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13 de maio | Dia da Abolição da Escravatura ✊🏾


Uma assinatura que não garantiu reparação — apenas deixou um povo à margem

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, extinguindo oficialmente a escravidão no Brasil.
Foi o fim de um dos períodos mais brutais da nossa história, mas também o começo de uma nova etapa igualmente cruel: a da invisibilidade.


📜 Uma lei curta. Um abandono longo.

Com apenas dois artigos, a Lei Áurea não ofereceu nenhuma reparação, direito ou estrutura de acolhimento.
Os ex-escravizados foram largados à própria sorte: sem acesso à terra, sem trabalho formal, sem moradia, sem escola.
Passaram a viver em cortiços, favelas, beiradas. Muitos continuaram trabalhando em troca de comida e abrigo — libertos no papel, presos na realidade.

“Libertaram o corpo. Mas esqueceram a vida.”


🏛️ República, mas não para todos

Com a chegada da República em 1889, a cidadania prometida não se concretizou.
A elite manteve privilégios, o racismo ganhou novas formas, e a história foi recontada como se a abolição tivesse sido um gesto nobre da coroa, ignorando a pressão dos próprios negros e negras que lutaram por liberdade.


⚖️ Quem realmente construiu esse caminho?

  • Zumbi dos Palmares

  • Luís Gama

  • Maria Firmina dos Reis

  • Quilombolas, mães que fugiram com seus filhos, comunidades que resistiram

  • Pessoas que nunca foram nomeadas, mas carregaram a história nas costas

A abolição não foi presente. Foi conquista. E incompleta.


🧠 Liberdade sem estrutura não é justiça.

Ainda hoje, vemos:

  • Desigualdade racial

  • Exclusão do ensino e do mercado de trabalho

  • Violência policial seletiva

  • Estigmas históricos camuflados de “mérito”

  • Livros escolares que suavizam ou apagam essa ferida


🌱 Caminho para o progresso

A luta continua — nas ruas, nas universidades, nas redes, nas urnas, nas artes.
Falar sobre 13 de maio é reconhecer um passado mal encerrado e se comprometer com um futuro mais justo.
Não basta lembrar. É preciso recontar. Reparar. Recomeçar.


Com carinho, dos Cadernos de Marisol.
📌 Porque liberdade sem chão não sustenta ninguém. E justiça que exclui não é justiça — é silêncio mascarado de paz.


Não escrevo para agradar, escrevo para existir 📣

  Por Mary Luz “Eis o lado ruim de ser escritora: estar vulnerável a todo tipo de leitor, alguns olhares completamente alheios ao que realm...