🌙 Madrugada Animada com Noviça - O Lavrador Macabro 🌙

Voltamos a 1985, ao vivo, direto do estúdio da Malacubaca AM

(A trilha sonora começa com um toque misterioso, enquanto a voz da Noviça ecoa com entusiasmo.)

NOVIÇA: Boa madrugada, meus queridos ouvintes! Aqui é Carmen Angélica Esteves, a Noviça, pronta para mais uma noite de histórias e repercussões. Ontem, o conto das tâmaras deixou todo mundo de cabelo em pé — e as mensagens que recebi foram tantas que mal consegui dormir! Mas hoje, além de ler algumas dessas reações, trago uma nova história que promete ser ainda mais… fértil. Literalmente.

Antes de mais nada, vamos às cartas e ligações que chegaram. Um ouvinte me escreveu dizendo: 'Noviça, depois do conto das tâmaras, minha esposa começou a olhar para mim de um jeito estranho. Será que devo me preocupar?'

Ah, meu querido, se ela começar a mexer no pilão com muita concentração, talvez seja hora de reconsiderar suas escolhas alimentares! E falando em escolhas, vamos à história de hoje, que envolve um lavrador, cadáveres e... bem, um método nada convencional de fertilização.

(A trilha sonora muda para algo mais sombrio, com sons de pássaros noturnos e vento ao fundo.)

NOVIÇA: Nos confins de uma pequena vila, havia um lavrador conhecido apenas como 'Seu Zé da Terra'. Ele era famoso por suas plantações exuberantes, que pareciam crescer mais rápido e mais fortes do que qualquer outra na região. Mas o segredo de Seu Zé era tão macabro quanto eficaz. Dizem que ele tinha um acordo com o coveiro local, que lhe fornecia cadáveres frescos para serem enterrados em sua terra.

Seu Zé acreditava que os corpos eram o melhor fertilizante que a natureza poderia oferecer. E, de fato, suas plantações eram tão impressionantes que até os vizinhos começaram a desconfiar. Um dia, uma mulher da vila encontrou algo estranho enquanto colhia tomates: um dedo humano, ainda com a aliança de casamento.

A vila inteira ficou em choque, mas Seu Zé não parecia preocupado. Ele dizia: 'A terra devolve o que recebe. Se quiserem tomates-grandes, precisam aceitar o preço.'

E assim, a história de Seu Zé se espalhou, atraindo curiosos e investigadores. Mas ninguém jamais conseguiu provar nada — até que uma tempestade revelou um segredo enterrado em suas plantações. Querem saber o que aconteceu? Ah, meus queridos, isso eu conto… no próximo bloco!

(A trilha sonora termina com um trovão e o som de chuva ao fundo.)

🌙 Madrugada Animada: O Lavrador Macabro — Parte 2 🌙

(A trilha retorna com trovões e o som de enxadas cavando a terra.)

NOVIÇA: Quando deixamos a história, meus queridos, a tempestade havia revelado um segredo sombrio nas plantações de Seu Zé da Terra. E o que era esse segredo? Bom, dizem que os vizinhos viram a chuva lavar a terra e expor… crânios humanos! Isso mesmo, crânios. Aquela plantação farta de tomates suculentos era, na verdade, um cemitério disfarçado.

As autoridades foram chamadas, é claro. Mas quando chegaram ao local, Seu Zé estava sentado na varanda, calmamente tomando seu café como se nada tivesse acontecido. Ele olhou para os policiais, deu um sorriso amarelo e disse: 'Ah, mas essa terra sempre foi generosa comigo. Não sei do que vocês estão falando.'

Enquanto a vila inteira murmurava e apontava o dedo, Seu Zé não demonstrava nem um pingo de nervosismo. Até que o coveiro, que até então estava calado, resolveu abrir o bico. Aparentemente, ele e Seu Zé tinham um acordo: para cada “despacho” que o coveiro fizesse, ele recebia uma cesta de legumes como pagamento.

Mas a coisa não parou por aí, meus queridos ouvintes. Descobriram que algumas das plantas de Seu Zé haviam crescido anormalmente. Sim, anormal! Tomates do tamanho de melancias, abóboras que precisavam de três pessoas para serem carregadas e vagens que… bom, pareciam mais tentáculos de um filme de ficção científica. Os especialistas que examinaram o solo disseram que nunca viram nada parecido. Era como se a terra tivesse absorvido a essência dos corpos e a transformado em algo… sobrenatural.

E aí, claro, começaram os rumores. Alguns diziam que Seu Zé fazia rituais macabros durante a noite, dançando ao redor das plantações sob a luz da lua cheia. Outros juravam que os vegetais gigantes tinham vida própria e que, à meia-noite, era possível ouvir sussurros vindos da horta.

Mas o que realmente aconteceu com Seu Zé? Bom, isso depende de quem você pergunta. Alguns dizem que ele foi preso e sua plantação foi destruída. Outros acreditam que ele fugiu para um lugar ainda mais remoto, onde poderia continuar seus experimentos… ou, devo dizer, seu trabalho agrícola peculiar.

O que sabemos com certeza é que, desde então, ninguém mais daquela vila olha para um tomate da mesma forma.

(A trilha de suspense se dissolve em uma música dramática, enquanto Noviça volta ao microfone com sua energia contagiante.)

NOVIÇA: E aí, meus ouvintes destemidos, o que acharam dessa história? Fica a pergunta: até que ponto estamos dispostos a ir por uma boa colheita? Vou deixar vocês pensarem nisso enquanto toco mais uma música para encerrar a noite. Mas antes, quero agradecer a todos que mandaram mensagens sobre a história de ontem e já estão ansiosos pelas próximas madrugadas. É sempre um prazer transformar o silêncio da noite em momentos memoráveis com vocês! Boa noite, e lembrem-se: a terra tem segredos… e talvez seus tomates também.

(Música de encerramento: Você é luz, é raio, estrela e luar…)


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