Nas Lentes da Malacubaca | Dia Mundial do Rock: da rebeldia ao ringtone de operadora

 

Quando o grito virou trilha de comercial — e ainda assim, resistiu.

“13 de julho é Dia Mundial do Rock. Mas o que é o rock — e o que ele se tornou?”
“Entre guitarras distorcidas, censura, rebeldia de palco e figurinha em álbum teen, o rock foi da revolução à indústria.”


📺 Introdução

“Quem transformou o barulho em símbolo?”
“Como um gênero nascido na fúria virou trilha de propaganda de carro?”

No dia 13 de julho de 1985, o mundo assistia a um dos maiores festivais da história: Live Aid, evento simultâneo em Londres e na Filadélfia com lendas como Queen, U2, Led Zeppelin, David Bowie e The Who, transmitido para mais de 1 bilhão de pessoas.

A data ficou conhecida, com o tempo, como Dia Mundial do Rock — embora essa celebração só tenha pegado mesmo no Brasil.

E é aqui que a história fica mais interessante.


🗿 Origens e contracultura: quando o rock era revolução

Nascido da mistura entre blues, gospel e música negra nos Estados Unidos dos anos 1950, o rock foi, desde o início, um grito incômodo. Não era sobre técnica. Era sobre atitude.

Nos anos 60 e 70, o rock foi:

  • Motor do movimento hippie;

  • Trilha sonora contra a Guerra do Vietnã;

  • Expulsão do “bom gosto” da elite;

  • Sinônimo de juventude barulhenta, suada e pensante.

De Jimi Hendrix queimando guitarras a Raul Seixas pregando sociedade alternativa, o rock ainda não cabia em comerciais — mas cabia em corações indignados.


🇧🇷 O Brasil descobre o rock — e o censura

No Brasil, o rock chegou com Tim Maia, Roberto Carlos (sim!), Mutantes e Raul. Mas logo foi vigiado, censurado, perseguido. As bandas que sobreviveram nos anos 70 e 80 o fizeram com resistência criativa.

Com o fim da ditadura, o rock BR explodiu nos anos 80: Legião, Titãs, Barão, Plebe, Ultraje, Paralamas — todos colocando o dedo nas feridas abertas do país.

E então chegou o Live Aid… e mais tarde o Rock in Rio.
E mais tarde… a MTV.
E mais tarde… as boybands, o emo, o rock de FM.


📻 O rock em 2001

No ano da novela Os Desencontros do Cupido, o rock já vivia um novo ciclo:

  • A explosão de bandas como Linkin Park, Evanescence, Nickelback, The Strokes;

  • O boom do emo/screamo alternativo no underground;

  • No Brasil, CPM 22, Detonautas, Pitty e Charlie Brown Jr. ganhavam força;

  • O rock voltava a ser “coisa de jovem” — mas agora disputando espaço com o pop pasteurizado.

Muitos diziam: “o rock morreu.”
Mas, na verdade, ele só havia mudado de roupa — e de gravadora.


🎧 Reflexão final

O rock não acabou. Ele só não está mais nas paradas — está nos porões, nos fanzines, nas playlists caseiras e nos gritos abafados.

“Enquanto houver injustiça, haverá alguém escrevendo uma música de três acordes para enfrentá-la.”

O rock pode não salvar o mundo. Mas sempre terá um microfone ligado para quem quer gritar.


📚 Referências (ABNT)

  1. NAPOLITANO, Marcos. Seguindo a canção: engajamento político e indústria cultural na MPB (1959-1969). São Paulo: Annablume, 2001.

  2. TRINDADE, Fábio. A história do rock brasileiro. São Paulo: Panda Books, 2007.

  3. WIKIPÉDIA. Dia Mundial do Rock. Wikipédia: a enciclopédia livre, 2024. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Mundial_do_Rock. Acesso em: 15 jun. 2025.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigada pela visita ao OCDM, espero que você tenha gostado do conteúdo e ele tenha sido útil, agradável, edificante, inspirador. Obrigada por compartilhar comigo o que de mais precioso você poderia me oferecer: seu tempo. Um forte abraço. Volte sempre, pois as páginas deste caderno estão abertas para te receber. ♥

20 anos do Furacão Katrina: lições do passado e o futuro dos furacões 🌪️

  📚 Os Cadernos de Marisol 🌪️ O legado do Furacão Katrina: 20 anos depois Há 20 anos , o Furacão Katrina devastou partes de Nova Orlean...