3 de novembro | Dia da Instituição do Direito de Voto da Mulher
Por trás das pausas
Do lado de dentro do silêncio 🔇
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| Joaninha no fim de tarde (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) |
Quando a caneta descansa
Chega a hora de crescer.
Ampliar o campo de visão.
Chega a hora de ser mulher, não me esconder mais da vida nem de ninguém.
Não tem motivo.
Estou aqui para fazer a diferença e não para observar.
Rebelde sem causa?
Escrito em março de 2017, este texto nasceu de reflexões profundas sobre autoconhecimento, resiliência e a luta por autenticidade em um mundo que frequentemente impõe padrões inalcançáveis. Hoje, ao revisitar essas palavras, vejo nelas não só um desabafo do passado, mas uma mensagem poderosa e atemporal para quem busca força e liberdade interior.
A Insubmissa que cria mundos (essa sou eu, mesmo que não vejam)
Você escreve com o coração na ponta dos dedos,
cria mundos com o que os outros descartam,
não vive para agradar, mas para dizer o que precisa ser dito
e isso é tão raro que assusta mesmo quem vive no raso.
Você não nasceu para ser padrão, nasceu para ser lenda.
Não desista, não se disfarce para servir no encaixe.
Não deixe o mundo te convencer de que ser autêntica é um defeito.
O que você cria não é ostentação vazia para um story e nada mais…
é arte, resistência, poesia… legado.
Quem cria mundos, mesmo sendo invisível no seu tempo,
planta raízes para que outras como você floresçam depois.
A doçura que ficou na árvore
Já ele… seguia ali. Sozinho no galho mais alto, aquecido pelo sol da tarde, balançando com o vento, tentando entender por que ninguém o escolhia.
Mary Recomenda | A bela Rosalina - Natasha Solomons
Quando ser a “esquecida” salva uma vida inteira
Por Mary Luz
Independentemente de gostar ou não, tenho certeza de que você já ouviu falar da história de amor entre Romeu e Julieta, certo?
Na edição de hoje do Mary Recomenda, não trago a icônica obra de Shakespeare, mas uma releitura de Rosalina, que na peça original é brevemente mencionada como “um amor antigo” do Romeu. Este é o nosso ponto de partida para uma jornada de 360 páginas que nos leva para a Verona medieval, onde Julieta Capuleto vivia seus últimos dias de inocência.
Crônicas (não tão) Desbocadas (hoje) | Carta à florzinha do sertão que o mundo não conseguiu matar
Conheci uma moça que trabalhava numa pizzaria 24 horas, só não recordo se era Paraíba ou Piauí, só sei que tem praia e que, se o mundo fosse justo, ela moraria numa casa de frente para o mar, com tempo livre para escrever poesia. Revezava entre fritar, limpar e sorrir sem vontade para os mesmos homens que pediam pizza e puxavam conversa com a boca suja de atrevimento. Ninguém ali sabia que ela escrevia. Que tinha nome de autora. Que fazia dos status do WhatsApp seu livrinho de bolso.
Ela se chama Tori. Nome de flor guerreira, dessas que brotam em pedra rachada. Nos conhecemos numa sala virtual de desabafos. A Tori tinha uma história tão forte que dava vontade de chorar no ombro dela, mesmo ela sendo a vítima.
O aniversário dela foi em março, já passou, mas a história de resistência dela é um lembrete de que nós não estamos sós e, quando nos unimos, ainda que de longe, somos bem mais fortes.
Querida Tori,
Essa noite, pensei muito em você. Faz tempo que você não dá notícias, espero que esteja tudo bem.
Pensei no quanto é injusto o mundo cobrar força de quem só aprendeu a sobreviver. Você, que foi jogada no caos desde cedo. Que teve a infância violada, a adolescência roubada, e mesmo assim, floresceu — com poesia no peito e um sorriso nos lábios.
Você me contou da sua mãe de coração, a única que te chamou de filha com verdade. E de como tudo desmoronou quando ela se foi. Do padrasto que fez da sua vida um campo de dor. Da mãe biológica que preferia te ver grávida e humilhada do que sonhando alto. Da filha da idosa que te tratava como escrava. De cada lugar que você tentou chamar de lar e só encontrou portões fechados.
Mesmo assim, você foi.
Foi vender doces na praia. Foi cuidar dos outros sem ter quem cuidasse de você. Foi tentando estudar, mesmo sabendo que o boleto não aceita sonho como moeda.
E, ainda assim, você sorri. Aconselha. Ama. Com um coração pisciano que quer curar o mundo, mesmo com a alma cheia de remendos.
Me fala: de onde vem essa luz?
Seu amigo, aquele que ria das próprias dores e fazia você rir quando nada mais dava certo, virou borboleta. E foi embora cedo demais. Coração bom demais, partido demais, gentil demais para um mundo que só valoriza quem grita. Ele era seu anjo da guarda. E agora virou saudade — dessas que não têm comparação.
Sei que te disseram que "a vida continua". Mas ninguém te disse como continuar com um buraco no peito, né? Esse tipo de luto não cabe em legenda de rede social. Ele se esconde nos silêncios. Nos olhos que perdem o brilho por uns segundos e logo depois fingem que não foi nada.
Mas eu vi.
E quem ler essa carta vai ver também.
Você é uma senhora sábia num corpo jovem e ferido. Você é flor do sertão, daquelas que a gente jura que não vingaria, mas brota linda mesmo sem chuva. Você é poesia onde o mundo só queria deixar pedra.
E se um dia tudo falhar — lembra que tem gente que viu. Que guardou. Que vai escrever sobre você, mesmo que o mundo não queira.
Com carinho e olhos marejados,
Nina
🐞 O Jardim de Buba e as Estações do Silêncio
🐞 O Jardim de Buba e as Estações do Silêncio
(Uma fábula sobre florir apesar das pragas invisíveis)
Por Mary Luz | Os Cadernos de Marisol
Havia um jardim escondido atrás da neblina, onde nem todo mundo conseguia chegar. Era um lugar onde as flores nasciam de palavras e as árvores escutavam antes de responder. Ali vivia uma Joaninha chamada Buba, dona de um coração que escrevia antes mesmo de bater.
Feliz Dia dos Namorados
Rabiscos na Calada da Noite — ed. 1001
Este texto nasceu em 2018, durante uma noite de reflexões intensas. Era apenas um rabisco despretensioso, mas carrega uma mensagem que permanece relevante. Hoje, decidi compartilhá-lo com a esperança de que essas palavras alcancem corações em busca de conforto ou coragem.
A fuga de si mesma
Você pode correr de si mesma por um bom tempo, negar seu destino e fugir por aí, mentir até se convencer de que cada sílaba proferida é tão verdadeira quanto a farsa por trás desse sorriso com ar de deboche.
Você até pode se enganar acreditando que a felicidade é frívola, que tudo não passa de um grande e estúpido jogo onde quem perde é quem se apega. Entretanto, nada dura para sempre. Um dia o seu destino te encontra, e ninguém no mundo pode te salvar de ser você.
O reflexo no espelho te atordoa. Tudo bem, você não está só nessa roleta russa. Seu destino te encontrou, e você se sente perdida. Por que você é o que é? Está onde deveria estar? E o que fará daqui por diante?
Desafios do destino
Se você tentou enterrar sua essência, foi porque algum evento do passado te fez acreditar que você não era suficiente. Buscou ser tudo para todos: a filha exemplar, a melhor aluna, a melhor amiga. Mas as derrotas te derrubaram, porque ninguém te ensinou que você não precisa viver em função dos outros.
Também estou em um fogo cruzado que parece interminável, com a mente fervilhando de angústias e os medos do futuro. Fugi do meu destino por tanto tempo que, quando percebi o significado de abrir mão de mim mesma, muitas coisas perderam o sentido. Passei a almejar mais do que apenas sobreviver — quis viver em plenitude e estar em paz com meu coração.
Aceitação como liberdade
Então, por que correr de si mesma? Negar quem você é? A dor e o sofrimento existem em todos os caminhos, mas, ao se descobrir, aceitar e respeitar, você abre sua mente para aprender com a vida. E esse aprendizado nunca cessa.
Cabeça erguida, menina! Não corra de si mesma. Esse é o conselho que te dou, porque o medo de ter medo é tão vicioso quanto à tristeza.
Destrinchando a letra | Sunny came home - Shawn Colvin
A música “Sunny Came Home”, da cantora e compositora americana Shawn Colvin, é uma balada folk-rock lançada em 1997 como parte do álbum A Few Small Repairs. Apesar de sua melodia suave e cativante, a canção apresenta uma narrativa sombria e intensa.
Nina Contra o Mundo | A mulher invisível: quando a inteligência é vista como desvantagem no amor
A mulher invisível: quando a inteligência é vista como desvantagem no amor
📌 Por Nina | Os Cadernos de Marisol
Você já se sentiu invisível?
Não por ser tímida. Nem por falta de charme. Mas por ser… inteligente.
Quando a vida nos presenteia com sensibilidade, pensamento crítico, olhar analítico e uma certa acidez bem-humorada, parece que também nos pune com a solidão. Não faltam elogios à nossa “inteligência”, “maturidade”, “brilho próprio”.
Por que esses elogios vêm sempre de pessoas que nos descartam como opção amorosa?
Terças com Tita | Manifesto de uma mulher que se recusa a se encaixar
Manifesto de uma mulher que se recusa a se encaixar
Por Tita | Os Cadernos de Marisol
Sinto, dia após dia, o olhar enviesado de quem espera que eu me encaixe.
Porque não suporto blazer que me aperta, salto que me cala, nem a obrigação de parecer adulta para satisfazer expectativas alheias.
Gosto de roupas que contam quem sou — e não de figurinos pensados para agradar o LinkedIn dos outros.
Julgar meu profissionalismo pelo que visto é uma das formas mais escancaradas de misoginia estrutural.
A régua da maturidade é torta. E pesa só para um lado.
Ser escolhida nem sempre é sinal de vitória
Não escrevo para agradar, escrevo para existir 📣
Por Mary Luz
“Eis o lado ruim de ser escritora: estar vulnerável a todo tipo de leitor, alguns olhares completamente alheios ao que realmente foi dito.”
14 de maio | Dia Nacional de Conscientização sobre Doenças Cardiovasculares na Mulher ❤️🩹
O 14 de maio foi escolhido para lembrar que doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre mulheres no Brasil e no mundo — e que esse coração que todo mundo chama de forte, às vezes está exausto, invisível, adoecido e negligenciado.
10 de maio | Dia da Cozinheira 👩🍳
🍲 Com Amor, Temperos e Memória
10 de maio — Celebrando a Cozinheira do Cotidiano
👩🍳 Quem é a cozinheira do cotidiano?
🍛 Cozinhar é mais do que alimentar
Cozinhar é resistir à pressa.
É lembrar o cheiro da infância.
É ensinar sem falar, é transformar o ordinário em extraordinário.
É cuidar de quem se ama mesmo quando se está exausta.
Em muitos lares, cozinhar é o único momento de trégua.
📝 Memórias à mesa
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O arroz com feijão da infância, sempre com pedacinhos dourados.
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O bolo simples que salvava aniversários improvisados.
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A panela grande de sopa que reunia os vizinhos.
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A farofa feita com amor, e não com regras.
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O café coado na hora certa, com cheiro de casa.
A comida carrega vozes, histórias, saudades. E a cozinheira é a guardiã de tudo isso.
💪 A cozinha como espaço de empoderamento
Da marmita ao banquete, da quentinha ao bufê: cozinhar pode ser libertação.
💬 Frase para compartilhar:
“Toda cozinheira é, no fundo, uma contadora de histórias. Cada receita carrega alguém que a ensinou, alguém que a provou, alguém que jamais esqueceu.”
Malacubaca | Noviça se pronuncia sobre sua fama de pé-frio na copa
Por Noviça (A Inteligência Artificial precisará comer muito feijão com arroz para alcançar o mindinho do meu lindo pé direito. Aí, sim, a ...
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Os ventos que atuam no Brasil variam conforme a região, a estação do ano e a circulação geral da atmosfera. Alguns são constantes, outros ...
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O Hospital Erasto Gaertner, referência no tratamento oncológico no Paraná, está com os estoques de sangue O- e A- em níveis crít...












