Mostrando postagens com marcador traduzido pelo brilho dos meus olhos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador traduzido pelo brilho dos meus olhos. Mostrar todas as postagens

Existe também o tempo de parar pra ouvir o que o coração tem a dizer



Olá, amigos e amigas, visitantes e até mesmo aqueles que preferem ficar nas sombras, tudo bem com vocês?
Hoje venho compartilhar um pouco sobre uma decisão que tomei recentemente: minha saída do Wattpad. 

Por que decidi dizer adeus ao Wattpad


Foram quatro anos na plataforma e, apesar dos aprendizados, decidi seguir novos caminhos. Reconheço que ela pode ser perfeita para muitos escritores, mas descobri que não era o meu lugar. Não foi uma decisão fácil, mas agora, três semanas depois, sinto que foi a escolha certa.
O Wattpad, para mim, não se encaixava. A competitividade, o foco em números e alguns comportamentos desanimadores tornaram a experiência frustrante. Por mais que tenha bons livros, o ambiente muitas vezes pareceu mais sobre interesses pessoais do que sobre compartilhar histórias. 
Não quero menosprezar quem permanece lá, pois sei que pode ser um espaço maravilhoso para muitos, porém é como aquele remédio que funciona para um amigo, mas te faz mal. Foi o que aconteceu comigo, e percebi ser hora de seguir outro caminho.

Redescobrindo a liberdade criativa


Atualmente, considero estar de férias da escrita. Tenho aproveitado para ouvir meu coração, organizar pendências e olhar para frente. Por isso, o que compartilho aqui no blog são reflexões, pensamentos soltos e ideias inspiradas na Malacubaca, sem a pressão de criar constantemente. Aqui me sinto livre para escrever, sem me preocupar com métricas ou competições.
Ao migrar para o Inkspired, redescobri um detalhe que fez toda a diferença para mim anos atrás: a possibilidade de programar postagens. Esse recurso me permite planejar e organizar o conteúdo com antecedência, como fazia no meu antigo Webnovelas by Mary. Lá, embora lido por amigos e conhecidos, era o meu mundo. Era onde eu ditava o ritmo, agendava capítulos e conseguia até produzir material para divulgação enquanto me dedicava a outros projetos. Sinto que estou resgatando essa sensação de controle e liberdade criativa.
Aqui, no blog, encontro um espaço autêntico e tranquilo para escrever o que quero e como quero, sem expectativas externas. E esse é o meu propósito no momento: estar livre para criar, ouvir meu coração e continuar escrevendo para quem realmente aprecia minhas histórias, mesmo que sejam poucos.
Desejo que quem encontra no Wattpad seu lugar de crescimento e oportunidades tenha muito sucesso. Cada plataforma é única e atende a diferentes necessidades. Para mim, o que importa é continuar evoluindo e criando de uma forma que me faça feliz e conectada com meu público.

Meus anos de leitura e resenhas


Hoje gostaria de compartilhar um pouco sobre como meu gosto literário foi mudando ao longo dos anos. Quando decidi incorporar o hábito da leitura na minha vida, costumava buscar os livros que estavam na moda. Muitos deles li por serem idolatrados em blogs ou por terem adaptações para o cinema. Mas, no meio desses sucessos que decepcionam às vezes quem cria muitas expectativas, acabei descobrindo grandes trabalhos e autores incríveis.
Foi nesse período que surgiu meu objetivo de resenhar livros. Queria criar resenhas completas, como as que a UFPR pedia, para ajudar quem estivesse procurando por essas obras. Minha ideia era oferecer uma “segunda opinião” sobre títulos que eram muito resenhados ou, em alguns casos, quase desconhecidos. Afinal, do mesmo jeito que há quem odeie livros que amei, também existem aqueles que adoram obras de que eu não gostei. No entanto, isso é papo para outro dia…
Este ano, confesso não haver lido tanto quanto gostaria. Alguns imprevistos e retrocessos acabaram tirando minha concentração, então cada livro lido tem um significado especial. No momento, estou tentando terminar A Cabana. Iniciei em 2010, mas, naquela época, abandonei o livro por estar em outra fase da vida. Após assistir ao filme no ano passado e me emocionar profundamente, decidi dar uma nova chance à obra.

Achadinhos no sebo: as obras de Lino de Albergaria


Se voltar a resenhar, quero fazer isso com organização, como fazia antes: estipulando um dia e horário fixos para as postagens e escolhendo cuidadosamente os livros. Minha prioridade seria resenhar a série do Lino de Albergaria, que começa com Miguel e a quinta série e termina com Chico e Edu e a oitava série
Meu favorito é o terceiro volume, o da Márika e a sétima série, foi uma personagem principal que superou todas as expectativas, além de ser inteligente, observadora, perspicaz e nos propor reflexões importantes também. 
É uma série sensacional, e fico imaginando como seria se o autor tivesse escrito sobre essa turma no ensino médio. Seria incrível acompanhar a Pat e o Miguel no último ano da escola, descobrindo o que cada um decidiu cursar na faculdade. Mas, por enquanto, não posso prometer nada, pois precisaria reler os quatro volumes para fazer resenhas decentes, o que não será possível no momento.

Siga-me no Inkspired


Ah, e falando em histórias, convido vocês a me seguirem no Inkspired:


Para ler as histórias, não é necessário cadastro. Mas, se quiserem deixar um coração, seguir a história, comentar ou fazer um review, basta criar uma conta. Prometo que sigo de volta e não fico dando unfollow. Só bloqueio quem realmente me perturba, como aquelas pessoas misteriosas que aparecem do nada, inventam mentiras e tentam me desestabilizar. Já passei por isso algumas vezes desde 2012, então aprendi a desconfiar de quem não mostra a cara e força intimidade. Os melhores amigos que tenho surgiram naturalmente, sem pressa ou pressão.

Primeiros Erros: escrevendo com o coração


Por fim, quero agradecer o apoio de vocês com *Primeiros Erros*. Os capítulos estão indo ao ar toda quinta-feira (embora sejam publicados na quarta à noite, já que ainda não consigo programar o horário). Estou no comecinho da história, mas já chorei escrevendo algumas cenas. Ainda tem muita água para rolar, e em breve divulgarei a trilha sonora aqui no blog. Na tag, vocês podem encontrar o conto narrado pela Lola que deu origem a essa história.

Desejo a todos uma ótima e abençoada semana! Até mais! ♥

Traduzido pelo brilho dos meus olhos - Capítulo 25 - Alô...


“No brilho dos seus olhos tive o presságio de um futuro bom, que ignorei por não merecer, porque eu não me julguei boa o bastante para receber esse amor tão bonito que você me deu, quando você viu na apatia dos meus olhos aquela menina esperançosa que eu era, com tantos sonhos, tantas ambições, tanta força. Você viu no calor das minhas lágrimas que considero cada uma das suas palavras e não te omitiria um segredo, mas parti seu coração não sabendo amar, portando-me com certa rispidez, mantendo-me quão distante pudesse. Era a minha defesa. Meu coração está machucado, meus pensamentos bagunçados, e eu ainda quero que você fique, quero que seus olhos desnudem os meus e sua boca cole com a minha e me diga (mesmo sendo mentira) que tudo haverá de ficar bem. Se eu pudesse remexer nos manuscritos do destino, sem pretensão para tal, digo que suas asas me seguraram e não haverá um só dia em que eu não tenha orgulho de ser sua, porque deliberadamente almejo, para você, que é meu verso e canta a música do meu coração até quando não quero escutá-la.”

Traduzido pelo brilho dos meus olhos - Capítulo 21 - Separados pelo intercâmbio


Antônio e Veridiana voltaram a se encontrar. Elis era a única que guardava aquele segredo, sussurrando para que as paredes não amplificassem outra desilusão de Margarida.
— Maninha, as fuxiqueiras da cidade estão entretidas com os galãs sertanejos, mas, sendo como for, nossa mãe pode ficar sabendo disso.
— Eu sei, mas gosto do Antônio.
— Ele te abandonou quando você mais precisou dele.
— Ele não me abandonou.
— Que nome se dá àquilo que ele fez contigo?

***
Antônio e Veridiana estavam namorando quando perderam a virgindade e o rapaz foi convocado pela universidade a participar de um intercâmbio na Islândia. Concorrendo a apenas uma vaga com mais de cinquenta inscritos, o conquistador desastrado foi o único selecionado no estado. Era uma chance imperdível não apenas pela oportunidade de conhecer outro país, mas pelo acréscimo no currículo, pelas experiências, a sonhada independência. A irmã de Elis não reagiu bem à notícia, porém apoiou o namorado, embora escondesse dele a grande bomba: sua menstruação atrasada já era uma gravidez confirmada.
No último encontro Veridiana estava indiferente, retribuindo os beijos por obrigação, calada.
— Vamos ficar tanto tempo sem se ver e você não me diz nada.
— Você já fez suas escolhas, Antônio.
— Isso não quer dizer que eu não goste de você. Antes mesmo de te conhecer eu já sonhava com esse intercâmbio, lutei muito para ser um dos selecionados…
— Eu não estou te impedindo de correr atrás do seu sonho.
— Sei que você não quer ficar longe de mim, eu também não quero ficar longe de você, mas um dia, quando formos embora dessa cidade, você irá me agradecer por todos os sacrifícios que estou fazendo, não só por mim, pela minha família, mas por você também.
Veridiana sabia que por trás daqueles óculos pesados existia beleza. Não escolheu Antônio por nenhum atributo em especial, mas porque ele fazia com que ela se sentisse bem. Ele era desajeitado, sem nenhuma habilidade para contar piadas, alguém que na adolescência pouco se divertiu, como ela.
— Promete para mim uma coisa, Veridiana, querida?
— Fala…
— Promete que vai tentar aguentar firme esse tempo todo até eu voltar?
— Prometo.
— Não senti muita firmeza nas suas palavras.
— Como se fosse fácil ficar longe de você.
— Não vai ser para mim, imagina para você.
Veridiana abraçou Antônio pela última vez e enfrentou a fúria de Margarida ao contar que esperava um filho do namorado. Ser mãe solteira naquela cidade ainda era a maior vergonha que uma família tradicional poderia sofrer. Divórcios eram execrados. Omitido o intercâmbio, construiu-se a (equivocada) fama de cafajeste do rapaz que jamais soube da existência da filha.

****
— Veridiana, você escondeu a verdade do Antônio?
— Eu não iria arruinar os sonhos dele na véspera.
— Ele não sabe que a Jéssica é filha dele?
— Nem lhe passa pela cabeça.
— E você não acha que está na hora de enfrentar todo mundo se vocês se gostam de verdade?
— Não terá perdão!
— Só não terá se você continuar escondendo todo esse mistério, irmã. Falo por mim, não é vida ficar sufocada, cheia de segredos. Pelo amor de Deus, nossa mãe não é um monstro, é só uma mulher que teve o desprazer de ser criada sob costumes muito repressivos, mas acredite, ela está mudando e se você a ama pelo menos um pouco, deve ser honesta.
— Sei que devo me preparar para o pior.
— Pior só vai ficar se você se esconder de si mesma.
— Sabe, Elis, eu nunca pensei que um dia a gente iria conversar tão abertamente sobre essas coisas.
— Eu também não, mas a vida sempre trata de nos surpreender.
— Que o diga você, que era toda menininha, encabulada e desabrochou, virou um mulherão.
— Simplesmente comecei a valorizar o meu primeiro amor.
— O Léo?
— Não. A mim mesma. Gosto de mim o bastante para poder gostar de alguém.
— Mas e quanto a você e o Léo? Todo mundo sabe que você sempre gostou dele.
— Sempre gostei da ideia de gostar dele, não de quem o Léo era, ou melhor, é. Eu gostava daquele Léo que era meu herói, me salvava das chacotas na escola, das noites de solidão, mas entendi que ele não poderia me salvar de ser quem sou, que assim como eu, também tem dúvidas, medos, angústias, defeitos. O Léo da minha imaginação não falava, não agia, era a mim moldado, existindo lá nos meus sonhos, não na realidade. Amar assim é chato. Não tem toque, não tem luta, é um sonho o qual ele nunca tomou conhecimento e mesmo que tomasse, não estávamos em sintonia.
— Você o esqueceu, é isso?
— Minha cabeça está confusa demais para te responder.
— Eu te via tão frágil, indefesa, sempre escondida naqueles moletons largos, sem expressão e agora te vejo tão decidida, tão madura. Será que eu nunca te percebi de verdade?
— Antes costumávamos brincar de boneca juntas; andar de bicicleta, subir nos pés de ameixa da mãe do Matt e depois negar tudo, fazer piquenique na cachoeira, entrar no quarto da Pati para ler os diários dela, mas depois você encontrou suas amigas, começou a namorar e foi me esquecendo. Eu também fui me distanciando, isolada no meu mundinho particular, como se isso não fizesse mais diferença, sempre sentindo saudades da sua amizade que me fazia tanta falta…
— Eu sempre te admirei tanto, Elis. Você não desistiu de ser médica, né?
— Nunca.
— Sei que você vai ser uma grande médica algum dia.
Elis e Veridiana estariam sempre unidas pelas boas lembranças de uma infância feliz e bem aproveitada.
— Se você não souber o que fazer, peça orientação à sua intuição. Ela nunca falha.
Foi o melhor conselho que Veridiana recebeu.

****

— Diga-me o que quer, Veridiana. — Margarida gostava de assistir televisão no quarto e só desligava quando o talk show de entrevistas acabava. Estando aposentada, restava-lhe aproveitar as noites, o antigo emprego a obrigava a dormir cedo.
— Precisamos conversar.
— Tem de ser agora?
— Eu poderia esperar até de manhã, mas já esperei tempo por demais, mãe. — Veridiana sentou-se na cama da mãe.
— Não me diga que está grávida de novo, Veridiana? Quando é que você colocará essa cabeça oca no lugar? Eu já estou farta de te dar conselhos e você desperdiçá-los.
— A senhora não sabe da verdadeira história.
— O que sei a seu respeito já me basta.
— A senhora precisa me dar essa chance de falar.
Margarida abriu a primeira gaveta do criado-mudo, alcançando com um dos braços a cartela de calmantes, ingerindo um e engolindo-o com o auxílio de um copo de água.
— Quando você vem me contar suas bombas, penso até quando meu pobre coração vai aguentar ser maltratado.
— Essa pode ser a última vez que eu te incomode.
— Que assim seja, Veridiana, pois estou no meu limite com você.
— É sobre Antônio.
— Sabia… — Margarida deu um muxoxo, contrariada. — Sabia que boa coisa não era…
— Espere eu terminar de falar, mãe. Por favor… — Veridiana colocou-se de joelhos diante da mãe, no auge da submissão.
— Anda se encontrando com aquele traste depois de tudo o que ele te fez?
— Ele nunca me fez nada.
— Apenas te deixou grávida para ser a piada da cidade… Acha pouco?
— Antônio não sabe da existência de Jéssica.
— Como é?
Margarida sentiria o coração parar.
— Você está tirando sarro da minha cara a essa hora da noite.
— Não, não estou!
— E que brincadeira é essa?
— Tenho 26 anos, mãe, não 16.
— Você passou por cima da minha ordem e voltou a falar com esse rapaz depois de tudo que ele te fez passar.
— Passei por tudo sozinha. Ele nunca soube nem de metade do que enfrentei nesses anos todos.
— Você me decepcionou mais uma vez, Veridiana.
— E você também me decepciona quando passa por mim e faz que sou uma estranha.
— Você deixou de ser minha filha faz muito tempo.
— Isso não é possível.
— Nada do que você faça pode me afetar. Você já me decepcionou o suficiente, Veridiana. Agora, por favor, deixe-me dormir se minha vida vale de algo para você.
— Será que em algum momento você se colocou no meu lugar? Como filha, sempre te respeitei, mesmo quando você faz com que eu me sinta desse tamanho..… Veridiana gesticulou, banhada em lágrimas, a atenção da mãe, um descanso no desprezo infinito. — Será que morri aí dentro de você? Será que não há mais nenhuma chance de você olhar para mim um pouquinho que seja?
— Eu tinha tantos sonhos para você, Veridiana. Eu acreditava que você seria uma grande psicóloga e faria aquelas velhas bruxas da família do seu pai calarem a boca, mas em vez disso você me afundou na vergonha.
— Só porque eu me entreguei a um homem que amo? Fiz o que qualquer pessoa apaixonada faz, vivi esse sentimento, me doei para ele. Eu o amei na forma mais genuína de ser, quando os dois corpos se encontram, mas acima de tudo as almas se comunicam. Jéssica é o fruto disso.
— Não me venha com romantismo de livros porque estou sem um pingo de paciência para isso, Veridiana Diniz.
— Por que é tão difícil assim me entender?
— Porque eu já nem sei mais quem você é.
— Antônio partiu para a Islândia sem saber que eu estava grávida da Jéssica. Ele nem sequer imagina que eu seja mãe de um filho dele.
— Essa é a maior bobagem que eu já ouvi na vida.
— Mas é a verdade.
— Ele faz um filho em você e vai viajar como se nada tivesse acontecido?
— Eu já disse que ele nunca desconfiou.
— Ele é um bronco, manipulador, descarado.
— Ele não é nada disso.
— Pobre de você, tão facilmente induzida… Lamento…
— Antônio não conhece a Jéssica, não tem noção do que aconteceu enquanto esteve ausente. Eu não disse a ninguém que Jéssica é filha dele, apenas Elis, você e eu sabemos.
— O que é pior, pois a cidade inteira pensa que esse filho é de um qualquer.
— E por acaso alguma das fofoqueiras trocou uma fralda da Jéssica? Pouco me importa o que essas mulheres comentam a meu respeito.
— Você teve tanta consideração comigo que preferiu ir morar com seu pai depois de tudo que ele fez contra mim.
— Ele teve muito mais cabeça que você quando eu pedi ajuda. Ele não me deixou chorando debaixo de chuva quando contei que estava grávida, ele não amaldiçoou o bebê que estava dentro da minha barriga, não deu ouvidos aos comentários da Isaura e sua corja, ele me acolheu na casa dele e cumpriu o seu papel com muito primor. Você, que é minha mãe e deveria passar por cima de tudo e todos para me defender, não fez nada por mim. O desprezo foi a sua resposta ao meu abraço, a todos os meus gritos de socorro.
Margarida fazia das filhas um escudo contra o ex-companheiro, demonizando a figura dele com atritos mal resolvidos, as mágoas que culminavam em pequenos transtornos para a alma, os comprimidos ingeridos com hora marcada. O jogo de manipulação prendeu Elis e Patrícia, mas nunca fez de Veridiana uma refém, a ovelha negra.
— Quando saiu o resultado do exame de sangue, era também o último dia dele aqui na cidade, ele estava tão empolgado com o intercâmbio, fazendo mil planos para a volta, me pedindo para ter paciência porque logo estaríamos juntos de novo. Se ele fosse esse mentiroso sem vergonha que você acha que ele é, eu estaria ao seu lado, embora de qualquer forma estivéssemos unidos eternamente pela Jéssica. Isso ninguém poderá mudar.
— Você escondeu isso dele esse tempo todo?
— Eu me sentiria muito egoísta se forçasse Antônio a abandonar o maior sonho dele que era conquistar a vaga para o intercâmbio na Islândia. Ele lutou muito para ser um dos selecionados, não haveria outra oportunidade para ele ir por si só. Cogitei contar toda a verdade, mas vendo-o tão empolgado com a ideia de viver em outro país e acumular conhecimento, deixei para lá. Eu gostava tanto dele que priorizei sua felicidade abrindo mão da minha própria, do meu sonho que era me formar em Psicologia. Nessa história perdi muita coisa, mas sei que fiz o certo.
— Você se tornou piada na cidade.
— Piada porque amei de verdade e abri mão do meu sonho para que alguém que amo realizasse o seu? Sabe o que eu acho? Que essas velhas mal amadas que ficam falando de mim nunca se apaixonaram, são tão vazias que precisam falar dos outros porque as estrelas estão apagadas. No julgamento das nossas vidas contará de verdade não quantas vezes fui para a cama ou saí à noite, e sim o quanto eu amei. Tenho certeza de que amar não é pecado. E se for, eu já pequei e não sei se posso pedir perdão porque continuarei pecando, certa de que amar me deixa feliz, me traz toda a esperança que eu havia perdido pela vida, por mim.
— Mas aquele traste, minha filha.
— Antônio não é um traste, mãe. Ele é uma boa pessoa, só precisa de uma chance.
— Você pretende mesmo contar a verdade a ele?
— Sim.
— Vai precisar se preparar. Pode ser que ele se sinta traído, mas saiba, minha filha, que você tem o meu apoio para falar. A Jéssica precisa do pai. Toda criança precisa do amor de um pai.

2 de maio | Dia Nacional do Humor

Especial - 2 de Maio: Dia Nacional do Humor Feliz Dia Nacional do Humor! O 2 de maio é o dia dedicado a uma das formas mais poderosas de con...