História para mulherzinha?

Lutar por um sonho implica desenvolver uma couraça em volta do próprio coração, para não permitir que calúnias, difamações nos tirem o foco, matem a esperança e nos convençam de desistir.
A indiferença do mundo aos nossos esforços faz parte do espetáculo, no entanto, o mesmo reconhecimento que nos projeta para o mundo, também possui a recompensa amarga: os haters. Na verdade, são pessoas desprovidas de caráter, que almejam chamar atenção a qualquer custo, não representam a maioria, nas fazem um estrago daqueles.
A genialidade de um artista não está na genitália, logo, refutar o feminino como se fosse demérito é a atitude dos projetos de homens, que não aceitam que uma mulher possa escrever melhor do que eles e, sim, representar, ainda que de modo simples, as próprias vivências.
Por isso, esses larápios se valem de jargões misóginos para proteger o ego, o orgulho ferido. O ataque não é a melhor defesa? Não só era, como me custou muitas lágrimas. 
Por mais que eles estejam errados, ler insultos me marcou muito. Eles querem o meu silêncio, mas consentir com tanta violência é dar a vitória ao ódio. O conforto é saber que não estou sozinha, uma vez que outras mulheres mundo afora se sentem assim.


Escrever, às vezes, é um sonho ingrato. Tantos poréns e porquês. Críticas, generalizações. Fazem-no sem ler. Mulherzinha, mulherzinha, até posso ser, mas isso não lhe dá o direito de recriminar meu sacrifício sem reconhecer. Pode ser pedir demais, não levar a nada. 

Minha conversa é de alma para alma porque em seus olhos há o portal para o infinito, onde as ideias nascem e só morrem se esquecidas forem.  Minhas conquistas são singelas, quase imperceptíveis. Silenciosamente comemoro mais um passo em busca da poesia perfeita ou de pelo menos fazer poesia. 

Trata-se de uma vitória versejar quando a tristeza é muito maior que a vontade de acordar.  Já me disseram uma vez que poesia é um dom e eu tenho. Com certeza, não falo. E realmente é. A poesia está para mim como o Sol para as flores. 

Ainda procuro o antídoto aos versos de amor que ao vento destinei porque intensamente desejava que minhas palavras alcançassem voo e conquistassem o mundo, um coração em especial porque nele dentro gostaria de estar. Todavia, as cordas desafinadas desse violão rimam perfeitamente com o entusiasmo do manuscrito. Pela primeira vez, algum consentimento. Viver nunca será fácil. 

Tenho um sonho que não é outro pensamento ocioso divagando pela mente. Vejo o futuro ser construído e quero dele fazer parte. Dessa história que começou e não termina agora.

Curitiba, 10 de junho de 2012

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