Lavanda e fúria 🪻 👁️

 

Lavanda e Fúria

Lavanda e Fúria

Ilustração dos olhos
Os olhos que sabiam demais Olhos fundos, como se guardassem noites inteiras sem dormir. Neles, mora o peso de quem já viu demais — e falou de menos. São olhos que brilham sem precisar de cílio postiço, que deixam com cara de ressaca — porque a beleza verdadeira nunca esteve no silicone dos cílios, nem na aflição de querer agradar. São a tristeza de quem já nem forças mais tem para chorar, de quem já desistiu da vida e de si. De alguém que sempre tentou ser igual às outras na esperança de ter uma vida menos dolorosa, mas é diferente demais, não cabe em caixinhas, não aceita ser outra a seguir modinhas vazias. Olhos que falam mesmo em silêncio, que doem mesmo quando o sorriso está no rosto, olhos que enxergam além — e por isso sofrem. Ela não aceita domar a juba natural pra ter aquele cabelo lambido e esticado. Não precisa de blush que pareça insolação. Prefere o bom e velho preto àquela monotonia sem alma das roupas de alfaiataria de baixa qualidade. Clean girl é o caralho. E talvez ainda não tenha a mão dele para segurar, mas do amanhã ninguém sabe. E até lá… escreve. Mesmo que doa. Mesmo que ninguém leia. Mesmo que o mundo diga que não vale a pena. Ela escreve. Porque escrever é a única coisa que ainda a faz respirar inteira.
— Anônima, mas não calada

23 de abril | Dia Mundial do Escoteiro


Você provavelmente já ouviu falar em escoteiros — aqueles jovens que usam lenços no pescoço, constroem barracas, acendem fogueiras e vivem aventuras na natureza. Mas o escotismo é muito mais do que isso: é um movimento mundial baseado na formação do caráter, cidadania ativa e serviço ao próximo.

No dia 23 de abril, celebramos o Dia do Escoteiro, uma oportunidade para conhecer (ou lembrar) a beleza desse movimento centenário, que já impactou milhões de vidas ao redor do mundo — inclusive no Brasil.

Por que 23 de abril? 

A data foi escolhida em homenagem a São Jorge, padroeiro mundial dos escoteiros. Segundo a tradição cristã, Jorge foi um soldado romano que lutou com bravura e fé contra a injustiça. Para o movimento escoteiro, ele simboliza a coragem, a perseverança e o compromisso com o bem.

Além disso, o Dia do Escoteiro é uma data oficial no calendário cívico brasileiro desde 1924, por decreto do então presidente Arthur Bernardes.

O que é o escotismo?

O escotismo é um movimento educacional não formal, criado em 1907 pelo britânico Robert Baden-Powell, visando formar cidadãos conscientes, ativos e responsáveis.

É uma filosofia de vida baseada em três pilares:
  • 1. Dever para com Deus e a espiritualidade
  • 2. Dever para com os outros (comunidade, país, meio ambiente)
  • 3. Dever para consigo mesmo (autonomia, desenvolvimento pessoal)
Por meio de atividades práticas ao ar livre, jogos, trabalhos em equipe e projetos sociais, o escotismo promove valores como honestidade, lealdade, respeito, solidariedade, liderança e serviço.

O que fazem os escoteiros?

  • Desenvolvem projetos sociais em suas comunidades;
  • Participam de ações ambientais e campanhas solidárias;
  • Aprendem sobre primeiros socorros, cidadania e liderança;
  • Trabalham em equipe e respeitam as diferenças;
  • Promovem a cultura da paz, da inclusão e da empatia;
  • Crescem como pessoas que buscam “deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraram”.
Escoteiros seguem uma promessa e uma lei, que reforçam o compromisso com o bem coletivo e o desenvolvimento pessoal.

O escotismo no Brasil

O escotismo chegou ao Brasil em 1910, poucos anos após sua criação na Inglaterra. Hoje, é representado pela União dos Escoteiros do Brasil (UEB), organização reconhecida pela Organização Mundial do Movimento Escoteiro (WOSM).

Estima-se que existam mais de 100 mil escoteiros ativos no país, espalhados em diversos grupos que se reúnem regularmente para atividades educativas, sociais e culturais.

O impacto do escotismo na realidade

Muitas pessoas que passaram pelo escotismo relatam como ele influenciou sua formação ética e profissional. O movimento não é só para crianças — ele acompanha o jovem até a fase adulta, oferecendo ferramentas de liderança, responsabilidade e senso de comunidade.

Em tempos de pressa, individualismo e excesso de telas, o escotismo propõe uma vivência coletiva, em contato com a natureza, baseada no respeito e na cooperação. E isso faz toda a diferença.

Ser escoteiro é ser ponte entre o hoje e um futuro melhor

No Dia do Escoteiro, vale reconhecer e celebrar um movimento que acredita na força da juventude, no valor do exemplo e no poder de pequenas ações para mudar o mundo.

Se você já foi escoteiro, esse é um bom dia para relembrar sua jornada. Se nunca teve contato, talvez seja hora de se encantar com essa proposta educativa que atravessa gerações com a mesma chama: “Sempre Alerta para Servir!”

23 de abril | Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais


O Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, celebrado em 23 de abril, é muito mais do que uma data no calendário: é uma homenagem à força da palavra escrita, à criatividade humana e ao direito de cada autor de ver sua obra respeitada. É um convite a refletirmos sobre o poder que os livros têm de educar, emocionar, questionar, libertar.

Instituída pela UNESCO em 1995, a data marca simbolicamente o falecimento de três gigantes da literatura: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega, todos no dia 23 de abril de 1616 (segundo diferentes calendários).

Por que celebrar os livros?


Os livros são mais do que páginas impressas. São portas para outros mundos, janelas para novas ideias, companheiros silenciosos em tardes solitárias ou motores de grandes transformações sociais. Por meio deles, aprendemos a linguagem, conhecemos culturas, resgatamos memórias, projetamos o futuro.

  • Sejam físicos ou digitais, livros:
  • Despertam o pensamento crítico;
  • Fortalecem a educação e a democracia;
  • Preservam a história e a diversidade cultural;
  • Inspiram gerações.

Proteger quem cria é respeitar a cultura

O mesmo dia também é dedicado à valorização dos direitos autorais, um aspecto fundamental da produção literária e artística. Esses direitos garantem que os autores sejam reconhecidos e remunerados pelo seu trabalho, protegendo suas obras contra cópias ou usos indevidos.
  • A defesa dos direitos autorais:
  • Incentiva a criação artística e intelectual;
  • Valoriza o trabalho criativo;
  • Promove o acesso responsável à cultura.
Consumir livros de forma legal, respeitando os direitos de quem escreveu, é uma forma de apoiar a arte e manter a cultura viva.

Democratizar a leitura é preciso


Apesar de sermos um país de grandes escritores, o Brasil ainda enfrenta desafios quando o assunto é leitura. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2020), 44% da população brasileira não é considerada leitora. Isso se deve a diversos fatores: falta de acesso a livros, incentivo limitado nas escolas, e até questões socioeconômicas.

Iniciativas como bibliotecas públicas, clubes de leitura, feiras literárias e projetos comunitários são fundamentais para democratizar o acesso ao livro e formar leitores.

Como celebrar o Dia Mundial do Livro?


  • Leia (ou releia) um livro que te marcou;
  • Compartilhe uma recomendação com alguém;
  • Apoie autores independentes e editoras locais;
  • Visite uma livraria, biblioteca ou se envolva em projetos de incentivo à leitura;
  • Divulgue nas redes sociais o quanto a leitura transforma.

Neste 23 de abril, celebre os livros como instrumentos de liberdade. E lembre-se: ler é um direito, escrever é um dom, publicar é um ato de coragem. Respeitar tudo isso é valorizar o que temos de mais humano: a palavra.

Caderneta de um quase-cisne 🔮



Tem dias em que o mundo pesa mais do que o corpo aguenta.
Em que um pingo de chuva parece tempestade, e o espelho só devolve um reflexo borrado pelas lágrimas.
Dias em que a gente se sente um patinho feio, perdido entre os gritos de gente que nunca nos enxergou de verdade.

Mas tem também aqueles momentos — mesmo que pequenos, mesmo que inventados — em que o coração se permite sonhar.
Com um beijo na testa, com um "você merece mais", com um "se cuida".
Com um dia em que o grito do cliente não vai definir nosso valor.
Com um lugar em que a filha possa chorar e a mãe enxergar.
Com bombons que não sejam só para os de colarinho branco.
Com um tempo em que a gente pare de aceitar migalhas, e perceba que sempre foi pão inteiro.

E mesmo que ainda não tenha acontecido, mesmo que tudo esteja só aqui dentro, na imaginação...
Isso já é real.
Porque é a semente.
E toda flor que um dia nasce — primeiro sonhou em silêncio, debaixo da terra.

Hoje eu sonhei.
Hoje eu me lembrei que não sou patinho.
Sou cisne de livro fechado.
E vai chegar o dia em que alguém vai abrir minha história na página certa.

Simplesmente Tita: os 500 anos que ela não conseguiu comemorar

Para Tita, os 500 anos do Brasil não eram um motivo de celebração, mas uma oportunidade de reflexão.

Parece que foi ontem, mas há exatos 25 anos, o Brasil se preparava para as comemorações dos 500 anos de seu descobrimento. Para quem nasceu depois disso, a terceira temporada de Simplesmente Tita traz uma reflexão profunda sobre a data, onde a personagem central se vê diante de um dilema ao questionar aspectos importantes sobre os registros históricos e os absurdos praticados pela diretora da escola, Norma, em prol do “Grande Dia”. Aos 12 anos, Tita já percebia as contradições e as marcas deixadas pela colonização, refletindo sobre o real impacto desse aniversário para o país.

O Dilema de Tita: Comemorar ou Questionar?

Tita, com seu olhar crítico, observava a diretora Norma transformando o evento em um espetáculo. A coleta de dinheiro dos alunos e as arrecadações de chocolates e doces, que muitas vezes eram desviados para a família da diretora, aumentavam o desconforto da menina. “Como comemorar algo que começou com a destruição das culturas dos povos originários?”, essa era a pergunta que ecoava em sua mente.

Antes da chegada dos colonizadores, os povos tradicionais da região já possuíam suas próprias culturas, costumes e tradições. Tita não entendia como o Brasil poderia celebrar os impactos da colonização enquanto ainda carregava tantas cicatrizes históricas. Esse conflito entre o entusiasmo da escola e sua percepção crítica dificultava sua participação na festa com qualquer tipo de alegria.

O Concurso de Beleza: Reflexão sobre Representatividade

Durante os preparativos para as comemorações, a diretora Norma anunciou com entusiasmo a realização de um concurso de beleza entre as alunas, para “valorizar a cultura brasileira e a beleza da juventude”. Para Tita, a proposta soava completamente fora de lugar.

“O que isso tem a ver com educação?”, ela se perguntava. “E como podemos falar de representatividade se todas as meninas que ganham esses concursos seguem um padrão que nem parece com a maioria de nós?”

Tita observava as candidatas e percebia que os elogios da escola recaíam sempre sobre meninas de olhos claros, cabelos lisos e traços eurocêntricos — um reflexo direto do apagamento de tantas outras belezas brasileiras. O concurso, assim como a festa dos 500 anos, parecia mais uma encenação do que uma verdadeira homenagem à diversidade do Brasil.

Celebrar o quê?

Para Tita, os 500 anos do Brasil não eram um motivo de celebração, mas uma oportunidade de reflexão. Ela expressava suas ideias de maneira criativa e sempre buscava formas de dar voz aos que, como os povos originários, muitas vezes ficavam à margem das celebrações.

Apesar de sua revolta silenciosa, Tita nunca perdeu a capacidade de pensar além do que estava sendo mostrado. Para ela, a festa parecia ignorar uma parte essencial da história, deixando de lado a resistência e as lutas dos povos tradicionais que já habitavam o território brasileiro. Mesmo tão jovem, sua mente estava dividida entre a inocência da infância e o despertar de um pensamento crítico.

Indagação e inquietação

Norma, a diretora da escola, estava determinada a tornar a celebração dos 500 anos grandiosa. Isso significava pedir contribuições financeiras para bancar a festa e até arrecadar chocolates e doces, que misteriosamente nunca chegavam à festa, mas sim à casa da própria diretora.

Tita observava tudo com desconfiança. Aos 12 anos, ela ainda não sabia exatamente como expressar sua indignação, mas algo estava claramente errado. Como alguém podia celebrar uma história marcada pela exploração e, ao mesmo tempo, reproduzir gestos tão questionáveis?

“Por que estamos comemorando, se ainda carregamos as marcas dessa colonização?”

Enquanto todos ao seu redor estavam envolvidos na euforia da celebração, Tita se via cada vez mais distante. As bandeirinhas e os sorrisos ensaiados pareciam ocultar as feridas abertas pela história. “Como podemos comemorar algo que começou com a chegada dos colonizadores, que arrancaram terras e sonhos dos povos que já viviam aqui?” ela pensava, sem encontrar respostas satisfatórias.

O olhar crítico de Tita: uma oportunidade de reflexão

Tita tentou participar da festa, mas seu coração estava em outro lugar. Ela não conseguia se enganar com o que via. A comemoração parecia mais sobre os interesses pessoais da diretora do que uma verdadeira reflexão sobre o país. A pergunta “Por que estamos comemorando?” ecoava em sua mente, e ela sabia que algo estava muito errado.

Em meio ao caos, Tita encontrou formas de expressar sua revolta e sua visão crítica. Ela buscava maneiras de valorizar as vozes que ficaram à margem e de lembrar que o Brasil era muito mais do que o que estava sendo comemorado naquela festa escolar. E assim, ela continuava a refletir sobre o passado, o presente e o futuro do Brasil, questionando e desafiando as verdades que muitos estavam dispostos a aceitar sem questionar.



22 de abril | Dia da Terra


Nesta terça-feira, dia 22 de abril, o mundo celebra o Dia da Terra — uma data dedicada a refletir sobre a importância de preservar o meio ambiente e a responsabilidade de cada um na construção de um futuro sustentável. Mais do que uma simples comemoração, essa data é um chamado à ação diante dos desafios ambientais que enfrentamos.

Vivemos em um tempo em que falar sobre o planeta é também falar sobre nossas escolhas, nossos hábitos e o impacto das nossas atitudes no presente e no futuro. Mas afinal, de onde vem essa data? Por que ela é tão importante? E o que podemos fazer, de forma prática, para honrar o lugar onde vivemos?

Origem do Dia da Terra

O Dia da Terra foi celebrado pela primeira vez em 1970, nos Estados Unidos, por iniciativa do senador ambientalista Gaylord Nelson, após um grande vazamento de petróleo na costa da Califórnia. O objetivo era mobilizar a população e os governos para debater questões ambientais, como poluição, desmatamento e extinção de espécies.

A mobilização foi tão forte que resultou na criação da Agência de Proteção Ambiental (EPA) nos EUA e em leis ambientais pioneiras. A partir de 1990, o Dia da Terra se tornou um evento global, reunindo milhões de pessoas em mais de 140 países.

Importância do Dia da Terra atualmente 

Décadas depois da sua criação, a data continua atual e necessária. Enfrentamos hoje problemas como:

  • Mudanças climáticas aceleradas;
  • Desmatamento de florestas tropicais;
  • Poluição dos oceanos e das águas doces;
  • Perda de biodiversidade em ritmo alarmante;
  • Consumo excessivo de recursos naturais.
Tudo isso está diretamente ligado ao nosso estilo de vida. E é justamente por isso que o Dia da Terra também é uma oportunidade de autoconhecimento coletivo: como estamos cuidando da nossa casa comum?

Cada gesto conta 

O Dia da Terra não é só sobre grandes decisões políticas — é também sobre pequenas atitudes cotidianas. Cada gesto conta. Veja algumas práticas simples que fazem a diferença:

  • Reduzir o consumo de plástico e embalagens descartáveis;
  • Economizar água e energia elétrica;
  • Apoiar produtos locais e sustentáveis;
  • Separar o lixo e praticar a reciclagem;
  • Valorizar áreas verdes, plantar árvores, cuidar de jardins;
  • Consumir com consciência, evitando desperdícios.

Educar para cuidar

A educação ambiental é uma ferramenta poderosa de transformação. Ensinar crianças, jovens e adultos sobre o funcionamento dos ecossistemas, a importância da biodiversidade e os impactos da ação humana é um investimento no futuro.

Mais do que isso, é uma forma de cultivar empatia pelo planeta — entendê-lo como parte de nós, e não como nada separado. Somos natureza. E cuidar dela é também cuidar de nós mesmos.

O Futuro é sustentável — ou não será

O Dia da Terra é um lembrete de que ainda há tempo para mudar. Mas essa mudança precisa ser coletiva, estruturada e constante. Governos, empresas, comunidades e indivíduos têm papéis importantes nessa jornada.

Cultivar uma relação mais respeitosa com o planeta é não apenas necessário, mas urgente. Afinal, não existe plano B quando se trata da Terra.

Neste 22 de abril, que tal parar por alguns minutos e se perguntar: o que posso fazer, hoje, pelo lugar onde vivo? Que legado quero deixar para as próximas gerações?

1000 cartas de amor | Um coração que bate fora dos eixos

 “O coração encontra caminhos especiais para se comunicar, mesmo nos momentos mais silenciosos.”

Saudade, um coração que bate fora dos eixos, arrancado de mim por um inexplicável vazio. Cada suspiro parece um esforço para recuperar o ar roubado por uma ausência que só se intensifica. Orbitando em um ponto sem forma, entre o desejo de saber esperar e a urgência que grita pela presença, me encontro perdida na imensidão desse sentimento.

A distância transforma o tempo em um eterno agora, enquanto as estrelas resplandecem, indiferentes, como testemunhas silenciosas daquilo que o peito não consegue conter. E a lua, que ilumina o céu e minha própria vulnerabilidade, parece sussurrar que esse amor, mesmo distante, ainda pulsa vivo, espalhando calor em um frio que só a saudade conhece. 🌸🩷✨

Quando olhar pro céu ainda era um respiro

"O céu lilás ainda está lá. Mas há dias em que até levantar os olhos cansa."