7 de abril | Dia do Jornalista 📰✨

 

Feliz Día do Jornalista (Imagem gerada por IA)

Hoje, 7 de abril, é celebrado o Dia do Jornalista aqui no Brasil. A data surgiu para homenagear Giovanni Battista Líbero Badaró, médico e jornalista italiano radicado no Brasil, que foi um defensor incansável da liberdade de imprensa. Sua morte em 1830, em um contexto de luta por justiça e pela independência do Brasil, marcou simbolicamente a importância do jornalismo como pilar da democracia e da liberdade.
Muito mais do que uma profissão, o jornalismo é uma vocação que carrega consigo um compromisso ético com a sociedade, fortalecendo os pilares da democracia e promovendo mudanças por meio da informação. 📜🖋️

Orgulhosamente, o OCDM preparou uma homenagem a esses profissionais, dentre os quais esta autora se inclui, para não nos esquecermos do valor do nosso ofício. Afinal, vai muito além de dar opinião e criticar sem contexto porque isso é fácil, qualquer um faz, mas produzir algo de valor exige tempo, esforço, dedicação, conhecimento e técnica.

Linha do tempo da História do Jornalismo

Um bom jornalista é aquele que se encanta em entender o mundo onde vive. Ou talvez seja aquele que nunca resiste a uma boa história. Seja como for, o jornalismo é, acima de tudo, uma arte de narrar os acontecimentos que constroem nossa realidade. Então, por que não fazermos uma viagem no tempo para contar a história do próprio jornalismo?

As raízes do jornalismo remontam aos tempos antigos, quando civilizações como os romanos e chineses já buscavam formas de disseminar informações. No Império Romano, por exemplo, as "Acta Diurna" eram boletins públicos diários que informavam a população sobre eventos políticos e sociais. Já na China, no século VIII, os primeiros boletins impressos em madeira circulavam entre a corte imperial. Esses primeiros esforços foram a semente do jornalismo, que evoluiu ao longo dos séculos até se tornar a ferramenta essencial para a informação que conhecemos hoje.

(espaço para o infográfico)

As actas diurnas, consideradas os primeiros registros do jornalismo como o conhecemos hoje. Criadas em 59 a.C. durante o governo de Júlio César, na Roma Antiga, elas eram tábuas de madeira ou pedra onde se registravam os principais acontecimentos da República Romana, como decisões do Senado, eventos públicos e até fofocas sociais.
Essas informações eram expostas em locais públicos para que a população pudesse se manter informada. Como muitas pessoas eram analfabetas, havia pregoeiros que liam as Actas em voz alta para o público. Esse formato de disseminação de informações públicas é visto como um precursor do jornalismo moderno, pois tinha o objetivo de informar e conectar a sociedade aos eventos importantes da época.

A Revolução de Gutenberg


A Idade Média foi um período que se estendeu do século V ao século XV, começando com a queda do Império Romano do Ocidente e terminando com a tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos. Dividida em duas fases: a Alta Idade Média (séculos V a X), marcada pela formação do feudalismo e pela influência crescente da Igreja Católica, e a Baixa Idade Média (séculos XI a XV), que trouxe o renascimento urbano e comercial.
Apesar de muitas vezes ser vista como uma época de estagnação, a Idade Média foi rica em transformações culturais, sociais e econômicas, moldando a Europa como a conhecemos hoje.
A invenção de Gutenberg foi um marco que ajudou a transição para a Idade Moderna, pois revolucionou a disseminação de informações e contribuiu para movimentos como o Renascimento e a Reforma Protestante. Antes disso, os livros eram copiados à mão, um processo lento e caro. Com a prensa, tornou-se possível imprimir textos em larga escala, revolucionando a disseminação de conhecimento. O primeiro grande marco dessa invenção foi a impressão da Bíblia de Gutenberg em 1455.

A prensa móvel teve um impacto profundo na história da humanidade porque ela democratizou o acesso à informação, permitindo que ideias e conhecimentos se espalhassem rapidamente, abrindo caminhos para a educação em massa e a ciência moderna, transformando o modo como as pessoas se comunicavam e aprendiam, inaugurando uma nova era de progresso.


Surgimento dos jornais impressos

Os jornais impressos surgiram como uma evolução natural da comunicação escrita, impulsionados pela invenção da prensa móvel por Johannes Gutenberg no século XV. O primeiro jornal regular reconhecido foi o Relation, publicado na Alemanha, em 1605. Ele marcou o início de uma nova era na disseminação de informações, permitindo que notícias locais e internacionais fossem compartilhadas de forma mais ampla.
Pouco depois, outros jornais com o mesmo formato começaram a surgir em diferentes países, títulos como o Weekly News, na Inglaterra (1622), e o Gazette de France (1631). Os jornais inicialmente traziam notícias governamentais, eventos internacionais e anúncios comerciais. Com o tempo, sua relevância cresceu como meio de disseminar informações em larga escala e conectar diferentes comunidades.
O acesso às notícias possibilitou que os cidadãos pudessem se informar melhor sobre questões políticas e sociais, ou seja, um embrião do conceito de opinião pública que temos hoje. Apesar da censura, esses jornais foram os precursores para a imprensa livre.
Entretanto, em 1702, foi criado o The Daily Courant, na Inglaterra, considerado o primeiro jornal diário do mundo. Esses primeiros jornais eram simples, focados em notícias governamentais, comerciais e eventos públicos.

Revolução Industrial

Divisor de águas para o jornalismo, a Revolução Industrial trouxe avanços significativos para o jornalismo, a exemplo da prensa rotativa, acelerando e barateando a produção de jornais. Esse avanço viabilizou o surgimento de jornais de grande circulação, como o The Times, em Londres. Além disso, os transportes mais eficientes, como trens e navios, permitiram que notícias viajassem mais rapidamente, conectando lugares distantes.
Outro marco foi o surgimento da publicidade como principal fonte de renda para os jornais, o que reduziu os custos para os leitores. Isso democratizou ainda mais o acesso à informação. Os jornais se tornaram ferramentas poderosas para informar e educar, além de influenciar políticas e movimentos sociais.

Surgimento do Jornalismo no Brasil

A incursão do jornalismo no Brasil tem profunda ligação com a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808. Graças à Impressão Régia, trazida pelos portugueses, iniciou-se a produção de jornais em nosso país. O primeiro jornal brasileiro foi a Gazeta do Rio de Janeiro, lançado em setembro de 1808, naturalmente, naturalmente favorável ao governo português.
Ainda em 1808, exilado em Londres, Hipólito José da Costa fundou o Correio Braziliense, que adotou uma postura oposicionista à Coroa e fazia críticas contundentes aos problemas administrativos daquele período, embora fosse publicado na capital inglesa para fugir da censura portuguesa. Este jornal foi proibido no Brasil.
Entretanto, um triste episódio marcou os primórdios do jornalismo brasileiro. Em 1829, o jornalista, médico e político Libero Badaró fundou o jornal O Observador Constitucional. Com uma linha editorial crítica ao absolutismo, defendia ideias liberais e incomodou as autoridades da época. Badaró foi assassinado em São Paulo, em 1830, gerando comoção e protestos durante o reinado de D. Pedro I.
Libero Badaró até hoje é lembrado como um símbolo da luta pela liberdade de imprensa e expressão no Brasil. Sua frase, "Morre um liberal, mas não morre a liberdade", dita em seu leito de morte, permanece como um marco histórico.📜✨
A imprensa brasileira teve um papel de destaque para a abolição da escravidão e da transição de Monarquia para República. Expoentes como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e José do Patrocínio marcaram o jornalismo político e abolicionista.

Século XX - era do rádio e da televisão

Por volta do final do século XIX, surgiu o jornalismo investigativo, com repórteres empenhados em investigar escândalos de corrupção e expor as injustiças sociais. 

Já no início do século XX, o jornalismo adentrou a era da mídia eletrônica. Com a invenção do rádio e sua popularização a partir da década de 1920, o jornalismo desempenhou um papel decisivo para cobrir acontecimentos de grande relevância, em razão da sua própria natureza imediatista, o que permitiu um alcance maior de pessoas, influenciando a opinião pública, informando e mobilizando a população.

Na segunda metade do século XX, a televisão impulsionou uma revolução sem precedentes. Devido à sua capacidade de transmissão de imagens em tempo real, realizou grandes coberturas que marcaram gerações, como a chegada do homem à Lua (1969), o Casamento Real entre o então Príncipe Charles com Diana Spencer (1981), a Queda do Muro de Berlim (1989), a Primeira Guerra do Golfo (1991), os Atentados de 11 de setembro (2001), dentre outros acontecimentos testemunhados por milhões de pessoas ao redor do mundo.

Transformações do Jornalismo no Brasil ao Longo do Século XX

O século XX foi um período de profundas mudanças para o jornalismo brasileiro. Da profissionalização à revolução tecnológica, o jornalismo se consolidou como uma atividade essencial para a sociedade e uma ferramenta indispensável de democracia. Aqui estão os principais marcos dessa evolução:

1. Profissionalização e regulamentação

No início do século XX, o jornalismo no Brasil começou a se afastar do caráter amador e a ganhar status de profissão. A criação dos primeiros cursos universitários de jornalismo, como o da Fundação Cásper Líbero (1947), foi um marco nesse processo. A regulamentação da profissão, consolidada em 1969, trouxe mais credibilidade à atividade, destacando-a como uma prática baseada em técnica, ética e compromisso com a verdade.

2. O surgimento do fotojornalismo

A década de 1940 marcou o fortalecimento do fotojornalismo no país. Fotografias impactantes passaram a ser ferramentas indispensáveis para ilustrar e dar mais peso às reportagens. Veículos como a revista "O Cruzeiro" foram pioneiros em explorar o potencial narrativo das imagens, ajudando a contar histórias de forma visual e emocionalmente envolvente. O fotojornalismo transformou a comunicação, conectando o público com os acontecimentos de maneira mais direta.

3. A ascensão do jornalismo investigativo

A partir da segunda metade do século XX, o jornalismo investigativo ganhou destaque no Brasil. Profissionais como Cláudio Abramo e outros nomes notáveis mostraram a importância da apuração minuciosa para expor escândalos políticos e sociais. Grandes reportagens tornaram-se símbolos de coragem e ética, como o papel dos jornalistas na exposição de casos de corrupção e durante o período da ditadura militar, quando a imprensa enfrentou pressões e censura.

4. Desafios durante a Ditadura Militar (1964-1985)

O jornalismo enfrentou um período sombrio durante a ditadura militar, com a implementação de censura e perseguições. Muitos veículos de comunicação foram fechados ou sufocados, enquanto jornalistas corajosos arriscaram suas vidas para reportar a verdade. Apesar das restrições, a resistência na mídia alternativa, com publicações como "O Pasquim", foi essencial para manter a luta pela liberdade de expressão viva.

5. A era da mídia televisiva

Com a popularização da televisão na segunda metade do século, o jornalismo passou a incorporar a linguagem audiovisual. A TV Globo, lançada em 1965, transformou a maneira como os brasileiros consumiam notícias, consolidando o telejornal como um formato influente e de grande alcance.

6. A chegada do jornalismo digital

No final do século XX, a internet começou a redefinir o jornalismo no Brasil. Veículos tradicionais passaram a explorar o ambiente digital, enquanto novas iniciativas, como os portais de notícias, surgiram, ampliando o acesso à informação e democratizando o processo de produção e distribuição de conteúdo.

Século XXI - Jornalismo na Era Digital

A era digital é um dos capítulos mais fascinantes e dinâmicos da história da comunicação. Transformações radicais modificaram não apenas a produção e consumo de notícias, mas também a relação entre jornalistas e público. Os avanços trouxeram novos desafios e oportunidades, consolidando o papel do jornalismo em tempos de mudanças rápidas.

1. Acesso instantâneo à informação

Com a internet e os dispositivos móveis, tornou-se possível acessar notícias de qualquer lugar, a qualquer hora. Isso forçou os veículos de comunicação a trabalhar em tempo real para atender à demanda por velocidade e relevância.

2. Redes sociais como difusoras de notícias

Plataformas como Twitter, Facebook e Instagram revolucionaram a disseminação de informações, permitindo que notícias alcançassem milhões em segundos. Porém, a facilidade de propagação trouxe o desafio das fake news, exigindo estratégias de checagem de fatos cada vez mais robustas.

3. Interatividade com o público

Diferente das eras anteriores, os leitores hoje participam ativamente do jornalismo ao comentar, compartilhar e até criar conteúdo que impacta o cenário informativo. Essa troca direta fortalece o engajamento, mas também abre espaço para debates acalorados e informações desencontradas.

4. Formatos multimídia

Vídeos, imagens, infográficos, podcasts e animações tornaram as reportagens mais dinâmicas e acessíveis. Essa diversidade exige que os jornalistas sejam cada vez mais versáteis, dominando múltiplas habilidades para criar conteúdos ricos e inovadores.

5. Checagem de informações e o combate às fake news

O avanço da tecnologia amplificou a disseminação de informações falsas, colocando em risco a confiança pública. Ferramentas de inteligência artificial e organizações de fact-checking surgiram como aliados na luta contra a desinformação, reafirmando o compromisso com a veracidade dos fatos.

Impactos da IA no Jornalismo

  • Produção mais rápida: A Inteligência Artificial ajuda a gerar conteúdos automáticos para notícias simples, como resultados esportivos ou previsões do tempo.
  • Análise de dados: Com sua capacidade de processar grandes volumes de dados rapidamente, a IA facilita investigações e análises complexas, como no jornalismo investigativo ou na checagem de fatos.
  • Customização de conteúdo: A IA pode ajudar a criar experiências de leitura personalizadas para cada usuário, sugerindo artigos ou organizando notícias com base nos interesses individuais.

Desafios do jornalismo diante da Inteligência Artificial

  • Ética e responsabilidade: Uma máquina não possui o julgamento ético que um jornalista humano tem. Agora, entramos no mérito de que se a IA for bem utilizada, pode ser uma ferramenta muito útil, mas, se mal empregada, poderá amplificar a desinformação.
  • Perda do toque humano: Por mais que seja um recurso tecnológico que veio para transformar nossa relação com o mundo que conhecemos hoje, a máquina não substitui a empatia, o contexto social e cultural e a perspectiva humana que cria narrativas impactantes para a comunidade.
  • Checagem de fatos: Embora a IA seja uma grande aliada no combate à desinformação, os jornalistas são os guardiões finais da precisão e da verdade. Cabe a cada profissional utilizar seu olhar de gatekeeper para filtrar banalidade de conhecimento e produzir conteúdo de valor, obecedendo a critérios técnicos e éticos.

Cabe abrir um parêntese a respeito do assunto porque lá no início do século passado, quando o cinema se popularizou, os críticos acreditavam que ele acabaria com o livro. Décadas depois, foi dito o mesmo sobre a televisão eclipsar o cinema e o rádio, depois foi a vez da internet e, mais recentemente, a Inteligência Artificial é o epicentro de debates calorosos.
Para compreendermos essa dinâmica, lembremo-nos de Marshall McLuhan e sua mais conhecida frase: "o meio é a mensagem". Partindo dessa ideia principal, cada tecnologia nova não visa aniquilar as anteriores, os meios de comunicação já existentes se adaptam às novas demandas, implementando recursos, aprimorando o modo de produção, como vimos desde a invenção da prensa, por Gutenberg, até o avanço da IA.
O cinema se mantém vivo e continua a nos contar belas histórias, os livros impressos seguem nas livrarias, o rádio nos informa e entretém, a televisão também; a internet, quando usada de forma saudável, é uma excelente ferramenta de informação e conhecimento. Todos esses meios foram mal vistos em seus primórdios, contudo, não apenas transformaram a sociedade, bem como nossa forma de perceber e interagir com o mundo. Cada inovação tecnológica trouxe uma transformação que impulsionou o progresso e reconfigurou o mercado.
Os mais pessimistas acreditam piamente que a inteligência artificial destruirá o mundo, entretanto, os mais otimistas a enxergam como uma possibilidade de buscar soluções equilibradas e éticas para coexistirmos com essa ferramenta poderosa. Inclusive, o mercado de trabalho já está se adaptando para atender à demanda de profissionais capazes de lidar diretamente com as novas tecnologias. As profissões do futuro incluem desde especialistas em inteligência artificial e cientistas de dados, até desenvolvedores de sistemas inteligentes, analistas éticos de IA e designers de experiências imersivas. À medida que a tecnologia evolui, surgem também novas oportunidades de atuação, exigindo habilidades como pensamento crítico, criatividade e domínio de ferramentas digitais avançadas.
Esse debate divide a opinião dos jornalistas, no entanto, se refletirmos a ideia cunhada por McLuhan, podemos imaginar um serviço de cooperação entre o jornalismo e a inteligência artificial. Enquanto a ferramenta contribui com a otimização de tarefas técnicas, processamento de dados, verificação de informações e análises mais densas. No entanto, máquina nenhuma possui empatia, sensibilidade e pensamento crítico, valores que reafirmam o caráter humano do jornalismo.

Ter diploma ou não, eis a questão

A exigência de diploma para ser jornalista já foi amplamente discutida e continua sendo uma questão polêmica em muitos lugares. Para entender melhor essa questão, podemos dividir os argumentos em duas perspectivas:

Argumentos favoráveis ao diploma

  • Formação técnica e ética: O diploma garante que o jornalista seja capacitado em técnicas essenciais, como apuração, redação e checagem de fatos, além de formar uma base ética indispensável para a profissão.
  • Valorização da profissão: Exigir o diploma é visto como uma maneira de reconhecer a importância do jornalismo como atividade regulamentada, trazendo mais credibilidade à profissão.
  • Responsabilidade social: Jornalistas lidam com informações que moldam a opinião pública, e um preparo acadêmico é de suma importância para entender o impacto do trabalho na sociedade.

Argumentos contrários ao diploma

  • Liberdade de expressão: Restringir o exercício do jornalismo apenas a quem tem diploma pode limitar a liberdade de expressão e excluir talentos autodidatas que contribuem para a profissão.
  • Diversidade de experiências: Profissionais de diferentes áreas podem enriquecer o jornalismo com perspectivas únicas, e a exigência do diploma pode excluir essas vozes.
  • Evolução tecnológica: Com o avanço do jornalismo digital e acesso a ferramentas modernas, muitos questionam se a formação tradicional ainda é indispensável para a prática da profissão.

Independentemente de haver exigência de diploma, o jornalismo exige comprometimento com a verdade, responsabilidade social e ética. O equilíbrio talvez esteja em reconhecer que o diploma pode ser um diferencial, mas o talento, o senso crítico e a dedicação continuam sendo pilares fundamentais para o exercício da profissão.

Desafios dos jornalistas na atualidade

Os desafios enfrentados por jornalistas, que sempre foram complexos, tornaram-se ainda mais perigosos nos dias de hoje. A violência contra esses profissionais é um problema sério e crescente, especialmente em contextos onde a liberdade de imprensa está ameaçada. No Brasil, por exemplo, os dados mais recentes da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) mostram números alarmantes de agressões físicas, ameaças e intimidações, confira o infográfico.

Essa violência, porém, vai além do físico. Ela está presente em ataques virtuais, campanhas de desinformação e esforços para descredibilizar o trabalho jornalístico. Esses atos não apenas afetam diretamente os profissionais, também enfraquecem a democracia, já que a liberdade de imprensa é um pilar essencial para manter sociedades livres e informadas. Diante disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública criou o Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores, uma iniciativa importante para monitorar e combater esses ataques, reforçando a proteção de quem cumpre o dever de informar.

Violência contra jornalistas

Em muitos lugares ao redor do mundo, jornalistas sofrem perseguições, ameaças e até violência física simplesmente por exercerem seu trabalho. Em casos mais extremos, suas vidas estão em risco ao denunciarem violações de direitos humanos, corrupção ou crimes organizados. Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, o número de profissionais mortos ou presos no exercício da profissão tem aumentado, reforçando a necessidade urgente de proteção e respeito à liberdade de imprensa.

Fake news e desinformação

A evolução tecnológica trouxe inúmeras facilidades, mas também amplificou a disseminação de informações falsas. O combate às fake news tornou-se um dos maiores desafios enfrentados pelos jornalistas. Desinformações comprometem a confiança pública e podem gerar caos em áreas essenciais, como saúde e política. A checagem de fatos tornou-se um trabalho árduo, demandando tempo e recursos que, muitas vezes, são limitados.

Pressões econômicas e políticas

No cenário atual, marcado por polarizações, jornalistas enfrentam também pressões econômicas e políticas. Essas pressões podem tentar moldar narrativas ou até silenciar reportagens, ameaçando a independência editorial — um dos pilares do jornalismo ético. Quando a liberdade editorial é comprometida, o direito à informação sofre junto.


Desigualdade de gênero no jornalismo


Apesar dos avanços em muitas áreas, a desigualdade de gênero ainda é um problema significativo no jornalismo. Mulheres enfrentam barreiras para ocupar cargos de liderança e têm menos oportunidades de crescimento em muitas redações. Além disso, estudos mostram que elas estão mais expostas a ataques e assédio, especialmente no ambiente digital. Combater essas disparidades exige mudanças estruturais e políticas que promovam ambientes mais inclusivos e seguros para todas as profissionais.

Desafios do jornalismo local


O jornalismo local desempenha um papel indispensável na cobertura de comunidades e assuntos regionais. Contudo, enfrenta desafios únicos, como recursos limitados, dificuldades financeiras e falta de reconhecimento. Enquanto as grandes mídias ganham destaque, muitas redações locais lutam para sobreviver, mesmo sendo essenciais para manter a população informada sobre questões específicas e urgentes. Investir no jornalismo local é investir na democracia e na conexão entre cidadãos e suas comunidades.

A Relevância do Jornalismo na Sociedade Atual

Diante dos inúmeros desafios enfrentados pelos jornalistas, o papel desses profissionais se torna ainda mais essencial para o funcionamento de uma sociedade justa e informada:

  • Fortalecimento da Democracia: Jornalistas desempenham um papel vital ao garantir que os cidadãos tenham acesso a informações confiáveis e de qualidade, necessárias para tomar decisões conscientes e participar ativamente do processo democrático.
  • Voz aos Invisíveis: Temas relevantes e realidades vividas por comunidades marginalizadas só chegam ao público graças ao trabalho incansável de jornalistas comprometidos em ir além da superfície, revelando histórias que precisam ser contadas.
  • Checagem e Responsabilidade: No combate à desinformação, a atuação ética e responsável dos jornalistas é essencial para promover a veracidade dos fatos, restaurar a confiança pública e fortalecer o direito à informação.

Neste 7 de abril, celebramos não apenas o trabalho incansável dos jornalistas, mas também o valor da liberdade de imprensa como um alicerce essencial para a democracia. Cada notícia reportada, cada história revelada, é um ato de coragem e comprometimento com a verdade, elementos que são vitais para uma sociedade livre e informada.
Seguir a busca por dar notícias importantes e com credibilidade transcende o objetivo profissional; é um chamado para honrar a essência do jornalismo, que conecta, esclarece e transforma. Que cada obstáculo enfrentado seja visto como uma oportunidade de aprendizado e crescimento, fortalecendo ainda mais a missão de informar com ética e respeito.
Continuo firme nessa jornada, explorando, aprendendo e ajudando a construir um futuro onde a informação seja tratada com a dignidade que ela merece.


Referências

ACTA Diurna. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Acta_Diurna>. Acesso em: 6 abr. 2025.

As actas e os diurnarii: o primeiro jornal da história. Campo Grande News. Disponível em: <https://www.campograndenews.com.br/colunistas/em-pauta/as-actas-e-os-diurnarii-o-primeiro-jornal-da-historia>. Acesso em: 6 abr. 2025.

A imprensa na história do Brasil: fotojornalismo no século XX. Livro Resumido. Disponível em: <https://livroresumido.com.br/2024/03/10/a-imprensa-na-historia-do-brasil-fotojornalismo-no-seculo-xx-oswaldo-munteal-larissa-grandi-resumo-do-livro/>. Acesso em: 6 abr. 2025.

A invenção da imprensa. História do Mundo. Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/invencao-imprensa.htm>. Acesso em: 6 abr. 2025.

A invenção do rádio. Nova Brasil FM. Disponível em: <https://novabrasilfm.com.br/notas-musicais/invencao-do-radio>. Acesso em: 6 abr. 2025.

As pessoas precisam se informar. Pautei. Disponível em: <https://pautei.com/da-acta-diurna-aos-portais-de-noticia-por-que-as-pessoas-precisam-se-informar/>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Badaró, L. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADbero_Badar%C3%B3>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Breve história do diploma: evolução e impacto. Diploma Garantido Brasil. Disponível em: <https://www.diplomagarantidobrasil.com/glossario/breve-historia-do-diploma-evolucao-e-impacto/>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Dom Pedro I mandou matar Líbero Badaró? Aventuras na História. Disponível em: <https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/teria-dom-pedro-i-mandado-matar-libero-badaro-jornalista-liberal-da-oposicao.phtml>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Era Digital: entenda o que é isso e como impacta os negócios. Transformação Digital. Disponível em: <https://transformacaodigital.com/tecnologia/era-digital-entenda-o-que-e-isso-e-como-impacta-os-negocios/>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Há 210 anos saia o primeiro jornal impresso do Brasil. Two Sides Brasil. Disponível em: <https://twosides.org.br/BR/ha-210-anos-saia-o-primeiro-jornal-impresso-do-brasil/>. Acesso em: 6 abr. 2025.

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História da notícia. Catolé Agora. Disponível em: <https://catoleagora.com.br/historia-da-noticia/>. Acesso em: 6 abr. 2025.

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História da televisão: da invenção à popularização. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/breve-historia-televisao.htm>. Acesso em: 6 abr. 2025.

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Libero Badaró. UOL Educação. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/biografias/libero-badaro.htm>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Quem inventou a inteligência artificial? National Geographic Brasil. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/03/quem-inventou-a-inteligencia-artificial-veja-como-nasceu-uma-das-sensacoes-da-ciencia>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Relatório da violência contra jornalistas em 2023. FENAJ. Disponível em: <https://fenaj.org.br/wp-content/uploads/2024/01/Relato%CC%81rio-da-Viole%CC%82ncia-2023.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Relatório da violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil. FENAJ. Disponível em: <https://fenaj.org.br/relatorios-de-violencia-contra-jornalistas-e-liberdade-de-imprensa-no-brasil/>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Resumo histórico: Idade Média. Toda Matéria. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/idade-media/>. Acesso em: 6 abr. 2025.

Violência contra jornalistas. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Disponível em: <https://www.gov.br/mj/pt-br/canais-de-denuncias/observatorio-da-violencia-contra-jornalistas-e-comunicadores-1>. Acesso em: 6 abr. 2025.

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