
laptop do lado.
Escrever é aliviar esse peso
na alma. O da angústia de dias que soam tão repetidos. De saber que sou a piada
para algumas pessoas que já cruzaram com achados e não souberam dar o devido
valor, acusando a mim de ser imatura porque no lugar de procurar amores vazios
em copos cheios de álcool, prefiro me preservar e aguardar, por mais que a
espera se revele cansativa. Como hoje. Quando penso que todo mundo já
ganhou um beijo de amor, uma música em dedicatória, um versinho que seja, já
sentiu aquele frio na barriga, e eu ainda não.
O que me conforta quando
sinto medo de morrer sozinha é olhar para a lua e recarregar as esperanças de
que você está em algum lugar desse universo e um dia estaremos de mãos
dadas, numa noite estrelada, a caminhar pela praia, sorrindo à toa, com o
coração grato por tudo que nos fortaleceu e nos permitiu o milagre de viver um
sentimento verdadeiro, algo raro em tempos onde tudo é banalizado.
Pode ser que esse seja, de
fato, o último ano sem você. Pode ser que não. De qualquer forma, saúdo o amor
em todas as suas vertentes. Porque respiro o amor. A Deus. Pela minha
família. Pelos meus pets. Pelos meus amigos. Pela escrita. Por tudo que me
roube sorrisos. E pelo seu, que ainda
nem senti, mas posso garantir que quando te encontrar, será como se já tivesse
te conhecido há séculos. O amor que liberta e cura. O amor que todas as pessoas
deveriam passar por essa vida e senti-lo.
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