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Esse medo de ser esquecida

Nota da autora: Nem todo texto escrito em primeira pessoa é autobiográfico. Às vezes, é apenas uma tentativa de dar voz a sentimentos que muitas pessoas já sentiram — ou que eu observei no mundo ao meu redor. Esse é um desses casos. 



E esse medo de ser esquecida...

Não posso mentir não ter esse medo.

A cama parece espaçosa demais para mim.

Lençóis amarrotados e cobertores pesados são o que há de mais próximo e familiar.

O vento cortante me machuca mais aqui dentro do que lá fora, onde a chuva cai lenta e constantemente.

Os dias têm sido tristes noites há tanto tempo que já parei de contar no calendário, nesse intervalo meio indefinido que os faróis da sabedoria não conseguem iluminar.

Nenhuma mensagem nova.

Ninguém à minha procura.

E eu continuo aqui, com esse medo mudo de desaparecer da memória de quem um dia me jurou eternidade.

Pilhas não são eternas


 Quero escrever poesia, mas tem um aperto no peito que não deixa. Deve ser cansaço, extrapolei o limite de caracteres e não quero me explicar para ninguém. 

Já encheu a paciência essa história de pedir desculpas por existir, por pensar assim ou assado. Com licença, o mundo não gira ao redor de estrelas falsas e prepotentes, pilhas não são eternas

Inadequada, autêntica e indomável

A menina com pulseirinha de ábaco


Era uma terça-feira amena quando Clara completou 10 primaveras. Ganhou da mãe um caderno de recordações, onde foi chamada de “menina-moça” — uma expressão que parecia capturar aquele momento de transição, entre a infância e algo que ela ainda não compreendia bem. 

Clara adorava brincar de boneca, de bola, de pique-esconde. Explorava territórios imaginários, onde era uma condessa acompanhada de um cachorrinho fiel, e se deliciava com bolachas recheadas, sorvetes, bombons e pizzas. Ela amava ganhar brinquedos e, mais do que tudo, criar histórias.

Oh, Mary de 20 anos, o que a vida fez contigo?


Há 15 anos obtive uma conquista de proporções inimagináveis para uma jovem de origem modesta, passei em uma universidade federal e orgulhei minha família, no entanto, por ser Letras e não Jornalismo, subestimei o mérito e me autossabotei, erro que levei 14 anos para reparar. Quando desisti da federal, não tinha garantia nenhuma de estudar o tal curso dos sonhos, a conta veio. Paguei caríssimo.

Prestei alguns vestibulares para Jornalismo, mas nunca passei. Em 2017, decidi estudar Jornalismo a distância, sendo integrante da primeira turma daquela modalidade na instituição X por conta do preço, embora meu sonho sempre tenha sido o presencial, poder praticar, me sentir jornalista de verdade. No começo, nossa, eu estava nas nuvens, certa de que em 4 anos eu teria o sonhado diploma e poderia, enfim, me dedicar à escrita quando tudo estivesse terminado. Mal sabia que o sonho acalentado por mais de duas décadas se transformaria em pesadelo. 

O que aprendi

 


Não sou pedra no caminho de ninguém


Começar e nunca terminar… será só descompromisso? Irresponsabilidade? Falta de força de vontade?

Somos as fases que vivemos. Sinto certo desejo de correr alguns riscos. Soltar aquele grito preso na garganta por tanto tempo que devo ter perdido a conta e a noção dele. Nem me lembro quando foi a última vez que rasguei a mortalha e pus-me a obedecer meus próprios instintos, naquela época eu ainda sabia me defender. Bons tempos, mas o orgulho impedia-me de admitir, apreciava-me perseguir trevos-de-quatro-folhas e delegar aos astros a responsabilidade de fazer-me feliz.

Iniciativa

 


Bastava apenas uma palavra. Algumas palavras, perdão. Chegamos a um estágio da vida onde perdemos tudo, os queixumes do medo são tão irrelevantes quando nos encontramos diante do monte de areia acumulado pela ampulheta. Próxima linha, próximo passo. Os pés podem tocar em um campo minado, de nada valerá ser amada ou odiada se não passarei de outro dente-de-leão jogado ao vento.

É assim que a vida é

Estou me conhecendo e dispenso interferências nesse processo. Permita-me elaborar minhas próprias perguntas. Desabrochar exige sacrifício e certos elos são sagrados. Ser quem sou é doloroso. O meu melhor lado sempre sufocado e oprimido para adequar-se aos tais conformes que sempre me desviaram por tabela. Tudo bem, é assim que a vida é. 

Mary Recomenda | A biblioteca da meia-noite - Matt Haig

 

Capa da edição brasileira do livro (Reprodução: Editora Intrínseca)

Todas as coisas boas são selvagens e livres.
— Henry David Throreau

Tudo pela ideia de alguém gostar de mim


 

Estou a léguas distantes de ser a maior simpatizante ao Dia dos Namorados. De fato, nunca foi minha data favorita no calendário, pelas mais diversas razões, que não vêm ao caso, embora se relacionem à hipocrisia e ao péssimo estigma da condição de “solteira” como sendo alguém que supostamente falhou no cumprimento das expectativas da sociedade e ainda não se realizou.

fantasmas 👻👻👻

 


setembro 14, 2022

fantasmas 👻👻👻

23:03 |

 

Era noite de sexta-feira quando senti uma angústia difícil de ignorar porque a princípio parecia tudo bem, levando em conta os critérios pessoais, aliás, a luta para ficar bem é o que me mantém porque Marte em Áries não me deixa esmorecer, no entanto, não se pode ser forte o tempo inteiro. 

Respirei fundo, mas a vontade de chorar permaneceu. Carrego saudades em meu coração, mas a maior ausência nessa fase da minha vida é de mim mesma, não é de um amigo ou um amor, embora não tenha nem um nem o outro. 

E eu, que sempre pirei só de pensar em uma rotina monótona, hoje, com conhecimento de causa, posso bradar que existe vida ao abdicar de um sonho, porém o preço a pagar é alto e as decisões tomadas com base na impulsividade são fantasmas em meu encalço.



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Segure a minha mão

 N/A: Hoje apresento a releitura do poema Segure a minha mão, escrito há 4 anos, quando 2023 era um sonho distante. Este é o meu posicionamento e, portanto, eu tenho o direito de me expressar. Em caso de desagrado, beba um gole de água, mas mantenha o conteúdo no céu da boca até que a raiva passe, então engula, fecha a página e vá ser feliz. 

frases de impacto

 


Ah, as frases de impacto. Elas conferem um charme ímpar quando proferidas e não cansam a leitura de ninguém, no entanto, assim que os dedos arrastam o feed para baixo, perdem o sentido, o destino de todas as postagens.
As crenças internalizadas são as mesmas de duas gerações atrás: ninguém tem interesse que você seja você mesma e se sinta linda como é. Eis o contrário: você deve se odiar e ser uma eterna insatisfeita, disposta a pagar o preço que for necessário para ser tudo, menos você.
Não vemos com bons olhos a sua tentativa de empoderamento, prosperidade e independência, desejamos que você faça o que todas as outras fizeram e, de preferência, sem questionar as nossas estruturas. Não nos importa a sua opinião, mas a sua submissão.

Retrospectiva

Superação em nuances (Reprodução/Canva/Arquivo pessoal da Mary)

 A opacidade vai desaparecendo conforme os dias se passam por trás da janela, distante da tela, das notificações que se somam e lembram que estou desatualizada. Não sei se o tempo passa depressa demais ou se meus passos são demasiado lentos, isso para não admitir assim tão escancaradamente estagnada.

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