Do papel para o digital — mas com o coração no mesmo lugar

 Do papel para o digital — mas com o coração no mesmo lugar

Ilustração baseada em agenda de 2005 com frase sobre o valor do meio da história.
Ilustração da minha agenda de 2005 

Por Mary Luz

Ah, as agendas. A liberdade de escrever nelas tudo que dava vontade. A letra de uma música. Um poema tocante. Frases, sempre elas. Um lampejo de lucidez. Inspiração inesperada. Idéias que jorraram do tubo de caneta para o papel, pedindo licença pela intensidade do fluxo, jamais pelo posicionamento. 

Porque pedir desculpas por ser real é um negócio que não tem fundamento.

Como nasceu essa imagem

Essa imagem nasceu de uma foto da minha agenda de 2005. Aquela mesma, de capa colorida, com figurinhas coladas, confidências escritas em letra torta e sonhos que hoje até parecem profecias.

Transformar essa página em ilustração foi como guardar uma lembrança dentro de um quadro invisível.

Porque ali tem tudo:

O jeito que eu via o mundo.

O modo como esperava pelo futuro.

As frases que escrevia sem saber que, anos depois, ainda precisaria delas. Ou soubesse bem até demais que as leria duas décadas depois e elas me lembrariam tudo que o mundo tenta me fazer esquecer.

 “A melhor parte da história é o meio, então faça cada momento valer a pena para não se arrepender no fim.”

O que minha agenda de 2005 ainda me ensina

Essa frase era minha. Ainda é.

E hoje, adulta, cheia de cicatrizes e páginas viradas, entendo o que aquela menina estava tentando me dizer.

A vida precisa continuar. 

O meio da história é onde tudo pulsa

O meio é onde a gente se constrói. É onde a vida acontece.

Nem o começo cheio de promessas, nem o final que tenta amarrar tudo. O meio é onde a gente se perde, se reinventa e segue escrevendo — mesmo que ninguém esteja olhando.

Guardar memórias é resistência

Hoje, com essa imagem nas mãos e o coração mais calmo, eu só agradeço.

À menina que sonhava.

À mulher que continuou.

E ao tempo, que me ensinou que guardar memórias é também uma forma de resistência.

Ao tempo por me manter de pé e me estender a mão para levantar-me sucessivas vezes.

Se você gosta desse tipo de lembrança, talvez goste também da crônica Antes que o tempo mude.

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