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| All that you can't leave behind comemora jubileu de prata |
Em outubro de 2000, a banda irlandesa U2 lançou seu décimo álbum de estúdio, All That You Can’t Leave Behind, marcando mais que um lançamento: um reencontro com sua essência. Produzido por Brian Eno e Daniel Lanois, o álbum representou uma volta ao rock melódico, após anos de experimentação sonora nos anos 90.
Este trabalho obteve êxito crítico e comercial, chegou a vender cerca de 12 milhões de cópias, estreou em primeiro lugar em vários países e recuperou o prestígio da banda.
Produção & Som
O álbum foi gravado em estúdios em Dublin e no sul da França, com Eno e Lanois à frente da produção. A proposta era clara: deixar de lado, ou pelo menos domar, as construções mais “danceteria/eletrônica” dos álbuns anteriores, e retornar ao clássico som de guitarra, melodia e voz que o U2 fazia tão bem.
Isso se traduz em arranjos claros, melodias que elevam e letras que convidam à reflexão. O guitarrista The Edge, por exemplo, revisitava seu som característico, enquanto Bono trazia letras mais pessoais e reais, sobre perdas, esperanças, dias que ainda podem ser lindos.
O efeito? Um álbum que soa maduro, vulnerável e, ao mesmo tempo, empoderado, perfeito para ouvir numa fase de reconstrução ou de busca por pertencimento.
Recepção crítica e pública
O álbum foi muito bem recebido: a crítica comentou positivamente a coesão, o retorno às raízes e o vigor da banda. Em premiações, foram 7 Grammys, incluindo “Record of the Year” e “Song of the Year” para “Beautiful Day”. Comercialmente, o impacto foi enorme: o álbum figurou no topo de charts em dezenas de países.
Para o público, tornou-se fonte de hinos: músicas que viraram trilhas de vida, de mudança, de dias que não podem ser desperdiçados.
Foco nas músicas que mais mexem comigo
Beautiful Day
Lançada como single principal em 9 de outubro de 2000, “Beautiful Day” abre o álbum com um tom triunfante. A letra traz ideias como “The heart is a bloom / Shoots up through stony ground”, florescendo onde parecia impossível. Bono definiu: “um homem que perdeu tudo, mas encontra alegria no que ainda tem”.
Para mim, essa música é um espelho: nos meus dias de silenciar para sobreviver, ela lembra que existe beleza para ver, mesmo quando o mundo sussurra que não. Coloco o fone, respiro fundo e ouço: é um dia lindo.
Stuck in a Moment You Can’t Get Out Of
Embora não tenha aqui a fonte específica da letra completa, sabe-se que essa faixa foi inspirada como uma espécie de conversa imaginária de Bono Vox com o amigo Michael Hutchence, vocalista do INXS, depois da morte dele. É uma canção sobre arrependimento, amor e o desejo de poder ajudar alguém que estava preso num momento difícil.
Quantas vezes na vida não temos a sensação de estar num ciclo interminável e vemos nossas forças irem embora. Essa música te abraça.
“Você ficou preso num momento e não consegue sair dele”, essa frase reverbera. Mas ela não termina em desalento: há desejo de libertação.
Escutar (All That You Can’t Leave Behind) hoje é revisitar uma jornada de senda, abandonar o que pesa e abraçar o que resta — e mais que isso, o que floresce.
Para você que me lê: em que momento você está preso? Que música pode te lembrar que ainda existe beleza?
E para mim: é hora de escrever de forma mais livre, publicar, existir plenamente — como o U2 me disse: há um dia lindo, se você se permitir ver.

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