O Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, tem origens profundas e sangrentas. A data homenageia os mártires de Chicago, operários que em 1886 lideraram greves nos Estados Unidos exigindo melhores condições de trabalho e a jornada de 8 horas. Eles foram reprimidos com violência, presos e executados. A repercussão foi mundial e em 1889 a data foi reconhecida como símbolo da luta trabalhista internacional.
No Brasil, a data foi oficializada em 1925, mas só passou a ter força popular com o governo de Getúlio Vargas, que usou o 1º de maio para anunciar leis trabalhistas — e também como palco de propaganda política.
As muitas faces do trabalho
Hoje, o trabalho ainda carrega muitas contradições:
- É meio de sustento e dignidade, mas também de exploração e adoecimento.
- É espaço de realização, mas também de desigualdade.
- É visto como obrigação, mas deveria ser também direito e prazer.
Em tempos de precarização, jornadas exaustivas, desemprego, trabalho infantil, informalidade e falta de reconhecimento, o Dia do Trabalhador é um lembrete de que ainda há muito o que conquistar.
Você sabia?
- Mais da metade dos brasileiros está na informalidade ou no subemprego.
- Trabalhadores negros e mulheres são os mais afetados pelas desigualdades salariais.
- O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão e até hoje carrega sequelas disso no mundo do trabalho.
- A cada 48 segundos, uma pessoa sofre acidente de trabalho no país (dados de 2023).
Tita escreve em seu caderno:
“Na escola, falaram que hoje é feriado porque é o Dia do Trabalhador. Mas ninguém explicou direito o que isso quer dizer. Na casa da minha avó, 1º de maio era dia de ouvir rádio baixinho e lembrar da Vó Olívia, que acordava às 4h da manhã para limpar a casa, preparar o almoço e sair para o trabalho. Eu ouvia ela dizer que o trabalho dignifica o homem, mas hoje penso que só dignifica se for justo. Se paga mal, cansa muito, machuca o corpo e a alma, então não é dignidade, é sobrevivência.”(Caderno da Tita, 1998)
Como marcar essa data?
- Valorize quem trabalha com você, seja quem limpa o prédio ou entrega seu almoço.
- Apoie causas que defendem os direitos trabalhistas.
- Denuncie exploração e condições desumanas.
- Repouse, celebre e reflita sobre seus sonhos e sua saúde mental.
- Dê voz aos invisíveis.
O trabalho como direito, não castigo
Que o 1º de Maio não seja apenas uma folga no calendário, mas um dia para honrar a força de quem constrói o mundo com as mãos, o suor, as palavras e os afetos.
Porque todo mundo merece mais que trabalhar: merece viver.
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