Já preenchi centenas de linhas como quem borda uma peça com atenção aos mais singelos detalhes. Hoje, escrever uma única página se tornou árduo, não porque o desejo tenha morrido, porém por medo de não encontrar nada de útil para comunicar, nem poesia que brote do toque das teclas, como se eu tivesse perdido o contato com a inspiração.
Ainda assim, há em mim uma sede que não se apaga, uma urgência que insiste, como quem conhece as regras do jogo, mas nunca teve acesso ao regulamento. Persiste como um eco, atormenta sem pedir licença.
Descrevo o fogo cruzado, e mesmo assim o entendimento se desnuda em miragem. Um minuto de silêncio pelos versos natimortos. Chorei por eles em algum sonho distante... ou não.
Pode não ser estoicismo, apenas cansaço. O pranto engolido, suando frio para esconder a vergonha de se abrir mais do que deve. Há tantas marcas de borracha nesta página... e, enquanto programo o despertador, penso no fim do próximo parágrafo.
❤️🩹❤️🩹🥰
ResponderExcluirObrigadaaa pela visita, miga!
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