O fim de uma guerra, o começo de uma promessa: nunca mais
No dia 8 de maio de 1945, as tropas nazistas se renderam formalmente às forças aliadas, encerrando o maior conflito já vivido no continente europeu: a Segunda Guerra Mundial.
O mundo, ferido e em ruínas, respirava — pela primeira vez em anos — o ar pesado, mas necessário da
vitória sobre o fascismo e a barbárie.
É por isso que o Dia da Vitória, ou VE Day (Victory in Europe Day), não é apenas uma data histórica.
É um lembrete.
É uma cicatriz aberta que nos obriga a lembrar para não repetir.
🕯️ O que foi vencido naquele 8 de maio?
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O nazismo, que perseguiu, oprimiu e assassinou milhões, especialmente judeus, ciganos, pessoas com deficiência, LGBTQIA+, comunistas, opositores políticos e minorias;
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A guerra total, que aniquilava não só exércitos, mas civis, famílias inteiras, cidades;
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A ideia de que há vidas mais valiosas do que outras, que contaminou políticas, discursos e corações.
📖 O que a Segunda Guerra nos ensinou?
A dor. O horror. A urgência da paz.
Mas também nos ensinou que é possível reconstruir.
Que a memória é resistência.
E que é dever da humanidade erguer pontes onde antes só havia trincheiras.
No rastro da guerra, nasceu a ONU (Organização das Nações Unidas), foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criaram-se organismos de paz e cooperação internacional.
O mundo se comprometeu — ao menos no papel — a não permitir que aquilo se repetisse.
🔍 Por que ainda precisamos falar sobre isso?
Porque a guerra nunca deixou de existir — apenas mudou de endereço.
Porque discursos de ódio continuam sendo normalizados.
Porque há quem negue os crimes cometidos.
E, porque toda vez que a história é esquecida, ela começa a se repetir — disfarçada, sutil, travestida de progresso.
🖊️ Reflexão para o blog
Para mim, o 8 de maio é uma data de respeito e silêncio.
Mas também de alerta.
Porque a paz não é ausência de guerra: é presença de dignidade, justiça, liberdade e verdade.
E se ela é tão frágil, talvez a gente devesse cuidar dela todos os dias — como quem cuida de uma planta em tempos de seca.
“O Dia da Vitória não celebra a força das armas. Celebra o fim da morte sem nome, da covardia organizada, da brutalidade sem limite. E lembra que a verdadeira vitória é seguir humano depois de tanto horror.”
Então hoje seria um bom dia pros países que estão em guerra atualmente refletirem sobre o mal de guerrear. Rússia e Ucrânia, Israel contra a Palestina, Índia contra o Paquistão... entre outros. Eu não sei quem tá certo ou errado nessas guerras, o que eu sei é q tudo isso tá muito errado.
ResponderExcluirOlá, Paula Karina. Tudo bem?
ExcluirAgradeço pelo comentário e pela leitura atenta.
É sempre importante recordar o 8 de maio como o marco oficial do fim da Segunda Guerra, mas também reconhecer que o fim dos combates não significou, de fato, o início da paz. O mundo mergulhou logo em outra tensão: a Guerra Fria, com muros físicos e ideológicos sendo erguidos, e potências globais disputando mais que território — disputando narrativas, recursos, influência.
Hoje, tantos anos depois, ainda vivemos sob a sombra daquele legado. Em meio a novos conflitos e ameaças, percebo que muitas vezes já não sei quem está certo. As linhas se embaralham. As versões se multiplicam. Há dias em que parece que uma nova guerra já acontece — sem declaração, sem fronteira definida, mas com impactos reais, profundos, dolorosos.
O que mais me dói nas guerras é ver famílias sendo destruídas, tendo que deixar tudo para trás para sobreviver. A fome, a miséria e as doenças assolam pessoas que não mereciam sofrer, enquanto líderes pensam apenas em seus próprios interesses territoriais, materiais e ideológicos, ignorando e violando todos os princípios de humanidade — tudo para alimentar a indústria bélica.
Admito que isso me assusta. Mas também me move a refletir, observar e continuar escrevendo, com responsabilidade e respeito.
Obrigada por contribuir para esse diálogo.