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Joaninha no fim de tarde (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
Do lado de dentro do silêncio 🔇
🌧️ O medo do medo
🌧️ O Medo do Medo
"Tenho medo de me apaixonar porque sempre que isso acontece, a pessoa vai embora..." 💔
Há marcas em meu passado que eu gostaria de apagar, mas não posso, porque, gostando ou não das disformes cicatrizes, elas contam a minha história num ritmo até poético — onde houve (e ainda há) tanta dor, tanta dor que às vezes no peito cabe e precisa ser verso para transbordar rima. Para ser mais do que um amontoado de insônias sem propósito senão ouvir o tum tum tum descompassado do coração que sustenta a mente inquieta, também sonhadora, um pouquinho teimosa e rabugenta, mas nunca indiferente. Porque, quando atinjo o patamar da indiferença, nada mais pode ser feito.
O medo de amar nunca foi, nem será, o problema. Embora tímida e relutante, nunca deixei de sentir. E se assim fosse, nem essas simples digressões existiriam. Quem sabe eu somasse menos dores? Saber, eu nunca saberei. Mas também não saberia metade do que hoje creio saber.
Amor em meu peito há de sobra. Tenho vontade de compartilhar. Preencher com todas as cores do arco-íris os muros tristonhos desta cidade. Desenhar corações em espelhos embaçados. Porque a fonte onde brota amor nunca deixa de jorrá-lo — mesmo quando o mundo parece seco.
Já ouviu falar do medo do medo?
Pode soar estranho admitir em voz alta que se tem medo... de ter medo.
Ter medo faz parte de girar na roda da vida, e até certo ponto, é um escudo protetor. Mas em demasia, ele vira um cárcere invisível que retarda a evolução. Se essa palavrinha tão pequenininha já embrulha o estômago, imagine então o que é... ter medo do medo.
O medo do medo é o ponto de partida para uma reflexão onde o amor o encontra numa encruzilhada. De mãos dadas, caminham rumo ao precipício, de onde se atiram. E ao cair, trazem à tona uma dor que talvez nunca viesse a ser sentida — mas que, agora exposta, talvez também seja a chave para a libertação.
📌 Texto de autoria própria. Esta é uma obra literária e subjetiva, protegida pelas garantias constitucionais de liberdade de expressão artística (art. 5º, CF/88), sem menção a terceiros identificáveis.
O preço de escrever com a alma
Lavanda e fúria 🪻 👁️
Lavanda e Fúria
Caderneta de um quase-cisne 🔮
Inadequada, autêntica e indomável
A menina com pulseirinha de ábaco
Rabiscado a lápis
Fugitiva
Entardeceres 🌇
Quando o sol começa a se pôr no horizonte, os pássaros voam rumo a suas casas e vão cantando, não precisam de grandes coisas para serem felizes, são apenas o que são. Eles me ensinam mais do que jamais sonhei em aprender. Grandes discursos são desnecessários, basta o silêncio aliado a um pouco de sensibilidade para sonhar de olhos abertos.
Olhar para o céu é algo que eu não dispenso nem mesmo na correria da vida cotidiana, nem mesmo quando o sol "some" por alguns dias. Meditar nele me ajuda a recordar a importância de aprender a lidar com a impermanência da vida e encontrar beleza em cada estação, respeitar o ciclo da vida.
Os desenhos das nuvens não se repetem, nem o sol se põe na mesma hora todo dia, nem a lua... o nascer e o pôr-do-sol são espetáculos os quais temos o privilégio de acompanhar sem desembolsar um centavo, que nos preenche de esperança quando o mundo parece desabar sobre nossas cabeças.
O céu é a inspiração dos poetas e também dos que não são poetas. Olhar para ele é sonhar um pouco, silenciar a mente e simplesmente apreciar, apreciar o momento, a vista, a dádiva de estar no aqui e no agora, de ser quem se é, deixar a imaginação vagar pelo infinito, abrir mão — nem que seja por alguns minutos — de querer ter o controle de tudo.
Teve uma passagem de livro que me deixou furiosa: o "autor" disse em um poema que não entendia como as pessoas perdiam tempo olhando para o céu porque, nas palavras dele, era algo "non-sense". No entanto, diante de um absurdo sem tamanho, o melhor a fazer é olhar para o céu e deixar a indignação se desfazer como uma nuvem, posto que o dia de hoje não se repetirá, nem o de amanhã, nem os que já se foram.
Você e eu partiremos uma vez chegada a nossa hora, mas o céu permanecerá, e outras pessoas observarão com admiração o mesmo céu que tanto já nos ensinou, como um professor dedicado que nunca desiste de dar o seu melhor em tudo o que faz, e embora trate-se de uma sombria certeza, ela pode ser reconfortante. Olhe para cima, olhe para mim. Serei sua estrela-guia em outra dimensão.
Curitiba, 11 de fevereiro de 2023
Do lado de dentro do silêncio 🔇
Joaninha no fim de tarde (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) Toda vez que abro o rascunho é a mesma história: a folha em branco me encara, ...

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