Caderneta de um quase-cisne 🔮



Tem dias em que o mundo pesa mais do que o corpo aguenta.
Em que um pingo de chuva parece tempestade, e o espelho só devolve um reflexo borrado pelas lágrimas.
Dias em que a gente se sente um patinho feio, perdido entre os gritos de gente que nunca nos enxergou de verdade.

Mas tem também aqueles momentos — mesmo que pequenos, mesmo que inventados — em que o coração se permite sonhar.
Com um beijo na testa, com um "você merece mais", com um "se cuida".
Com um dia em que o grito do cliente não vai definir nosso valor.
Com um lugar em que a filha possa chorar e a mãe enxergar.
Com bombons que não sejam só para os de colarinho branco.
Com um tempo em que a gente pare de aceitar migalhas, e perceba que sempre foi pão inteiro.

E mesmo que ainda não tenha acontecido, mesmo que tudo esteja só aqui dentro, na imaginação...
Isso já é real.
Porque é a semente.
E toda flor que um dia nasce — primeiro sonhou em silêncio, debaixo da terra.

Hoje eu sonhei.
Hoje eu me lembrei que não sou patinho.
Sou cisne de livro fechado.
E vai chegar o dia em que alguém vai abrir minha história na página certa.

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