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1000 cartas de amor | Isso é tudo que tenho a dizer (2011)

 


Se você for e não mais retornar, não se culpe, não me amaldiçoe e não me renegue dentro de si. Todas as experiências, independentemente do saldo, têm sua importância.

Se quiser voltar, que seja por inteiro e por um bom tempo!

Poderia depositar minhas expectativas em uma resposta só, mas procuro entender que o fator tempo é crucial.

Não sou indiferente à dor.

Ficarei bem! Eu lhe juro!

As lágrimas varrem o ressentimento da alma.

Não se intimide com minha aparente confiança. Aprendi, desde menina, a sofrer sem fazer ruídos, embora já tenha entrado em contradição diversas vezes, o que contribuiu para solidificar meus sentimentos e não permitir que sirvam de brinquedo a quem não possui boas intenções.

Curitiba, 20 de junho de 2011.

Quando a madrugada sabe o seu nome

No silêncio da noite, ela sentiu o cheiro dele como se a ausência tivesse perfume.
De banho tomado e roupa limpa.
De tranquilidade e ternura, carinho compartilhado a quatro mãos.
Aquele cheiro invisível de jornal recém-impresso, de café passado no início da redação, da saudade de algo que nem sequer aconteceu.
Não tinha toque nem som.
Ela o sentia.

Se estivesse ali, ele deitaria devagar, respeitando o espaço dela como quem aprende os limites de um país estrangeiro... curioso, gentil, fascinado.
Aproximaria o rosto, murmurando qualquer coisa sobre o longo dia, só para quebrar o gelo, para ver se ela ria.

Ela não responderia com palavras, mas com um beijo tímido no ombro, as mãos pequenas indo até as costas dele, como se dissesse: Fica. Não vai. Só essa noite, fica.
E ele ficaria.

Dormiriam enroscados, não como quem se agarra por desespero, mas como quem encontrou o lugar exato entre o mundo e o sonho. Com os corações sussurrando uns aos outros em código morno de pele e carinho.

Ele encostaria o queixo na cabeça dela. Um gesto sem pressa, meio distraído, entendido como "você está segura aqui".
O calor do corpo dele a envolveria devagar, e o silêncio viraria uma linguagem só deles dois.

Ela sentiria o peito dele subir e descer na mesma cadência da sua respiração. As mãos dele, entrelaçadas nas suas, ficariam quentinhas.
O polegar dele faria aquele carinho circular no dedo dela, sem motivo, só para dizer que estava ali, mesmo em silêncio.
E então viria o que ela mais esperava: o peso leve e firme do queixo dele descansando no topo da cabeça dela, como se a marcasse no mundo.
Como se dissesse, sem dizer: “Aqui é onde eu fico.”

E ela ficaria.
E quando a madrugada passasse devagar, ela abriria os olhos e veria que ele ainda estava ali.
Respirando perto.
Presente.
Delicadamente, inteiramente, absurdamente dela.

Não essa saudade arrasadora.
Não mais esse espaço vazio ocupado pela insônia.
Só as pontas dos dedos que terminariam de desenhar esse coração no vidro embaçado como quem decifra um velho enigma, antes de desenhar o contorno dos lábios dela em meio àquele olhar firme onde o tempo para de passar.


Feliz Dia dos Namorados



                Atualmente vivemos ciclos distintos. A dimensão da distância parece maior, quando vejo milhares de casais (quero crer que estejam mesmo) apaixonados celebram o amor. Aqueles que perderam o seu estão devastados, tudo faz lembrar quem já se foi. Aqueles que ainda não amaram se fazem de indiferentes. Aqueles que gostariam de sentir o amor em plenitude não são recalcados, só não sabem explanar assertivamente que não é o materialismo envolvido, mas a recordação.

Como nasce um post dos Cadernos de Marisol ✍️

 


✍️ Como nasce um post dos Cadernos de Marisol

Nem tudo o que você lê aqui começou com uma ideia perfeita.
Às vezes, começou com uma lembrança. Um ruído. Uma injustiça que não me desceu. Uma saudade que me cutucou. Ou um vento estranho que soprou mais forte do que devia.

E se não for como antes?

 📌 Introdução

Uma cena inédita, entre o medo de amar e a coragem de tentar.
Um diálogo que talvez já tenha acontecido com você — ou dentro de você.
Às vezes, a história começa mesmo antes do primeiro beijo.


 A chuva havia parado, mas o cheiro de terra molhada ainda flutuava no ar.

1000 cartas de amor | Para quando o aperto no peito não cabe mais dentro da gente

 


Sabe, tem sentimentos que são tão grandes que a gente sente medo até de olhar nos olhos de quem provocou tudo isso.
Não é vergonha. Não é fraqueza.
É só o coração querendo proteger o que ainda é muito frágil, muito novo, muito sagrado.

Tudo começou numa noite de outono 🥮

Há algo mágico em como os livros nascem. E, no meu caso, A Filha do Meio surgiu em um momento de total incerteza e dor. No silêncio de uma noite fria de outono, onde o vento parecia trazer consigo mais perguntas do que respostas, eu comecei a escrever, sem saber que aquelas páginas seriam o meu refúgio.

O outono se tornava mais frio, mas havia sempre um cobertor nas costas, um caderno no colo e uma caneta que parecia entender minha alma melhor do que eu mesma.

Foi assim que A Filha do Meio começou. Sem grandes pretensões. Apenas páginas inquietas, rabiscadas à luz das noites silenciosas. Era meu refúgio contra o caos interno, e cada folha preenchida carregava um pedaço de mim, lágrimas incluídas.

A história original seria bem mais densa e dramática, pois eu sonhava em escrever um romance rebuscado que pudesse conquistar alguma editora: intrigas, finais previsíveis e muito chororô comercial. Durante meses preparei o #TitaDay com todo carinho, divulguei cada capítulo com a empolgação de quem descobria um sonho — e, mesmo assim, as mesmas leitoras que pediam romance a plenos pulmões me abandonaram quando descobriram que Simplesmente Tita não girava só em torno de amores adolescentes. Primeiro, pressionaram por mais drama; depois acusaram meu enredo de ter perdido a graça quando o romance não era o centro de tudo; e, por fim, trocaram-me pelas autoras burguesas do Wattpad e pelo “feminismo” de Twitter, com suas sick lit, ficção aborrescente e comédias românticas cheias de clichês manjados — justamente o que o mercado exige. É curioso que quem me cobrava pautas identitárias nunca exigisse o mesmo engajamento social das patricinhas que celebravam seus best-sellers formatados. A culpa não era da Tita, mas minha: por tentar agradar a um tribunal que vendia meu espaço à primeira novidade e por me prender ao que esperavam de mim, esqueci do que eu realmente queria contar.

Foi a Jana quem me salvou. Ao segurar minha mão, ela mostrou que esses dramas forçados não eram a nossa vibe. Ela trouxe para a história — e para a minha vida — personagens de verdade, gente como a gente, que me deram apoio quando eu mais precisei. Enquanto tentava agradar um tribunal virtual, ela me ensinou a escrever sobre aquilo que pulsa no peito de cada um de nós: famílias simples, lutas diárias, sem salvar o mundo por amor de um homem.

Hoje, a Jana é aquela protagonista impossível de não amar: não vive de frases de efeito nem de finais “felizes para sempre”, mas de coragem para florescer em terreno árido. Ela me mostrou que vale muito mais criar histórias atemporais e honestas do que encaixar-me em qualquer molde comercial.

28 de abril de 2015 não foi apenas uma data; foi o início de algo que se tornaria a minha salvação. Enquanto a vida desmoronava ao meu redor, eu me agarrei àquelas palavras, àquela caneta e ao caderno, como quem encontra um farol em meio à tempestade. O que parecia ser apenas um desabafo vazio se transformou no meu porto-seguro, meu alicerce em um dos momentos mais difíceis da minha vida.

Lavanda e fúria 🪻 👁️

 

Lavanda e Fúria

Lavanda e Fúria

Ilustração dos olhos
Os olhos que sabiam demais Olhos fundos, como se guardassem noites inteiras sem dormir. Neles, mora o peso de quem já viu demais — e falou de menos. São olhos que brilham sem precisar de cílio postiço, que deixam com cara de ressaca — porque a beleza verdadeira nunca esteve no silicone dos cílios, nem na aflição de querer agradar. São a tristeza de quem já nem forças mais tem para chorar, de quem já desistiu da vida e de si. De alguém que sempre tentou ser igual às outras na esperança de ter uma vida menos dolorosa, mas é diferente demais, não cabe em caixinhas, não aceita ser outra a seguir modinhas vazias. Olhos que falam mesmo em silêncio, que doem mesmo quando o sorriso está no rosto, olhos que enxergam além — e por isso sofrem. Ela não aceita domar a juba natural pra ter aquele cabelo lambido e esticado. Não precisa de blush que pareça insolação. Prefere o bom e velho preto àquela monotonia sem alma das roupas de alfaiataria de baixa qualidade. Clean girl é o caralho. E talvez ainda não tenha a mão dele para segurar, mas do amanhã ninguém sabe. E até lá… escreve. Mesmo que doa. Mesmo que ninguém leia. Mesmo que o mundo diga que não vale a pena. Ela escreve. Porque escrever é a única coisa que ainda a faz respirar inteira.
— Anônima, mas não calada

1000 cartas de amor | Meu amor é também meu melhor amigo

 

Foi apenas uma gota. Um pequeno instante, quase despercebido, mas que pesou como o oceano inteiro dentro de mim. Meu peito já estava cheio demais — saudade, angústia, amor. E, quando aquela gota escorreu, rompeu o equilíbrio que me mantinha de pé. As lágrimas vieram de repente, me envolvendo em um silêncio que eu não conseguia quebrar, como se o mundo inteiro tivesse parado.

De você


Escrito em um momento de grande introspecção e transformação, este texto reflete sobre os desafios de lidar com mudanças, superar traumas e escolher o amor e a empatia como caminhos para crescer.

1000 cartas de amor | Saudade

A saudade é um peso invisível que prende o peito e o aperta até que só reste o vazio. Amo tanto que chega a doer, uma dor que não encontra palavras, um nó que se recusa a se desatar. A ausência dele é um eco constante, sussurrando em cada silêncio, roubando o fôlego como uma maré que nunca recua.

1000 cartas de amor | Amor incondicional

 




O amor incondicional é como um abrigo silencioso que existe para oferecer conforto, não importa as tempestades que passem lá fora. Ele é aquele sentimento que não exige presença constante, nem palavras ditas, porque vive no profundo desejo de que o outro esteja bem.
Esse amor é liberdade para ser, crescer, seguir caminhos próprios, enquanto o carinho permanece firme, como uma raiz que nunca abandona a terra. Ele não tem limites, não impõe condições; é o simples ato de querer que o outro floresça, com ou sem reciprocidade.
E o mais bonito do amor incondicional é que, mesmo na distância e no silêncio, ele nunca desaparece. Como uma chama tranquila que aquece o coração, um lembrete de que desejar o bem de alguém é, também, uma forma de se conectar consigo mesma. Porque amar assim é refletir a generosidade que carregamos dentro de nós e compartilhar um pouco dela com o mundo.


Transbordar do inominável

não sou capaz de definir

os propósitos do inexplicável

só as batidas do meu coração

protegem esse segredo


no entanto,

as palavras escancaram

o que a boca teme falar,

materializa o indecifrável


hoje não estou fazendo sentido

também não faço questão disso

nem sempre consigo me entender


deixo as pontas dos dedos falarem por mim,

o transbordar do pensamento inconsciente,

em linhas ajuntadas para entregar

a percepção encurralada pela rotina

e pelo velho receio de nada “ser para ser”


repousa um desejo pulsante

de quebrar determinadas normas,

sob a couraça da indiferença

dentro de mim não há espaço para ela


de mãos dadas

posso percorrer longínquas distâncias

se nas noites frias eu puder ter um beijo seu.


Ditados do orgulho ferido

    

    Desejamos muitas vezes aquilo que somos impedidos de possuir. Não há novidade nenhuma no preâmbulo destas considerações, apenas uma incitação para se pensar além do óbvio, do que alcunhamos “senso comum”. Certos lacrimosos clamores estão ligados ao orgulho ferido, incapazes de abandonar a infância, romantizando a lembrança criada para suportar a clareza cirúrgica da realidade.

Conselho do Dia: faça o medo sentir medo de você 🩷



Não ceda diante da ameaça, não pare agora, não desperdice anos de dedicação e sacrifício por motivos que daqui a dez anos terão sido bobos demais. Enfrente o medo e olhe-o nos olhos, faça-o recuar, ele não é diferente desses valentões que te atormentam, basta um rosnado seu para fugirem.

11/09/2024

Chegará o tempo em que se perguntar sobre o 11 de setembro, me responderão "ah, eu nem tinha nascido ainda", mas em 2021 eu tinha pensado em um especial da RPN, com a visão dos personagens sobre esta data emblemática que, por assim dizer, marcou o início do século XXI e do novo milênio.

Mary Recomenda | A Pindonga Azarada

Quem gosta de festa junina tem grandes chances de amar a edição extraordinária do Mary Recomenda , em clima de São João. Não vou...