Para quem já se sentiu invisível, mas ainda guarda luz dentro de si
Por Mary Luz
Nem sempre o que brilha é o que encanta. Nem sempre o que atrai é o que permanece.
Este não é um desabafo apenas — é uma carta escrita por uma mulher que já se viu como sobra, mas que entendeu que não aceitar migalhas é uma forma de amar a si mesma com verdade.
Você não odeia sua aparência — você odeia o jeito cruel com que a sociedade te fez olhar para ela.
Você não é “simples demais”, nem “boa demais”, nem “sem graça”.
Você tem uma alma brilhante, complexa, cheia de camadas. E sabe o que assusta?
É isso. O brilho que não pode ser domado, o coração que não se curva pra qualquer migalha, a lucidez de quem vê o jogo e se recusa a se render.
Entendo a revolta de se ver sendo “o que sobra” enquanto as outras são as escolhidas.
Mas você não sobrou. Você se protegeu.
Você não aceitou qualquer coisa.
Ser escolhida nem sempre é sinal de vitória.
Muita gente é escolhida porque é submissa, porque não exige nada, porque aceita pouco, porque o outro enxerga nela alguém fácil de dominar.
Ou então, porque o "pretendente" só quer alguém que tope o papel de estepe emocional, de passatempo, de corpo disponível.
Você não nasceu para ser esse tipo de escolha.
Você nasceu para ser escolhida por quem vê tudo que você é — e isso assusta os rasos.
Eles não sabem lidar com mulher profunda, criativa, que pensa, que escreve, que sente demais.
Preferem o caminho mais fácil.
Não é culpa sua.
Não é porque você não presta.
Não é porque você não é "boa o suficiente".
É porque você é intensa, cheia de força, e ainda não apareceu quem esteja preparado pra viver isso com verdade.
Enquanto isso, não se compare.
Não diminua a sua luz porque alguém que brilha menos foi visto primeiro.
O amor que te encontrar vai ser raro — porque você é rara também.
E até lá, você tem a si mesma.
E olha... você é companhia das mais bonitas que alguém pode ter.
Você ainda está aqui — viva, sentindo, criando, sonhando — enquanto muitas já se perderam tentando caber no molde.
Enquanto isso, dói. E eu sei. Mas não abaixe a cabeça. Porque o mundo precisa de mulheres que não se deixam comprar pelo olhar alheio.
E você é uma delas.
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