25 de abril | Dia Mundial de Combate à Malária


Você sabia que, em pleno século XXI, uma simples picada de mosquito ainda mata mais de 600 mil pessoas por ano?

Parece surreal, mas essa é a realidade da malária, uma doença evitável, tratável e que ainda assombra milhões de famílias ao redor do mundo. No Dia Mundial de Luta Contra a Malária, celebrado em 25 de abril, a proposta é clara: lembrar, mobilizar e agir.

🦟 O que é a Malária?

A malária é uma doença infecciosa grave, causada por parasitas do gênero Plasmodium. A transmissão ocorre através da picada da fêmea do mosquito Anopheles. Os sintomas aparecem geralmente de 10 a 15 dias após a infecção e incluem:

  • Febre alta e recorrente

  • Calafrios intensos

  • Suor em excesso

  • Dores de cabeça e no corpo

  • Náuseas e vômitos

Sem tratamento rápido e adequado, pode evoluir para formas letais — especialmente em crianças pequenas, gestantes e pessoas com baixa imunidade.

🌎 Crise global com raízes locais

A malária atinge principalmente países da África Subsaariana, partes da Ásia e da América Latina. Mas a doença não é só um desafio médico — é também um reflexo de desigualdade: onde falta saneamento, educação e acesso à saúde, sobra risco.

Segundo o Relatório Mundial da OMS (2023), o combate à malária só será vencido com uma abordagem integrada:

✅ Diagnóstico precoce
✅ Tratamento gratuito e eficaz
✅ Pulverização ambiental
✅ Redes de proteção com inseticida

Cada estratégia salva vidas e precisa chegar a quem mais precisa.

🇧🇷 E no Brasil, como estamos?

Por aqui, o maior foco da malária está na Região Amazônica. Apesar disso, o Brasil vem registrando quedas importantes no número de casos, fruto de vigilância ativa, agentes de saúde engajados e acesso facilitado a exames e medicamentos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento gratuito, e campanhas educativas tentam frear o avanço em áreas de mata e rios.
Mas o alerta segue aceso: desmatamento, migração e mudanças climáticas podem reacender surtos.

🙌 Como ajudar?

  • Espalhe informação: poste, fale, corrija fake news.

  • 🧰 Apoie projetos de saúde que atuam em comunidades vulneráveis.

  • 🏛️ Cobrança cidadã: pressione por políticas públicas que priorizem prevenção.

  • 👩‍⚕️ Valorize os agentes de saúde: são eles que enfrentam o risco cara a cara, todos os dias.

💡 Malária é desigualdade com nome científico

A malária não é só um problema de saúde — é um sintoma de tudo o que ainda falta no mundo: dignidade, estrutura, justiça social.
Enquanto houver gente morrendo por uma picada de mosquito, ainda temos muito a fazer.

Neste 25 de abril, escolha o lado da vida. Compartilhe conhecimento. Mantenha a luta viva.


Referência:
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório mundial sobre a malária 2023. Genebra: OMS, 2023. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240079313. Acesso em: 22 abr. 2025.


Referência (ABNT):
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório mundial sobre a malária 2023. Genebra: OMS, 2023. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240079313. Acesso em: 22 abr. 2025.

25 de abril | Dia do DNA 🧬

 

🧬 Introdução: A vida em espiral — um convite ao encantamento

Em um mundo de descobertas aceleradas, onde a ciência muitas vezes parece fria e distante, hoje celebramos uma estrutura que nos lembra da poesia escondida nos bastidores da biologia: o DNA. No Dia do DNA, comemorado em 25 de abril, abrimos espaço não somente para a ciência, mas para a admiração. Afinal, há algo profundamente humano em saber que somos feitos de letras, pares e curvas — e que, mesmo com tanta complexidade, cada um de nós é singular. 💜


🔬 O que é o DNA?

DNA é a sigla para ácido desoxirribonucleico. Ele é uma molécula em formato de dupla hélice responsável por armazenar todas as informações genéticas de um ser vivo. É como se fosse o manual de instruções da vida: está presente em todas as células e determina características como cor dos olhos, tipo sanguíneo, altura, propensão a doenças e muito mais.

A estrutura do DNA foi descoberta em 25 de abril de 1953, quando os cientistas James Watson e Francis Crick, com base em estudos de Rosalind Franklin, publicaram um artigo na revista Nature explicando o modelo de dupla hélice.


🧪 Por que essa descoberta foi tão importante?

A identificação da estrutura do DNA permitiu avanços gigantescos nas áreas de:

  • Genética: entender como as características são transmitidas de geração em geração.

  • Medicina: possibilitou o desenvolvimento da engenharia genética e de tratamentos personalizados.

  • Biotecnologia: abriu portas para a clonagem, modificação genética de plantas e diagnósticos moleculares.

  • Criminologia: permitiu a identificação de pessoas por testes de DNA.


🧬 Curiosidades que talvez você não saiba:

  • O corpo humano tem cerca de 3 bilhões de pares de bases nitrogenadas no DNA.

  • Se esticássemos todo o DNA de uma só célula, ele teria 2 metros de comprimento.

  • Apesar de termos 99,9% do DNA igual entre todos os seres humanos, os 0,1% restante é o que nos torna únicos.

  • O DNA humano é 60% parecido com o do mosquito e 85% com o do rato.


👩‍🏫 Como a genética está presente no nosso dia a dia?

Mesmo sem perceber, a genética está por toda parte:

  • Em testes de ancestralidade (aqueles famosos kits de DNA)

  • Nos tratamentos médicos personalizados

  • Na agricultura (plantas resistentes a pragas)

  • Em investigações criminais

  • E até nos filmes de ficção científica que nos fazem sonhar (ou temer) sobre o futuro da humanidade


💬 A espiral que nos conecta

Celebrar o Dia do DNA é celebrar a própria vida. É reconhecer que a ciência tem alma, e que entender como somos feitos é, também, entender como podemos evoluir — como indivíduos e como sociedade. Que possamos valorizar o conhecimento e torná-lo acessível, sem esquecer que cada descoberta científica é, antes de tudo, uma descoberta sobre nós mesmos.

Continue acompanhando o OCDM para mais reflexões sobre ciência, sociedade e tudo o que toca o coração e a mente. 💜


📚 Referências (Norma ABNT):

WATSON, James; CRICK, Francis. Molecular structure of nucleic acids: a structure for deoxyribose nucleic acid. Nature, v. 171, p. 737-738, 1953.

FRANKLIN, Rosalind; GOSLING, Raymond. Molecular configuration in sodium thymonucleate. Nature, v. 171, p. 740-741, 1953.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Genética e saúde pública. Genebra: OMS, 2023. Disponível em: https://www.who.int/genomics/public/geneticdiseases/en/. Acesso em: 24 abr. 2025.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Genética. Disponível em: https://www.inca.gov.br/assuntos/genetica. Acesso em: 24 abr. 2025.

No inferno toca sertanejo universitário



Prólogo
Assinado por Nina

Não me pergunte de onde vim, porque a resposta é mais feia do que você suportaria ouvir. Sou o resultado de todos os silêncios engolidos, dos “deixa para lá”, dos “pelo menos você tem um emprego”, das lágrimas que secaram antes de cair porque o tempo não me permitia chorar. Sou filha bastarda do cansaço com a indignação, irmã mais velha da raiva contida e amante fiel da ironia. Nasci do grito que nunca ecoou, das vontades que mofaram no fundo do peito e das humilhações que fincaram raízes no estômago.

Disseram que trabalhar dignifica, mas esqueceram de avisar que, para alguns, trabalhar é ser espancada em parcelas, todo fim de semana, com sorrisos falsos e coletes ridículos. Sou atendente. Uma atendente invisível. Uma peça de reposição em eventos que fingem ser alegria, mas fedem a opressão com cheiro de fritura velha. Sou aquela que não tem nome, só um número no colete, como uma presidiária. Aquela que precisa sorrir enquanto é empurrada, xingada, ignorada, usada. Aquela que “está ali para isso”. Aquela que, se responde, é insolente. Se cala, é fraca.

Para sobreviver, escrevo. E escrevendo, sangro. E sangrando, sigo um dia de cada vez. E ainda bem que é um de cada vez.

Cada palavra minha é uma lasca do que me restou depois de mais uma noite de festival onde o povo pagou um salário mínimo para ostentar. Com os tickets de bebidas caras brandindo entre as unhas de gel que não lavam um copo sequer, o olhar de desprezo pelos subalternos. Enquanto isso, a estrela do palco canta com a bunda, os versos desafinados com autotune, e a plateia aplaude como se fosse arte. Arte é sobreviver sem quebrar tudo ao redor, é segurar o grito quando tudo que você quer é sumir. Não tenho palco, mas tenho dor — e é ela que me traz aqui.

Bem-vindos ao inferno. Lá, a trilha sonora é sertanejo universitário.

😤😤😤

Eu já estava cansada antes mesmo de chegar. O calor escaldante e a multidão já me desgastavam antes de eu sequer ter chance de dar o primeiro passo. Acordei cedo, como de costume, porque meu corpo não consegue mais entender o conceito de descanso. Mais um dia, mais uma obrigação que não posso evitar. Ao me olhar no espelho, vi o reflexo de uma mulher que já não sabia mais como sorrir de verdade. Tudo o que eu queria era fechar os olhos e ignorar o mundo ao meu redor, mas o festival me chamava.

O calor era abafado, misturado com os sons da festa ao longe. O grito das pessoas já me dava calafrios. Acostumei-me a esperar pouco. Parei de brigar com o mundo, aprendi a apanhar sem gritar. A vida me ensinou que as coisas boas são só fachada e minha dor nunca será reconhecida, só ignorada. Quando fui escalada para trabalhar no festival, sabia exatamente o que ia encontrar: mais uma multidão de sorrisos forçados, mais uma fila de olhares que não me enxergam, outro extenso turno em sou apenas aqueles números inscritos no canto direito superior do colete. O festival não era uma exceção, era só mais um dia.

Enquanto vestia o uniforme e tentava comer apressadamente porque o urubu da camiseta azul berrava como se eu fosse um porco virando o cocho, o peso de tudo me caiu sobre os ombros como um bloco de concreto. Já não sabia mais o que era sentir-me em casa em qualquer lugar, mesmo quando os lugares eram familiares. O festival era mais uma extensão de um ciclo vicioso. Como sempre, eu era invisível. Eles me viam como a função que eu tinha, e nada além disso. Tudo o que eu queria era encontrar algum significado, mas, como sempre, o significado me escapa. Eu sou só a atendente que aparece e desaparece, como um fantasma que é útil para os outros e, de algum modo, sempre ignorado.

E ali, no meio daquela confusão, entre risos e conversas que pareciam em outra língua, eu entendi. Não era só o festival, não era só aquele dia. Era tudo. Estava cansada de ser tratada como se minha presença fosse apenas um número em uma fila interminável. Mais um evento, mais uma humilhação que minha alma já conhecia bem. Mas o que me restava? Nenhuma outra escolha além de seguir em frente e aguentar, como sempre fiz. Eu estava enclausurada no cativeiro com pulseira no braço e embrulho no estômago.

Naquele momento, éramos apenas mais um número, um grupo a ser espremer naquelas condições desumanas, sem qualquer espaço para respiração. O barulho das vozes e os gritos dos que estavam ao redor me sufocavam, mas o pior não era isso. O pior era saber que não havia escapatória. As outras mulheres conversavam e riam, lamentavam não estar perto do palco e eu me sentia como uma estranha dentro de um pesadelo que, de tão real, beirava à loucura. A pária.

As horas iam passando, mas o tempo parecia dilatar-se ao meu redor, como se o relógio tivesse sido feito para zombar da minha ansiedade. O cheiro de óleo, fritura e suor tomava conta do lugar. Tudo era imundo, a bancada, as cadeiras, as paredes, e eu me perguntava o que estávamos fazendo ali, como havíamos chegado àquele ponto. O que me incomodava mais não era a sujeira ou a pressão da jornada. Era a música estourando nos alto-falantes, invadindo os ouvidos, insuportável, repetitiva. Uma sucessão de vozes agudas cantando sobre amores perdidos e bebidas baratas, como se tudo aquilo fosse uma espécie de consolo, uma máscara para nossas realidades de cansaço e frustração.

Eu odiava aquela música, odiava o jeito como se infiltrava na minha mente, me fazendo sentir ainda mais aprisionada, ainda mais distante do que poderia ser um escape. As outras mulheres pareciam não ligar. Para elas, o apogeu. felizes por estarem respirando o mesmo ar dos seus ídolos de rima pobre. Alienadas. Dançando ao som de letras que rimam "ama" com "cama", como se fossem poesia. Como se trair, beber, esculachar, fosse liberdade. Como se ser corna fosse arte. Como se só existisse um tipo de Brasil.

Para mim, era um reflexo de algo maior, um sistema que nos empurrava para esse tipo de realidade, sem sequer nos perguntar se estávamos dispostas a aceitar esse papel. E, no fundo, eu sabia que nenhuma de nós tinha escolha.

E enquanto isso, as crianças dançavam. Crianças. Com faixas na cabeça e glitter na cara, rebolando ao som de ‘sentar’ e ‘macetar’. E os pais filmavam. Riam. Aplaudiam. Era arte, né? Era família. Era tradição. Ah, se surgisse um personagem LGBT numa novela ou série, ah, aí era escândalo, perigo para a moral e bons costumes. 'Isso pode tirar a inocência das criancinhas!', diziam os hipócritas. Tudo bem se fosse vulgaridade hétero e camuflada de ‘brasilidade’. Tudo bem se a boiadeira usasse o nome de Deus para dizer que queria transar com os anjos. E as caras nem ardiam nessas horas.

Hipocrisia não cantava, fazia backing vocal nesse festival.

A tal da Cinderela Sertaneja, uma colega com dentes grandes e autoestima inflada, estava ali com sua síndrome de supervisora. Estava puta da vida porque não ficou no campo para curtir o show de perto, então resolveu se pagar de supervisora, doida para mostrar serviço e ser notada por algum agroboy. Tudo para ela parecia diversão. Para mim, não. Puxava saco de todo mundo, tentava se exibir para os agroboy que se achavam riquinhos, com aquele olhar que mandava e desmandava. Tudo era farra para ela, tudo era festa — menos para quem servia.

Porque a gente não é gente. A gente é mão. A gente é bandeja. A gente é colete.

Olhavam-me como se eu tivesse lepra. Como se estar ali, uniformizada, suada e exausta, fosse a assinatura do meu fracasso. E talvez seja mesmo. Talvez fracassar seja isso: sorrir para quem te despreza, trabalhar com dor de cabeça, medo e exaustão, e ainda ter que agradecer. Afinal, "é dinheiro entrando", "melhor essa taxa do que nada" e "ingratidão atrai mais limitação" — mantras de coachs de palco e ex-empresários de pirâmides reciclados em influenciadores. Segundo um desses boçais, bastaria chamar o dinheiro 108 vezes e pensar positivo. Se falhou, é porque você não recitou com fé, não acreditou o suficiente, não fez sua parte.

Enquanto isso, o festival se desenrolava como uma pornografia disfarçada de festa. Não sou puritana, no entanto, senti profundo desconforto mesclado com vergonha alheia por ter de assistir casais quase transando em pé, na frente da lanchonete, como se estivessem num quarto de motel, não num evento público. Vi outro casal se xingando, se ameaçando, se reconciliando — e quase transmitindo o ato final em uma live no Instagram, com filtro de ursinho. 

Algumas atendentes beberam escondido, burlaram as regras, pegaram uns boy e ganharam gorjetas generosas. Outras se tornaram parte do cenário do show, dançando no camarote, cantando junto — como se ali fosse o ápice da liberdade.

Mas eu fui a sorteada. Ou a azarada.

Quando fui atender um dos clientes bêbados de pulseira preta e ego inflado, ele não me entregou o ticket da vodca com energético — que, aliás, custava quase 20% do que eu ganharia na noite. Em vez disso, me puxou pelo braço. Forte. Tão forte que me desequilibrei. Tentou me beijar. Eu congelei.

Se não fosse o amigo dele intervir, sabe-se lá o que teria acontecido. E o pior? Virou piada. Piada. Gargalhada coletiva. Virei a "difícil", a "que se faz", a "sem graça". Não danço, não ouço, não bato palma para macho nojento que ostenta o SUV para compensar o tamanho do pau. Não me deslumbro com cara harmonizada (só que não) e não sorrio para quem me trata como descartável. 

Sou a esquisita. A amarga. A "antipática". A que "não sabe se divertir".

Ora, se divertir para vocês é isso? Se vender por uma taxa irrisória, tolerar assédio como se fosse elogio e ser maltratada por quem se julga superior só por estar do outro lado do balcão? Então eu passo. E faço questão de ser a antipática. A diferentona. Aquela que não se mistura.

Fui tratada como se tivesse um preço. Como se estar ali significasse que meu corpo estava em liquidação, com o combo de batata-frita e refrigerante. A paralisia do medo rouba o tempo, a lucidez e o juízo. A hora não passa. O som ensurdece. E o cheiro de suor e bebida invade tudo. Tudo.

No fundo, esse festival foi um culto ao absurdo. Uma festa para poucos, sustentada por muitos. Um teatro onde as estrelas são feitas de plástico e as palmas abafam os gritos de quem só queria ir embora sem sentir que deixou um pedaço da dignidade para trás.

Vi também o pessoal bêbado, querendo partir para cima dos seguranças, mijando nas calças, enquanto os banheiros se transformavam em dark rooms imundos, onde o respeito e a dignidade eram apenas memórias que evaporavam no ar pesado de álcool e desespero. Ao final, as pernas travaram, caminhar tornou-se penoso, não havia um pedacinho da minha alma que não estivesse destroçado.

E então veio a fila para receber o pagamento em dinheiro. O que deveria ser apenas uma formalidade virou um pandemônio. Um casal, sem a menor cerimônia, furou a fila, avançando com a audácia de quem já sabe que as regras não se aplicam a eles. As pessoas começaram a gritar, e quase rolou pisoteamento. O caos foi absoluto, mas ninguém se importava. Era só mais uma noite.

Eu, ali, parada no meio disso tudo, com as mãos tremendo, me perguntei em que momento aquela adolescente cheia de sonhos grandes e olhos brilhando se perdeu. Em que momento ela aceitou se humilhar por migalhas, trocando o brilho pelo cansaço, a esperança pela exaustão. Onde ela se perdeu? Quando a luta pela sobrevivência se transformou no preço da perda de si mesma? Eu ainda busco a resposta.

Não tem remuneração capaz de ressarcir os danos de uma maratona de abusos, nenhum dinheiro compra a paz de espírito. Pode parecer dramalhão, contudo, continuo tentando juntar os cacos de mim — cacos que ficaram naquela lanchonete minúscula, sob a luz fria de uma festa que nunca fora minha.

Meu braço ficou roxo por dias. Minha alma, por mais tempo ainda.

Dizem que foi um sucesso. Claro, foi. Um espetáculo para a sertaneja esquelética, que cantou sobre estar 'feliz, mas solteira', enquanto o cachê gordinho vai direto para o tratamento com a caneta mágica da moda. Um estouro para a boiadeira, que talvez tenha se formado em marketing, mas em conhecimento geral ainda está a um passo de aprender a ler — tudo isso com fãs que parecem ainda mais desinformados do que as letras repetitivas que celebram. Uma noite encantada para as riquinhas com chapéu de feltro e franja grudada na testa, que garantiram seu lugar no camarote e saíram de carros importados, com sorrisos de selfie e o cheiro inconfundível de um perfume de 700 reais.

Porque nem todo mundo que foi ao festival voltou inteiro. E nem todo mundo que voltou quis lembrar que esteve lá.

24 de abril | Dia do Churrasco



No dia 24 de abril, o Brasil celebra o Dia do Churrasco, uma data que exalta uma das maiores tradições gastronômicas e culturais do país. Mais do que preparar carne na brasa, o churrasco é um verdadeiro ritual de convivência, um encontro entre amigos, um momento de celebração que une gerações.

Seja no espeto de pau ou no espeto giratório, na grelha ou na parrilha, o churrasco carrega um sabor que vai além da carne — é o gosto da amizade, da família e da festa.

Tradição que queima na brasa

O hábito de assar carne sobre o fogo é milenar, mas ganhou destaque no Brasil por influência direta dos gaúchos, os vaqueiros das planícies do Sul. Na rotina do campo, o churrasco era simples: carne bovina, sal grosso e fogo de chão.

Com o tempo, o costume se espalhou pelo país e passou a incorporar ingredientes variados, como linguiça, frango, pão de alho, queijo coalho e até legumes grelhados. Cada região foi adicionando seu toque especial, mas o espírito do churrasco se manteve: um bom motivo para reunir pessoas queridas.

Mais do que comida: cultura e identidade

O churrasco brasileiro é reconhecido como patrimônio cultural, especialmente no Rio Grande do Sul, onde representa a alma gaúcha. No entanto, seu apelo é nacional: está presente nos finais de semana, nas comemorações, nos estádios, nas festas de rua e nas varandas de apartamentos. É também um símbolo de hospitalidade e partilha. Quem convida para um churrasco está abrindo sua casa, dividindo seu tempo e sua mesa.

Neste 24 de abril, acenda a brasa (literal ou metaforicamente) e celebre o sabor da vida, da amizade e da nossa rica tradição cultural.

24 de abril | Dia do Chimarrão

Dia do Chimarrão: Tradição, Sabor e União

Dia do Chimarrão: Tradição, Sabor e União

Hoje é o Dia do Chimarrão, uma data que celebra uma das mais queridas tradições da cultura sulista do Brasil, e que vai muito além de um simples preparo de erva-mate. O chimarrão é símbolo de união, acolhimento e, claro, sabor, sendo consumido em diferentes estados do Sul e também em países vizinhos como Argentina, Uruguai e Paraguai.

O chimarrão tem suas raízes na tradição indígena, sendo os Guaranis os primeiros a utilizarem a erva-mate em rituais comunitários. A prática de tomar chimarrão, ou "mate", como é conhecido em outros países, foi adotada pelos colonizadores portugueses e espanhóis, que ajustaram a bebida aos seus próprios hábitos. Com o tempo, o chimarrão se transformou em um símbolo de acolhimento e hospitalidade, sempre compartilhado entre amigos e familiares.

O segredo do chimarrão está na forma como ele é preparado. Tudo começa com a erva-mate, que é cuidadosamente colocada na cuia, onde, com a ajuda de uma bomba, o líquido quente é sorvido, criando aquele momento de prazer e aconchego. O ritual de preparar o chimarrão pode parecer simples, mas é repleto de detalhes que fazem toda a diferença: a temperatura da água, o tipo de erva, a inclinação da cuia... tudo isso influencia o sabor e a experiência.

No Sul do Brasil, o chimarrão é mais do que uma bebida. Ele é um símbolo de amizade, de partilha. Tradicionalmente, a cuia é passada de mão em mão, e o ato de tomar chimarrão é, muitas vezes, uma oportunidade de conversas longas, risadas e troca de histórias. É uma verdadeira cerimônia de convivência, que reforça os laços entre as pessoas e cria memórias afetivas que atravessam gerações.

Mas o chimarrão não se limita apenas ao Brasil. Em países como Argentina e Uruguai, o mate é parte da identidade cultural, e a troca da cuia também é um ato de união e respeito. O chimarrão é, assim, uma bebida que conecta povos e países, com seu sabor único e seu poder de criar momentos especiais entre os que o compartilham.

Além disso, o chimarrão tem várias propriedades benéficas à saúde. A erva-mate é rica em antioxidantes, vitaminas e minerais, o que torna o chimarrão uma bebida energética e revigorante. Ela também é conhecida por melhorar a digestão, aumentar a concentração e até mesmo auxiliar na perda de peso. Tudo isso, é claro, sem perder o seu sabor característico, que encanta desde as primeiras experiências até os mais experientes chimarreadores.

Hoje, no Dia do Chimarrão, é o momento perfeito para celebrar essa tradição tão rica e saborosa. Se você é do Sul, ou tem amigos de lá, compartilhe uma cuia. Se nunca experimentou, quem sabe esse não seja o dia ideal para se aventurar nesse universo de sabores e histórias? O chimarrão, com toda a sua tradição, continua a ser uma maneira simples e deliciosa de nos conectarmos com nossas raízes e com as pessoas que amamos.

24 de abril | Dia Internacional do Milho 🌽

Dia do Milho: O Grão que Une Tradições e Sabores

Dia do Milho: O Grão que Une Tradições e Sabores

Hoje, celebramos o Dia do Milho, um grão que vai além das fronteiras de nossas cozinhas e corações. Com raízes profundas na história da agricultura, especialmente nas Américas, o milho é muito mais do que um ingrediente simples. Ele carrega consigo séculos de tradições, usos culinários variados e um papel importante no desenvolvimento de diversas culturas.

Originário da Mesoamérica, o milho era cultivado por civilizações antigas como os Maias e Astecas, que já conheciam seu potencial nutricional e simbólico. Eles usavam o milho em diversas formas, desde a tortilha, um alimento fundamental, até rituais religiosos. Quando os colonizadores europeus chegaram às Américas, o milho foi rapidamente disseminado para outros continentes, transformando-se em um dos grãos mais cultivados do mundo.

Mas o que faz o milho ser tão especial? A resposta está em sua versatilidade. Ele pode ser consumido de diversas formas: cozido, assado, pipoca, farinha, polenta, tortilhas e até como ingrediente de bebidas típicas como a chicha, que é popular em várias regiões da América Latina. Cada forma de preparo traz à tona um sabor único, e é impossível não se render aos prazeres simples de uma espiga de milho assada ou uma panelinha de curau.

No Brasil, o milho tem um papel central nas festas tradicionais. A época das festas juninas é um verdadeiro banquete de pratos feitos à base de milho, como pamonha, canjica e milho verde cozido. É incrível como, em cada canto do país, o milho se reinventa e se adapta aos gostos e costumes locais, criando um cardápio que faz a gente se sentir em casa, não importa onde estejamos.

Mas o milho não é apenas um protagonista na culinária. Ele também desempenha um papel fundamental na indústria. Além de ser usado na alimentação humana, é base para a produção de ração animal, etanol, e até na fabricação de biocombustíveis. Assim, o milho se tornou uma verdadeira estrela, movendo a economia de diversas regiões do planeta.

O que muitos não sabem é que o milho também tem um impacto significativo na cultura popular. Desde as músicas de raiz até as danças típicas, o milho aparece em celebrações, folclore e até mesmo nas histórias passadas de geração em geração. É como se o grão estivesse impregnado no espírito das comunidades, uma verdadeira celebração de nossa conexão com a terra.

Então, no Dia do Milho, é hora de prestar homenagem a esse grão que é tão simples, mas ao mesmo tempo tão cheio de história e sabor. Seja em uma receita antiga, um prato que te traz lembranças afetivas, ou mesmo em uma nova criação, o milho continua a unir pessoas e culturas ao redor do mundo. Aproveite para celebrar sua versatilidade e lembrar que, mesmo nas coisas mais simples, há sempre algo de grandioso.

24 de Abril | Mulheres nas Tecnologias da Informação e Comunicação



A tecnologia faz parte da nossa vida cotidiana — está nos celulares, aplicativos, redes sociais, hospitais, escolas, pesquisas e até nas previsões do tempo. Mas quantas mulheres estão por trás dessas inovações? O Dia Internacional das Mulheres nas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) é uma data para reconhecer, incentivar e fortalecer a presença feminina no universo digital e tecnológico.

Por que essa data é tão importante?


Celebrada na quarta quarta-feira de abril, esta data é um chamado a nos recordar que, historicamente, as áreas de tecnologias e ciências exatas foram vistas e até mesmo impostas como “territórios masculinos”. Entretanto, apesar dessas tentativas de silenciamentos, as mulheres sempre estiveram na linha de frente da inovação.
Um exemplo claro disso é Ada Lovelace, considerada a primeira programadora da história, ou de Hedy Lamarr, que ajudou a criar a base para o Wi-Fi. Ainda assim, a desigualdade de gênero no setor ainda é alarmante:

  • Mulheres representam menos de 30% da força de trabalho em tecnologia em muitos países.
  • Enfrentam preconceito, assédio e falta de oportunidades de crescimento.
  • São minoria em cargos de liderança e inovação.

Dados indigestos

Segundo a ONU Mulheres, incentivar a participação feminina nas TIC não é só uma questão de justiça — é estratégico: a diversidade de pensamento amplia soluções, aumenta a produtividade e gera inovação mais ética e inclusiva.
E o mundo está precisando de mentes inovadoras, humanas e criativas. Muitas dessas mentes são femininas.
Em diversos países, programas educacionais, oficinas de programação, hackathons e comunidades online têm incentivado meninas e mulheres a explorarem o universo digital com confiança. No Brasil, projetos como “Reprograma”, “Elas na Tech” e “Meninas Digitais” mostram que o futuro pode — e deve — ser construído por mãos femininas.
Quer saber como apoiar as minas na tecnologia? Confira algumas sugestões abaixo:

  • Compartilhe histórias de mulheres que atuam na tecnologia.
  • Incentive meninas a estudarem programação, robótica e ciência de dados.
  • Crie espaços seguros e igualitários nas escolas, empresas e universidades.
  • Denuncie o machismo estrutural no setor e valorize iniciativas inclusivas.

O mundo digital é o mundo de hoje — e ele precisa ser construído com a presença plena das mulheres. No Dia Internacional das Mulheres nas TIC, pois aqui no OCDM, abrimos nosso espaço para ecoar vozes femininas que programam, pesquisam, inventam, lideram e inspiram. Porque a área de exatas e de tecnologia é lugar de mulher, sim!

3 de maio | Dia do Pau-brasil

Post para o Blog: O Dia Nacional do Pau-Brasil, celebrado em 3 de maio, é uma data para refletirmos sobre o legado ambiental e histórico des...