É possível viver sem AMIGOS?

 

Escrito originalmente em 2014, este texto reflete um período em que explorei de forma mais intensa os significados de amizade e solidão. Ele fez muito sucesso no meu blog Perguntas, prerrogativas e provocações, e acredito que sua mensagem ainda ressoa nos dias de hoje. Por isso, decidi compartilhá-lo novamente, intacto, para que novos leitores possam refletir e talvez se identificar com essas palavras.

Dizem ser impossível viver sem amigos, porém terei de discordar dessa teoria porque particularmente não tenho amigos. Amigo é uma palavra muito forte, não se pode chamar qualquer um dessa forma.

Amigo é um laço que se estreita com o passar dos anos. 

Amigos não somem.

Amigos se apoiam, se defendem.

Amigos não se acovardam, não escondem o rosto. Tenho colegas, pessoas com alguma ou pouca afinidade com quem converso esporadicamente, sem qualquer vínculo. 

Amigo é presente, não é ninguém com quem falo uma vez por quinzena, duas vezes por mês.

Amigo demonstra que o sentimento é importante, não foge, não se envergonha. 

Eu não tenho amigos, tenho pessoas com quem convivo, mas que não vivem dentro do meu coração, não são irmãos de consideração. 

Se não sou prioridade para eles, por que me assombro? 

Porque há dias em que todos precisam de um abraço, de um ombro amigo, de uma palavra acalentadora, um sorriso amável, de um mimo, de um lembrete sobre o que sustenta essa luta.

Saber que alguém torce por mim, que quando as novidades chegarem, terei para quem contar, com quem comemorar. 

É muito triste não ter com quem conversar e fazer de postagens o meu único contato com o mundo.

Quem vive sem amigos?

Quem os escreve não tem amigos.

Estranho, não?

Perfeitamente aceitável que eu não considere a qualquer um “amigo”, no entanto, é ruim haver dias tão lindos e não ter com quem sair e apreciar a beleza da cidade, dos pontos turísticos, dividir um sorvete, balas e emoções. Os livros preenchem o tempo ocioso, mas nada substitui o contato físico. Nada ainda substitui um abraço apertado.


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