🌿 Com dignidade na vassoura: o Brasil que varre sem parar
Por Mary Luz
No dia 16 de maio, celebramos o Dia do Gari.
Celebramos mesmo? Ou só lembramos quando tropeçamos em um uniforme laranja entre sacos de lixo e buzinas apressadas?
Nesta data, o OCDM preparou uma homenagem especial para prestar toda a nossa gratidão por esses profissionais que fazem um trabalho essencial em nossa sociedade e merecem todo reconhecimento do mundo.
Gari não é palavra pequena.
É verbo em ação.
É quem acorda antes do sol, enfrenta chuva, calor, sujeira e indiferença — e ainda assim cuida da cidade como quem tenta salvar o que ninguém valoriza.
Enquanto muitos fecham a janela pra não ver, o gari está lá: limpando o que a sociedade joga fora, inclusive o respeito.
🧹 O que aconteceu:
O nome “gari” tem origem no sobrenome de um francês chamado Pedro Aleixo Gary, que foi contratado pela Prefeitura do Rio de Janeiro no século XIX para organizar os serviços de limpeza urbana da cidade.
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Em 1876, Pedro Aleixo Gary firmou um contrato com o governo imperial para implantar um sistema mais eficiente de coleta de lixo.
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A empresa dele ficou responsável por limpar as ruas — um trabalho que passou a ser feito com mais frequência e organização.
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Os funcionários da empresa passaram a ser chamados popularmente de “garis”, por associação direta ao nome do patrão (Gary).
Com o tempo, o nome se espalhou pelo país e virou sinônimo da profissão — hoje, um dos trabalhos mais essenciais (e menos valorizados) da sociedade.
💡 Curiosidade complementar:
Mesmo após o fim do contrato da empresa Gary, o nome “gari” continuou sendo usado pelo povo — e foi absorvido oficialmente pelas prefeituras como termo para os trabalhadores da limpeza urbana.
Mais do que uma profissão, é um serviço de cuidado coletivo. Ironicamente, esses profissionais ainda são tratados como invisíveis, alvos de piadas elitistas, ignorados por quem acredita que valor se mede pela roupa que se veste ou pelo salário que se recebe.
Que este post não seja só mais um.
Que este dia não seja só mais um.
Porque toda cidade limpa começa com um rosto cansado, mãos calejadas e passos firmes.
Não existe progresso que não passe por eles.
Hoje, e todos os dias, que a gente olhe com mais humanidade para quem constrói dignidade varrendo as esquinas da nossa pressa.
🧡 Gratidão aos garis.
Vocês não limpam só o chão.
Limpam a consciência de quem ainda sabe reconhecer esforço e dignidade.
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