Foi apenas uma gota. Um pequeno instante, quase despercebido, mas que pesou como o oceano inteiro dentro de mim. Meu peito já estava cheio demais — saudade, angústia, amor. E, quando aquela gota escorreu, rompeu o equilíbrio que me mantinha de pé. As lágrimas vieram de repente, me envolvendo em um silêncio que eu não conseguia quebrar, como se o mundo inteiro tivesse parado.
E foi ele quem me alcançou, quem me puxou de volta para a terra firme. Seus braços me envolveram com firmeza e cuidado, e eu afundei ali, naquele colo que parecia feito para abrigar todas as partes do meu coração que estavam despedaçadas. Não precisou dizer nada; seu toque foi suficiente. Ele acolheu minhas lágrimas, como quem entende a profundidade de cada uma, como quem compartilha o peso sem hesitar.
Por um instante, senti algo que nunca tinha sentido antes. Não era só conforto; era pertencimento. Era como se o espaço entre nós nunca tivesse existido. Meu rosto ainda molhado, suas mãos ainda cálidas sobre as minhas, e eu soube que ele não era apenas meu amor, mas meu lar. Meu melhor amigo. Meu refúgio. E naquele abraço, chorei como nunca — não só pela dor, mas pela liberdade de sentir que, finalmente, eu não estava sozinha.
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