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Mulher e seu cão-guia (Imagem gerada por IA) |
Você sabia que anualmente, na última quarta-feira do mês de abril, é comemorado o Dia Internacional do Cão-Guia?
O código Morse é um dos sistemas de codificação mais icônicos da história das telecomunicações. Criado no século XIX, ele foi desenvolvido por Samuel Morse, um inventor e artista estadunidense. O sistema foi projetado inicialmente para ser utilizado em telégrafos elétricos e permitia que mensagens fossem enviadas em longas distâncias, usando uma sequência de pontos e traços (ou "dots" e "dashes", como é comumente conhecido).
A primeira transmissão de código Morse ocorreu em 1844, quando Samuel Morse enviou a famosa mensagem: "What hath God wrought?" ("O que Deus fez?"). Esse marco de inovação não só revolucionou a maneira como as pessoas se comunicavam à distância, mas também pavimentou o caminho para a comunicação moderna, que mais tarde seria expandida para rádios, aviões e, claro, para o uso militar e espacial.
Com o passar das décadas, o código Morse se popularizou, sendo utilizado em muitos setores e pelo público em geral. Até a metade do século XX, era a principal forma de comunicação de emergência, especialmente em situações de resgate e navegação marítima. Em tempos de guerra, as mensagens em código Morse eram uma forma crucial de comunicação secreta e eficiente.
O Dia Internacional do Código Morse, celebrado em 27 de abril, foi escolhido para homenagear a data em que Samuel Morse realizou a primeira transmissão bem-sucedida do código, em 1844. Esse dia é uma forma de recordar as inovações que o código trouxe para a humanidade, celebrando a importância da comunicação, da inovação tecnológica e da maneira como isso moldou a sociedade moderna.
Embora o uso do código Morse tenha diminuído com o advento de novas tecnologias, ele ainda é relevante em várias áreas. Em situações de emergência, como acidentes ou resgates, o código Morse pode ser vital quando outras formas de comunicação falham. Ele também continua sendo um interesse fascinante para entusiastas da comunicação e da história tecnológica.
Agora, para encerrar o post com uma frase motivacional, aqui vai uma citação que pode inspirar seus leitores:
"Acredite em si mesmo e todo o resto virá naturalmente."
Em código Morse, a frase fica assim:
.- -.-. .-. . -.. .. - . / . --..-- / .. -. / ... .. / --. .-.. .-.-.- / .- -. -.. / - --- .-.. .-.. / - .... . / .-. . ... - / ...- .. .-. .-.-.-
O código Morse é mais do que uma simples forma de comunicação; ele é um símbolo de como as inovações podem superar as barreiras do tempo e das limitações tecnológicas. Seja como for, a comunicação sempre será uma ferramenta poderosa para transformar ideias, conectar pessoas e inspirar mudanças.
Dia Internacional do Design: criatividade que transforma o mundo
No dia 27 de abril, celebra-se o Dia Internacional do Design, também conhecido como Dia Mundial do Design Gráfico. A data destaca a importância dos profissionais que, por meio de suas criações, comunicam ideias, provocam reflexões e moldam a identidade visual do nosso tempo.
Como surgiu o Dia Internacional do Design?
A comemoração foi instituída em 1995 pelo International Council of Design (ICoD), antiga Icograda (International Council of Graphic Design Associations). O dia foi escolhido para coincidir com o aniversário da fundação da entidade, em 1963. A proposta da data é ressaltar o papel social do design e seu impacto no desenvolvimento cultural, econômico e ambiental das sociedades.
O que é o design gráfico?
O design gráfico é a prática de projetar soluções visuais para a comunicação de ideias. Através de elementos como tipografia, cor, imagens e layout, o designer cria peças que informam, encantam, vendem e engajam o público. Cartazes, logotipos, embalagens, sites, aplicativos e campanhas publicitárias são apenas alguns exemplos do vasto campo de atuação desses profissionais.
O design como agente de transformação
Mais do que estética, o design é uma ferramenta poderosa de transformação social. Projetos de design acessível, design sustentável e design de impacto social vêm mostrando como essa área pode reduzir desigualdades, melhorar a vida das pessoas e promover a inclusão. A capacidade do design de resolver problemas complexos o torna cada vez mais estratégico nas empresas, nos governos e nas organizações da sociedade civil.
Reflexão sobre o futuro do design
O futuro do design aponta para a interdisciplinaridade e a responsabilidade ética. O profissional contemporâneo é chamado a pensar não só na funcionalidade e na beleza, mas também nos impactos de seus projetos na cultura, na economia e no meio ambiente. O design do futuro é colaborativo, sustentável e voltado para a construção de um mundo mais justo e equilibrado.
Conclusão
Celebrar o Dia Internacional do Design é reconhecer o poder das ideias bem comunicadas e o talento de quem transforma imaginação em soluções visuais que mudam realidades. É também um convite para repensarmos o design como uma prática ética, crítica e inclusiva.
Referências
INTERNATIONAL COUNCIL OF DESIGN. World Design Day. Disponível em: https://www.theicod.org/en/resources/world-design-day. Acesso em: 26 abr. 2025.
LUPTON, Ellen. Pensar com Tipos: Um Guia para Designers, Escritores, Editores e Estudantes. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
MUNARI, Bruno. Design e Comunicação Visual. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
POGGI, Carolina; FERREIRA, Gustavo. Design Gráfico: Fundamentos, Processos e Práticas. São Paulo: Blucher, 2016.
Dia do Tapir: celebração de uma espécie essencial
No 27 de abril, celebramos o Dia do Tapir, um momento para reconhecer e valorizar essa espécie fascinante, que desempenha um papel vital nos ecossistemas onde habita. O tapir, um mamífero herbívoro de grande porte, é conhecido por sua aparência peculiar e seu comportamento tranquilo, mas também é uma espécie ameaçada, cuja preservação é urgente.
O que é o tapir?
Os tapires são animais da família Tapiridae e são encontrados principalmente nas florestas tropicais da América Central, América do Sul e em algumas regiões da Ásia. Eles têm um corpo robusto, com um focinho em forma de tronco, o que lhes confere uma aparência única. Existem quatro espécies de tapires no mundo, sendo que o tapir brasileiro, conhecido como tapir-braúna ou tapir da mata atlântica, é um dos mais emblemáticos.
O papel ecológico dos tapires
Os tapires desempenham um papel fundamental na manutenção da biodiversidade. Como herbívoros, eles ajudam a controlar o crescimento de plantas e dispersam sementes por meio de suas fezes. Esse comportamento de dispersão é crucial para a regeneração das florestas, ajudando a manter o equilíbrio dos ecossistemas.
O tapir possui um corpo robusto e arredondado, que pode lembrar o de um porco, mas com uma estrutura mais alta e firme.
Existem quatro espécies de tapir no mundo:
Apesar de ser um animal robusto, o tapir enfrenta grandes ameaças, como o desmatamento, caça ilegal e fragmentação de habitat, o que coloca algumas de suas espécies em risco de extinção.
Por que celebrar o Dia do Tapir?
A data de 27 de abril foi escolhida para promover a conscientização sobre a importância do tapir na natureza e destacar a necessidade de sua preservação. O tapir está em risco de extinção devido à perda de habitat, caça ilegal e mudanças climáticas. A data nos lembra da importância de proteger as espécies ameaçadas e de respeitar a fauna nativa como parte fundamental dos nossos esforços para conservar a natureza.
Tapir: uma espécie em extinção?
A maioria das espécies de tapir está ameaçada de extinção. No Brasil, o tapir-braúna enfrenta sérias ameaças devido ao desmatamento e à degradação de seu habitat natural. Embora haja esforços de conservação, como a criação de áreas protegidas e programas de educação ambiental, a situação do tapir continua a exigir atenção e ação imediata.
Conclusão
O Dia do Tapir é uma oportunidade para refletirmos sobre o papel dessa espécie única e a importância de nossas ações para sua preservação. Proteger o tapir e outros animais ameaçados é uma responsabilidade de todos, e celebrar essa data é um passo importante para garantir que futuras gerações possam admirar e aprender com esses incríveis animais.
Referências
SOUZA, Débora. Conservação e Ameaças ao Tapir: Um Estudo de Espécies Brasileiras. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2020.
MARTINS, Renato. O Tapir e a Biodiversidade das Florestas Tropicais. São Paulo: Editora da USP, 2019.
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBio). Tapir: Espécie Ameaçada e Sua Preservação. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br. Acesso em: 26 abr. 2025.
BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fauna Brasileira: Espécies em Perigo. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
Dia do Engraxate: a história, a resistência e os novos caminhos
No dia 27 de abril, celebramos o Dia do Engraxate, homenageando esses trabalhadores que, com seus bancos 🪑, escovas e ceras, marcaram presença nas ruas e praças das cidades brasileiras. Mas como surgiu essa profissão? E por que essa data?
A origem da profissão
A atividade de engraxar sapatos começou a ganhar força no século XIX, com a popularização dos sapatos de couro 👞, especialmente entre a elite urbana. No Brasil, ser engraxate se tornou uma alternativa de trabalho para muitas crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, principalmente nas grandes cidades. Era comum ver engraxates em frente a hotéis, estações de trem 🚂, bancos e repartições públicas.
Por que 27 de abril?
O 27 de abril foi escolhido em homenagem à criação da primeira associação de engraxates no Brasil, que aconteceu em meados do século XX. A data reconhece a importância desses profissionais na construção da memória urbana e no fortalecimento da cultura do trabalho informal. Em alguns lugares, também se associa a celebrações religiosas ligadas a São Jorge ✨, padroeiro dos trabalhadores humildes em algumas tradições.
Uma profissão em extinção?
Com as mudanças no mercado de trabalho, a modernização dos calçados e o surgimento de novos hábitos de consumo (como o uso de tênis e materiais sintéticos), o ofício de engraxate foi diminuindo ao longo dos anos. Hoje, existem poucos profissionais atuando nas grandes cidades, geralmente em locais tradicionais, como rodoviárias, praças centrais 🏙️ e áreas turísticas.
Apesar da redução, a profissão ainda resiste como símbolo de luta, dignidade e memória viva de um Brasil popular e trabalhador.
Mais do que um serviço, o trabalho dos engraxates é parte da história social do país. Celebrar essa data é também reconhecer a importância dos trabalhadores informais e reforçar a necessidade de políticas que garantam dignidade e oportunidades para todos.
Você sabia que no dia 27 de abril é celebrado o Dia da Empregada Doméstica? Essa data, muitas vezes ignorada no calendário, tem uma origem tocante e uma personagem real por trás: Santa Zita, padroeira das empregadas domésticas. Acredite, a história dela parece saída de um daqueles cadernos antigos onde a gente anotava tudo o que tocava o coração.
Santa Zita nasceu por volta do ano 1218, na cidade de Lucca, na Itália. Aos 12 anos, já estava empregada como doméstica numa casa nobre, onde trabalhou por quase 50 anos. Mas o que a torna especial não é o tempo de serviço, e sim a maneira como ela encarava cada tarefa: com humildade, fé e um coração voltado para o bem.
Enquanto outros podiam ver "só uma criada", Zita via a chance de servir a Deus com cada vassourada, cada pão assado, cada roupa dobrada. E entre uma tarefa e outra, nunca deixava de ajudar os mais pobres da cidade.
Reza a lenda que um dia, Zita saiu escondida para levar pão aos famintos, mas foi pega no flagra pelo patrão. Quando ele a confrontou e pediu para ver o que escondia no avental, os pães haviam se transformado em flores. Sim, flores. Um milagre que muitos dizem ter sido o primeiro sinal da sua santidade.
Zita foi canonizada em 1696, mas já era vista como santa muito antes disso, principalmente entre os pobres e os trabalhadores domésticos. Afinal, quem melhor para proteger quem vive do cuidado e da labuta dentro de casas que não são as suas?
Até hoje, na cidade de Lucca, o corpo dela está conservado na Basílica de San Frediano. E pasme: ele está quase intacto, o que muitos veem como mais um sinal da sua santidade.
A profissão de empregada doméstica no Brasil carrega séculos de desigualdade. Mesmo sendo uma das funções mais antigas e necessárias, por muito tempo ela foi informal, mal remunerada e cheia de abusos disfarçados de “tradição”. Só em 2013, com a chamada “PEC das Domésticas”, é que a legislação começou a garantir direitos como jornada de trabalho, hora extra, férias e FGTS.
Ainda hoje, milhares de mulheres — majoritariamente negras — enfrentam preconceito, desvalorização e condições precárias. Homenagear Santa Zita é também refletir sobre isso.
Que tal reconhecer o trabalho com dignidade todos os dias? Conversar, escutar, perguntar como a pessoa está — parece simples, mas é raro. Presentear com um café especial ou uma flor nesse dia pode parecer pequeno, mas carrega muito afeto.
No fim das contas, Santa Zita não virou santa porque fazia milagres. Ela virou santa porque transformou o que parecia pequeno — um avental sujo, um pão repartido, uma oração sussurrada — em algo gigante. Ela nos lembra que o que a gente faz com amor nunca passa despercebido.
Hoje é o Dia do Chimarrão, uma data que celebra uma das mais queridas tradições da cultura sulista do Brasil, e que vai muito além de um simples preparo de erva-mate. O chimarrão é símbolo de união, acolhimento e, claro, sabor, sendo consumido em diferentes estados do Sul e também em países vizinhos como Argentina, Uruguai e Paraguai.
O chimarrão tem suas raízes na tradição indígena, sendo os Guaranis os primeiros a utilizarem a erva-mate em rituais comunitários. A prática de tomar chimarrão, ou "mate", como é conhecido em outros países, foi adotada pelos colonizadores portugueses e espanhóis, que ajustaram a bebida aos seus próprios hábitos. Com o tempo, o chimarrão se transformou em um símbolo de acolhimento e hospitalidade, sempre compartilhado entre amigos e familiares.
O segredo do chimarrão está na forma como ele é preparado. Tudo começa com a erva-mate, que é cuidadosamente colocada na cuia, onde, com a ajuda de uma bomba, o líquido quente é sorvido, criando aquele momento de prazer e aconchego. O ritual de preparar o chimarrão pode parecer simples, mas é repleto de detalhes que fazem toda a diferença: a temperatura da água, o tipo de erva, a inclinação da cuia... tudo isso influencia o sabor e a experiência.
No Sul do Brasil, o chimarrão é mais do que uma bebida. Ele é um símbolo de amizade, de partilha. Tradicionalmente, a cuia é passada de mão em mão, e o ato de tomar chimarrão é, muitas vezes, uma oportunidade de conversas longas, risadas e troca de histórias. É uma verdadeira cerimônia de convivência, que reforça os laços entre as pessoas e cria memórias afetivas que atravessam gerações.
Mas o chimarrão não se limita apenas ao Brasil. Em países como Argentina e Uruguai, o mate é parte da identidade cultural, e a troca da cuia também é um ato de união e respeito. O chimarrão é, assim, uma bebida que conecta povos e países, com seu sabor único e seu poder de criar momentos especiais entre os que o compartilham.
Além disso, o chimarrão tem várias propriedades benéficas à saúde. A erva-mate é rica em antioxidantes, vitaminas e minerais, o que torna o chimarrão uma bebida energética e revigorante. Ela também é conhecida por melhorar a digestão, aumentar a concentração e até mesmo auxiliar na perda de peso. Tudo isso, é claro, sem perder o seu sabor característico, que encanta desde as primeiras experiências até os mais experientes chimarreadores.
Hoje, no Dia do Chimarrão, é o momento perfeito para celebrar essa tradição tão rica e saborosa. Se você é do Sul, ou tem amigos de lá, compartilhe uma cuia. Se nunca experimentou, quem sabe esse não seja o dia ideal para se aventurar nesse universo de sabores e histórias? O chimarrão, com toda a sua tradição, continua a ser uma maneira simples e deliciosa de nos conectarmos com nossas raízes e com as pessoas que amamos.
Hoje, celebramos o Dia do Milho, um grão que vai além das fronteiras de nossas cozinhas e corações. Com raízes profundas na história da agricultura, especialmente nas Américas, o milho é muito mais do que um ingrediente simples. Ele carrega consigo séculos de tradições, usos culinários variados e um papel importante no desenvolvimento de diversas culturas.
Originário da Mesoamérica, o milho era cultivado por civilizações antigas como os Maias e Astecas, que já conheciam seu potencial nutricional e simbólico. Eles usavam o milho em diversas formas, desde a tortilha, um alimento fundamental, até rituais religiosos. Quando os colonizadores europeus chegaram às Américas, o milho foi rapidamente disseminado para outros continentes, transformando-se em um dos grãos mais cultivados do mundo.
Mas o que faz o milho ser tão especial? A resposta está em sua versatilidade. Ele pode ser consumido de diversas formas: cozido, assado, pipoca, farinha, polenta, tortilhas e até como ingrediente de bebidas típicas como a chicha, que é popular em várias regiões da América Latina. Cada forma de preparo traz à tona um sabor único, e é impossível não se render aos prazeres simples de uma espiga de milho assada ou uma panelinha de curau.
No Brasil, o milho tem um papel central nas festas tradicionais. A época das festas juninas é um verdadeiro banquete de pratos feitos à base de milho, como pamonha, canjica e milho verde cozido. É incrível como, em cada canto do país, o milho se reinventa e se adapta aos gostos e costumes locais, criando um cardápio que faz a gente se sentir em casa, não importa onde estejamos.
Mas o milho não é apenas um protagonista na culinária. Ele também desempenha um papel fundamental na indústria. Além de ser usado na alimentação humana, é base para a produção de ração animal, etanol, e até na fabricação de biocombustíveis. Assim, o milho se tornou uma verdadeira estrela, movendo a economia de diversas regiões do planeta.
O que muitos não sabem é que o milho também tem um impacto significativo na cultura popular. Desde as músicas de raiz até as danças típicas, o milho aparece em celebrações, folclore e até mesmo nas histórias passadas de geração em geração. É como se o grão estivesse impregnado no espírito das comunidades, uma verdadeira celebração de nossa conexão com a terra.
Então, no Dia do Milho, é hora de prestar homenagem a esse grão que é tão simples, mas ao mesmo tempo tão cheio de história e sabor. Seja em uma receita antiga, um prato que te traz lembranças afetivas, ou mesmo em uma nova criação, o milho continua a unir pessoas e culturas ao redor do mundo. Aproveite para celebrar sua versatilidade e lembrar que, mesmo nas coisas mais simples, há sempre algo de grandioso.
Em um mundo cada vez mais interconectado, onde fronteiras são desafiadas por relações comerciais, questões ambientais e direitos humanos, o papel do diplomata nunca foi tão essencial. No dia 20 de abril, o Brasil celebra o Dia do Diplomata, data que convida à reflexão sobre essa profissão muitas vezes invisível, mas de grande impacto para o país e para o planeta.
A escolha da data remete à fundação do Instituto Rio Branco, ocorrida em 20 de abril de 1909. Trata-se da instituição responsável por formar os diplomatas brasileiros, subordinada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), popularmente conhecido como Itamaraty.
Criado em homenagem ao Barão do Rio Branco, figura central da diplomacia brasileira, o instituto representa um marco na profissionalização e sistematização da carreira diplomática no Brasil. O Barão foi um dos grandes articuladores da definição pacífica das fronteiras brasileiras no início do século XX, um feito diplomático que poupou o país de diversos conflitos.
O Barão do Rio Branco, nascido José Maria da Silva Paranhos Júnior, em 20 de abril de 1845, no Rio de Janeiro, é amplamente reconhecido como o patrono da diplomacia brasileira. Filho do Visconde do Rio Branco, seguiu carreira pública e destacou-se como jurista, político e, sobretudo, como diplomata.
Durante sua atuação, especialmente como Ministro das Relações Exteriores de 1902 a 1912, Rio Branco solucionou disputas territoriais com países vizinhos por meio da diplomacia e do uso de argumentos jurídicos e históricos, evitando conflitos armados. Entre suas conquistas estão:
Rio Branco também fortaleceu o Itamaraty como uma instituição de Estado e ajudou a construir a imagem do Brasil como um país pacífico e respeitável no cenário internacional.
O diplomata é, acima de tudo, um mediador. Representa o país em negociações internacionais, promove relações bilaterais e multilaterais, e defende interesses nacionais em foros internacionais. Mas a função vai além das relações entre governos.
Diplomatas também:
Além disso, o diplomata é responsável por compreender culturas e sistemas políticos distintos, traduzir intenções políticas em linguagem negociável, e construir pontes entre diferenças profundas — uma tarefa que exige preparo técnico, sensibilidade e profundo senso ético.
A carreira de diplomata no Brasil é uma das mais concorridas e prestigiadas do serviço público. O acesso ao Instituto Rio Branco ocorre por meio de um concurso nacional de alto nível, que exige domínio de idiomas, conhecimento de direito internacional, economia, história e política.
O curso de formação diplomática oferecido pelo Instituto vai além de conteúdos técnicos. Ele inclui também aspectos humanísticos, com ênfase em valores como pluralidade cultural, respeito à diversidade, ética pública e compromisso com os interesses do povo brasileiro.
Em um tempo de discursos polarizados, guerras e desinformação, a diplomacia se firma como um dos caminhos mais eficazes e necessários para a convivência global. Ela é o que sustenta acordos que garantem, por exemplo, a segurança alimentar, a proteção ambiental, a cooperação científica e até a circulação de brasileiros em outros países.
O trabalho do diplomata, embora muitas vezes discreto, é um ato diário de construção de paz, de aproximação entre culturas e de salvaguarda dos direitos do Brasil e dos brasileiros.
Nesta sexta-feira (18), comemoramos o Dia Nacional do Livro Infantil, uma data especial que homenageia o nascimento de Monteiro Lobato, o pai da literatura infantil brasileira. Mais do que uma celebração, este dia é um convite para mergulhar no universo mágico dos livros, que encantam, ensinam e transformam gerações.
Instituído pela Lei nº 10.402/2002, o Dia Nacional do Livro Infantil foi criado para reconhecer a contribuição de Monteiro Lobato (1882-1948) à literatura brasileira. Autor de obras icônicas como Reinações de Narizinho e O Saci, Lobato revolucionou a literatura infantil ao unir fantasia, folclore e realidade, criando histórias que continuam a inspirar crianças e adultos.
Nascido José Bento Monteiro Lobato em 18 de abril de 1882, em Taubaté, São Paulo, Monteiro Lobato é um dos maiores nomes da literatura brasileira, especialmente na literatura infantil. Escritor, editor, tradutor e empresário, foi também uma figura marcante do Pré-Modernismo. Sua obra mais conhecida é a série Sítio do Picapau Amarelo, composta por 23 volumes, que mistura fantasia, folclore e ciência, apresentando personagens icônicos como Emília, Narizinho e Dona Benta.
Lobato também foi um crítico social e político, abordando temas como nacionalismo e progresso em suas obras para adultos. Além de escritor, fundou editoras e lutou pela exploração do petróleo no Brasil, sendo uma figura polêmica e inovadora. Faleceu em 4 de julho de 1948, deixou um legado permanece vivo, especialmente no imaginário infantil.
O OCDM preparou uma lista especial com alguns ilustres autores brasileiros que deixaram um legado irretocável na literatura infantil brasileira e ainda conquistam jovens corações, atravessando gerações e formando novos leitores.
Maurício de Sousa, nascido em 27 de outubro de 1935, em Santa Isabel, São Paulo, é um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira, especialmente por meio dos seus quadrinhos. Criador da Turma da Mônica, trouxe personagens inesquecíveis como Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali, que fazem parte do imaginário de milhões de crianças.
Desde a década de 1950, Maurício de Sousa transformou o universo dos quadrinhos brasileiros, unindo diversão, criatividade e mensagens educativas em suas histórias. Suas obras abordam temas como amizade, respeito à diversidade e inclusão, sempre com humor e leveza. Além disso, ele desenvolveu séries e personagens que refletem questões sociais e culturais, ampliando o alcance e a relevância de suas criações.
A Turma da Mônica também foi adaptada para livros, filmes e produtos diversos, mas sua essência permanece na simplicidade dos quadrinhos, que são portas de entrada para o mundo da leitura e da literatura infantil.
Maria José Dupré nasceu em 1º de maio de 1898, na Fazenda Bela Vista, em Botucatu, São Paulo. Desde cedo, foi alfabetizada pela mãe e pelo irmão mais velho, e sua paixão pela literatura começou com o contato com livros clássicos portugueses e mundiais. Formou-se professora na Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo, e iniciou sua carreira literária em 1939, publicando o conto Meninas Tristes no suplemento literário do jornal O Estado de S. Paulo.
Seu primeiro romance, O Romance de Teresa Bernard, foi publicado em 1941 e rapidamente se tornou um sucesso. Em 1943, lançou sua obra mais famosa, Éramos Seis, que narra a história de uma família paulista enfrentando desafios financeiros e emocionais. O livro ganhou o Prêmio Raul Pompeia da Academia Brasileira de Letras em 1944 e foi adaptado várias vezes para cinema e televisão.
Maria José também escreveu livros infantis, como a série do Cachorrinho Samba, que encantou gerações com suas aventuras. Ela assinava suas obras como "Sra. Leandro Dupré", uma prática comum na época, incentivada por seu marido e editor, que acreditavam que isso traria maior aceitação no mercado editorial. Maria José faleceu em 15 de maio de 1984, deixando um legado literário que continua a inspirar leitores.
Ana Maria Machado nasceu em 24 de dezembro de 1941, no Rio de Janeiro. Desde criança, foi apaixonada por histórias, influenciada por sua família, que valorizava a educação e a literatura. Formou-se em Letras Neolatinas pela Universidade do Brasil em 1964 e fez pós-graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante a ditadura militar, foi presa e, em 1970, exilou-se na Europa, onde trabalhou como jornalista e professora na Sorbonne.
Ana Maria começou sua carreira literária escrevendo para a revista Recreio e publicou seu primeiro livro infantil, Bento que Bento é o Frade, em 1977. Desde então, escreveu mais de 100 livros, incluindo clássicos como Bisa Bia, Bisa Bel e Menina Bonita do Laço de Fita. Sua obra aborda temas como memória, diversidade e igualdade de gênero, conquistando prêmios como o Hans Christian Andersen (2000) e o Prêmio Machado de Assis (2001). Ela foi a primeira escritora de literatura infantil a integrar a Academia Brasileira de Letras.
Tatiana Belinky nasceu em 18 de março de 1919, em Petrogrado, Rússia, e chegou ao Brasil aos dez anos de idade, fugindo da guerra civil na União Soviética. Radicada em São Paulo, tornou-se uma das maiores escritoras de literatura infanto-juvenil do país, com mais de 250 livros publicados.
Tatiana também foi tradutora e roteirista, sendo responsável pela primeira adaptação televisiva do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, exibida na TV Tupi nos anos 1950. Sua obra é marcada por humor, fantasia e ternura, com títulos como Limeriques e O Caso do Bolinho. Tatiana faleceu em 15 de junho de 2013, deixando um legado imenso para a literatura brasileira.
Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. Ele é um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira, conhecido por obras como O Menino Maluquinho e Flicts. Além de escritor, Ziraldo foi cartunista, chargista e ilustrador, sendo pioneiro nos quadrinhos brasileiros com a revista Turma do Pererê.
Durante a ditadura militar, Ziraldo foi um dos fundadores do jornal O Pasquim, que fazia oposição ao regime. Suas obras infantis são marcadas por humor, crítica social e aventuras que encantam crianças e adultos. Ziraldo faleceu em 6 de abril de 2024, aos 91 anos, deixando um legado cultural e artístico.
Ruth Rocha nasceu em 2 de março de 1931, em São Paulo. Formada em Ciências Políticas e Sociais, ela começou sua carreira como orientadora educacional e escritora para revistas como Cláudia e Recreio. Em 1976, publicou seu primeiro livro, Palavras, Muitas Palavras, seguido pelo clássico Marcelo, Marmelo, Martelo, que se tornou um best-seller e foi traduzido para diversos idiomas.
Ruth é conhecida por sua linguagem acessível e divertida, que estimula o questionamento e a reflexão. Com mais de 200 títulos publicados, sua obra já foi traduzida para 25 idiomas, consolidando-a como uma das maiores autoras de literatura infantil do Brasil.
Pedro Bandeira nasceu em 9 de março de 1942, em Santos, São Paulo. Ele começou sua carreira como jornalista e ator, mas foi na literatura que encontrou sua verdadeira vocação. Seu primeiro livro, O Dinossauro Que Fazia Au-Au (1983), abriu caminho para uma carreira brilhante. Bandeira é amplamente conhecido pela série Os Karas, que começou com A Droga da Obediência (1984). Suas histórias misturam mistério, aventura e temas relevantes para jovens, como amizade, ética e coragem.
Com uma abordagem que combina entretenimento e reflexão, Pedro Bandeira conquistou gerações de leitores e se tornou um dos autores infantojuvenis mais vendidos do Brasil. Ele recebeu prêmios importantes, como o Jabuti, e continua sendo uma referência na literatura para jovens.
Lygia Bojunga nasceu em 26 de agosto de 1932, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Sua trajetória é marcada por uma escrita sensível e inovadora, que explora temas como identidade, liberdade e autoconhecimento. Seu livro mais famoso, A Bolsa Amarela (1976), é um clássico que aborda os desejos e conflitos de uma menina chamada Raquel, com uma narrativa que mistura realidade e fantasia.
Lygia foi a primeira autora fora do eixo Estados Unidos-Europa a receber o Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o "Nobel" da literatura infantil. Além disso, ela fundou sua própria editora, a Casa Lygia Bojunga, para manter o controle criativo sobre suas obras. Sua escrita é um convite à imaginação e à reflexão, encantando leitores de todas as idades.
A leitura é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento das crianças. Ela não apenas expande o vocabulário e estimula a criatividade, mas também ensina valores importantes, como empatia, respeito e resiliência, contribuindo fortemente para o desenvolvimento de um senso crítico aguçado e uma percepção ainda mais significativa da realidade.
Nem sempre é fácil adquirir livros novos, dado o aumento do custo de vida, mas há muitas maneiras de incentivar a leitura sem gastar muito:
A literatura infantil brasileira é rica e diversa, com obras que resistem ao tempo e continuam a encantar leitores de todas as idades. O Dia Nacional do Livro Infantil é mais do que uma homenagem; é um lembrete do poder transformador da leitura. Que possamos, juntos, cultivar o hábito de ler e inspirar as novas gerações a sonharem, aprenderem e crescerem por meio dos livros.
Qual foi o livro que marcou sua infância? Compartilhe nos comentários e celebre conosco o poder da literatura infantil! Vamos juntos espalhar a magia da leitura.
A Páscoa de 1998 foi marcada por sonhos, nostalgia e grandes expectativas. Para Tita, de Simplesmente Tita, aquela época parecia carregada de promessas. A maior delas? Finalmente assistir ao filme Titanic, que não só era o maior sucesso nos cinemas, mas também fazia parte das conversas, das emoções e dos suspiros de toda uma geração.
Eu ouvia tanta gente falar da história que aquela curiosidade crescia dentro de mim. Mariana Franco estava apaixonada pelo filme e já havia ido duas vezes ao cinema, contando que não conseguia não chorar no final, porém não me dava spoiler nenhum. (Simplesmente Tita, capítulo "Se meu chicote falasse)
Embora a protagonista não revele abertamente, Dona Neide, mãe da inesquecível Mari Franco, levaria as meninas ao famigerado Estação Plaza Show, praticamente recém-inaugurado.
Inaugurado em 14 de novembro de 1997, o Estação Plaza Show era um dos lugares mais vibrantes de Curitiba na segunda metade dos anos 90. Localizado em uma antiga estação ferroviária, o espaço combinava lazer e entretenimento, com salas de cinema multiplex, pistas de boliche, jogos eletrônicos e até o famoso Parque da Mônica, que foi inaugurado em 18 de julho de 1998. Era um verdadeiro símbolo do otimismo e da magia daquela época, atraindo crianças e adultos com suas cores e energia.
No entanto, apesar do apelo e da proposta inovadora, o Estação Plaza Show enfrentou dificuldades financeiras porque o modelo de entretenimento não conseguia gerar o lucro esperado. Desse modo, em outubro de 2000, o estabelecimento foi vendido para o grupo PolloShop, em parceria com Miguel Krigsner, fundador do Boticário, marcando o fim de uma era.
As propostas do Polloshop Estação eram aproveitar o espaço já disponível e ampliar as estruturas para a construção de lojas populares e mais acessíveis para atrair um público diferente, mantendo a magia do cinema e se adaptando conforme o comportamento dos consumidores. Por fim, em 2002, o estabelecimento foi rebatizado para Shopping Estação, como o conhecemos hoje.
Nunca fui muito de frequentar shoppings na infância, exceto por algumas visitas esparsas ao Shopping Mueller e ao Curitiba. No Estação Plaza Show, aquele sim tinha algo especial. As cores vibrantes, o Parque da Mônica, as salas de cinema e os detalhes que pareciam ter sido feitos para encantar a gente.
Quando fui pela última vez, para assistir ao filme do Pokémon, ainda era aquele espaço mágico, cheio de vida e com a famosa loja da Kodak, sempre pronta para eternizar o brilho dos momentos vividos ali. Meses depois, já em 2001, tudo já estava diferente. O Parque da Mônica tinha desaparecido, e o shopping estava em construção, se adaptando a uma nova realidade que parecia ser maior, mas, ao mesmo tempo, menos especial.
Essa mudança me deixou triste, como se estivesse vendo as cores da infância se apagarem aos poucos. Era difícil aceitar que os lugares que um dia trouxeram tanta alegria estavam mudando, e tudo parecia mais cinza, mais vazio.
Para Tita, cada detalhe da preparação carregava um significado especial. Os trocados economizados eram mais do que simples moedas – representavam o esforço e a determinação dela em tornar aquele momento real. A bolsinha do Aladdin, guardando cuidadosamente o ingresso e a carteirinha de estudante, parecia conter também os sonhos que ela estava pronta para viver. E a escolha da roupa, pensada com tanto cuidado, refletia não só o desejo de estar à altura da ocasião, mas também a esperança de sentir, por algumas horas, a magia que a tela do cinema prometia.
O Estação Plaza Show, com sua fachada cheia de cores e energia, era mais do que um lugar; era um símbolo do otimismo dos anos 90, da promessa de um futuro onde tudo parecia possível. Porém, as barreiras que Tita enfrentava em casa eram uma constante. Por mais que ela tivesse planejado cada detalhe, algo sempre parecia prestes a interromper seus sonhos. Mesmo assim, naquela Sexta-feira Santa, ela ainda acreditava – acreditava que, por um dia, poderia deixar para trás as dificuldades e mergulhar em um mundo onde tudo parecia mais leve.
— Está febril a coitadinha? — Murmurou a D. Neide.
Meu coração quase parou por alguns segundos.
— Noutra oportunidade Renata as acompanhará. — garantiu Meire, cínica, dispensando Neide. — O médico recomendou que Renata ficasse de repouso absoluto e você sabe que gripe é um negócio que passa, ela está com a garganta inflamada, passou a noite toda com febre e eu não seria negligente de deixar a minha filha sair por aí para piorar e ainda por cima contaminar a senhora e a sua filha.
— Eu que o diga. Mariana quando pega gripe fica um farrapo. É uma pena, ela vai ficar muito triste, mas também sou mãe e entendo a sua preocupação... Que a Tita se recupere bem...
A vontade era aparecer no meio da sala e desmentir mamãe, contudo, senti as forças se esvaindo e mais uma vez a frustração abraçando-me pelas costas.
Naquela Páscoa de 1998, os cinemas de Curitiba pulsavam com histórias que marcariam para sempre a memória de quem viveu aquele momento. *Titanic*, com sua grandiosidade e o romance trágico de Jack e Rose, parecia dominar tudo – das conversas nas escolas aos comerciais da TV. Era mais do que um filme; era um fenômeno que conectava as emoções de milhões.
Contudo, as opções nas telas no ano de 1998 iam além. O Resgate do Soldado Ryan trazia uma narrativa de guerra intensa e inesquecível, enquanto Mulan encantava as crianças com coragem e determinação. E nas produções nacionais, Central do Brasil conquistava corações, levando o Brasil a brilhar nas telonas e rendendo a icônica indicação da majestosa Fernanda Montenegro, que foi a primeira atriz latino-americana a ser indicada ao Oscar. Aliás, a segunda indicada ao prêmio de Melhor Atriz foi ninguém menos do que Fernanda Torres, que pode até não ter recebido a estatueta, no entanto, foi vencedora em todos os sentidos.
― Por que a senhorita está toda arrumada? ― Meire olhou para mim da cabeça aos pés.
— Eu… eu…
— Eu o quê, mocinha?
— Eu ia ao cinema.
— Disse muito bem… — Meire me aplaudiu com sarcasmo. — Ia. Você ia ao cinema. Não vai mais.
— Mas…
— Lembre-se: você está de atestado.
— A senhora sempre disse que é feio mentir e está fazendo isso. — Murmurei, recusando aquele abraço sorumbático de outra frustração que visava arrancar mais lágrimas do que aquelas que eu já conhecia de decepções passadas, sem saber que viriam tantas outras mais salgadas e ardidas na alma.
― A propósito, sua respondona, quem é que te deu permissão para ver aquele filme ridículo? ― Meire puxou a minha orelha esquerda.
― Marquei de ir ao cinema com a Mari Franco e as outras meninas, todas elas falam que esse filme é muito bom e a Dona Neide estará com a gente. ― Permaneci próxima à porta, como se pudesse através da telepatia chamar a D. Neide e a Mariana, mostrar-lhes que eu estava perfeitamente bem e que ainda dava tempo de chegar para a sessão das duas, que aquela tarde não estava perdida.
— E eu já disse que não, Renata!
— Por que não?
— Porque eu não quero, tá bom?
Para Tita, Titanic era um sonho não realizado. A história de amor e tragédia parecia, de alguma forma, refletir os próprios altos e baixos da vida de Tita, tornando o desejo de assistir ao filme ainda mais profundo e significativo.
Enquanto o mundo estava em movimento com essas histórias marcantes, nossa heroína sentia que, de alguma forma, ela também fazia parte de uma delas – mesmo que a sua fosse uma história de sonhos interrompidos.
Na hierarquia das surras, as cintadas e chineladas doíam menos, não tanto quanto ser deitada de bruços na cama, ter a calcinha abaixada e levar tanta chinelada que o calçado arrebentava.
― Da próxima vez que a senhorita sair marcando passeio sem me consultar, o papo vai ser com a titia vara!
A cada obstáculo, uma parte de seus sonhos parecia se desvanecer, substituída por uma realidade mais dura.
"(...) a tristeza que eu sentia nem mil coelhinhos de chocolate curariam."
Essa frase poderosa reflete não só os sentimentos da Tita, mas também a nostalgia que muitos de nós sentimos por uma época que já não existe mais. Seja na memória das fachadas do Estação Plaza Show, na magia de entrar numa sala de cinema ou no otimismo que o terceiro milênio prometia, a Páscoa de 1998 continua viva nas lembranças – mesmo que os sonhos e expectativas de Tita tenham ficado pelo caminho.
Para quem nasceu depois e não teve a chance de viver o fenômeno que foi Titanic, é difícil imaginar o tamanho do impacto que o filme teve em 1998.
Não era apenas um sucesso de bilheteria – era uma febre cultural. Sua trilha sonora, com My Heart Will Go On* de Celine Dion, tocava em todas as rádios — e tocou até enjoar, casamentos, festas de debutante, telemensagem e as famosas mensagens ao vivo. Lojas vendiam pôsteres, revistas com reportagens sobre os bastidores e até cadernos escolares estampados com Jack e Rose. As conversas nas escolas giravam em torno da história de amor impossível e do final emocionante que parecia inevitável, bem como Tita ilustrou na história.
O filme não só conectava as pessoas através de suas lágrimas, mas também representava algo maior – um marco que parecia unir milhões ao redor do mundo em uma experiência compartilhada de romance, perda e esperança. Para Tita, essa conexão era ainda mais especial. Ver Titanic era, para ela, uma chance de se sentir parte desse universo grandioso, de viver, nem que fosse por algumas horas, a magia que transcendia as dificuldades do dia a dia.
Relembrar o passado é como abrir um antigo baú de lembranças. Dentro dele, há coisas que aquecem o coração e trazem saudade – como o sabor autêntico do chocolate, as cores vivas do Estação Plaza Show e a magia de sonhar com o cinema nos anos 90. Mas também há elementos que, ao olhar com os olhos de hoje, parecem mais cinzas, e que não fazem tanta falta.
Para Tita, essa jornada de memórias é cheia de altos e baixos. Ela sente falta de alguns detalhes que tornavam o mundo mais especial, como o cuidado artesanal de um ovo de Páscoa ou a simplicidade vibrante das experiências de infância. Porém, há outras coisas que, com o tempo, foram superadas – as restrições, as barreiras e as frustrações que a cercavam.
Embora o presente possa parecer mais padronizado, mais rápido e até mais impessoal, ela escolhe carregar consigo as cores que ainda encontra: os gestos de carinho do pai, os pequenos sonhos que se realizam e a resistência em continuar tocando, como os violinistas do Titanic, mesmo quando tudo ao redor parece menos brilhante. É na mistura de memórias e aprendizados que Tita descobre sua força e encontra uma maneira de manter a magia viva no mundo de hoje.
Enquanto olhava para o ovo de Páscoa sobre a mesa, senti um misto de saudade e aprendizado. O chocolate já não tinha o mesmo sabor e o mundo parecia ter perdido um pouco do brilho colorido da infância. No entanto, havia algo na magia da Páscoa – na expectativa de desembrulhar aquele papel brilhante e descobrir o que havia dentro – que ainda me fazia acreditar em pequenas alegrias e grandes sonhos. Era como aquele desejo antigo de assistir Titanic, de ser parte de algo maior, de se conectar com histórias que transformam e inspiram. Para mim, a Páscoa nunca foi apenas sobre chocolates ou presentes. Era sobre redescobrir, ano após ano, as cores que permanecem, mesmo quando o mundo insiste em ser cinza.
E enquanto os sabores e os shoppings mudam, há algo que nunca se perde: a capacidade de sonhar, de celebrar os pequenos momentos e de continuar tocando a própria música, como os violinistas do Titanic, independentemente do que estiver por vir.
Se você se interessou em conhecer ou até reler Simplesmente Tita, clique aqui. Tita aguarda a todos com os braços bem abertos.
CURITIBA CULT. Relembre o Parque da Mônica, que fez história em Curitiba. Disponível em: <https://curitibacult.com.br/relembre-o-parque-da-monica-que-fez-historia-em-curitiba/>. Acesso em: 14 abr. 2025.
FOLHA DE LONDRINA. Polloshop compra Estação Plaza Show. Disponível em: <https://www.folhadelondrina.com.br/economia/polloshop-compra-estacao-plaza-show-294682.html>. Acesso em: 14 abr. 2025.
WIKIPÉDIA. Shopping Estação. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Shopping_Esta%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 14 abr. 2025.
A Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo, sendo o ponto central do calendário cristão. É um símbolo de renovação e vida nova, associado à primavera no hemisfério norte. Os elementos como ovos e coelhos remetem à fertilidade e ao recomeço.
O Carnaval simboliza um período de alegria e celebração que antecede a Quaresma, marcada pela reflexão religiosa. É conhecido pelos desfiles, fantasias e pela energia contagiante das festas. Historicamente, representa uma despedida dos excessos antes do período de jejum e penitência.
Calculado retrocedendo 47 dias a partir do Domingo de Páscoa, reunindo os 40 dias da Quaresma e os 7 extras da Semana Santa. Assim, o Carnaval pode ocorrer entre 3 de fevereiro e 5 de março. Essa fórmula traz uma certa flexibilidade que faz com que cada Carnaval seja único!
Celebrado 60 dias após a Páscoa, sempre numa quinta-feira, esse feriado possui seus limites entre 21 de maio e 24 de junho.
Nem sempre as datas se posicionam no meio dessa faixa; às vezes, os eventos se aproximam dos extremos, então recorri à própria memória para citar os exemplos mais recentes e busquei recordes no passado também. Como em 2285 há possibilidade de as baratas colonizarem o nosso planeta, ninguém no contexto atual testemunhará a Páscoa ocorrendo a 22 de março, mas nunca se sabe…
2005: Páscoa em 27 de março, Carnaval em 8 de fevereiro, e Corpus Christi em 26 de maio.
2008: Páscoa em 23 de março, Carnaval em 5 de fevereiro, e Corpus Christi em 22 de maio.
2024: Páscoa em 31 de março, Carnaval em 12 de fevereiro, e Corpus Christi em 30 de maio.
2027 (futuro): Páscoa em 28 de março, Carnaval em 9 de fevereiro, e Corpus Christi em 27 de maio.
1984: Páscoa em 22 de abril, Carnaval em 6 de março, e Corpus Christi em 14 de junho.
2000: Páscoa em 23 de abril, Carnaval em 7 de março, e Corpus Christi em 22 de junho.
2003: Páscoa em 20 de abril, Carnaval em 4 de março e Corpus Christi em 19 de junho.
2011: Páscoa em 24 de abril, Carnaval em 8 de março, e Corpus Christi em 23 de junho.
2017: Páscoa em 16 de abril, Carnaval em 28 de fevereiro, e Corpus Christi em 15 de junho.
2025: Páscoa em 20 de abril, Carnaval em 4 de março e Corpus Christi em 19 de junho.
Essas exceções mostram como os ciclos lunares e os fenômenos astronômicos podem, às vezes, nos surpreender, trazendo variações que enriquecem a nossa tradição.
Para ajudar você a visualizar essa dança dos dias, preparei um quadro com as datas de Carnaval, Páscoa e Corpus Christi para os próximos 10 anos:
Ano | Domingo de Páscoa | Carnaval (47 dias antes) | Corpus Christi (60 dias depois) |
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2024 | 31 de março de 2024 | 13 de fevereiro de 2024 | 30 de maio de 2024 |
2025 | 20 de abril de 2025 | 4 de março de 2025 | 19 de junho de 2025 |
2026 | 5 de abril de 2026 | 17 de fevereiro de 2026 | 4 de junho de 2026 |
2027 | 28 de março de 2027 | 9 de fevereiro de 2027 | 27 de maio de 2027 |
2028 | 16 de abril de 2028 | 29 de fevereiro de 2028 | 15 de junho de 2028 |
2029 | 1 de abril de 2029 | 13 de fevereiro de 2029 | 31 de maio de 2029 |
2030 | 21 de abril de 2030 | 5 de março de 2030 | 20 de junho de 2030 |
2031 | 13 de abril de 2031 | 25 de fevereiro de 2031 | 12 de junho de 2031 |
2032 | 28 de março de 2032 | 9 de fevereiro de 2032 | 27 de maio de 2032 |
2033 | 17 de abril de 2033 | 1 de março de 2033 | 16 de junho de 2033 |
2034 | 9 de abril de 2034 | 21 de fevereiro de 2034 | 30 de maio de 2034 |
2035 | 25 de março de 2035 | 5 de fevereiro de 2035 | 22 de maio de 2035 |
Observação: Os cálculos utilizam a tradicional fórmula do Computus, e as datas podem variar conforme as metodologias adotadas pelos diferentes ramos do Cristianismo.
Especial - 2 de Maio: Dia Nacional do Humor Feliz Dia Nacional do Humor! O 2 de maio é o dia dedicado a uma das formas mais poderosas de con...