Mary Recomenda | Querida Kitty - Anne Frank

 

Hoje é sexta-feira e nada como sextar acompanhando o Mary Recomenda.

Na edição de hoje, nossa convidada especial é Anne Frank e sua Querida Kitty.

Bora pegar um cafezinho?

Contexto histórico

Durante os anos que passou escondida no anexo secreto, Anne Frank não apenas escreveu um diário — ela sonhava em ser escritora. Em 1944, ao ouvir no rádio um apelo por relatos da guerra que seriam publicados depois do conflito, Anne começou a reescrever e editar seus textos originais, transformando o diário em uma obra literária com propósito. Esse projeto foi interrompido da pior forma, como sabemos. Querida Kitty é a materialização daquele desejo: uma versão editada do diário, mais coesa, literária, sensível.

Sobre a escrita

Anne, tão menina, já exibia uma maturidade literária que muitos autores jamais alcançam. Há uma lucidez dolorosa, sim, mas também há humor, ironia e uma compreensão profunda das relações humanas — tudo isso narrado por uma garota, que foi obrigada a amadurecer cedo demais.

Curiosidade literária

No romance The Ghost Writer, de Philip Roth, o autor propõe uma história alternativa em que Anne Frank sobreviveu. Roth, judeu como ela, sempre viu em Anne uma voz não somente do sofrimento, mas da resistência. Essa especulação literária não diminui sua história real — ao contrário, mostra como o mundo jamais deixou de imaginá-la viva.

Minhas impressões

Ao ler Querida Kitty, fiquei com a sensação de estar diante de uma joia preciosa. A convivência forçada, os conflitos, as descobertas da adolescência, tudo pulsa com verdade e coragem. Anne transforma a dor em palavras, a clausura em introspecção, a angústia em literatura.

Sim, Anne… o papel é mais paciente — e, graças a você, ele também é mais forte.

A edição de hoje do Mary Recomenda fica por aqui, mas caso queira maratonar as edições anteriores, clique na tag “mary recomenda” e curta as recomendações. Obrigada por chegar até aqui, um forte abraço e até sempre!