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Mary Recomenda | As Virgens Suicidas - Jeffrey Eugenides


O Mary Recomenda de hoje traz a resenha de um dos romances contemporâneos mais marcantes e melancólicos que já li: As Virgens Suicidas, de Jeffrey Eugenides. Publicado originalmente em 1993, o livro ganhou adaptação para o cinema em 1999 pelas mãos da estreante (e hoje cultuada) diretora Sofia Coppola.
Falar sobre essa obra é um desafio, não só pelo tema delicado, mas também porque ela deixa uma impressão difícil de descrever, algo entre o desconforto e o fascínio. Ainda assim, vou tentar — porque esse livro merece ser sentido.

Sinais de que alguém pode estar precisando de ajuda #setembroamarelo

Se você parou aqui é porque ou está precisando de ajuda (e quer se ajudar, o que é ótimo!) ou conhece alguém que realmente não está nada bem. De qualquer forma, sinta-se em casa, pois embora essa modesta publicação não substitua um acompanhamento profissional apropriado, o objetivo dela é a dialogar e oferecer alento a quem o necessita.

Por que falar sobre saúde mental é tão importante? #SetembroAmarelo

Saúde mental é um assunto que deveria ser levado a sério durante todo o ano, não somente em setembro. Ninguém está isento de vivenciar um episódio depressivo e até mesmo cogitar terminar a própria história. 
Quando alguém chega a esse ponto, talvez não queira acabar literalmente com tudo, mas buscar um alívio para essa dor que incomoda tanto, que rouba o brilho no olhar e transforma a existência numa triste combinação de apatia e falta de coragem.
Não é fácil viver entre altos e baixos, embora eles façam parte da vida tanto quanto o dia, a noite, o sol, a chuva e as responsabilidades. Entretanto, quando sabemos que não estamos sozinhos, que outras pessoas passam ou já passaram pelo que passamos, isso ajuda muito.

O que é Setembro Amarelo?

Setembro chega com uma cor especial: o amarelo. Mais do que um tom que remete à luz e ao calor, ele é um chamado à esperança. 🌻

Desde 2015, o Brasil participa da campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção ao suicídio. O dia 10 é lembrado mundialmente como o Dia da Prevenção, mas o movimento se estende por todo o mês com uma mensagem importante: falar sobre saúde mental salva vidas.

Rebelde sem causa?

  

Escrito em março de 2017, este texto nasceu de reflexões profundas sobre autoconhecimento, resiliência e a luta por autenticidade em um mundo que frequentemente impõe padrões inalcançáveis. Hoje, ao revisitar essas palavras, vejo nelas não só um desabafo do passado, mas uma mensagem poderosa e atemporal para quem busca força e liberdade interior.  

O veneno também cura (manifesto de quem cansou de agradar) 🐍 🕷️ 🖋️

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
— Clarice Lispector 


Essa história não é sobre perdão e superação, tampouco terá frases genéricas para entulhar as redes sociais de falsas pílulas de autoajuda. É sobre uma pessoa disposta a abraçar as próprias sombras, recolher as cinzas das asas quebradas e lembrar de cada pessoa que me empurrou nesse abismo — porque quero ver a queda de um por um, no alto do meu camarote.

Não tenho vocação pra ser boba alegre. Gratiluz é o caralho. Tenho ódio, raiva e mágoa pulsando na mesma frequência do amor. São apenas as duas faces da moeda tomando as rédeas da minha vida, enfim.

O mundo não evoluiu com o silêncio autoimposto. Só ficou carente de uma voz sensata e lúcida, capaz de representar os que ficam à margem da hipocrisia — onde as luzes dos holofotes nunca chegam de verdade, na incômoda penumbra dos desvalidos de popularidade.

Mary Recomenda | A Redoma de Vidro — Sylvia Plath



A recomendação de hoje já estava na minha tbr fazia alguns anos, porém eu não estava certa quanto a ser o “melhor momento” para lê-la, considerando o trágico e precoce final da autora. Entretanto, decidi ler e prometi a mim mesma que redigiria minhas modestas impressões no blog. Cá estou, bastante insegura, respirando fundo antes de prosseguir… porque desistir também um verbo que me ocorre com uma frequência considerável.

Todos esses sentimentos podem ser influenciados e até certo ponto insuflados pela perspectiva da redoma, não descarto essa possibilidade, mas não foi para falar dos meus dramas que vim aqui, foi para falar de uma autora brilhante, que, infelizmente, não conseguiu suportar a própria dor e nos deixou muito cedo. 

Sim, estou falando de Sylvia Plath e sua Redoma de Vidro, a estrela do Mary Recomenda de hoje.

Campo minado com tiaras arrancadas, pulseiras improvisadas e banhos de lama

Dizem que a infância é a fase da pureza. Que toda criança é feliz. Que bullying "faz parte", que “a gente supera”. No entanto, não é bem por aí, meus caros!

Bolo na garganta

Bolo na garganta

Reconheço estar regredindo, mas também coloco o dedo na ferida e jogo essa culpa no mundo e nos seus valores tóxicos que me atiram de volta ao precipício, medindo meu valor com uma fita métrica, pesando a dignidade para calcular o quanto há de mim aqui e ceifar com o facão. Minha parcela de culpa já está devidamente assumida, porém, não parei no inferno sozinha, nem por vontade própria.
Eles cobram produtividade, contudo, não se importam com as circunstâncias, comparam meu capítulo 3 com o 20 de alguém que largou bem mais privilegiada na maratona da vida, exigem o que nunca deram e se prendem aos protocolos estúpidos para manter as aparências.
Dizem ser pela inclusão e te mandam para a câmara fria para ver se assim os sonhos morrem logo de uma vez por todas, você é sempre estranha, esquisita, difícil de lidar, nunca faz nada direito. Esforços vistos com indiferença, portas fechadas, "não corresponde ao perfil que buscamos neste momento".
É enlouquecedor tentar buscar esse equilíbrio ou eu não perdi a mania de ser sensível demais?

O manifesto da baleia assassina 🐋

Atenção: esse post contém gatilhos pesados e não é recomendado para pessoas sensíveis, especialmente se elas pensam em suicídio e sofrem de transtornos alimentares sérios como anorexia, bulimia e compulsão alimentar.

Esse medo de ser esquecida

Nota da autora: Nem todo texto escrito em primeira pessoa é autobiográfico. Às vezes, é apenas uma tentativa de dar voz a sentimentos que muitas pessoas já sentiram — ou que eu observei no mundo ao meu redor. Esse é um desses casos. 



E esse medo de ser esquecida...

Não posso mentir não ter esse medo.

A cama parece espaçosa demais para mim.

Lençóis amarrotados e cobertores pesados são o que há de mais próximo e familiar.

O vento cortante me machuca mais aqui dentro do que lá fora, onde a chuva cai lenta e constantemente.

Os dias têm sido tristes noites há tanto tempo que já parei de contar no calendário, nesse intervalo meio indefinido que os faróis da sabedoria não conseguem iluminar.

Nenhuma mensagem nova.

Ninguém à minha procura.

E eu continuo aqui, com esse medo mudo de desaparecer da memória de quem um dia me jurou eternidade.

Pilhas não são eternas


 Quero escrever poesia, mas tem um aperto no peito que não deixa. Deve ser cansaço, extrapolei o limite de caracteres e não quero me explicar para ninguém. 

Já encheu a paciência essa história de pedir desculpas por existir, por pensar assim ou assado. Com licença, o mundo não gira ao redor de estrelas falsas e prepotentes, pilhas não são eternas

Inadequada, autêntica e indomável

A menina com pulseirinha de ábaco


Era uma terça-feira amena quando Clara completou 10 primaveras. Ganhou da mãe um caderno de recordações, onde foi chamada de “menina-moça” — uma expressão que parecia capturar aquele momento de transição, entre a infância e algo que ela ainda não compreendia bem. 

Clara adorava brincar de boneca, de bola, de pique-esconde. Explorava territórios imaginários, onde era uma condessa acompanhada de um cachorrinho fiel, e se deliciava com bolachas recheadas, sorvetes, bombons e pizzas. Ela amava ganhar brinquedos e, mais do que tudo, criar histórias.

Oh, Mary de 20 anos, o que a vida fez contigo?


Há 15 anos obtive uma conquista de proporções inimagináveis para uma jovem de origem modesta, passei em uma universidade federal e orgulhei minha família, no entanto, por ser Letras e não Jornalismo, subestimei o mérito e me autossabotei, erro que levei 14 anos para reparar. Quando desisti da federal, não tinha garantia nenhuma de estudar o tal curso dos sonhos, a conta veio. Paguei caríssimo.

Prestei alguns vestibulares para Jornalismo, mas nunca passei. Em 2017, decidi estudar Jornalismo a distância, sendo integrante da primeira turma daquela modalidade na instituição X por conta do preço, embora meu sonho sempre tenha sido o presencial, poder praticar, me sentir jornalista de verdade. No começo, nossa, eu estava nas nuvens, certa de que em 4 anos eu teria o sonhado diploma e poderia, enfim, me dedicar à escrita quando tudo estivesse terminado. Mal sabia que o sonho acalentado por mais de duas décadas se transformaria em pesadelo. 

O que aprendi

 


Não sou pedra no caminho de ninguém


Começar e nunca terminar… será só descompromisso? Irresponsabilidade? Falta de força de vontade?

Somos as fases que vivemos. Sinto certo desejo de correr alguns riscos. Soltar aquele grito preso na garganta por tanto tempo que devo ter perdido a conta e a noção dele. Nem me lembro quando foi a última vez que rasguei a mortalha e pus-me a obedecer meus próprios instintos, naquela época eu ainda sabia me defender. Bons tempos, mas o orgulho impedia-me de admitir, apreciava-me perseguir trevos-de-quatro-folhas e delegar aos astros a responsabilidade de fazer-me feliz.

Iniciativa

 


Bastava apenas uma palavra. Algumas palavras, perdão. Chegamos a um estágio da vida onde perdemos tudo, os queixumes do medo são tão irrelevantes quando nos encontramos diante do monte de areia acumulado pela ampulheta. Próxima linha, próximo passo. Os pés podem tocar em um campo minado, de nada valerá ser amada ou odiada se não passarei de outro dente-de-leão jogado ao vento.

É assim que a vida é

Estou me conhecendo e dispenso interferências nesse processo. Permita-me elaborar minhas próprias perguntas. Desabrochar exige sacrifício e certos elos são sagrados. Ser quem sou é doloroso. O meu melhor lado sempre sufocado e oprimido para adequar-se aos tais conformes que sempre me desviaram por tabela. Tudo bem, é assim que a vida é. 

Do lado de dentro do silêncio 🔇

Joaninha no fim de tarde (Reprodução/Arquivo pessoal da Mary) Toda vez que abro o rascunho é a mesma história: a folha em branco me encara, ...