Você sabia que no dia 27 de abril é celebrado o Dia da Empregada Doméstica? Essa data, muitas vezes ignorada no calendário, tem uma origem tocante e uma personagem real por trás: Santa Zita, padroeira das empregadas domésticas. Acredite, a história dela parece saída de um daqueles cadernos antigos onde a gente anotava tudo o que tocava o coração.
A mulher que transformou trabalho em oração
Santa Zita nasceu por volta do ano 1218, na cidade de Lucca, na Itália. Aos 12 anos, já estava empregada como doméstica numa casa nobre, onde trabalhou por quase 50 anos. Mas o que a torna especial não é o tempo de serviço, e sim a maneira como ela encarava cada tarefa: com humildade, fé e um coração voltado para o bem.
Enquanto outros podiam ver "só uma criada", Zita via a chance de servir a Deus com cada vassourada, cada pão assado, cada roupa dobrada. E entre uma tarefa e outra, nunca deixava de ajudar os mais pobres da cidade.
Curiosidade que parece lenda (mas é tradição!)
Reza a lenda que um dia, Zita saiu escondida para levar pão aos famintos, mas foi pega no flagra pelo patrão. Quando ele a confrontou e pediu para ver o que escondia no avental, os pães haviam se transformado em flores. Sim, flores. Um milagre que muitos dizem ter sido o primeiro sinal da sua santidade.
Por que ela virou padroeira das empregadas domésticas?
Zita foi canonizada em 1696, mas já era vista como santa muito antes disso, principalmente entre os pobres e os trabalhadores domésticos. Afinal, quem melhor para proteger quem vive do cuidado e da labuta dentro de casas que não são as suas?
Até hoje, na cidade de Lucca, o corpo dela está conservado na Basílica de San Frediano. E pasme: ele está quase intacto, o que muitos veem como mais um sinal da sua santidade.
O Brasil e a longa estrada do reconhecimento
A profissão de empregada doméstica no Brasil carrega séculos de desigualdade. Mesmo sendo uma das funções mais antigas e necessárias, por muito tempo ela foi informal, mal remunerada e cheia de abusos disfarçados de “tradição”. Só em 2013, com a chamada “PEC das Domésticas”, é que a legislação começou a garantir direitos como jornada de trabalho, hora extra, férias e FGTS.
Ainda hoje, milhares de mulheres — majoritariamente negras — enfrentam preconceito, desvalorização e condições precárias. Homenagear Santa Zita é também refletir sobre isso.
Que tal reconhecer o trabalho com dignidade todos os dias? Conversar, escutar, perguntar como a pessoa está — parece simples, mas é raro. Presentear com um café especial ou uma flor nesse dia pode parecer pequeno, mas carrega muito afeto.
Santa Zita nos ensina que trabalho também é oração
No fim das contas, Santa Zita não virou santa porque fazia milagres. Ela virou santa porque transformou o que parecia pequeno — um avental sujo, um pão repartido, uma oração sussurrada — em algo gigante. Ela nos lembra que o que a gente faz com amor nunca passa despercebido.
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